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Modalidades das obrigações quanto ao objeto

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Modalidades das obrigações quanto ao objeto 1
Modalidades das obrigações 
quanto ao objeto
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Modalidades das obrigações
Para melhor compreender as obrigações, elas foram classificadas através de 
diversos critérios. Essa multiplicidade de critérios classificatórios pode ser 
encontrada no próprio Código Civil.
Para fins didáticos, é possível considerar a classificação das obrigações da 
seguinte forma: 
a) Quanto à natureza de seu objeto: dar, fazer e não fazer; 
b) Quanto ao modo de execução: simples, cumulativa, alternativa e facultativa; 
c) Quanto ao tempo do adimplemento: instantânea, execução continuada ou 
execução diferida; 
d) Quanto ao fim: de meio, de resultado e de garantia; 
e) Quanto aos elementos acidentais: condicional. modal e a termo; 
f) Quanto aos sujeitos: divisível, indivisível e solidária; 
g) Quanto à liquidez do objeto: líquida e ilíquida.
Classificação quanto ao objeto
Obrigação de dar
° Obrigação de dar e de restituir
Tanto na obrigação de dar coisa certa como nas obrigações de dar coisa incerta 
consistirá a prestação na entrega de um ou mais bens ao credor; é prestação de 
coisa, pois cumprirá ao devedor transferir a propriedade do objeto.
° Obrigação de dar coisa certa
@April 4, 2021 2:12 AM
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A coisa certa é a perfeitamente identificada e individualizada em suas 
características.
Se a obrigação consiste em dar coisa certa, não poderá o credor ser 
constrangido a receber outra (art. 313 do CC), por haver sido originariamente 
pactuado que receberia bem especializado e determinado.
Com efeito, mesmo que o devedor, no instante da tradição, culmine por oferecer 
bem ainda mais valioso que o avençado, será lícito ao credor a recusa da 
prestação substitutiva, em homenagem ao princípio da especificidade.
Entre as obrigações de dar coisa certa insere-se a obrigação de dar coisa 
futura, haja vista que, apesar de não existente ao tempo da celebração do 
negócio jurídico, já é certa e determinada.
 A) A teoria dos riscos
Em todas as situações, deveremos identificar o momento da perda da coisa e a 
eventual responsabilidade do devedor pelo fato. Assim, será possível 
estabelecer qual das normas 
terá aplicação ao caso concreto.
As obrigações de dar coisa certa dimanam de contratos bilaterais - envolvendo 
deveres específicos para ambas as partes. o risco correrá por conta do 
vendedor (alienante) e só será transferido ao adquirente (credor) com a 
tradição.
Em caso de perda, há implicação no perecimento do direito e decorre de seu 
desaparecimento natural, perecimento jurídico (torna-se bem fora do comércio) 
ou peta perda l. das qualidades essenciais e do valor econômico do bem.
Nas obrigações de dar coisa certa, a mora do devedor exerce papel relevante 
na teoria dos riscos. Se o atraso no cumprimento da prestação for debitado 
àquele a quem incumbia a entrega da coisa, mesmo que a sua perda ou 
destruição resulte de caso fortuito/força maior (art. 399 do CC), recairá contra o 
devedor a condenação em perdas e danos, um fenômeno conhecido como 
perpetuação da obrigação.
° Obrigações de dar coisa incerta
Existem certas obrigações cuja peculiaridade é indeterminação do objeto ao 
tempo de sua gênese, embora seja determinável.
Modalidades das obrigações quanto ao objeto 3
As partes não convencionam a entrega de coisa individualizada, mas a 
prestação ao menos será definida pelo gênero e pela quantidade.
A determinabilidade é característica da obrigação, pois sem a possibilidade de 
determinação dares debita não se pode realizar o adimplemento.
Em muitas situações uma obrigação de dar coisa incerta abrangerá a tradição 
de coisas fungíveis, sendo bastante que as partes contratem bens já definidos 
pela espécie, quantidade e qualidade, mas que não os individualizem naquele 
momento.
Obrigação de fazer e não fazer
° Obrigações de fazer
Nas obrigações de fazer, pretende o credor a prestação de um fato, consistente 
na realização de uma atividade pessoal ou serviço pelo devedor ou por um 
terceiro, de que não resulta imediatamente a transferência de direitos 
subjetivos. Enfim, sobreleva aqui a conduta 
do devedor, e não o bem que eventualmente dela resulte.
Em algumas situações intermediárias- sobremodo aquelas em que da atividade 
resulte uma obra ou um objeto -, poderá o intérprete ter alguma dificuldade em 
determinar uma obrigação como de dar ou de fazer.
Ao contrário do que sói acontecer com as obrigações de dar, que 
invariavelmente podem ser cumpridas por terceiros, mediante o pagamento (art. 
304, CC), nas obrigações de fazer é possível que o comportamento desejado 
pelo credor só possa ser desempenhado por um único devedor.
Convém lembrar que, encontrando-se o devedor em mora ao tempo da 
impossibilidade de cumprimento, não poderá se exonerar da obrigação de 
indenizar, mesmo demonstrando a ocorrência do fortuito.
Observa-se que não se autoriza o credor a postular a devolução do dinheiro 
pago acrescido da condenação do inadimplente ao pagamento do terceiro. 
O dispositivo apenas autoriza a indenização de outros prejuízos que o 
inadimplemento lhe cause - decorrentes do atraso no cumprimento da 
obrigação de fazer, mas jamais que se enriqueça à custa do inadimplente
° Obrigação de não fazer
A obrigação negativa contrapõe-se à obrigação de fazer, pois implica uma 
abstenção, permissão ou tolerância, impedindo que o devedor pratique um 
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determinado ato que normalmente não lhe seria vedado, tolere ato do credor 
que normalmente não admitiria ou, mesmo, obrigue-se a não praticar um certo 
ato jurídico que em princípio ser-lhe-ia lícito.
Depreende-se sempre possuir a obrigação de não fazer natureza infungível 
personalíssima e insubstituível, haja vista que toda omissão é uma atitude 
pessoal e intransferível do devedor. Difere, portanto, da obrigação de fazer que 
possa comumente ser satisfeita por terceiros, na base da fungibilidade.
As obrigações negativas sempre compreendem restrição a uma atividade 
determinada, pois ninguém pode ser cerceado a um não fazer de caráter 
genérico e sem prazo em razão da evidente compressão ao direito fundamental 
de liberdade.
As relações jurídicas que criam obrigações de não fazer são aquelas que mais 
cerceiam a liberdade do contratante.

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