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Diferentes Concepções de Políticas de Segurança Pública e das Funções dos Profissionais de Segurança Pública Urbana numa Sociedade Democrática

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1 
 
 
 
CURSO DE FORMAÇÃO GCMOB – 2023 
 
Diferentes Concepções de Políticas de Segurança Pública 
e das Funções dos Profissionais de Segurança Pública 
Urbana numa Sociedade Democrática 
 
 
 
Igor Almeida 
 
 
2 
 
Sumário 
1. Uma abordagem histórico-cultural das instituições de segurança pública. ............................. 3 
1.1 Introdução ........................................................................................................................... 3 
1.2 Origem da polícia brasileira..................................................................................................... 4 
1.3 Período Imperial .................................................................................................................. 9 
1.4 Era Vargas (1930-45) ............................................................................................................. 12 
1.5 Estado Democrático de Direito (a partir de 1985) ................................................................ 14 
2. Discussão e análise crítica das concepções de políticas de segurança urbana ....................... 15 
3- Aprendizagem sobre formulação, implementação, avaliação e acompanhamento de políticas 
de segurança pública no âmbito da municipalidade e em parceria com outros órgãos de 
segurança e comunidade, garantindo a interatividade; ............................................................. 17 
3.1 Diretrizes para as guardas civis municipais do brasil ............................................................ 18 
3.1.1 Diretrizes Gerais ................................................................................................................. 18 
3.1.2 Objetivos Específicos .......................................................................................................... 19 
3.1.3 Justificativa ......................................................................................................................... 19 
3.1.4 Etapas para criação de uma Guarda Civil Municipa ........................................................... 20 
3.1.2 Plano municipal de segurança pública (PLAMUSP) ............................................................ 28 
3.1.3 Diretrizes Básicas ................................................................................................................ 28 
3.1.4. Plano de capacidades, aquisições e capacitações ............................................................. 32 
3.15. Procedimentos Operacionais Padrão ................................................................................. 40 
4. O papel do(a) policial militar ................................................................................................... 41 
5. O papel do(a) policial civil ....................................................................................................... 42 
6. O papel do(a) guarda municipal .............................................................................................. 44 
7. O papel do(a) bombeiro(a) ...................................................................................................... 51 
8. O papel do(a) policial federal .................................................................................................. 52 
9. O papel do(a) policial rodoviário federal ................................................................................ 54 
11- O poder da polícia e o poder discricionário da Guarda Municipal; ...................................... 57 
12- O controle interno e externo da ação da Guarda Municipal. ............................................... 59 
13. Referência ............................................................................................................................. 61 
12. PROFESSOR ............................................................................................................................ 64 
 
 
3 
 
1. Uma abordagem histórico-cultural das instituições de 
segurança pública. 
 
1.1 Introdução 
 
A segurança pública no Brasil é um tema indispensável, a partir do 
qual se pode estruturar uma política institucional e social. Desta forma, as 
instituições que compõem o sistema de segurança pública teriam a função de 
assegurar o cumprimento dessa política. 
 
No Brasil, como em qualquer país, a segurança pública tem o 
objetivo de garantir a proteção dos cidadãos, manter a ordem social e prevenir 
e combater a criminalidade. 
 
Para que a política de segurança pública seja eficaz, é fundamental 
a existência de instituições bem estruturadas e capacitadas. Essas instituições 
são responsáveis por executar as ações de prevenção, investigação e 
repressão aos crimes, além de promover a segurança da população. 
 
Do ponto de vista dos direitos e garantias fundamentais, o Estado 
tem a obrigação de preservar e garantir os direitos individuais dos cidadãos. 
Esses direitos são essenciais para o exercício pleno da cidadania e para a 
construção de uma sociedade justa e igualitária. 
 
Direito à vida: O Estado deve proteger o direito à vida de todos os 
indivíduos, assegurando medidas para prevenir e reprimir a violência, os 
homicídios, os abusos policiais e quaisquer outras formas de atentado contra a 
vida. 
 
 
4 
 
Direito à igualdade: O Estado deve garantir a igualdade de todos 
perante a lei, sem qualquer forma de discriminação. Isso implica em combater 
o racismo, a discriminação de gênero, a discriminação por orientação sexual, 
entre outras formas de desigualdade. 
 
Direito à segurança: O Estado tem a responsabilidade de assegurar 
a segurança dos cidadãos, protegendo-os contra a criminalidade, a violência e 
a ameaça à integridade física e psicológica. Isso inclui a atuação eficiente das 
forças de segurança, a prevenção do crime e a promoção da sensação de 
segurança na sociedade. 
 
Direito à liberdade: O Estado deve garantir a liberdade individual dos 
cidadãos, assegurando o direito de ir e vir, a liberdade de expressão, a 
liberdade de associação e os demais direitos que envolvem a autonomia e a 
liberdade de escolha. 
 
Acesso à justiça: O Estado deve garantir o acesso à justiça a todos 
os cidadãos, assegurando a imparcialidade do sistema judiciário, a efetividade 
dos mecanismos de proteção dos direitos e o acesso a recursos legais 
adequados. 
 
Esses direitos fundamentais são consagrados em diversas 
constituições democráticas ao redor do mundo, incluindo a Constituição 
Brasileira de 1988. 
 
1.2 Origem da polícia brasileira 
 
A palavra "polícia" tem origem nas palavras gregas "politéia" e 
latinas "politia", que estão relacionadas ao governo de uma cidade. O termo foi 
 
5 
 
historicamente associado à organização e administração dos assuntos públicos 
de uma comunidade ou cidade. 
 
No contexto histórico, a polícia era responsável pela manutenção da 
ordem pública, pela segurança dos cidadãos e pela aplicação das leis locais. 
Essa função era desempenhada pelos órgãos de controle e autoridade 
designados para cuidar dos assuntos relacionados à segurança, à justiça e à 
administração pública. 
 
Com o passar do tempo, o termo "polícia" foi evoluindo e adquirindo 
diferentes significados em diferentes sociedades. Atualmente, a palavra 
"polícia" é frequentemente utilizada para se referir às instituições encarregadas 
de aplicar a lei, manter a ordem e garantir a segurança pública em nível 
nacional ou regional. 
 
As instituições policiais têm a responsabilidade de proteger os 
cidadãos, prevenir e investigar crimes, fazer cumprir as leis e garantir o 
respeito aos direitos fundamentais. 
 
Embora a palavra "polícia" tenha origem na ideia de governo de uma 
cidade, seu significado atual vai além do contexto urbano. As instituições 
policiais estão presentesem diferentes níveis de governo e atuam em áreas 
rurais, suburbanas e urbanas, adaptando-se às demandas e desafios de cada 
ambiente. 
 
É interessante observar como a evolução histórica da palavra 
"polícia" reflete a importância de garantir a segurança e a ordem na 
convivência social, aspectos fundamentais para a organização de uma 
sociedade justa e harmoniosa. 
 
 
6 
 
Com a chegada da expedição liderada por Pedro Álvares Cabral ao 
Monte Pascoal, em 22 de abril de 1500, é considerada um marco histórico 
importante na história do Brasil. Essa data representa oficialmente a chegada 
dos portugueses ao continente americano e marca o início do processo de 
colonização e exploração do território brasileiro pelos europeus. 
 
A expedição de Cabral fazia parte dos esforços de Portugal para 
estabelecer rotas comerciais marítimas com o Oriente, em busca de 
especiarias e riquezas. No entanto, ao se desviar da rota prevista, a frota de 
Cabral acabou chegando ao que é hoje o litoral sul da Bahia, na região 
conhecida como Monte Pascoal. 
 
Diante da necessidade de garantir o controle e desenvolvimento dos 
territórios descobertos pelos portugueses na América, D. João III adotou a 
estratégia de dividir essas terras em Capitanias Hereditárias. A Coroa 
portuguesa dividiu o território em 15 lotes de terra, conhecidos como Capitanias 
Hereditárias, e os entregou aos capitães donatários. Esse sistema foi 
oficialmente implantado a partir de 1534, por meio da Carta de Doação 
assinada pelo rei D. João III. 
 
Cada capitania hereditária correspondia a um lote de terra, 
geralmente ao longo da costa, e era concedida a um capitão donatário. Os 
donatários recebiam amplos poderes políticos, administrativos e judiciais sobre 
suas capitanias, com o objetivo de promover a colonização, a exploração dos 
recursos naturais e o desenvolvimento econômico. Cada capitão donatário era 
responsável por atrair colonos, promover o povoamento da capitania, 
administrar a justiça local, construir fortificações e promover a exploração dos 
recursos naturais, como a cana-de-açúcar, o pau-brasil e outros produtos. 
 
 
7 
 
A origem da instituição policial brasileira remonta ao período 
colonial. Com a chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil em 1500, 
houve a necessidade de estabelecer mecanismos de controle, segurança e 
administração da justiça nas terras recém-descobertas. Conforme 
documentação existente no Museu Nacional do Rio de Janeiro, data de 1530, 
quando da chegada de Martin Afonso de Souza enviado ao Brasil. 
 
Em 1696 com a descoberta do ouro na região central de Minas 
Gerais, Vila Nossa Senhora do Carmo que foi primeiro povoado de Minas, 
pertencente à capitania São Paulo e Minas do Ouro, houve a necessidade do 
Rei de Portugal enviar tropa de elite os Dragões com 60 homes, após a 
chegada do Conde Assumar. 
 
Dante do desempenho insatisfatório das Companhias de Dragões 
em Minas Gerais, o Governador Dom Antônio de Noronha tomou a decisão de 
extinguir essas companhias. Em seu lugar, foi criado o Regimento Regular de 
Cavalaria de Minas, em 9 de junho de 1775. Essa nova unidade militar era 
composta exclusivamente por mineiros, que recebiam seus salários 
diretamente dos cofres da Capitania. 
 
O Regimento Regular de Cavalaria tinha como objetivo melhorar a 
eficiência e o desempenho das forças militares, desta forma, a partir da criação 
desse regimento, os soldados mineiros se tornaram responsáveis pela 
manutenção da ordem, segurança e policiamento em Minas Gerais, 
contribuindo para a proteção dos interesses da Coroa Portuguesa na região. 
 
Em 1808, com a chegada da Família Real ao país, foram criadas as 
primeiras instituições policiais, como a Guarda Real de Polícia nos moldes das 
existentes em Lisboa, que tinha a responsabilidade de garantir a segurança na 
 
8 
 
cidade do Rio de Janeiro. E a Intendência Geral de Polícia da Corte e do 
Estado do Brasil teria assumido o papel de ‘agente civilizador’. 
 
A Intendência Geral de Polícia foi criada em 10 de maio de 1808 por 
Dom João VI, então príncipe regente de Portugal e Brasil, durante o período 
em que a corte portuguesa estava estabelecida no Rio de Janeiro. A criação 
dessa instituição representou uma mudança significativa no sistema de 
segurança e policiamento do Brasil colonial. 
 
A Intendência Geral de Polícia tinha como objetivo principal 
centralizar e fortalecer os poderes policiais da Coroa portuguesa sobre o Brasil. 
Ela era responsável pela manutenção da ordem pública, pela prevenção e 
repressão de crimes, pela fiscalização das atividades comerciais e pela defesa 
dos interesses da Coroa. 
 
A instituição era chefiada por um Intendente-Geral de Polícia, que 
exercia poderes amplos e autônomos no âmbito da segurança pública. O 
Intendente-Geral tinha autoridade sobre as atividades policiais, incluindo a 
organização da Guarda Real de Polícia, a investigação de crimes, a repressão 
de contrabando e a manutenção da segurança da cidade do Rio de Janeiro. 
 
Já a Guarda Real de Polícia foi criada em 1809 e tinha como 
objetivo principal a manutenção da ordem pública, fiscalização das atividades 
comerciais e repressão ao contrabando na cidade do Rio de Janeiro. Era 
composta por soldados selecionados e treinados, conhecidos como "guardas 
reais", responsáveis pelo policiamento e segurança nas áreas urbanas. 
 
Enquanto a Guarda Real de Polícia atuava diretamente no 
policiamento e na segurança das áreas urbanas, o Intendente-Geral de Polícia 
 
9 
 
exercia um papel mais amplo de gestão e coordenação das atividades policiais, 
estabelecendo diretrizes e normas para o funcionamento da instituição. 
 
1.3 Período Imperial 
 
No período imperial brasileiro, que ocorreu de 1822 a 1889, houve 
importantes transformações no sistema policial do país. Durante essa fase, as 
estruturas de segurança pública passaram por modificações significativas, 
refletindo as mudanças políticas e sociais da época. 
 
Inicialmente, após a independência do Brasil em 1822, o sistema 
policial continuou a ser influenciado pelo modelo português. O imperador Dom 
Pedro I manteve a Guarda Real de Polícia, criada durante o período colonial, 
para manter a ordem na cidade do Rio de Janeiro. 
 
Em 1831 em substituição à Guarda Real, foi criado a Guarda 
Nacional, foi uma força militar organizada no Brasil em agosto de 1831, durante 
o período regencial, e desmobilizada em setembro de 1922. Sua criação se 
deu por meio da Lei de 18 de agosto de 1831 que “cria as Guardas Nacionais e 
extingue os corpos de milícias, guardas municipais e ordenanças”. 
 
Art. 1° As Guardas Nacionais são criadas para defender 
a Constituição, a liberdade, Independência e Integridade do Império, 
para manter a obediência e a tranquilidade publica e auxiliar 
o Exército de Linha na defesa das fronteiras e costas. 
 
A Lei de 18 de agosto de 1831 disciplinava em seu artigo 3º que a 
Guarda Nacional teria base em todos os Municípios do Império, criando 
consequentemente uma forte base municipal e alto grau de politização. 
 
 
10 
 
No seu artigo 6º era previsto que a Guarda Nacional fosse 
subordinada aos juízes de paz, aos juízes criminais, aos Presidentes 
de Província e ao Ministro da Justiça, sendo somente essas autoridades que 
podiam requisitar seus serviços. 
 
O relatório apresentado pelo ministro da Justiça Diogo Antonio Feijó 
em 1832 demonstrava sua preocupação e indignação com a sobrecarga 
imposta aos membros da Guarda Nacional naquela época. O ministro 
expressava sua insatisfação com a falta de organização e eficiência da Guarda 
Nacional, bem como com a excessiva demanda de trabalho e 
responsabilidades atribuídas aos guardas nacionais. 
 
Naqueleperíodo, a Guarda Nacional era uma instituição paramilitar 
composta por cidadãos da elite local, selecionados como oficiais e suboficiais 
para a defesa da pátria e a manutenção da ordem interna. No entanto, a 
instituição sofria com problemas de efetivo insuficiente, falta de preparo 
adequado e problemas estruturais. 
 
No relatório, o ministro Feijó apontava a necessidade de revisão e 
reforma do sistema de Guarda Nacional, visando aliviar a carga de trabalho 
sobre os guardas nacionais e melhorar a organização da instituição. Ele 
argumentava que a sobrecarga excessiva prejudicava a eficácia do serviço 
policial e comprometia a segurança pública. 
 
Esse relatório de 1832 foi um marco importante para o processo de 
reformulação da Guarda Nacional, que posteriormente passou por mudanças e 
reestruturações no decorrer do período imperial brasileiro. 
 
 
11 
 
Em 1833, o governo imperial autorizou a criação Guardas Municipais 
Permanentes. Essas guardas eram vinculadas a cada distrito dos juízes de paz 
nos municípios. 
 
A criação das Guardas Municipais Permanentes tinha como objetivo 
reforçar a segurança e a ordem pública nas localidades, complementando as 
atribuições da Guarda Nacional. 
 
As Guardas Municipais Permanentes eram compostas por cidadãos 
locais, geralmente pagos pelos cofres públicos municipais, e tinham como 
função principal manter a ordem, prevenir delitos e garantir a segurança nos 
distritos sob sua responsabilidade. 
 
Essa medida fazia parte de um esforço do governo imperial para 
estabelecer um sistema mais estruturado de segurança pública no Brasil, 
descentralizando parte das responsabilidades da segurança para as esferas 
municipais. As Guardas Policiais Municipais atuavam de acordo com as 
diretrizes e normas estabelecidas pelas autoridades locais e pelo governo 
imperial. 
 
É importante ressaltar que as Guardas Municipais Permanentes 
tinham características e funcionamento específicos, que poderiam variar de 
acordo com cada região do Brasil e as particularidades locais da época. 
 
No final do período imperial, começaram a surgir críticas em relação 
à efetividade e à imparcialidade das forças policiais existentes. Muitas vezes, 
as instituições policiais eram vistas como instrumentos de repressão e controle 
social, em vez de promover a segurança e a justiça. 
 
 
12 
 
Após a Proclamação da República, em 1889, houve uma 
reorganização mais ampla do sistema policial brasileiro, com a criação de 
novas estruturas e a consolidação de forças policiais estaduais. Essa 
reorganização marcou uma nova fase na história da polícia brasileira. 
 
Em 1866, o Corpo de Guardas Municipais Permanentes ganhou a 
denominação Corpo Militar de Polícia da Corte e, em 1920, recebeu a 
designação de Polícia Militar. 
 
1.4 Era Vargas (1930-45) 
 
O golpe de 1930 pôs fim ao arranjo político da primeira República, já 
corroída pelo Clientelismo e pelo Localismo. Getúlio Vargas chega ao poder 
com a intenção de inaugurar uma nova ordem política baseada num Estado 
forte o suficiente para conduzir a sociedade a novos rumos. 
 
O regime autoritário de Vargas consolidado em 1937 é marcado pela 
excessiva centralização no plano federativo e pela limitação dos canais de 
participação no plano partidário, segundo Costa (2004). 
 
As polícias sofreram várias transformações para se adequarem as 
novas configurações constitucionais. Logo, nos primeiros meses do governo 
Vagas, promoveu-se uma ampla reforma nos quadros da Polícia Civil do 
Distrito Federal e de alguns outros Estados. 
 
 Esse foi o primeiro passo para o redimensionamento do aparato 
policial brasileiro. Em 1934, foi implementada uma ampla reforma na estrutura 
da Polícia – Decreto n° 24.531, de 2 de junho de 1934. 
 
Decreto nº 24.531, de 2 de Julho de 1934 - Publicação Original: 
 
13 
 
 
Art. 1º O serviço de polícia do Distrito Federal, subordinado ao 
Ministério da Justiça e Negócios Interiores, é imediatamente dirigido 
por um Chefe de Polícia. 
 
Art. 2º A policia é judiciária e administrativa ou preventiva, ambas 
exercidas pelas autoridades policiais nos limites de suas respectivas 
atribuições. 
 
Art. 3º A policia administrativa ou preventiva incumbe, em geral, a 
vigilância, proteger a sociedade, manter a ordem e tranquilidade 
públicas; assegurar os direitos individuais e auxiliar a execução dos 
atos e decisões da Justiça e da administração. 
 
Art. 4º A polícia judiciária compreende os atos necessários ao pleno 
exercício da ação repressiva dos juízes e tribunais. 
 
Além de redefinir funções e responsabilidades dos quadros, ampliou-
se o poder do Chefe de Polícia e se expandiu a estrutura policial. 
 
A repressão política empreendida por Vargas apoiava-se no tripé: 
polícia política, legislação penal sobre crimes políticos e Tribunal de Segurança 
Nacional. O controle desse aparato repressivo estava diretamente subordinado 
ao Presidente da República. 
 
A exemplo da Era Vargas, o aparato policial foi utilizado para conter 
a oposição política. Para tal, usou e abusou da repressão, da tortura e das 
prisões. A violência policial foi o instrumento utilizado contra a dissidência 
política. Entretanto, diferentemente do que ocorreu na ditadura de Vargas, não 
foram apenas as Polícias que praticaram a repressão política, mas também as 
 
14 
 
Forças Armadas que, nesse período, detiveram o monopólio da coerção 
político-ideológica (COSTA, 2004). 
 
1.5 Estado Democrático de Direito (a partir de 1985) 
 
A partir de 1985, com a redemocratização do Brasil, houve uma 
transformação significativa no papel da polícia no Estado Democrático de 
Direito. Esse período marcou o fim do regime militar e o retorno ao sistema 
democrático, caracterizado pela garantia dos direitos individuais, liberdades 
civis e pelo respeito ao Estado de Direito. 
 
No Estado Democrático de Direito, a polícia é encarregada de 
proteger e garantir a segurança dos cidadãos, mantendo a ordem pública e 
aplicando a lei de forma justa e imparcial. A atuação da polícia deve ser 
pautada pelo respeito aos direitos humanos, pela legalidade e pela 
proporcionalidade, evitando o abuso de poder e a violação dos direitos 
individuais. 
 
A Constituição Brasileira de 1988 estabelece princípios 
fundamentais para a atuação da polícia, tais como a cidadania, a dignidade da 
pessoa humana, a igualdade, a não discriminação, a legalidade, a 
proporcionalidade e a presunção de inocência. Além disso, a Carta Magna 
prevê mecanismos de controle e responsabilização e prestação de contas dos 
agentes públicos pelos seus atos e decisões. Sobre as atividades policiais, 
como o Ministério Público, o Poder Judiciário e os órgãos de controle interno e 
externo. 
 
No entanto, é importante reconhecer que, apesar dos avanços no 
Estado Democrático de Direito, ainda persistem desafios em relação à atuação 
da polícia. Há casos de abuso de poder, violência policial, corrupção e 
 
15 
 
impunidade, que representam graves violações aos direitos humanos e 
comprometem a confiança da sociedade nas instituições de segurança. 
 
Nesse sentido, é fundamental promover a capacitação e formação 
adequada dos agentes de segurança, investir em políticas de prevenção do 
crime, fortalecer os mecanismos de controle e responsabilização, promover o 
diálogo e a participação da sociedade civil na definição das políticas de 
segurança, e garantir a transparência e a prestação de contas das instituições 
policiais. 
 
Em 1987 é instaurada a Assembleia Nacional Constituinte, que 
culminou com a Constituição Federal do Brasil de 1988, a qual trouxe 
inovações importantes na seara da Segurança Pública se comparada ao 
padrão tradicional de Segurança Públicaincorporado à Segurança Nacional da 
época de exceção. 
 
A Constituição Federal apresenta um capítulo específico para tratar 
da segurança pública, entretanto, apesar da importância, ela o aborda de 
maneira genérica, sem definir os aplicabilidades mínimas, como faz em 
importantes setores de atuação pública, tais como saúde e educação. Em seu 
artigo 144 estabelece que a segurança pública, é dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e 
da incolumidade das pessoas e do patrimônio. 
 
2. Discussão e análise crítica das concepções de políticas de 
segurança urbana 
 
Políticas de segurança urbana referem-se às estratégias, medidas e 
ações adotadas pelos governos, autoridades locais e comunidades para 
prevenir e combater a criminalidade, promovendo um ambiente seguro e 
 
16 
 
protegido nas áreas urbanas. Essas políticas visam proteger os cidadãos, 
garantir o respeito aos direitos humanos, promover a convivência pacífica e 
reduzir os índices de criminalidade. 
 
O conceito de políticas de segurança urbana evoluiu ao longo do 
tempo, passando de uma abordagem focada apenas na repressão e no 
controle do crime para uma perspectiva mais abrangente e integrada. 
 
Atualmente, as políticas de segurança urbana tendem a considerar 
não apenas a aplicação da lei, mas também fatores socioeconômicos, culturais 
e ambientais que influenciam a criminalidade. 
 
Uma abordagem eficaz de políticas de segurança urbana envolve 
uma combinação de medidas preventivas, repressivas e de reabilitação, além 
do envolvimento ativo da comunidade. Isso inclui o fortalecimento das forças 
policiais, o desenvolvimento de estratégias de prevenção do crime, a melhoria 
das condições sociais e econômicas das comunidades, o acesso à justiça, a 
promoção da participação cidadã e a criação de parcerias entre os setores 
público e privado. 
 
Além disso, as políticas de segurança urbana também podem 
abordar questões específicas, como o combate ao tráfico de drogas, o 
terrorismo, a violência de gênero, a criminalidade juvenil e a segurança no 
trânsito. 
 
É fundamental que as políticas de segurança urbana sejam 
desenvolvidas com base em evidências e dados sólidos, levando em 
consideração as necessidades e demandas da comunidade. A participação 
ativa e o diálogo entre autoridades governamentais, organizações da 
 
17 
 
sociedade civil e cidadãos são cruciais para o desenvolvimento e 
implementação bem-sucedidos dessas políticas. 
 
3- Aprendizagem sobre formulação, implementação, avaliação e 
acompanhamento de políticas de segurança pública no âmbito da 
municipalidade e em parceria com outros órgãos de segurança e 
comunidade, garantindo a interatividade; 
 
A Constituição Federal, em seu art. 144, descreve: "A segurança 
pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a 
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio”, em seu parágrafo § 8º autoriza os municípios a constituírem suas 
próprias Guardas Civis Municipais, destinadas à proteção de seus bens, 
serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 
 
Posteriormente, a lei nº 13.022, de 8 de agosto de 2014, também 
chamada de Estatuto geral das Guardas municipais , regulamentou esse ideal 
dos Constituintes e trouxe princípios mínimos de atuação. 
 
Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as guardas municipais, 
disciplinando o § 8º do art. 144 da Constituição Federal. 
Art. 2º Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter civil, 
uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função de 
proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da 
União, dos Estados e do Distrito Federal. 
 
Em 11 de junho de 2018 foi publicado a lei nº 13.675/18, que 
Disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela 
segurança pública, nos termos do § 7º do art. 144 da Constituição Federal; cria 
a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS); institui o 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144%C2%A78
 
18 
 
Sistema Único de Segurança Pública (Susp); altera a Lei Complementar nº 79, 
de 7 de janeiro de 1994, a Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, e a Lei nº 
11.530, de 24 de outubro de 2007; e revoga dispositivos da Lei nº 12.681, de 4 
de julho de 2012. 
 
Ao criar o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), incluiu os 
municípios como integrantes estratégicos do Susp e as Guardas como 
integrantes operacionais do Susp desse sistema. 
 
Diante da importância estratégia e operacional, observa-se a 
necessidade de complementação da matéria contidos na Constituição e leis 
infraconstitucionais, seja para preencher os espaços que a lei não versou, seja 
para orientar uma instituição tão importante para a Sociedade Brasileira. 
 
3.1 Diretrizes para as guardas civis municipais do Brasil 
 
3.1.1 Diretrizes Gerais 
 
A Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP do Ministério 
da Justiça e Segurança Pública (MJSP) propõe orientações com vistas a 
estabelecer parâmetros e requisitos mínimos para padronização, criação e 
funcionamento eficiente das Guardas Civis Municipais no País, considerando 
as peculiaridades do microambiente onde estão inseridas. Em suma, as 
diretrizes aqui expressas indicam um caminho para a preparação das Guardas 
para integrar o SUSP, atendendo ao estabelecido na Lei Federal nº 13.675, de 
11 de junho de 2018, permitindo que essas instituições possam contribuir de 
maneira efetiva nas políticas de segurança pública nacionais. 
 
Para a elaboração das diretrizes , foram consideradas todas as 
referências legislativas que definem atribuições e competências das Guardas 
 
19 
 
Municipais em vigor no ordenamento jurídico nacional no âmbito federal, 
estadual e municipal, sendo que os Secretários de Segurança dos Municípios e 
os Comandantes das Guardas, por meio direto ou de seus órgãos 
representativos, foram convidados a contribuir com este compilado. 
 
3.1.2 Objetivos Específicos 
 
Estabelecer orientações de gestão de recursos humanos, a partir de 
exemplos bem-sucedidos, assim como de princípios básicos de liderança, 
manutenção de bens da instituição, relacionamento com a Sociedade, dentre 
outros. Orientar a compra de equipamentos, materiais, bens e edificações em 
consonância com as suas competências previstas em lei, valendo-se de 
ferramentas e sistemas estruturados para a especificação técnica dos produtos 
que serão utilizados no desempenho de suas tarefas cotidianas. Auxiliar na 
descrição e edição dos documentos necessários para aquisição de 
equipamentos, bens e serviços necessários ao cumprimento da missão 
institucional das Guardas Municipais, alinhando ao interesse público e à 
finalidade na destinação desses meios. 
 
3.1.3 Justificativa 
 
As Guardas Municipais, inicialmente, foram criadas com o propósito 
de zelar pelos bens, serviços e instalações dos municípios, com foco voltado 
para a proteção patrimonial dos bens municipais. Com o passar do tempo, 
diante da grande demanda por segurança da sociedade, o poder público viu 
nessas instituições o potencial para estabelecer políticas de prevenção 
primária, fiscalização das posturas municipais, garantindo o uso livre e 
desembaraçado dos bens e serviços, contribuindo para a cultura de paz social 
e para a sensação de segurança dos indivíduos. 
 
 
20 
 
Nesse sentido, o Estatuto do Desarmamento (Lei Federal nº 
10.826/2003) reforçou a importância das Guardas Municipais no dever estatal 
de concretizar e promover a segurança pública, inclusive condicionando a 
concessão para o porte de arma à existência de mecanismos de fiscalizaçãoe 
controle interno (Corregedorias e Ouvidorias) e à formação profissional em 
estabelecimento de ensino de atividade policial. 
 
A teor do Decreto nº 9.847/2019 (Regulamento do Estatuto do 
Desarmamento) foi, ainda, estabelecida a submissão dos integrantes das 
guardas municipais ao curso de formação que contemple o importantíssimo 
Estágio de Qualificação Profissional (EQP). Com esta visão foi editado o 
Estatuto Geral das Guardas Municipais, por meio da Lei Federal nº 
13.022/2014, que previu atribuições e COMPETÊNCIAS AOS 
PROFISSIONAIS dessas instituições na colaboração direta das ações de 
segurança pública, tirando qualquer dúvida quanto a sua participação na 
política de segurança pública sob a responsabilidade dos municípios. 
 
 Atualmente, as Guardas Municipais estão inseridas como um dos 
órgãos a participar com ações efetivas no SUSP conforme previsto na Lei 
Federal nº 13.675/2018. Assim, as Guardas evoluíram, já ultrapassando 1.100 
instituições em todo o País, atuando em diversas frentes na área de segurança 
pública, algumas fazendo uso de equipamentos e tecnologia de ponta, outras 
atingindo o verdadeiro papel de Polícia Metropolitana, como a de São Paulo, 
sendo uma realidade na proteção das pessoas que residem, laboram ou 
circulam pelas cidades . 
 
3.1.4 Etapas para criação de uma Guarda Civil Municipal 
 
A decisão de criação de uma nova entidade pública no nível 
municipal deve levar em consideração vários aspectos, que aqui estão 
 
21 
 
apresentados no Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica. É esse estudo 
que fundamentará as discussões em torno do tema, aperfeiçoará as decisões, 
esclarecerá os cidadãos e coletará as principais contribuições da sociedade 
local. A seguir, será apresenta a sequência das etapas de criação de uma 
Guarda Civil Municipal. 
 
1.Estudo De Viabilidade Técnica E Econômica 
 
Esta etapa é a mais importante de todas, ainda que não haja 
previsão legal sobre sua necessidade. De certa forma, cumprir com esse 
estudo, atende à Lei de Responsabilidade Fiscal. É nele que são confrontadas 
as necessidades técnicas com as possibilidades financeiras do município: 
efetivo da Guarda, equipamentos, viaturas, rádios, a instalação que a abrigará, 
enfim, a sustentabilidade da instituição. 
 
É fundamental a participação dos munícipes e das autoridades, de 
tal sorte que a decisão adquira a maturidade exigida para o aval do Legislativo 
Municipal e decisão do Poder Executivo. Participam dessa etapa especialistas 
em segurança pública e Secretarias de interesse do tema, particularmente a de 
Administração e a Consultoria Jurídica do Município. 
 
Um bom estudo pode ser feito entre 20 (vinte) a 30 (trinta) dias 
corridos, com a equipe trabalhando em sistema de co-work. Um resumo desse 
Estudo, tipo um paper, é útil para o entendimento da proposta pelas pessoas 
que não estão diretamente afetas ao tema. 
 
a. Efetivo da Guarda Civil Municipal, considerando o da criação, 
calculado a partir dos postos a serem guarnecidos, o da evolução 
inicial, a ser alcançado com os próximos concursos e no médio 
prazo. É importante que a Guarda não adquira todos os recursos 
 
22 
 
humanos que necessita no mesmo concurso, a fim de evitar, no 
futuro, questões hierárquicas de soluções complexas. 
 
b. Custos de implantação e de manutenção da Guarda Civil 
Municipal, no curto e no médio prazo e longo prazo (fardamento, 
armamento letal e menos letal, EPI, capacitações, saúde, viaturas, 
motocicletas, embarcações, etc). Entenda-se curto prazo como 1 
(um) período de governo de 4 (quatro) anos, médio, 2 (dois) e longo, 
3 (três) ou mais. Para efeitos comparativos, são interessantes 
projeções do orçamento no mesmo período, assim como 39 demais 
atividades concorrentes no âmbito orçamentário, como 
investimentos em infraestrutura, saúde, dentre outros. 
 
c. Fontes de Recursos à identificação dos fundos disponíveis, 
emendas parlamentares, orçamento municipal, royalties, 
investimentos de fora para dentro do município devem ser 
identificados e demonstrados, a fim de sustentar os custos citados 
no parágrafo anterior. Exemplificando, a instalação de um grande 
empreendimento turístico numa cidade de porte médio requer maior 
investimento em segurança pública, a fim de garantir aos visitantes a 
tranquilidade esperada, do contrário, o investimento não entra, o 
empreendimento não sai e o município não gera emprego e renda. 
 
d. Integração da Guarda Civil Municipal com outros atores da 
Segurança Pública, como Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia 
Federal, Polícia Rodoviária Federal, etc; 
 
e. Tecnologia a ser implantada, como uso de aplicativos, 
videomonitoramento, radiocomunicação digital, frequências, etc. 
 
 
23 
 
f. Emprego em políticas de prevenção (Ronda Escolar, Patrulha 
Maria da Penha, Segurança Turística), Polícia Comunitária, etc; 
 
g. Resultados esperados considerando as informações contidas 
nestas orientações para implantação do Plano Municipal de 
Segurança Pública e Defesa Social – PLAMUSP- que segue este 
estudo são exemplificativas e não se esgotam, podendo ser 
acrescentadas informações e detalhes, de acordo com as 
peculiaridades de cada ente municipal. 
 
h. Linha do tempo ou agenda para descrever o que vai acontecer e 
quando vai acontecer. Essa ferramenta é importante para 
acompanhamento pelo público externo e controle do coordenador do 
projeto. Serve, ainda, de alinhamento ao processo orçamentário, 
logístico e de capacitação. 
 
i. Planilha de custos detalhada é item imprescindível em qualquer 
projeto, ainda mais neste de longo prazo e significativa importância 
para o Município. 
 
2.Votação Na Câmara Municipal 
 
Por mais óbvia e formal que seja, essa etapa consiste na validação 
da proposta apresentada pelo Estudo supracitado. Nesse momento, é 
fundamental que as discussões sejam debatidas em audiência pública em, no 
mínimo, 2 (duas) sessões, com um intervalo razoável entre elas. 
 
É interessante que a votação do projeto, em sendo certa sua 
aprovação, revista-se de um grau de simbolismo, uma vez que a Guarda Civil 
Municipal, em que pese ser instituída por uma gestão, tende a ser permanente 
 
24 
 
e, inexoravelmente, pertence a todos os cidadãos do Município. 
 
A Guarda Civil Municipal é um órgão de estado e não de governo. 
Um tempo sugerido para a conclusão dessa etapa é de até 30 (trinta) dias, a 
depender do grau de aceitação da ideia pelo Poder Legislativo Municipal ou 
pela população. 
 
3. Alteração Da Lei Orgânica 
 
A alteração da Lei Orgânica Municipal (LOM) é ato de ofício, 
resultante da aprovação da constituição da Guarda Municipal, devendo ser 
encaminhada, preferencialmente, na votação anteriormente referida, como se 
fosse um ‘pacote’ de criação. 
 
Nesse mesmo pacote podem ser encaminhados, ainda, os seguintes 
documentos legais, novos ou a serem alterados: Plano Municipal de Segurança 
Pública, Lei de Estrutura Administrativa da Prefeitura, caso não esteja incluída 
na LOM, Lei do Plano de Cargos e Carreiras da Prefeitura, Leis de Fixação dos 
Subsídios dos Agentes Políticos, Lei do Regime Jurídico dos Servidores, Lei do 
Regime Previdenciário dos Servidores. 
 
Alguns municípios adotam um regimento interno para conduta de 
seus Guardas, entretanto, é válido lembrar que é preciso estabelecer padrões 
de desempenho dos serviços da Guarda Municipal, objeto de trabalho da 
Corregedoria e da Ouvidoria. 
 
Por fim, deve-se lembrar de incluir essa nova fonte de despesa na 
elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), cujo prazo final de devolução ao 
Executivo pelo Legislativo, é 15 de dezembro do ano fiscal. O pacote de leis 
deverá entrar em vigor em até 45 (quarenta e cinco) dias após a conclusão da25 
 
votação na Câmara, sendo ideal que isso ocorra antes do fim de julho, para 
permitir o trabalho dos técnicos em finanças do Município com vistas à 
confecção da LOA 
 
4. Inclusão da Lei Orçamentária Anual 
 
Sugere-se que a LOA seja enviada pelo Executivo Municipal para a 
Câmara de Vereadores até o dia 15 de agosto do ano anterior - A-1. Daí até 15 
de dezembro de A-1, ela é discutida e devolvida ao Prefeito, para a 
promulgação. 
 
Assim, é o ideal que o Estudo e a Votação do pacote que cria a 
Guarda Municipal ocorram no primeiro semestre do ano anterior de seu 
emprego, a fim de permitir aos técnicos da administração o planejamento fiscal 
adequado para o ano A, que deverá contemplar a GCM. 
 
A LOA demanda 4 (quatro) meses. Simultaneamente a sua 
elaboração, o processo de criação pode dar continuidade com a próxima etapa, 
que é o Edital. 
 
5. Edital 
 
O Edital deve ser o mais detalhado possível, prevendo as situações 
previstas na legislação em vigor. É imprescindível que seja analisado pela 
assessoria jurídica do Município. Deve-se evitar todo modo situações que 
conflitem com leis já consolidadas, para evitar sua impugnação. Art. 1º Da Lei 
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 
 
Nessa etapa, todas as fases são igualmente importantes, em 
particular a lisura na aplicação da prova, a investigação social e o desempenho 
 
26 
 
físico, uma vez que essas condicionantes afetam diretamente o desempenho 
do agente público. Pode-se aproveitar, com as devidas adaptações às 
peculiaridades locais, editais de outras cidades que tiveram sucesso em seus 
concursos, de preferência as maiores, onde as Guardas são mais antigas, 
afinal, o sucesso de outros municípios é um indicador de qualidade 
 
6. curso 
 
O curso de formação é o processo mais complexo e é regulado por 
Matriz Curricular da SENASP. Há cidades que, pela distância que se 
encontram dos grandes centros, têm dificuldades em formar seus Guardas, o 
que exige um planejamento e uma coordenação muito maior. 
 
Nesse caso, a formação pode ser realizada por meio de consórcio 
de municípios ou por meio de escolas existentes em outras localidades, pelo 
que se devem considerar os custos de transporte, alimentação e ajuda de 
custo para os alunos, com o cuidado de repassar os recursos necessários para 
o Município formador. 
 
Os custos dessa formação devem estar previstos no Estudo de 
Viabilidade Técnica e Econômica e deve ser realizada sem pressa de colocar 
os Guardas em operação. 
 
A carga horária do curso é de 476 (quatrocentos e setenta e seis 
horas) horas, com matérias optativas, podendo ser realizado em 15 (quinze) 
semanas ou um pouco mais. Mais importante que o tempo, é a qualidade da 
formação. 
 
7. Estágio 
 
 
27 
 
Estágio pode ser considerado etapa do curso de formação, podendo 
durar o tempo previsto pelo edital. Esse período destina-se a identificar as 
aptidões do aluno para o desempenho da função. 
 
Antes da conclusão do estágio, o aluno poderá ser desligado por 
meio de processo administrativo simplificado. Após a posse, inicia-se o estágio, 
previsto na legislação pertinente do Município, estadual ou federal. Ao final 
desse estágio, o Guarda atinge a estabilidade, estando passível de 
exoneração, segundo o estatuto que foi encaminhado pelo “pacote” 
anteriormente citado, cuja sugestão segue adiante, nesta publicação. . 
 
Para finalizar, destaca-se que as etapas citadas aqui, exceto o 
Estudo, são formais e compõe o rito de criação de uma Guarda. Situações em 
que se suprime qualquer uma delas são indesejáveis, assim como não é o 
caso comprimi-las, em razão de expor o gestor público à insegurança jurídica. 
 
Destaca-se que a Segurança Pública deve ser inspirada no 
profissionalismo e na busca da perfeição, pelo que o atendimento ao rito de 
criação aqui apresentado é bastante recomendável. A seguir, é apresentado 
um fluxograma para esclarecer graficamente as orientações anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
3.1.2 Plano municipal de segurança pública (PLAMUSP) 
 
O Plano que se segue é um modelo a partir do qual os municípios 
podem elaborar os seus próprios. Vale ressaltar que há outros modelos, porém 
este é o mais expedito e simples, de tal sorte que pode ser conduzido sem 
muitas dificuldades por qualquer equipe. Um plano deve conter princípios de 
flexibilidade, simplicidade, ordens diretas e claras, listar todos os elementos 
que participarão das atividades, definir o que vai acontecer, quando, onde, 
como e para que, além de estabelecer, ainda que resumidamente, o apoio 
logístico e administrativo. Em negrito, segue o esqueleto do planejamento, em 
itálico, as sugestões colhidas de casos similares e, sublinhado, os comentários 
da SENASP. 
 
3.1.3 Diretrizes Básicas 
 
1. Guarda Municipal criada por Lei Municipal 
 
 É fundamental a ampla publicidade a respeito da criação da Guarda 
Municipal, As previsões legais mínimas são as seguintes: 
 
a) Diretrizes específicas, de acordo com as peculiaridades do 
município; 
b) atribuições, competências e organização em consonância com o 
Estatuto Geral das Guardas Municipais, Lei nº 13.022/14; e 
 
c) plano de carreira de seus integrantes como servidores 
estatutários, contratados mediante concurso público, com cargos, salários e 
progressão funcional definidos, além de escolaridade – ensino médio – e idade 
máxima para o ingresso 30 anos, desde que esteja na lei municipal de criação 
 
29 
 
da Guarda e que o critério esteja justificado pela natureza das atividades. 
 
É importante ressaltar que em instituições de segurança pública, 
militares ou não, por força da natureza humana, a questão da antiguidade é 
relevante. Por isso, sugere-se que esse princípio seja respeitado desde o 
momento da elaboração dos concursos, até a escolha de seus gestores, o que 
pode ser atingido por meio de concursos anuais e subsequentes para o 
preenchimento do total de vagas necessárias à demanda do Município, o que 
provoca antiguidade em turmas sucessivas. 
 
2.Instituição uniformizada e armada 
 
As Guardas Civis Municipais, conforme o descrito no art.2º da Lei 
13.022/14, para serem consideradas como tal, devem ser armadas e 
uniformizadas. 
 
Para tanto, o uso do uniforme é essencial para visibilidade pela 
população. A cor das Guardas Civis Municipais, uniforme, viaturas, coletes, 
braçais, etc, é a cor azul noturno. 
 
Quanto ao armamento, seja letal ou menos letal, deve ser 
considerado, a priori, como Equipamento de Proteção Individual (EPI), assim 
como o colete balístico, sendo que ambos se destinam a proteger o Guarda e 
permitir que ele faça o mesmo com os cidadãos de seu município. 
 
 Sem armas ou sem uniformes, não são Guardas, são servidores 
não atrelados à segurança pública e não estarão habilitadas ao 
estabelecimento de convênios, cooperações, editais, dentre outros para fins de 
segurança pública. Para atender aos quesitos acima, os municípios brasileiros 
têm o prazo de 4 anos. 
 
30 
 
 
3.Corregedoria e Ouvidoria 
 
As Corregedorias são instituídas para proteger a sociedade do 
desvio de conduta do agente de segurança, portanto, exercem função 
corretiva. Na prática, as Corregedorias auxiliam no controle da disciplina 
interna das corporações e, não raras vezes, investigam e opinam sobre 
questões eminentemente técnica, pelo que é difícil para profissionais, que não 
seguiram a carreira adquirir conhecimento suficiente para garantir julgamentos 
imparciais. Diferentemente, as Ouvidorias podem ser integradas por outros 
profissionais, pois sua missão precípua é harmonizar a instituição com aquilo 
que a Sociedade espera dela. A existência e o funcionamento de ambas érequisito imprescindível para consideração de regularidade da Guarda 
Municipal. 
 
4.Curso de formação com carga horária mínima definida 
 
As Guardas Civis Municipais deverão observar a Matriz Curricular 
estabelecida pela SENASP. 
 
O curso de formação deverá ser conduzido em estabelecimento 
destinado para este fim, em estabelecimento próprio ou organizado 
temporariamente para tal. 
 
Recomenda-se, quando não há uma escola vocacionada para este 
fim, designar um coordenador de curso, para que possa arregimentar os 
colaboradores e cumprir os objetivos da Matriz. 
 
A capacitação visa manter o Guarda Municipal sempre atualizado 
com leis e normas essenciais ao desempenho de suas tarefas, reavaliar sua 
 
31 
 
capacidade técnica operacional, além de habilitá-lo para novas técnicas, 
acompanhando a evolução da sociedade local e da inovação tecnológica. 
 
5. Formação Complementar 
 
Dada à importância da capacitação, sugere-se o atendimento da 
formação complementar, considerando a capacidade técnica e administrativa 
dos municípios, com curso de formação com, no mínimo, 1200 horas/aula, 
sendo 600 horas/aula de curso presencial e 600 horas/aula de atividade prática 
e aplicação do conhecimento teórico. 
 
O objetivo deste preceito é permitir a formação do Tecnólogo em 
Segurança Pública, o que, no futuro, permitirá a disponibilização de 
profissionais para os quadros municipais que trabalham na área. A meta é 
factível de ser alcançada, porque há às 476 horas previstas em Matriz 
Curricular, complementadas por outras a cargo do próprio Município, até 600 h, 
e pela avaliação continuada, ou estágio posterior à formação, ao fim do qual 
receberá a certificação técnica equivalente. 
 
6. Atendimento 153 e Videomonitoramento, 24/7 
 
Compromisso fundamental para as guardas municipais, dado o 
relevante valor social desses serviços e equipamentos para resultados 
expressivos em segurança, devendo manter o atendimento à população de 
forma contínua, rápida e eficiente. Além do mais, o investimento tecnológico 
permite estruturar o policiamento orientado para o problema, inclusive com uso 
de aplicativos que permitem o acionamento, em tempo real, das equipes 
operacionais que atuam estrategicamente em perímetros prioritários. O prazo 
para o atendimento dessa demanda é de 4 (quatro) anos. 
 
 
32 
 
 
7. Documento Único de Identificação 
 
 O documento funcional deve ser conferido ao Guarda de forma não 
onerosa, pautado num padrão nacional estabelecido pelo Ministério da Justiça 
e da Segurança Pública, sendo que todas as Guardas Municipais deverão 
cumprir com os requisitos estabelecidos para aderir ao documento único de 
identidade funcional. Para dirimir dúvidas, todos os profissionais investidos da 
função devem receber sua carteira, desde que concluído o curso de formação. 
O prazo para o atendimento dessa demanda é de 2 (dois) ano 
 
 8. Cadastrar junto à Secretaria Nacional de Segurança Pública - 
SENASP. 
 
Guarda Municipal, no ato de sua criação e para o seu 
funcionamento, deve estar cadastrada no sistema SENASP, fornecendo 
informações mínimas que permita ao órgão federal identificar a sua existência, 
estabelecer relações legais previstas em lei, a exemplo da concessão de um 
convênio, estabelecimento de uma operação integrada ou endosso de emenda 
parlamentar, individual ou de bancada. 
 
3.1.4. Plano de capacidades, aquisições e capacitações 
 
1. Objetivos 
 
a) Definir as capacidades específicas da Guardas Municipais, de 
acordo com as peculiaridades locais. 
 
b) Descrever as atividades funcionais relacionadas às atividades que 
as Guardas Municipais podem ou devem desempenhar. 
 
33 
 
 
c. Esclarecer as competências legais. 
 
domIndicar os materiais necessários para o desempenho de 
determinada capacidade. 
 
e. Definir capacitações a serem alcançadas pelos agentes para o 
exercício de determinada capacidade, com padrões mínimos de 
atuação. 
 
As especificações técnicas dos materiais a serem inseridas em 
processos de aquisição devem estar alinhadas aos padrões de referência 
nacional, estabelecidos pela SENASP, considerando as peculiaridades locais, 
uma vez que a Guarda Municipal é empregada em prevenção primária, pelo 
que não precisa que seu material seja o mesmo das forças que atuam 
diretamente no combate ao crime, no âmbito da Segurança Pública. Vale 
destacar que, em certas circunstâncias, locais, momentos, a Guarda pode 
exigir requisitos materiais mais densos, o que deve ser justificado nos 
processos licitatórios. 
 
Da mesma forma, episodicamente, o atendimento a esses requisitos 
pode se dar por meio de operações integradas com outras forças, que é o ideal 
contido na Lei do SUS. 
 
2. Negociação de crise 
 
Realizar interlocução com os múltiplos integrantes da sociedade, 
particularmente em situação de crise. 
 
Materiais: O de rotina, alto-falante, acesso ao SINESP, apitos, 
 
34 
 
armamento não letal, guarnecido por agentes com armamentos letais 
 
 Capacitação: Negociação de Crise ou Mediação de Conflito 
 
3. Emprego do armamento como perito responsável 
 
Utilizar, como perito responsável, o armamento sob sua 
responsabilidade, inclusive com a manutenção em 1º escalão, em 
conformidade com a normas técnicas do fabricante. 
 
Materiais: Armas letais e menos letais autorizadas por lei ou normas 
específicas. 
 
Capacitação: Curso de capacitação na Formação e anual (EQP) no 
armamento de dotação. Curso de armeiro para os armeiros e seus substitutos. 
 
Emprego por tarefas 
 
Objetivo: Atuar preservando sua integridade, com outras forças de 
segurança, em prol de objetivo comum para o cumprimento de determinada 
missão 
 
Material : O de rotina ou o necessário para a operação integrada 
 
Capacitação: Treinamento específico para a operação integrada. 
Estudo das normas de engajamento para operações integradas. Treinamento 
com as demais forças. 
 
Serviço de salva-vidas 
 
 
35 
 
Objetivo: Atender o salvamento em meio aquático, com manuseio de 
equipamentos e pequenas embarcações, quando a situação o exigir, 
principalmente em localidades turísticas afetas ao município não atendido pelos 
Bombeiros Militares Estaduais ou serviços privados com o mesmo fim 
 
Matérias: Colete salva vidas, barco, bote, boias salva-vidas, jet sky, 
equipamentos aquáticos (nadadeiras, óculos de mergulho, snorkel) flutuador 
salva-vidas, motor de popa, lanterna subaquática, cilindro de mergulho, 
materiais de primeiros socorros 
 
Capacitação: Curso de salva-vidas, por estabelecimento 
credenciado, com a capacitação no uso dos materiais e atividades de 
salvamento aquático. 
 
Policiamento de proximidade 
 
Objetivo: Praticar os fundamentos da Polícia Comunitária para a 
aplicação naquilo que lhe couber, de acordo com o Plano de Segurança 
Municipal, como a Ronda Escolar e a prevenção da violência contra grupos 
vulneráveis. 
 
Matérias: Viatura, EPI, uniforme, prancheta, apito, rádios 
comunicadores, arma de fogo, munições, algemas, colete balístico, tonfa e 
espargidor de pimenta. 
 
Capacitação: Curso de Operador de Polícia Comunitária 
 
Planejar a Segurança Pública Municipal 
 
Material de escritório e informática com internet. 
 
36 
 
 
Curso de licitações e contratos, convênios, cooperação, 
transferência de recursos. dos recursos públicos, a efetividade de seu emprego 
e a longevidade desses projetos. 
 
Atendimento em Urgência e Emergência 
 
Objetivo: Realizar atendimento de Atendimento Pré-Hospitalar (APH) 
 
Material: Viatura de 4 rodas para resgate, EPI (luvas, máscaras), 
uniforme, prancha para transporte de feridos, rádios comunicadores,materiais 
de primeiros socorros e suporte à vida 
 
Capacitação: Curso de APH básico. 
 
Fiscalização de trânsito 
 
Objetivo: Atuar nas áreas com maior fluxo de veículos, próximos às 
escolas, objetivando a segurança dos pedestres e inibição da prática de 
infrações de trânsito. 
 
Materiais: Viaturas, cones, capacetes, fitas de isolamento, coletes 
identificadores, material de primeiros socorros, rádios comunicadores, giroflex 
ou sinalizadores. 
 
Capacitação: Treinamento das normas do POP e conhecimento das 
normas de operação integrada, se for o caso. 
 
Operações Aéreas 
 
 
37 
 
Objetivo: Apoiar ações de prevenção com aeronave de asa rotativa, 
preparada para intervir, com rapidez, em ocorrências complexas, busca e 
salvamento ou em buscas a infratores. 
 
Materiais: Helicóptero, EPI, uniforme, arma de fogo, munições, 
algemas, colete balístico, binóculo, capacete ou fone de ouvidos, mosquetão, 
cinto, cabos de segurança, cinto para tripulante, corda de rapel, luvas, 
macacão de voo. 
 
Capacitação: Treinamento para tripulante operacional e piloto. 
 
Programa de Combate às Drogas e à Violência nas Escolas 
 
Objetivo: Atuar de forma conjunta com pais, professores e lideranças 
nos bairros no combate às drogas e à violência nas escolas 
 
Materiais: EPI, rádios comunicadores, tonfa e espargidor de pimenta 
 
Capacitação: Cursos específicos para prevenção do uso de drogas, 
credenciados por instituições governamentais com reconhecida competência 
 
Patrulhamento com Bicicleta 
 
Objetivo: Fiscalizar áreas de difícil acesso veicular, aumentando a 
proximidade com as pessoas e o contato com transeuntes. 
 
Materiais: Bicicletas, uniforme adequado, rádios comunicadores tipo 
lapela , arma de fogo, munições, algemas, colete balístico, tonfa, capacete, 
luva e espargidor de pimenta. 
 
 
38 
 
Capacitação: Curso de patrulhamento com bicicletas 
 
Operações de Busca e Salvamento em Matas 
 
 
Objetivo: Realizar operações de busca e salvamento de pessoas 
homiziadas ou perdidas em matas. 
 
Material: Uniforme adequado para a atividade em mata, rádios 
comunicadores, arma de fogo, munições, algemas, colete balístico, facão, 
material de primeiros socorros, maca dobrável, ilhós, mosquetão, cordas, arma 
com maior poder de letalidade, bússola e espargidor de pimenta. 
 
Capacitação: Estágio básico de sobrevivência na selva, obtenção de 
água e fogo e pernoite isolado. 
 
Controle de Distúrbios Civil 
 
Objetivo: Restabelecer a ordem em situação de distúrbio civil, nos 
casos de grave perturbação súbita da ordem, bem como realizar atividades em 
eventos esportivos, religiosos e cultural 
 
Materiais: Arma de condutividade elétrica, rádios comunicadores, 
arma de fogo, munições, algemas, colete balístico, tonfa, escudo balístico, 
capacete com viseira, munição química, armamento específico para atividade 
de choque, armadura tipo "Robocop" e espargidor de pimenta. 
 
Estágio de Controle de Distúrbios Civis junto a instituições 
habilitadas para tal. 
 
 
39 
 
Defesa Civil 
 
Objetivo: Agir preventivamente, como elemento de socorro, 
assistência e reconstrução, para evitar ou minimizar perdas humanas e 
materiais por ocasião de desastres naturais ou incidentes tecnológicos. 
 
Patrulha com Cães 
 
Objetivo: Atuar isoladamente ou integrado com outras forças para a 
prevenção de crimes, busca e salvamento, detecção de drogas ilegais, armas e 
explosivos. 
 
Patrulha Montada 
 
Objetivo:Permitir o patrulhamento em áreas de difícil acesso como 
matas, terrenos com lamas e becos. 
 
Preservação do Local de Provas 
 
Objetivo: Garantir, ao realizar a prisão em flagrante delito, a 
preservação do ambiente de provas, para que seja periciado pelo órgão 
competente. 
 
Materiais: Equipamentos para isolamento do local, contenção dos 
criminosos e dos curiosos (fita de isolamento, cones, sinalizadores), rádio 
comunicador, viatura, algemas. 
 
Capacitação: Curso básico de perícia para compreensão da 
importância da preservação do ambiente de provas. 
 
 
40 
 
3.15. Procedimentos Operacionais Padrão 
 
O Procedimento Operacional Padrão (POP) é um conjunto de 
informações e ações documentadas com o objetivo de padronizar e aperfeiçoar 
atividades, mormente as operacionais, visando preservar a integridade física do 
Guarda, da imagem da instituição perante a sociedade, proteger as pessoas e 
os bens materiais. O POP deve estar pautado na legalidade, impessoalidade, 
publicidade e eficiência, respeitando as liberdades individuais e visando 
sempre a preservação da ordem pública e incolumidade das pessoas 
 
Dentre as peculiaridades a serem respeitadas, uma de destaque é 
quanto ao sexo da pessoa envolvida, tanto a vítima como o autor do fato 
criminoso. Exemplificando: a abordagem a uma mulher deverá ser feita, 
preferencialmente, por outra mulher, desde que não importem em retardamento 
da ocorrência ou prejuízo da diligência, efeitos bem comprovados. Ao 
estabelecer o POP, devem-se observar as diretrizes mínimas para garantir a 
eficiência da sua aplicação, confiança nos resultados, segurança jurídica para o 
agente e, principalmente, a competência funcional para a execução do 
procedimento. É fundamental que o estabelecimento de um POP seja simples. 
Os elementos mínimos para a construção de um POP são os seguintes: 
 
1. Objetivo; 
2. Atividades críticas; 
3. Sequência de ações; 
4. Resultados esperados; 
5. Erros comuns; 
6. Erros graves; e 
7. Observações para esclarecimentos complementares ou 
agradecimentos, se o Comandante da Guarda entender como necessário. 
 
 
41 
 
São apresentados, aqui, alguns POP consagrados pelo uso em 
algumas Guardas do País, simplificados para permitir ao usuário a adaptação à 
realidade local. 
 
1. POP: Proteção Escolar; 
2. POP: Combate ao Comércio Ambulante Irregular; 
3. POP: Combate ao Comércio Ambulante Irregular ; 
4. POP: Emprego de Cães; 
5. POP: Fiscalização de trânsito; 
6. POP: Guarda montada; 
7. POP: Violência Doméstica; 
8. POP: Proteção ao Patrimônio Público; 
9. POP: Videomonitoramento. 
 
4. O papel do(a) policial militar 
 
O artigo 144 da Constituição Federal, que prevê os órgãos da 
segurança pública, em seu inciso V descreve as Polícias Militares 
 
§ 5° Às polícias militares cabem à polícia ostensiva e a preservação 
da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das 
atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de 
defesa civil. 
 
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças 
auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as 
polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos 
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios. 
 
 
42 
 
A ostensividade se dá pela caracterização da policia militar , seja 
pelo uniforme ou pela caracterização de viaturas, e tem por objetivo principal a 
identificação de maneira imediata por parte da população, seja para o 
atendimento de ocorrências ou para inibição de práticas criminosas. 
 
O legislador definiu estas forças ostensivas como militares, o que de 
nada impede que forças civis utilizem da mesma estratégia, ampliando a 
visibilidade e a sensação de segurança na população. 
 
Uma observação importante refere-se às prerrogativas destes 
órgãos públicos. Qual seria o significado e a abrangência do termo 
"preservação de ordem pública" Ordem pública é um termo utilizado para 
descrever o conjunto de normas, regras e valores que sustentam a convivência 
pacífica e harmoniosa em uma sociedade. Refere-se à manutenção da 
segurança, tranquilidade e bem-estar da população, garantindoa proteção dos 
direitos e o cumprimento das leis. cabendo a policia militar atuação em todos 
os ramos da atividade pública e nas relações sociais, desde que a ordem seja 
ameaçada ou rompida. 
 
Polícias militares, devido ao seu efetivo geralmente maior em 
comparação a outros órgãos de segurança pública, bem como às suas funções 
legais, tendem a apresentar maior ostensividade. Essa ostensividade se refere 
à visibilidade e presença marcante dessas forças policiais no cotidiano das 
comunidades. 
 
5. O papel do(a) policial civil 
 
As polícias civis são dirigidas por delegados de polícia de carreira, 
incumbin-do-lhes, ressalvada a competência da União (polícia federal), as 
 
43 
 
funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as 
militares. 
 
As polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, 
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária 
e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem 
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos 
seguintes órgãos: 
 
IV - polícias civis; 
 
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, 
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de 
polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as 
militares 
 
De acordo com a Constituição federal de 1988, as polícias civis 
estaduais subordinam-se aos Governadores dos Estados (art. 144, § 6.). 
 
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças 
auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as 
polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos 
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 
 
Outra modalidade de Polícia Estadual, a Polícia Civil realiza a 
atividade investigativa, com exceção legal dos crimes militares, apresenta 
atribuição residual em relação à Polícia Federal, entretanto, o número de 
 
44 
 
investigações supera o da Polícia Judiciária da União. De maneira literal, a 
Polícia Judiciária tem como função precípua o auxílio ao poder judiciário, 
buscando provas de autoria e materialidade dos crimes. 
 
Os delegados de carreira, obrigatoriamente bacharéis em Direito, 
são os dirigentes da instituição, sendo responsáveis pela capitulação, ou seja, 
a correlação do fato concreto ao tipo penal. 
 
Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre organização, garantias, direitos e deveres das polícias 
civis. 
 
Vale destacar que, segundo o STF (ADI 2.575 e ADI I 6.621), os 
Estados podem optar por garantir a autonomia formal aos institutos de 
criminalística ou podem integrá-los aos demais órgãos de segurança pública. 
 
Assim, a existência, nos quadros da Administração Pública Estadual, 
de órgão administrativo de perícias não gera obrigação de subordiná-lo à 
polícia civil. No entanto, deve-se afastar qualquer interpretação que lhe 
outorgue caráter de órgão de segurança pública, pois a Constituição Estadual 
não pode criar uma Polícia Científica como órgão integrante da segurança 
pública. 
 
6. O papel do(a) guarda municipal 
 
Os Municípios poderão constituir Guardas Municipais destinadas à 
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. O § 8º 
do art. 144 da Constituição Federal de 1988 é uma norma de eficácia limitada, 
cabendo aos Municípios organizar e instituir, através de lei a Guarda Municipal. 
 
 
45 
 
A lei nº 13.022, de 8 de agosto de 2014, criou o Estatuto Geral das 
Guardas Municipais que institui normas gerais para as guardas municipais, 
disciplinando o § 8º do art. 144 da Constituição Federal., afirmando tratar-se de 
instituições de caráter civil , uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, 
que tem função de proteção municipal preventiva, estando subordinada aos 
respectivos chefe do poder executivo municipal. 
 
Quanto à nomenclatura ou à designação pela qual são 
reconhecidas, a Constituição Federal apresentou a designação guardas 
municipais, a Lei Federal nos apresentam as seguintes designações: Guarda 
civil; Guarda civil municipal; Guarda metropolitana; Guarda civil metropolitana 
conforme o parágrafo único do art. 22 do nº 13.022, de 8 de agosto de 2014 
assim dispõe: 
 
Art. 22 (…) 
Parágrafo único. É assegurada a utilização de outras denominações 
consagradas pelo uso, como guarda civil, guarda civil municipal, 
guarda metropolitana e guarda civil metropolitana. 
 
Tarefa mais intrincada é definir juridicamente o papel das Guardas 
Municipais. Dentro dessa nova perspectiva de atuação na área de segurança 
pública, em razão de necessidade de união de esforços para o combate à 
criminalidade organizada e violenta, não se justificando, a atuação separada de 
cada integrante do Sistema Único de Segurança Pública. O Plenário do 
Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 846.854/SP, reconheceu que 
as Guardas Municipais executam atividade de segurança pública (art. 144, § 
8º, da CF), essencial ao atendimento de necessidades inadiáveis da 
comunidade (art. 9º, § 1º, da CF). 
 
Neste sentido, 
 
46 
 
 
(...) o Plenário desta SUPREMA CORTE, no julgamento do RE 
846.854/SP, reconheceu que as Guardas Municipais executam 
atividade de segurança pública (art. 144, § 8º, da CF), essencial ao 
atendimento de necessidades inadiáveis da comunidade (art. 9º, § 1º, 
da CF). O reconhecimento dessa posição institucional das Guardas 
Municipais possibilitou ao Parlamento, com base no § 7º do artigo 144 
da Constituição Federal, editar a Lei nº 13.675, de 11/6/2018, na qual 
as Guardas Municipais são colocadas como integrantes operacionais 
do Sistema Único de Segurança Pública (art. 9º, § 1º, inciso VII). 
[ADC 38, ADI 5.538 e ADI 5.948, rel. min. Cármen Lúcia, j. 1º-3-2021, 
P, DJE de 18-5-2021.] 
 
 (...) é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício 
de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções 
administrativas legalmente previstas. [RE 658.570, red. do ac. min. 
Roberto Barroso, j. 6-8-2015, P, DJE de 30-9-2015, Tema 472.] 
 
E a Lei que institui o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e 
Disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela 
segurança pública, nos termos do § 7º do art. 144 da Constituição Federal; cria 
a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS); altera a 
Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de 1994, a Lei nº 10.201, de 14 de 
fevereiro de 2001, e a Lei nº 11.530, de 24 de outubro de 2007; e revoga 
dispositivos da Lei nº 12.681, de 4 de julho de 2012, nos fornece informações 
mais precisas ao afirmar que as guardas municipais são órgãos integrantes 
operacionais do Sistema Único de Segurança Pública (art. 9º, § 1º, inciso VII). 
 
§ 2º São integrantes operacionais do Susp: 
VII - guardas municipais; 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755878834
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755878926
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755878930
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=9486497
 
47 
 
 
Portanto, as guardas municipais são órgãos de segurança pública, 
com atribuições restritas, que colaboram com os órgãos policiais. Ademais, por 
exercerem munus público é investidas de poder de polícia na medida em que, 
de sua atuação, pode ocorrer limitação de direito, interesse ou liberdade, 
inclusive com o uso progressivo da força (art.3°, V, Lei 13.022/2014). 
 
De acordo com o § 8º do art. 144 da ConstituiçãoFederal, as 
guardas municipais se destinam à proteção: 
 
1. dos bens dos municípios, 
2. dos serviços dos municípios; e 
3. das instalações dos municípios. 
4. Atribuições Legais. 
 
O entendimento do STF é no sentido de que o § 8º do art. 144 da 
Constituição Federal não traz um rol taxativo de atribuições das guardas 
municipais. Sendo assim, a Lei 13.022/2014 estabelece em seus arts. 4º e 5º, 
além das atribuições constitucionais, um vasto rol de atribuições. 
 
É competência geral das guardas municipais a proteção de bens, 
serviços, logradouros públicos municipais e instalações do Município. Os bens 
abrangem os de uso comum, os de uso especial e os dominiais. São 
competências específicas das guardas municipais, respeitadas as 
competências dos órgãos federais e estaduais: 
 
I - zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do Município; 
 
 
48 
 
II - prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem como coibir, 
infrações penais ou administrativas e atos inflacionais que atentem contra os 
bens, serviços e instalações municipais; 
 
III - atuar, preventiva e permanentemente, no território do Município, 
para a proteção sistêmica da população que utiliza os bens, serviços e 
instalações municipais; 
 
IV - colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança 
pública, em ações conjuntas que contribuam com a paz social; 
 
V - colaborar com a pacificação de conflitos que seus integrantes 
presenciarem, atentando para o respeito aos direitos fundamentais das 
pessoas; 
 
VI - exercer as competências de trânsito que lhes forem conferidas, 
nas vias e logradouros municipais, nos termos da Lei nº 9.503, de 23 de 
setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), ou de forma concorrente, 
mediante convênio celebrado com órgão de trânsito estadual ou municipal; 
 
VII - proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural, arquitetônico 
e ambiental do Município, inclusive adotando medidas educativas e 
preventivas; 
 
VIII - cooperar com os demais órgãos de defesa civil em suas 
atividades; 
 
IX - interagir com a sociedade civil para discussão de soluções de 
problemas e projetos locais voltados à melhoria das condições de segurança 
das comunidades; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503.htm
 
49 
 
 
X - estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da União, ou de 
Municípios vizinhos, por meio da celebração de convênios ou consórcios, com 
vistas ao desenvolvimento de ações preventivas integradas; 
 
XI - articular-se com os órgãos municipais de políticas sociais, 
visando à adoção de ações interdisciplinares de segurança no Município; 
 
XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia 
administrativa, visando a contribuir para a normatização e a fiscalização das 
posturas e ordenamento urbano municipal; 
 
XIII - garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou prestá-
lo direta e imediatamente quando deparar-se com elas; 
 
XIV - encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o 
autor da infração, preservando o local do crime, quando possível e sempre que 
necessário; 
 
XV - contribuir no estudo de impacto na segurança local, conforme 
plano diretor municipal, por ocasião da construção de empreendimentos de 
grande porte; 
 
XVI - desenvolver ações de prevenção primária à violência, 
isoladamente ou em conjunto com os demais órgãos da própria municipalidade, 
de outros Municípios ou das esferas estadual e federal; 
 
XVII - auxiliar na segurança de grandes eventos e na proteção de 
autoridades e dignitários; e 
 
 
50 
 
XVIII - atuar mediante ações preventivas na segurança escolar, 
zelando pelo entorno e participando de ações educativas com o corpo discente 
e docente das unidades de ensino municipal, de forma a colaborar com a 
implantação da cultura de paz na comunidade local. 
 
Parágrafo único. No exercício de suas competências, a guarda 
municipal poderá colaborar ou atuar conjuntamente com órgãos de segurança 
pública da União, dos Estados e do Distrito Federal ou de congêneres de 
Municípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos incisos XIII e XIV deste 
artigo, diante do comparecimento de órgão descrito nos incisos do caput do art. 
144 da Constituição Federal , deverá a guarda municipal prestar todo o apoio à 
continuidade do atendimento. 
 
Questões polêmicas e a jurisprudência: 
 
(1) STE, ARE 1.215.727: embora exerçam atividade de segurança 
pública e, por conseguinte, atividade de risco, os integrantes da guarda 
municipal NÃO têm direito aposentadoria especial. 
 
(2) STE, RE658.570: é constitucional a atribuição às guardas 
municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para 
imposição de sanções administrativas legalmente previstas, vez que a 
fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções administrativas legalmente 
previstas, embora possa se dar ostensivamente, constitui mero exercício de 
poder de polícia administrativa, não havendo, portanto, óbice ao seu exercício 
por entidades não policiais. 
 
(3) STE, ADI 5.538: Todos os integrantes das guardas municipais 
possuem direito a porte de arma de fogo, em serviço ou fora dele, 
independentemente do número de habitantes do Município. E inconstitucional o 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
 
51 
 
art. 6°, III e IV, da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) que para 
integrantes das guardas municipais: i) de municípios com menos de 50 mil 
habitantes, proibia o porte de arma de fogo durante o serviço e fora dele; ii) de 
municípios com mais de 50 mil e menos de 500 mil habitantes, permitia o porte 
de arma de fogo apenas durante o serviço e proibia fora dele; ii) de capitais dos 
Estados e de municípios com mais de 500 mil habitantes, permitia o porte de 
arma de fogo durante o serviço e fora dele. 
 
7. O papel do(a) bombeiro(a) 
 
Aos corpos de bombeiros militares, também considerados forças 
auxiliares e reserva do Exército, além das atribuições definidas em lei por 
exemplo, prevenção e extinção de incêndios, proteção, busca e salvamento de 
vidas humanas, prestação de socorro em casos de afogamento, inundações, 
desabamentos, acidentes em geral, catástrofes e calamidades públicas etc.), 
incumbe a execução de atividades de defesa civil. 
 
 No âmbito do estado de Minas Gerais a lei 22.839/18, dispõe sobre 
a prática de atividades da área de competência do Corpo de Bombeiros Militar 
de Minas Gerais por voluntários, profissionais e instituições civis e dá outras 
providências. 
 
Compreendem-se como atividades da área de competência do 
CBMMG, para fins desta lei: 
 
I – prevenção e combate a incêndio e pânico; 
 
II – busca e salvamento; 
 
 
52 
 
III – atendimento pré-hospitalar, ressalvadas as ações desenvolvidas 
pelos órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde, estabelecimentos 
hospitalares e sistema de saúde suplementar. 
 
Importante observar que conforme a Constituição do Estado de 
Minas Gerais o Corpo de Bombeiros Militar, a coordenação e a execução de 
ações de defesa civil, a prevenção e combate a incêndio, perícias de incêndio, 
busca e salvamento e estabelecimento de normas relativas à segurança das 
pessoas e de seus bens contra incêndio ou qualquer tipo de catástrofe. 
 
Art. 142 – A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, forças 
públicas estaduais, são órgãos permanentes, organizados com base 
na hierarquia e na disciplina militares e comandados, 
preferencialmente, por oficial da ativa do último posto, competindo: 
II – ao Corpo de Bombeiros Militar, a coordenação e a execução de

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