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+ CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos Solos I Relatório 4 – Limites de Consistência Docente: Prof. Dr. José Augusto de Lollo Discentes: Daniel Oliveira de Azevedo Sampaio 161051456 Flávio Menegueço Bezerra 162054521 Guilherme Vidal Wagner 161050425 Igor Costa Marin 171053591 Murilo Baldoino Lima 152053069 Yves Higa de Aveiro 161051561 Ilha Solteira - SP Abril/2018 Sumário 1. Introdução ................................................................................................. 3 1.1. Introdução Teórica ............................................................................ 3 1.2. Objetivo ............................................................................................. 4 2. Materiais e Métodos ............................................................................... 4 2.1. Materiais Utilizados ........................................................................... 4 2.2. Procedimento Experimental .............................................................. 5 3. Resultados e Discussões ..................................................................... 6 4. Conclusão .................................................................................................. 8 5. Referências Bibliográficas ................................................................... 9 3 1. Introdução 1.1 Introdução Teórica Uma importante propriedade do solo é a plasticidade, que, segundo Bueno e Vilar (1979), é a capacidade que o solo possui de sofrer deformações rápidas, sem que haja ruptura e uma variação considerável de volume. Para que essa propriedade tenha efeito é necessário que o solo contenha uma quantidade suficiente de água, permitindo que as partículas mais finas do solo, por possuírem forma lamelar, deslizem umas sobre as outras. Podemos dizer que a plasticidade está relacionada aos solos finos, aos argilominerais e à quantidade de água no solo. Com isso, podem haver diversos estados de consistência do solo, em função da quantidade de água presente. Esses estados estão apresentados na figura a seguir. Figura 1 – Estados de consistência do solo Fonte: Lollo (2018) A passagem de um estado para o outro não ocorre de repente, é gradual, sendo uma tarefa árdua determinar um critério para definir os limites entre eles. Assim sendo, os limites são determinados de forma arbitrária, através de ensaios padronizados. São três os limites de consistência, ou limites de Atterberg, que foi o percursor na tentativa de estabelecer os mesmos. A fronteira entre o estado líquido e o estado plástico é chamado de limite de liquidez (LL), e sua obtenção foi padronizada por Arthur Casagrande. O limite entre o estado plástico e o estado semi-sólido é chamado de limite de plasticidade (LP). O teor de umidade que divide os estados semi-sólido e sólido é conhecido como limite de contração. Este limite não será alvo de estudo deste relatório. 4 Em função dos limites de consistência, são calculados vários índices, conhecidos como índices de consistência, dos quais podemos destacar dois, por sua maior utilização na prática: o índice de plasticidade (IP) e o índice de consistência (IC). O índice de plasticidade procura medir o quão plástico é o solo e, fisicamente, representa a quantidade de água necessária a acrescentar ao solo para que este passe do estado plástico para o líquido. É definido pela NBR 7180 (1984) como a diferença entre o limite de liquidez e o de plasticidade. O índice de consistência (IC) procura situar o teor de umidade do solo dentro do intervalo de interesse para a utilização na prática, ou seja, entre o limite de liquidez e o de plasticidade. O índice de consistência será calculado neste relatório para fins didáticos, porém tem-se notado que este índice não acompanha fielmente as variações de consistência do solo, o que está ocasionando um gradual desuso do mesmo. 1.2. Objetivo Determinar os limites de consistência do solo. 2. Materiais e Métodos 2.1. Materiais Utilizados Para os ensaios de limite de liquidez e plasticidade, foram utilizados os seguintes materiais: • Amostra de solo; • Estufa com termostato; • Cápsulas de alumínio; • Espátula de metal; • Balança digital (precisão de 0,01g); • Água destilada; • Aparelho de Casagrande; • Cinzel de Casagrande; • Placa de vidro com uma face esmerilhada; • Cilindro comparador com diâmetro de 3 mm; • Bastonete metálico. 5 2.2. Procedimento Experimental Para o ensaio de determinação do limite de liquidez, uma fração do solo designado ao grupo foi peneirada na peneira #40 e colocada sobre a placa de vidro. Em seguida, foi adicionada água destilada até um limite determinado pelo grupo. Com a espátula, foi realizada a mistura entre a amostra de solo e a água destilada, até formar uma espécie de pasta, e este material foi depositado de maneira uniforme no aparelho de Casagrande, ocupando quase totalmente a sua seção. Depositada a pasta, uma ranhura foi feita na mesma, por meio do cinzel de Casagrande. Logo após, com uma velocidade de cerca de duas rotações por segundo, foram realizados golpes no material, até que houvesse uma interação entre as seções separadas pela ranhura, e o número de golpes foi contado. Por fim, uma amostra do material submetido ao processo foi alocada em uma cápsula, sendo determinada a massa úmida da amostra e, posteriormente, após a locação da mesma em uma estufa por 48 horas, a massa seca também foi obtida. O ensaio foi repetido 5 vezes, com diferentes umidades para a amostra de solo, sendo anotado o número de golpes em todos eles e os valores das massas para posterior determinação dos teores de umidade. Para o ensaio de determinação do limite de plasticidade, uma fração do solo designado ao grupo foi peneirada na peneira #40 e colocada sobre a placa de vidro. Em seguida, foi adicionada água, formando, assim como no ensaio do limite de liquidez, uma pasta. Com a palma das mãos, uma espécie de cilindro foi formado, por meio de movimentos de rolamentos com a pasta, até esta apresentar rachaduras em seu corpo, além de atingir dimensões semelhantes ao bastonete metálico recebido, de certa de 3 mm de diâmetro. Realizado o processo, uma fração da amostra (bastonete) foi separada e colocada em uma cápsula, a qual teve sua massa determinada (massa úmida), e, após um período de 48 horas na estufa, a massa seca. O processo foi repetido 3 vezes para diferentes umidades, que foram calculadas posteriormente. 6 3. Resultados e Discussões O primeiro limite determinado foi o limite de liquidez, após as amostras de solo que tinham sido deixadas secando na estufa serem pesadas na balança digital. Os dados obtidos em todas as pesagens, a contagem do número de golpes e os valores das taras das capsulas estão apresentados na tabela a seguir. Tabela 1 – Dados para determinação do limite de liquidez Cápsula P06 P28 P48 P56 P68 Amostra Úmida + Tara (g) 31,99 25,72 36,97 15,06 20,86 Amostra Seca + Tara (g) 28,69 23,36 33,27 14,12 18,86 Água (g) 3,30 2,36 3,70 0,94 2,00 Solo (g) 16,94 10,31 18,12 4,38 8,95 Tara (g) 11,75 13,05 15,15 9,74 9,91 Umidade % 19,5 22,9 20,4 21,5 22,3 Número de Golpes 60 22 21 50 19 Fonte: Próprio Autor Com os dados da tabela 1, é possível construir um gráfico relacionando teores de umidade, em escala aritmética (nas ordenadas), com o número de golpes, em escala logarítmica (nas abscissas). O teor de umidade correspondente a 25 golpes, obtido por interpolação linear é o limite de liquidez (LL), que deve ser dado em porcentagem e aproximado para o número inteiro mais próximo, segundoa NBR 6459 (1984). Gráfico 1 – Limite de Liquidez Fonte: Próprio Autor 𝑳𝑳 = 𝟐𝟐% 7 O segundo ensaio realizado foi o de determinação do limite de plasticidade, após as amostras que tinham sido deixadas secando na estufa, provenientes dos cilindros de solo realizados pelo grupo, serem pesadas na balança digital. Os dados obtidos em todas as pesagens e os valores das taras das capsulas estão apresentados na tabela a seguir. Tabela 2 – Dados para determinação do limite de plasticidade Cápsula P46 P55 P64 S + A + T (g) 14,78 10,68 11,21 S + T (g) 14,68 10,60 11,19 Água (g) 0,10 0,08 0,02 Solo (g) 0,41 0,49 0,31 Tara (g) 14,27 10,11 10,88 Umidade % 24,4 16,3 6,5 Fonte: Próprio Autor Com os dados da tabela 2, é possível encontrar o limite de plasticidade (LP) do solo, que, segundo a NBR 7180 (1984), é dado pela média dos teores de umidade encontrados, em porcentagem e aproximado para o número inteiro mais próximo. 𝐿𝑃 = 𝑤46 + 𝑤55 + 𝑤64 3 𝑳𝑷 = 𝟏𝟔% Para considerar os valores de umidade satisfatórios, ainda segundo a NBR 7180 (1984), estes não devem variar mais do que 5% da média, o que aconteceu nesse experimento. Caso o limite de plasticidade tenha uma grande importância para o projeto da obra, o recomendado seria refazer este ensaio para encontrar valores mais precisos, mas para fins de aprendizado, serão mantidos os valores e calculados os índices de consistência do solo com os limites encontrados. O índice de plasticidade do solo, segundo a NBR 7180 (1984) é calculado através da seguinte fórmula: 𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃 𝑰𝑷 = 𝟔% 8 O índice de consistência, segundo Bueno e Vilar (1979), é encontrado em função do teor de umidade natural do solo (𝑤 = 1,12%, encontrado no relatório anterior) e dos limites de liquidez e plasticidade, através da seguinte fórmula: 𝐼𝐶 = 𝐿𝐿 − 𝑤 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃 𝑰𝑪 = 𝟑, 𝟒𝟖 De acordo com Caputo (1988), é possível classificar o solo em relação aos índices de plasticidade e consistência, como apresentados nas figuras 2 e 3. Figura 2 – Classificação dos solos de acordo com o índice de plasticidade Fonte: Caputo (1988) Figura 3 - Classificação das argilas de acordo com o índice de consistência Fonte: Caputo (1988) Observando as figuras e os valores obtidos, podemos classificar o solo ensaiado como fracamente plástico, e sua parcela argilosa como dura. 4. Conclusão Os ensaios realizados pelo grupo tiveram como objetivo a determinação dos limites de consistência do solo recebido em aula. O primeiro ensaio, utilizando o aparelho de Casagrande, cuja finalidade era determinar o limite de liquidez apresentou um valor de 22%. Já o ensaio para determinação do limite de plasticidade apresentou o valor de 16%, mas caso esse índice fosse ser utilizado em um projeto real, o ensaio deveria ser realizado novamente, por não atender a determinação da NBR 7180 (1984), que diz que os valores de umidade utilizados não podem variar mais que 5% da média. 9 Com esses limites foi possível determinar os índices de plasticidade e consistência, que apresentaram os valores de 6% e 3,48 respectivamente. Com esses índices é possível classificar o solo ensaiado como fracamente plástico, e sua parcela argilosa como dura, segundo Caputo (1988). Analisando os resultados, conclui-se que o grupo apresentou resultados aceitáveis para os ensaios realizados. 5. Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6457: Amostras de solo - Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro, 1986. 9 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459: Solo - Determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro, 1984. 6 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7180: Solo – Determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro, 1984. 3 p. BUENO, Benedito de Souza; VILAR, Orencio Monje. Mecânica dos Solos. São Carlos/Viçosa: 1979. CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações - Fundamentos. Vol. 1. 6. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 1988. 234p. LOLLO, José Augusto de. CONCEITOS FUNDAMENTAIS. Ilha Solteira, 2018. 5 slides. ROTEIRO: Limites de Liquidez e Plasticidade. UDESC. Disponível em: <http://www.joinville.udesc.br/portal/departamentos/dec/labmes/arquivos/Roteir o - ENSAIO LIMITE DE LIQUIDEZ E PLASTICIDADE.pdf>. Acesso em: 09 abr. 2018.
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