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82 Unidade IV Unidade IV Nesta unidade serão abordadas três esferas de relevância na investigação de fraudes: a importância do código de ética e dos valores institucionais que garantem um ambiente sadio e adequado às boas práticas empresariais. Também serão exibidas as melhores técnicas vinculadas às atividades de investigação de fraudes corporativas, com conceitos importantes de cada prática abordada. E, para finalizar, conheceremos os conceitos e princípios da governança corporativa e do compliance, atividades que estão cada vez mais difundidas nas organizações modernas e que se constituem em portos seguros de uma boa administração. Observação Leia com cuidado todos os textos e artigos indicados nas seções complementares. A área de gestão e, em especial, a área de gestão da segurança privada exigem estudos aprofundados e detalhados em cada área de atuação. 7 CÓDIGO DE ÉTICA E DE VALORES INSTITUCIONAIS O Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa ([s.d.]), em sua versão digital, define o vocábulo “ética” da seguinte maneira: FILOSOFIA 1 Ramo da filosofia que tem por objetivo refletir sobre a essência dos princípios, valores e problemas fundamentais da moral, tais como a finalidade e o sentido da vida humana, a natureza do bem e do mal, os fundamentos da obrigação e do dever, tendo como base as normas consideradas universalmente válidas e que norteiam o comportamento humano. 1 POR EXT Conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou de grupo social ou de uma sociedade: Parece que não há mais ética na política. EXPRESSÕES Ética médica, FILOS, MED: conjunto das regras de conduta moral e deontológica que norteia os profissionais da saúde. 83 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES Ética profissional, FILOS: a que abrange todos os setores profissionais da sociedade industrializada e tem por objetivo interrogar mais amplamente o papel social da profissão, sua responsabilidade, sua função, e sua atitude frente a riscos e ao meio ambiente. ETIMOLOGIA gr ethike. Em temos mais sintéticos, pode-se definir “ética” como um vocábulo relacionado à conduta, ao modo de se conduzir. As expressões “ética médica” e “ética profissional” exibem de forma objetiva tais definições. O código de ética de uma organização deve ser desenvolvido baseado em valores que precisam ser praticados por seus integrantes. A Legal, Ethics & Compliance (2019) define os principais objetivos do código de conduta ética no trabalho: • guiar as pessoas sobre a forma correta de agir; • melhorar o relacionamento e o clima organizacional; • criar e aumentar a vantagem competitiva de maneira saudável; • elevar a produtividade e a qualidade das entregas; • integrar gestores e equipes; • fortalecer a imagem e consolidar a marca no mercado; • ter transparência nas negociações com fornecedores; • atrair, encantar e reter os clientes com práticas éticas. Lembrete O código de ética de uma organização deve ser desenvolvido baseado em valores que precisam ser praticados por seus integrantes. Em relação aos itens elencados anteriormente, observe-se: • Forma correta de agir: tem a ver com os preceitos éticos e morais. O objetivo é fazer com que as pessoas possam agir dentro dos regramentos internos e externos, não se envolvam em ilícitos e preservem a empresa de comportamentos criminosos. 84 Unidade IV • Clima organizacional: é a percepção a respeito da organização. O clima organizacional retroalimenta valores como a confiança e o respeito pela empresa. Gomes (2002, p. 96) estabelece que: as organizações tendem a atrair e manter pessoas que se ajustam a seu clima, de forma que seus padrões sejam, até certo ponto, perpetuados. Portanto, o clima organizacional é, segundo os autores, o “meio ambiente psicológico” da organização. Há pesquisas específicas para avaliar o clima organizacional da empresa de modo que a administração possa estabelecer critérios a fim de manter o que está sendo praticado de forma correta e corrigir eventuais erros. • Vantagem competitiva: o grande objetivo das organizações é possuir vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Ela consiste em fazer o melhor possível, com os recursos disponíveis e que o resultado atenda às necessidades e aos desejos dos clientes. As empresas que fabricam produtos, para serem competitivas, precisam disponibilizar qualidade a um preço que os clientes possam e queiram pagar. Mas tudo isso precisa estar vinculado a padrões éticos adequados que respeitem tanto os regramentos internos da organização quanto a legislação que protege o consumidor. • Produtividade e qualidade: conceitos vinculados ao item anterior. A produtividade e a qualidade otimizam a vantagem competitiva das organizações. Essa busca é constante em todos os níveis da empresa e especialmente determinada pelo nível estratégico. • Integração entre gestores e equipe: as lideranças interagem constantemente com os liderados. Mas tal relação deve ser permeada de confiança e respeito a todos os princípios institucionais. • Imagem no mercado: é a consequência de uma empresa norteada por padrões éticos e valores institucionais baseados em boas práticas. • Transparência nas negociações: trata-se da transmissão de conceitos e condições de forma clara a quaisquer fornecedores e clientes, ou ainda, a todos que se relacionam de qualquer modo com a organização. • Práticas éticas: elas devem fundamentar todas as atividades da organização e permear os níveis estratégico, tático e operacional. Tais práticas precisam ser sempre lembradas e estimuladas. Observação A ética organizacional é fruto de um trabalho contínuo, bem estruturado e que é difundido e apoiado por toda a organização. Ela inclui as seguintes preocupações: 85 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES • O nível estratégico deve estar extremamente comprometido com os padrões éticos da organização. • O nível tático (diretores de departamento, gerentes, supervisores e encarregados) precisar estar comprometido, pois sua atuação é modelo constante de exemplo para o nível operacional. • O nível operacional necessita ser constantemente motivado. Atitudes éticas e comprometidas com as boas práticas organizacionais têm de ser estimuladas e, até, premiadas. A complexidade das organizações e o contexto da vida moderna exige cada vez mais posturas éticas, até para que a empresa tenha elementos para sobreviver. A ética advém de cada funcionário ou é o resultado de atitudes que possam ser apreendidas? Há muito tempo a humanidade tem se perguntado se a ética é intrínseca, ou seja, está em seu interior, ou extrínseca, que é aprendida por convenções ou normas sociais. Pode-se dizer que “agir com ética” é aquilo que se faz sem expectadores que não causará constrangimentos em público. A consciência ética é um tema muito amplo e, na área profissional, com o aumento da complexidade nos negócios, o mundo corporativo exige, cada vez mais, o exercício dos deveres éticos (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2019, p. 510). De qualquer forma, estimular procedimentos e atitudes éticas através de campanhas periódicas de conscientização, de cursos internos e de materiais sobre o tema permite uma retroalimentação constante aos integrantes da organização. Formular um código de ética depende das especificidades da organização e de fatores como o tipo de segmento em que ela atua. Uma base comum é o compromisso com as boas práticas, que tem a ver com o cumprimento de todas as regras internas e externas (leis). Por exemplo, a Livraria Saraiva tem como princípios éticos: Nossa atuação empresarial, conduta profissional e social são pautadas em um conjunto de princípios que fortalecem a relação entre a Saraiva e seus clientes, fornecedores, acionistas e colaboradores. Dentre esses princípios, destacam-se: I - Respeito, como pilar de todos os relacionamentos; II - Cumprimento das determinações legais; 86 Unidade IV III - Contribuição para a sociedade através dodesenvolvimento de produtos e prática de serviços que colaboram para o avanço educacional/cultural do país; IV - Responsabilidade na construção e preservação do patrimônio da empresa, garantindo à comunidade, colaboradores e acionistas os benefícios que possam resultar de sua boa gestão; V - Compromisso para com a preservação do meio ambiente, seja pelo cumprimento da legislação ambiental, seja pela conscientização de seus colaboradores, por meio de programas internos (SARAIVA, 2018). Saiba mais Para compreender o código de ética em sua integralidade, leia: SARAIVA. Código de ética. São Paulo: Saraiva, 2018. Figura 17 – Ética nas organizações A figura anterior é representativa da importância da ética nas organizações. O nível estratégico precisa também monitorar o estabelecimento de princípios de boas práticas, e não só exigir que os outros façam ou pratiquem. Além disso, a condição de adotar uma postura sempre ética é personalíssima: Ser e manter-se um profissional ético não é fácil de administrar, principalmente para nós brasileiros que fomos criados sob a ética da lei de Gerson, do jeitinho, da vantagem acima de tudo. Socialmente aprendemos 87 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES que é preciso fazer o correto, mas na informalidade impera a ideia de que não há nada de errado em levar vantagem. Há corruptos em outros lugares do mundo, mas no Brasil pequenos delitos são apoiados e até elogiados por amigos e pela família (JORDÃO, 2010). Qual a importância de o investigador de fraudes conhecer bem os parâmetros éticos da organização? Quanto mais a empresa e seus stakeholders seguirem padrões éticos, menos possibilidades de fraudes ocorrerão. E o investigador, na função de observador que certamente precisa manter, deve compreender que atitudes não éticas ou pouco éticas, mesmo que não se constituam em ilícitos, podem indicar a predisposição para o cometimento de fraudes. A abordagem ética continuada é uma apólice de seguro. Ela oportuniza mitigar as piores consequências, ajudando a evitar” acidentes”, aumentando a conscientização sobre a conduta desejada e realizada. Por isso, as pessoas, desde os tempos mais remotos, têm lutado por agir de maneira consistente, com o que a sociedade e os indivíduos geralmente pensam ser “bons valores”. O comportamento ético tem reflexos diretos na conduta e tende a ser “bom” para qualquer atividade, seja familiar, seja na saúde, no contato com os filhos, seja no trabalho, no ambiente acadêmico e com os amigos. A conduta que segue os preceitos éticos favorece o respeito pelos princípios morais fundamentais que incluem honestidade, justiça, igualdade, dignidade, diversidade e direitos individuais (BRITES, 2020). Por tudo o quanto aqui tratado, seguem recomendações básicas que ajudam a prevenir de forma efetiva os ambientes contaminados por fraudes nas organizações: • O nível estratégico deve recomendar programas contínuos de institucionalização de boas práticas na organização, em consonância com a ética. • Os funcionários, sejam do nível tático, sejam do operacional, devem ter apoio no caso de necessitarem rever padrões de comportamento e, até mesmo, decisões que depois de tomadas sejam interpretadas como antiéticas. • Os funcionários devem ter exemplos práticos de situações em que prevaleçam os princípios éticos, mesmo em prejuízo de vantagens pessoais ou corporativas. • O nível estratégico deve ser o grande fomento de tais comportamentos. De nada adianta a empresa estar conformada em normas de boas práticas se vierem maus exemplos dos seus níveis mais altos. 88 Unidade IV Saiba mais A fim de se aprofundar nos conceitos estudados em cada um dos capítulos, o gestor necessita ler os seguintes artigos: GOMES, F. R. Clima organizacional: um estudo em uma empresa de telecomunicações. Revista de Administração de Empresas (RAE), v. 42, n. 2, p. 95-103, abr./jun. 2002. Disponível em: https://bit.ly/3ljVcoh. Acesso em: 11 mar. 2021. OLIVEIRA, D.; CARVALHO, R. J.; ROSA, A. C. M. Clima organizacional: fator de satisfação no trabalho e resultados eficazes na organização. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA (SEGET), 9., 2012, Resende. Anais […]. Resende: Faculdades Dom Bosco, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3bSNJK9. Acesso em: 11 mar. 2021. SILVA, F. S. et al. Influência do clima organizacional na motivação de funcionários em uma empresa prestadora de serviços públicos. Revista Latino-Americana de Inovação e Engenharia de Produção, v. 5, n. 7, p. 80-100, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3vuAbvZ. Acesso em: 11 mar. 2021. A ética pode ter enfrentamentos específicos, também conhecidos como dilemas éticos. O artigo a seguir propicia ao estudante uma reflexão importante a respeito desse tema: BRITES, E. E. Dilemas éticos e a possibilidade do desvio de conduta. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 25, n. 6215, jul. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3qFhwKo. Acesso em: 11 mar. 2021. 7.1 Técnicas de investigação empresarial A investigação no âmbito da corporação precisa se fundamentar na ética, em procedimentos claros e estar baseada em critérios que não violem quaisquer direitos civis ou trabalhistas dos investigados. Mas a organização tem o direito de rastrear e esclarecer episódios ou ações que possam prejudicá-la. Os prejuízos que a organização pode ter ocorrem nas esferas econômico-financeira e de imagem. A investigação corporativa é importante e garante credibilidade à instituição: Dentre as medidas necessárias à caracterização de um efetivo programa de cumprimento normativo, encontra-se o desenvolvimento, pela empresa, de investigações internas voltadas ao esclarecimento de fatos 89 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES delitivos ocorridos no âmbito da corporação, em situação preponderante de colaboração com as autoridades da persecução, mediante o posterior compartilhamento das provas ali produzidas (LEITE FILHO, 2017, p. 16). O ideal é que seja formada uma equipe de investigação ou de auditoria em que vários componentes possam participar e contribuir. Se a organização possuir um setor específico de compliance, a montagem de uma equipe para esse fim é mais fácil. Caso contrário, o responsável pela investigação corporativa pode montar uma equipe, considerando as vertentes mais importantes da empresa, como representantes da alta direção, das áreas administrativa, operacional, de recursos humanos e jurídica. Obviamente o número de componentes e a representação de cada departamento citado depende muito do tamanho da organização e do número de funcionários. Lembrete A investigação no âmbito da corporação precisa se fundamentar na ética, em procedimentos claros, e estar baseada em critérios que não violem quaisquer direitos civis ou trabalhistas dos investigados. Os investigadores corporativos possuem alguns instrumentos que podem ajudar no esclarecimento de fatos nebulosos e ensejar fraudes. A seguir, constam algumas ferramentas úteis: • Câmeras de videomonitoramento: são instrumentos importantes, pois permitem: — Acompanhar quem entra e quem sai da empresa, seja veículos, seja pessoas ou cargas de diversas espécies, inclusive caixas, envelopes e outras correspondências. — Observar o tráfego de veículos nos locais internos da organização (estacionamentos privativos e públicos, áreas de circulação) e permite, também, que seja acompanhado o fluxo de pessoas no interior das diversas seções da empresa. É importante observarmos que as imagens geradas pelo videomonitoramento são protegidas por lei e não podem ser divulgadas de forma indiscriminada. O artigo 5º da Constituição Federal (BRASIL, 1988) estabelece vários direitos do cidadão e, especialmente no inciso X: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Portanto, todas as imagens devem ser protegidas e somente utilizadas criteriosamente, sem divulgaçãopública e apenas para subsidiar investigações. O projeto de Lei n. 6.839/2017, do deputado federal Nivaldo Albuquerque – PRP/AL, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados, estabelece que os locais que abrigam câmeras de videomonitoramento contenham a informação “O ambiente está sendo filmado. As imagens gravadas são confidenciais e protegidas, nos termos da lei” (BRASIL, 2017). 90 Unidade IV Verifica-se, ainda, que as instâncias municipal ou estadual podem estabelecer leis específicas. Por exemplo, no município de São Paulo, há a Lei n. 13.541, de 24 de Março de 2003, que estabelece (SÃO PAULO, 2003): Art. 1º - Nos locais, internos ou externos, controlados por câmeras de vídeo, deverão ser afixadas placas com os seguintes dizeres: “O ambiente está sendo filmado. As imagens gravadas são confidenciais e protegidas, nos termos da lei”. Parágrafo único - As placas de que trata o “caput” deste artigo deverão ser legíveis e colocadas em locais de fácil visualização dos pontos de entrada e saída dos ambientes controlados. Art. 2º - O não cumprimento do disposto nesta lei acarretará a aplicação de multa de R$ 100,00 (cem reais), por ambiente controlado, que será dobrada a cada período de 60 (sessenta) dias, se a irregularidade não for sanada. Parágrafo único - O valor da multa de que trata este artigo será atualizado anualmente pela variação do Índice de Preço ao Consumidor Amplo – IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, acumulada no exercício anterior, sendo que, no caso de extinção deste índice, será adotado outro, criado por legislação federal e que reflita a perda do poder aquisitivo da moeda. Atente-se ao fato de que se trata do mesmo texto utilizado no projeto de Lei Federal, já aprovado na Câmera dos Deputados. É importante verificar no local da organização se há legislação específica na utilização de câmeras para videomonitoramento. Outros procedimentos comuns de investigação são citados por Castro e Cajazeira (2018, p. 8): • Identificação e revisão de documentos: o trabalho investigativo requer paciência e método. Muitas vezes, a revisão cuidadosa de documentos permite descobrir fraudes. Por exemplo, lançamentos frequentes de determinado item em estoque: todos os dias há atualização entre os itens que entram e que saem. Um erro de lançamento em certo dia pode influir na apuração dos itens estocados vários dias depois. • Pesquisa eletrônica dos recursos da empresa: o pessoal de TI pode fornecer recursos e ferramentas adequados para busca de dados e informações na massa documental da organização produzida por meio digital. • Entrevistas: elas ajudam a esclarecer aspectos operacionais ou outros explicitados nos documentos pesquisados, em que foram perpetrados ou testemunhados por funcionários ou outros stakeholders. As entrevistas devem ser conduzidas de forma respeitosa, embora incisiva, 91 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES e de preferência por mais de um integrante da equipe de investigação ou de alguém que auxilie o investigador corporativo (caso ele seja o único responsável pelas investigações). • Revisão e análise de livros e registros: tal qual no item de documentos, anteriormente citado, a revisão e análise detalhada em livros gerais da organização, bem como em outros registros (controle, informação operacional, gastos, entre outros), permitem a descoberta de eventuais erros ou de fraudes. A figura a seguir sintetiza tais procedimentos: Figura 18 – Procedimentos comuns de investigação Observação Um canal interno de recepção de denúncias é fundamental, ele deve garantir o sigilo de toda e qualquer comunicação. Muitas vezes, não é possível assegurar o anonimato, pois se o atendimento for por telefones internos será possível, por exemplo, identificar a voz daquele que aciona a linha. Contudo, a garantia do sigilo deve ser organizacional, ou seja, um compromisso da organização. Sem o sigilo, dificilmente a empresa receberia denúncias graves de seu corpo de funcionários, que geralmente são feitas por aqueles que trabalham com os responsáveis pelos crimes e/ ou ilícitos administrativos. As investigações devem ser iniciadas tão logo exista a convicção de que algo errado ocorreu. Ou seja, algo que não está no regramento da organização, que não obedeceu aos processos normais de operação e/ou administração da empresa e trouxe prejuízos (materiais ou organizacionais). As investigações podem ajudar, inclusive, a estabelecer as motivações do problema: foi algo acidental (sem que o autor quisesse obter o resultado produzido) ou foi feito para causar prejuízo à instituição? Alguém ganhou ilicitamente? Todavia, por outro lado, as investigações não devem ser proteladas. Castro e Cajazeira (2018, p. 7) elencaram algumas razões de atraso dos procedimentos de investigação: 92 Unidade IV Figura 19 – Atrasos nas investigações O escopo inicial muito amplo ou muito limitado tem a ver com dados ou informações a respeito dos fatos muito genéricos ou imprecisos. Por exemplo, um canal de denúncia informa que todas as negociações que esta empresa faz são irregulares. O autor da denúncia pode estar alterado e com raiva em função de algum fato concreto ocorrido. Mas uma denúncia desse tipo não é razão para abertura de um procedimento investigatório, haja vista a generalidade da afirmação. Naturalmente, a organização possui operações lícitas e regulares e as que não se enquadram nesses parâmetros normalmente são as exceções. Outro ponto que pode atrasar as investigações é a dificuldade na obtenção de documentos e registros contábeis. Muitas vezes a empresa possui assessorias externas de contabilidade, o que pode dificultar a consulta imediata de alguns documentos. Outro ponto fundamental é que se na comissão de investigação não houver qualquer membro da alta direção da companhia, o acesso a certos documentos pode atrasar, por dependência de autorização do nível estratégico da organização. É fundamental a assessoria jurídica permanente. Contudo, algumas áreas podem demandar considerações e arrazoados mais complexos: por exemplo, perícia criminal, estudos personalizados de casos complicados, entre outros. Essas avaliações forenses complexas muitas vezes demandam meses. Outras questões operacionais e/ou burocráticas podem atrasar as investigações. Por exemplo, determinadas providências exigem relatórios por escrito e investigações incipientes nem sempre podem ser documentadas formalmente. Cada organização tem especificidades que precisam ser consideradas na decisão de instauração de um procedimento investigatório. 93 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES Observação As investigações internas devem se preocupar com a guarda e a produção de eventuais provas: gravações de imagens e sons, documentos produzidos durante as investigações, documentos recolhidos que comprovam o comportamento ilícito dos investigados. O departamento jurídico da organização, ou dependendo do tamanho dela, um advogado que assessore a investigação, pode promover a interlocução com o órgão responsável pelo trabalho de polícia judiciária na região (delegacia de polícia civil) e, posteriormente, o acompanhamento de eventual ação penal decorrente das apurações realizadas. Saiba mais Os gestores em geral, que se dedicam às investigações corporativas, devem perceber alguns sinais não verbais que ajudam a perceber, por exemplo, se um entrevistado está falando a verdade ou não. Tais técnicas podem auxiliar, bem como outras evidências, a ausência de algum dado importante ou a mentira deliberada de um dado entrevistado. O profissional não deve confrontar ninguém baseado em tais evidências, mas pode tê-las como elementos de convicção na apuração investigatória. Com o objetivo de entender melhor sobre o tema, leia os seguintes arquivos: MARTINS, B. L. Introdução aos sinais não verbais da mentira. Academia da Linguagem Corporal, 2016. Disponível em: https://bit.ly/38D0gir. Acesso em: 11 mar. 2021.MESQUITA, R. M. Comunicação não verbal: relevância na atuação profissional. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 155-163, jul./dez. 1997. Disponível em: https://bit.ly/3bO0wgD. Acesso em: 11 mar. 2021. 8 GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE Nos últimos anos, os termos “governança corporativa” e “compliance” têm sido mais utilizados nas organizações. Setores e departamentos focados na conformação da empresa com todos os regramentos internos e externos são cada vez mais importantes, pois transmitem segurança e credibilidade a todos os stakeholders. 94 Unidade IV Lembrete O estudante e/ou gestor deve(m) tomar cuidado com alguns termos utilizados no Brasil e internacionalmente que são semelhantes, em conversas ou artigos e reportagens, mas envolvem conceitos diferentes. Por exemplo • Stakeholder: em português, significa “interessado” ou “parte interessada”. Define todos que são impactados pelas ações de uma empresa ou organização, tais como, acionistas, proprietários, funcionários, fornecedores, entre outros. • Shareholder: em português, “acionista”. Portanto: em tese, todo shareholder é um stakeholder, mas nem todo stakeholder é um shareholder. O estudante deve se acostumar com a terminologia própria do ambiente de gestão e, sempre, ao se deparar com um termo desconhecido (independentemente de ser em português ou em outro idioma), procurar informar-se sobre o sentido dele (já que, às vezes, apenas a tradução não ajuda, pois certos termos têm significados atribuídos). Vamos conhecer detalhadamente os conceitos de governança corporativa e compliance. Inicialmente, observe-se o conceito de governança corporativa exarado no site oficial do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum (IBGC, [s.d.]). As ideias fundamentais estão relacionadas com os conceitos de transparência entre todos os stakeholders e as boas práticas. A transparência é representada pela identificação e fiscalização das 95 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES atividades desenvolvidas pelos setores da organização. Já as boas práticas têm a ver com o bem comum, através de práticas que respeitem os regramentos (internos e externos). Os princípios básicos da governança corporativa são (IBGC, [s.d.]): • Transparência: disponibilização das informações importantes para cada uma das áreas envolvidas. • Equidade: tratamento justo e equânime a todos os stakeholders, “levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas”. • Prestação de contas (accountability): “os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões [...]”, atuando de forma a inspirar todos os outros setores da organização. • Responsabilidade corporativa: “os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas”, considerado, sempre, “os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional etc.) no curto, médio e longo prazos”. Em outras palavras, a dinâmica da governança corporativa está relacionada com a administração das várias vertentes que compõem a organização e, muito especialmente, com a interação de tais âmbitos com a sociedade em geral. Observe-se que a ética ocupa espaço central nessa dinâmica, haja vista que a credibilidade da organização e, inclusive, a sua valorização no mercado está vinculada às práticas de respeito às leis, às regras internas e à própria ética: A identidade da organização pode ser entendida como uma combinação entre sua razão de ser, aonde quer chegar, o que é importante para ela e a forma como são tomadas as decisões (muitas vezes são denominados como: propósito, missão, visão, valores e princípios). Uma deliberação ética é aquela que considera, em todo processo de tomada de decisão, tanto a identidade da organização quanto os impactos das decisões sobre o conjunto de suas partes interessadas, a sociedade em geral e o meio ambiente, visando ao bem comum. A prática constante da deliberação ética consolida a identidade, a coerência entre o pensar, o falar e o agir e, consequentemente, a reputação da organização, com reflexos sobre a sua cultura. A boa reputação contribui para redução dos custos tanto de transação quanto de capital, favorecendo a preservação e criação de valor econômico pela organização (IBGC, 2015, p. 17). 96 Unidade IV Lembrete A dinâmica da governança corporativa está relacionada com a administração das várias vertentes que compõem a organização e, muito especialmente, com a interação de tais âmbitos com a sociedade em geral. A figura a seguir expressa a dinâmica relacionada às diversas interações contempladas pela governança corporativa. Sócios Conselho de administração Auditoria independente Auditoria interna Conselho fiscal Diretor-Presidente Diretores c. auditoria Comitês Reg ulam entaçã o (compulsória e facultativa) Partes interessadas Meio ambiente Secretaria de governança Figura 20 – Contexto e estrutura do sistema de governança corporativa Já compliance é um termo que tem a ver com conformidade. Os programas de compliance também são conhecidos como de integridade com o cumprimento de normas, tanto internas quanto externas. Uma empresa conformada com todos os regramentos possui menos probabilidade de se envolver em um escândalo financeiro ou em episódios de corrupção. Temos então, que compliance é estar em conformidade com as leis e regulamentos externos e internos. E isso demanda atender ao disposto pelos órgãos reguladores, bem como extrapolar as normas e políticas da empresa, incluindo um mapeamento dos seus processos e sua gestão (CREDIDIO, 2018, p. 87). 97 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES Os regramentos internos são: • Regimentos internos. • Normas técnicas dos diversos setores, sejam administrativos ou operacionais. • Cumprimento de aspectos oriundos de certificações, sejam volitivas ou não, como – por exemplo – as normas ISO-9000, qualidade, e ISO-14000, gestão ambiental. Os regramentos externos incluem: • Leis em geral. • Decretos e outros regramentos emitidos pelos governos federal, estadual e municipal relacionados ao local das instalações da organização ou da atividade por ela desenvolvida. Enfim, a empresa que implementa os princípios de compliance busca comprometer-se com o que é correto em todos os níveis: estratégico, tático e operacional. O termo compliance, originado na área de Relações Internacionais e Economia, tem ganhado as páginas de noticiários e artigos acadêmicos nos últimos anos. Seu significado é bastante simples, podendo ser definido como conformidade com leis e regulamentos, passando a assumir notoriedade com os programas de compliance relacionados ao sistema financeiro e programas anticorrupção (ANSELMO, 2017). A empresa assim adaptada possui mais credibilidade no mercado, valorizando a sua atuação. Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU, 2015, p. 7), o primeiro alicerce para um programa de compliance adequado é o comprometimento da alta direção neste sentido. A partir daí, precisa ser estabelecido um setor ou alguns dos integrantes da organização responsáveis pela atividade.Deve ser determinado um estudo criterioso de análise de riscos de cada departamento da instituição. O resultado da análise tem de gerar as regras para o cumprimento dos objetivos do programa de compliance, além de um monitoramento permanente com a finalidade de fiscalizar o cumprimento de tudo que for estabelecido. Em resumo, notem-se os passos: • Comprometimento da alta direção: dependendo do tamanho e das características da empresa, esse comprometimento pode partir desde o sócio principal até o conselho de administração. O apoio explícito do nível mais alto da organização é prioritário por razões óbvias: a primeira é a determinação hierárquica determinante para que o projeto se concretize adequadamente; a segunda razão é o apoio para eventuais investimentos financeiros que possam ser necessários. • Responsáveis pela implantação e manutenção do compliance: também conforme o tamanho da organização, deve ser desenvolvida uma instância responsável pela implantação 98 Unidade IV e manutenção das atividades relacionadas ao compliance. Empresas pequenas podem possuir um único funcionário ou um grupo de pessoas responsáveis pela função. Empresas maiores poderão desenvolver departamentos ou setores apropriados. • Análises de riscos: trata-se de instrumentos adequados para mensurar a importância das estratégias de aceitar ou mitigar determinados riscos. Os programas de compliance podem auxiliar no estabelecimento de regramentos específicos para setores especialmente sensíveis, por exemplo, daqueles que abrigam segredos industriais ou comerciais ou de áreas de risco. • Regras e instrumentos: cada setor da organização deve ter o próprio regramento que incorpore as melhores práticas para cada atividade, além de estimular posturas éticas em todos os colaboradores. • Monitoramento contínuo: é importante que sejam desenvolvidos instrumentos que subsidiem o monitoramento contínuo nas organizações para a verificação de tudo o que é recomendado no programa de compliance. A figura a seguir sintetiza tais providências: 2º Instância responsável 3º Análise de perfil e riscos 4º Regras e instrumentos 5º Monitoramento contínuo Atenção: não há fórmula pronta! Cada Programa de Integridade deve ser construído para atender às necessidades da empresa, observando suas características e riscos da área de negócio. 5 pilares do PROGAMA DE INTEGRIDADE 1º Comprometimento e apoio da alta direção Figura 21 – Pilares para programas de integridade Importante lembrar, também, que o programa de compliance deve ser compreendido como algo importante para a empresa, de função “educativa e preventiva, por vezes corretiva, porém nunca policialesca” (CANDELORO; DE RIZZO; PINHO, 2012, p. 37). Isto é, o funcionário precisa entender que faz parte do programa como agente participante de todo o processo, e não como tão somente monitorado. 99 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES Observação Cada organização tem suas especificidades, os programas de integridade devem levar em consideração tal individualidade. Devemos sempre nos atentar ao fato de que os princípios fundamentais podem ser aplicados desde uma empresa com apenas um funcionário até uma multinacional. Precisamos perceber também que o programa de integridade tem previsão legal, auferindo ainda mais credibilidade para as organizações que o implementam: O Decreto Federal n. 8.420, de 18 de março de 2015, em seu art. 41 apresenta a seguinte definição: Programa de integridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou estrangeira (BRASIL, 2015). Ou seja, o programa de integridade é, na realidade, uma especificidade de compliance que atua para prevenir, detectar e remediar qualquer infração prevista na Lei Anticorrupção, que aborda desde fraudes nos processos de licitação, bem como na execução de contratos e até mesmo suborno (CREDIDIO, 2018, p. 87). Observação Os programas de compliance e as ações de governança corporativa devem representar conquistas de toda a organização. Não devem ser considerados meios de determinação superior para meramente o cumprimento de mais regras, além daquelas a que habitualmente os colaboradores estão sujeitos. Por esse motivo, é muito importante: • Palestras e cursos de esclarecimentos a respeito da importância do compliance e da governança corporativa. • Envolvimento de todos os colaboradores nos processos de aperfeiçoamento dos sistemas de controle interno e de compromisso com o cumprimento dos regramentos. Os programas que visam conformar as empresas nos aspectos legais e éticos, além de auferirem maior credibilidade no mercado, estabelecem um ciclo positivo para todos os seus stakeholders 100 Unidade IV (dirigentes, funcionários, fornecedores, clientes), prevenindo ocorrências ilícitas e, quando elas ocorrem, há mecanismos que obrigam a organização a tomar as providências adequadas, desestimulando a impunidade. Assim, a área de compliance e/ou implementação de programas de integridade passa a ganhar cada vez mais destaque no cenário dos negócios. Antes disso, a Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei n. 9.613/98) já criava um ambiente de obrigações administrativas a serem seguidas pelos “sujeitos obrigados” a reportar operações suspeitas/atípicas, gama esta ampliada consideravelmente pela reforma da lei em 2012 (Lei n. 12.683) (ANSELMO, 2017). Os setores de auditoria e investigação das organizações têm na governança corporativa e nos programas de compliance fortes aliados, pois: • Ao desestimular ocorrências ilícitas, há menos probabilidade da necessidade de investigações empresariais. • Caso haja a necessidade de investigações, a obtenção de dados é facilitada pelos registros obrigatórios que as empresas monitoradas pelos programas de integridade normalmente mantêm, o que pode facilitar a identificação de responsabilidades (quem fez o quê, quando fez e por quê). Saiba mais A fim de conhecer mais conceitos sobre os temas tratados, principalmente utilizando fontes científicas, os artigos a seguir permitem o aprofundamento nas áreas de compliance e governança corporativa: MELO, H. P. A.; LIMA, A. C. Estratégia compliance no enquadramento da Lei Anticorrupção: um estudo do nexo entre as práticas de compliance no Brasil e a influência na mitigação ao risco corporativo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE, 8., 2017, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro, AdCont, 2017. Disponível em: https://bit.ly/30JOWNd. Acesso em: 11 mar. 2021. BUENO, G. et al. Mecanismos externos de governança corporativa no Brasil. Contabilidade, Gestão e Governança, v. 21, n. 1, p. 120-141, jan./abr. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2NmA7x4. Acesso em: 11 mar. 2021. FONTES FILHO, J. R.; ALVES, C. F. Mecanismos de controle na governança corporativa das empresas estatais: uma comparação entre Brasil e Portugal. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, jan./mar. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3tuCpd5. Acesso em: 11 mar. 2021. 101 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES Resumo Nesta unidade apresentamos ideias fundamentais para a compreensão da área de auditoria e investigação sobre fraudes, por exemplo, os conceitos de ética e de valores que a empresa deve cultuar como modelo para todos os seus colaboradores, ou seja, os valores institucionais. Abordamos a composição de um código de ética para a organização que leve em consideração aspectos como a forma correta de agir, o clima organizacional, os aspectos relativos à vantagem competitiva, bem como à produtividade e à qualidade, a integração entre gestores e a equipe, a imagem no mercado, a transparêncianas negociações e as práticas éticas. Na sequência, vimos as técnicas de investigação empresarial, como o videomonitoramento, a identificação e revisão de documentos, a pesquisa eletrônica dos recursos da empresa, as entrevistas e revisão, assim como a análise de livros e registros. Todas essas técnicas devem ser permeadas de atos fundamentados e devidamente assessorados pelo departamento jurídico da organização. Por fim, exploramos aspectos relevantes da governança corporativa e do compliance, que são ferramentas fundamentais que alicerçam a prevenção de fraudes e facilitam as investigações caso eventualmente elas ocorram. 102 Unidade IV Exercícios Questão 1. (FCC 2011, adaptada) No que concerne ao tema ética profissional e empresarial, assinale a alternativa correta. A) A empresa necessita que a conduta ética de seus integrantes e que os valores e as convicções primárias da organização se tornem parte de sua cultura. B) A ética empresarial é o conjunto de princípios que regem a conduta funcional de determinada profissão. C) O indivíduo deve agir com respeito ao procedimento ético de sua profissão, não sendo necessária a observância dos princípios éticos comuns a todos os homens. D) A execução do trabalho no mais alto nível de rendimento e a assiduidade ao serviço, embora louváveis, não são exemplos de condutas éticas no exercício profissional. E) A boa empresa atua apenas com foco no lucro, não importando se oferece um ambiente moralmente gratificante. Resposta correta: alternativa A. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: o código de ética de uma empresa expressa as diretrizes que devem conduzir a atividade funcional dos seus integrantes e se tornar parte da cultura organizacional. B) Alternativa incorreta. Justificativa: a ética profissional pode ser definida como o conjunto de princípios que regem a conduta funcional de dada classe profissional. A ética empresarial pode ser definida como a conduta moral adotada por uma organização em relação ao seu público e ao seu ambiente de atuação. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o indivíduo deve agir com observância tanto aos procedimentos éticos de sua profissão quanto aos princípios éticos comuns a todos os homens. 103 AUDITORIA E INVESTIGAÇÕES SOBRE FRAUDES D) Alternativa incorreta. Justificativa: a execução do trabalho no mais alto nível de rendimento e a assiduidade ao serviço podem ser vistas como condutas éticas no exercício profissional. E) Alternativa incorreta. Justificativa: atuar com foco exclusivo no lucro não caracteriza uma boa empresa. Questão 2. (Enade 2015) Um instituto especializado em governança corporativa suspendeu do quadro de associados, por 12 meses, uma empresa que opera no mercado acionário, devido a dúvidas relacionadas aos mecanismos de controle interno da companhia após denúncias de fraudes contábeis. O instituto identificou evidências de que a empresa não adotava mecanismos efetivos para monitorar o padrão de conduta ética estabelecido em suas políticas, tais como controles independentes e passíveis de supervisão pelo conselho de administração. Considerando a situação hipotética apresentada, avalie as afirmativas a seguir, sob o ponto de vista da governança corporativa. I – A questão ética afeta a credibilidade da empresa, mas não impacta as relações comercias e econômicas. II – Verifica-se a falta de alinhamento dos interesses dos administradores e dos acionistas, o chamado conflito de agência. III – A situação evidencia a necessidade de melhorar a transparência de informações aos investidores como forma de proteção de seus interesses. IV – Coloca-se em dúvida a adoção, pela empresa, de mecanismos de proteção dos investidores contra perdas decorrentes de fraudes. É correto apenas o que se afirma em: A) I. B) II. C) IV. D) I e III. E) II, III e IV. Resposta correta: alternativa E. 104 Unidade IV Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: os aspectos éticos impactam as relações comerciais e econômicas da empresa, pois estão relacionados à existência de mecanismos de controle da administração. Vale destacar que o tema tratado na questão é a governança corporativa, a qual corresponde aos processos, aos costumes, às políticas, às leis e às instituições usados para realizarmos a administração de uma empresa. A questão aborda o impacto da ética corporativa, dos mecanismos de controle administrativo e dos mecanismos de proteção aos acionistas na credibilidade da companhia perante os investidores e o mercado em geral. É importante que atentemos ao fato de que a cultura de governança corporativa em uma empresa é sustentada pelos valores sobre os quais a organização se constrói: responsabilidade, transparência e eficiência. II – Afirmativa correta. Justificativa: o fato de o conselho não ser capaz de supervisionar as condutas mostra que podem existir divergências entre os interesses dos acionistas e os dos gestores. III – Afirmativa correta. Justificativa: a proteção dos interesses dos investidores é feita pelos órgãos de controle, que devem providenciar as informações necessárias aos investidores. IV – Afirmativa correta. Justificativa: não está explicito que existe algum órgão que faça o controle das atividades dos gestores. Pode-se concluir, também, que não há mecanismos de proteção implantados. 105 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 FGV DIREITO SP. Relatório IPCL Brasil. São Paulo: FGV, 2015. p. 17. Disponível em: https://bit.ly/3qKQIIu. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 2 INFOGRFICOPIRATARIA6_V2770X1080.JPG. Disponível em: https://bit.ly/3tm7uiP. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 3 CASTRO, M.; CAJAZEIRA, F. Como supervisionar investigações internas. São Paulo, PWC, 2018. p. 3. Disponível em: https://pwc.to/3tqibkL. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 4 PERERA, L. C. J.; FREITAS, E. C.; IMONIANA, J. O. Avaliação do sistema de combate às fraudes corporativas no Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, Florianópolis, v. 11, n. 23, p. 3-30, maio/ago. 2014. p. 18. Disponível em: https://bit.ly/38HNcbO. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 5 PERERA, L. C. J.; FREITAS, E. C.; IMONIANA, J. O. Avaliação do sistema de combate às fraudes corporativas no Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, Florianópolis, v. 11, n. 23, p. 3-30, maio/ago. 2014. p. 19. Disponível em: https://bit.ly/38HNcbO. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 6 MARAIS, P.; OSTWALT, P. Perfil global do fraudador: a tecnologia viabiliza e os controles deficientes estimulam a fraude. KPMG Consultoria Ltda., 2016. p. 7. Adaptada. Disponível em: https://bit.ly/3bCbZjj. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 7 MARAIS, P.; OSTWALT, P. Perfil global do fraudador: a tecnologia viabiliza e os controles deficientes estimulam a fraude. KPMG Consultoria Ltda., 2016. p. 7. Adaptada. Disponível em: https://bit.ly/3bCbZjj. Acesso em: 11 mar. 2021. 106 Figura 8 PEREIRA, A. C.; NASCIMENTO, W. S. Um estudo sobre a atuação da auditoria interna na detecção de fraudes nas empresas do setor privado no estado de São Paulo. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, São Paulo, set./dez. 2005. p. 55. Disponível em: https://bit.ly/38EGNOo. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 9 PERERA, L. C. J.; FREITAS, E. C.; IMONIANA, J. O. Avaliação do sistema de combate às fraudes corporativas no Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, Florianópolis, v. 11, n. 23, p. 3-30, maio/ago. 2014. p. 14. Disponível em: https://bit.ly/38HNcbO. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 10 PERERA, L. C. J.; FREITAS, E. C.; IMONIANA, J. O. Avaliação do sistema de combate às fraudes corporativas no Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, Florianópolis, v. 11, n. 23, p. 3-30, maio/ago. 2014. p. 20. Disponível em: https://bit.ly/38HNcbO. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 12 LUSTOSA, B. Por que o nível de fraude no e-commerce varia por país? E-Commerce Brasil, 2016. Disponível em: https://bit.ly/3vhSbJY. Acesso em: 11 mar. 2021.Figura 13 BORGES, A.; PETRUS, G. Integridade corporativa no Brasil: evolução do compliance e das boas práticas empresariais nos últimos anos – Pesquisa, 2018. Deloitte/International Chamber of Commerce – Brasil (ICC Brasil), 2018. p. 11. Disponível em: https://bit.ly/30EHRgR. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 14 ALVES, F.; LOPES, L. Tirando a fraude das sombras: pesquisa global sobre fraudes e crimes econômicos 2018. PricewaterhouseCoopers Brasil Ltda., 2018. p. 13. Disponível em: https://pwc.to/3cl44Gk. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 15 VASCONCELOS, Y. L.; PEREIRA, A. C. A importância da auditoria interna no processo decisório das empresas. Revista Brasileira de Contabilidade, [S.l.], n. 149, p. 64-77, ago. 2011. p. 66. Disponível em: https://bit.ly/3lq7ADp. Acesso em: 11 mar. 2021. 107 Figura 17 INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (IFES). Concurso público. Técnico Administrativo em Educação (TAE): bibliotecário/documentarista. Espírito Santo: Ifes, 2012. p. 2. Disponível em: https://bit.ly/2PFpRkz. Acesso em: 5 abr. 2021. Figura 18 CASTRO, M.; CAJAZEIRA, F. Como supervisionar investigações internas. São Paulo, PWC, 2018. p. 8. Disponível em: https://pwc.to/3tqibkL. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 19 CASTRO, M.; CAJAZEIRA, F. Como supervisionar investigações internas. São Paulo: PricewaterhouseCoopers, 2018. p. 7. Disponível em: https://pwc.to/3tqibkL. Acesso em: 11 mar. 2021. Figura 20 INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). Código das melhores práticas de governança corporativa. 5. ed. São Paulo: IBGC, 2015. p. 19. Figura 21 INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC). Código das melhores práticas de governança corporativa. 5. ed. São Paulo: IBGC, 2015. p. 7. REFERÊNCIAS Textuais ALVES, F.; LOPES, L. Tirando a fraude das sombras: pesquisa global sobre fraudes e crimes econômicos 2018. PricewaterhouseCoopers Brasil Ltda., 2018. Disponível em: https://pwc.to/3cl44Gk. Acesso em: 11 mar. 2021. ANSELMO, M. A. Criminal compliance e a investigação de crimes contra a empresa. Consultor Jurídico, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3evjmLm. Acesso em: 11 mar. 2021. ANTONIOLI, B. et al. Auditoria interna para melhoria de processos, controle e combate a fraudes e erros. Revista Eletrônica Multidisciplinar da Faculdade de Alta Floresta (Refaf), v. 9, n. 1, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3vlN4IA. Acesso em: 11 mar. 2021. ASSING, I.; ALBERTON, L.; TESCH, J. M. O comportamento das fraudes nas empresas brasileiras. Revista da FAE, Curitiba, v. 11, n. 2, p.141-152, jul./dez. 2008. 108 ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE FUNDAÇÕES (APF). A auditoria no terceiro setor. São Paulo: APF, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3qFKqd6. Acesso em: 11 mar. 2021. ASSUNÇÃO, R. R.; DE LUCA, M. M. M.; VASCONCELOS, A. C. 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