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Exame neurologico

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1 Lorena Leahy 
 
 Pescoço e coluna cervical. 
-Do ponto de vista neurológico, cumpre incluir os exames seguintes. 
 Carótidas: Procede-se à palpação e à ausculta de ambas as carótidas em separado, comparando-se a 
amplitude e averiguando se existe frêmito e/ou sopro. O exame é feito com suavidade, ao longo da 
borda interna do músculo esternocleidomastóideo, e tem por objetivo surpreender a existência de 
estenose ou oclusão da artéria, condições que determinam distúrbios vasculares encefálicos 
 Região supraclavicular: A ausculta dessa região tem a mesma importância que a das carótidas, 
porque é nesse ponto que a artéria vertebral tem origem na subclávia. 
 Limitação dos movimentos: Pede-se ao paciente que execute movimentos de extensão, flexão, 
rotação e lateralização da cabeça. Caso haja dificuldade ou limitação para a realização desses 
movimentos, isso deve ser assinalado com a respectiva graduação. Eventual dificuldade ou limitação 
talvez esteja na dependência de doenças osteoarticulares, musculares, meningites, radiculopatias e 
hemorragia subaracnóidea 
 Rigidez da nuca: Estando o paciente em decúbito dorsal, o examinador coloca uma das mãos na 
região occipital e, suavemente, tenta fletir a cabeça do paciente. Se o movimento for fácil e amplo, 
não há rigidez nucal, ou seja, a nuca é livre. Caso contrário, fala-se em resistência, defesa ou 
simplesmente rigidezda nuca Esta última situação é frequentemente encontrada na meningite e na 
hemorragia subaracnóidea. 
 Prova de Brudzinski:Com o paciente em decúbito dorsal e membros estendidos, o examinador 
repousa uma das mãos sobre o tórax 
do paciente e, com a outra colocada 
na região occipital, executa uma 
flexão forçada da cabeça. A prova é 
positiva quando o paciente flete os 
membros inferiores, mas há casos 
nos quais se observam flexão dos 
joelhos e expressão fisionômica de 
sensação dolorosa. 
 Transição craniovertebral: Trata-se 
de uma região que oferece grande 
importância em certas situações 
clínicas. Observe especialmente se 
existe o chamado "pescoço curto': o 
qual pode denunciar deformidades ósseas, como redução numérica das vértebras cervicais, 
platibasia e impressão basilar, nitidamente visíveis ao exame radiológico. 
 Coluna lombossacra 
-Avaliam-se os seguintes parâmetros: 
• Limitação dos movimentos: solicita-se ao paciente executar movimentos de flexão, extensão, rotação e 
lateralização da coluna e observa-se a eventual existência de limitação na amplitude dos movimentos e em 
que grau. As causas são as mesmas citadas para a coluna cervical 
• Provas de estiramento da raiz nervosa: 
Prova de Lasegue: com o paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, o examinador 
levanta um dos membros inferiores estendido. A prova é positiva quando o paciente reclama de dor na face 
posterior do membro examinado, logo no início da prova (cerca de 30° de elevação) 
Exame 
neurológico 1 
 
2 Lorena Leahy 
Prova de Kernig: consiste na extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a 
perna sobre a coxa. Considera-se a prova positiva quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo 
ciático e tenta impedir o movimento. Essas provas são utilizadas para o diagnóstico de meningite, 
hemorragia subaracnóidea e radiculopatia ciática 
Manobra de Patrik: trata-se de uma prova que não faz parte da semiologia da coluna lombossacra, mas é 
importante fazê-la nesse ponto, já que pode dar informações importantes sobre o estado da articulação 
coxofemoral: o tornozelo é colocado ao lado mediai do joelho contralateral, e o joelho ipsilateral é 
levemente deslocado em direção à mesa de exame. Isso força a articulação do quadril e, geralmente, não 
exacerba a compressão verdadeira das raízes nervosas. Em geral, o resultado é positivo na presença de 
doença da articulação do quadril. 
 Nervos raquidianos. 
-Pelo menos quatro nervos devem ser examinados em seus trajetos periféricos pelo método palpatório: 
 Nervo cubital, no nível do cotovelo, na epitróclea 
 Nervo radial, na goteira de torção no terço inferior da face externa do braço 
 Nervo fibular, na parte posterior e inferior da cabeça da fibula 
 Nervo auricular, na face lateral da região cervical. 
-A importância prática desse exame reside no fato de que algumas doenças (hanseníase, neurite intersticial 
hipertrófica) acometem seletivamente os nervos periféricos, espessando-os 
 Marcha ou equilíbrio dinâmico. 
-A todo e qualquer distúrbio da marcha, dá-se o nome de disbasia. 
-A disbasia pode ser uni ou bilateral, e os tipos mais representativos são determinados a seguir. 
 Marcha helicópode, ceifante ou hemiplégica. Ao andar, o paciente mantém o membro superior 
fletido em 90°C no cotovelo e em adução, e a mão fechada em leve pronação. O membro inferior do 
mesmo lado é espástico, e o joelho não flexiona. Devido a isso, a perna tem de se arrastar pelo chão, 
descrevendo um semicírculo quando o paciente troca o passo. Esse modo de caminhar lembra o 
movimento de uma foice em ação. Aparece nos pacientes que apresentam hemiplegia, cuja causa 
mais comum é acidente vascular cerebral (AVC) 
 Marcha anserina ou do pato. O paciente para caminhar acentua a lordose lombar e vai inclinando o 
tronco ora para a direita, ora para a esquerda, alternadamente, lembrando o andar de um pato. É 
encontrada em doenças musculares e traduz diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas. 
 Marcha parkinsoniana. O doente anda como um bloco, enrijecido, sem o movimento automático 
dos braços. A cabeça permanece inclinada para a frente, e os passos são miúdos e rápidos, dando a 
impressão de que o paciente "corre atrás do seu centro de gravidade" e vai cair para a frente. Ocorre 
nos portadores da doença de Parkinson. 
 Marcha cerebelar ou marcha do ébrio. Ao caminhar, o doente ziguezagueia como um bêbado. Esse 
tipo de marcha traduz incoordenação de movimentos em decorrência de lesões do cerebelo. 
 Marcha tabética. Para se locomover, o paciente mantém o olhar fixo no chão; os membros 
inferiores são levantados abrupta e explosivamente, e, ao serem recolocados no chão, os 
calcanhares tocam o solo de modo bem pesado. Com os olhos fechados, a marcha apresenta 
acentuada piora, ou se torna impossível. Indica perda da sensibilidade proprioceptiva por lesão do 
cordão posterior da medula. Aparece na tabes dorsalis (neurolues), na mielose funicular (mielopatia 
por deficiência de vitamina B12, ácido fólico ou vitamina B6), mielopatia vacuolar (ligada ao vírus 
HIV), mielopatia por deficiência de cobre após cirurgias bariátricas, nas compressões posteriores da 
medula (mielopatia cervical). 
 Marcha de pequenos passos. É caracterizada pelo fato de o paciente dar passos muito curtos e, ao 
caminhar, arrastar os pés como se estivesse dançando "marchinha'~ Aparece na paralisia 
pseudobulbar e na atrofia cortical da senilidade. 
 
3 Lorena Leahy 
 Marcha vestibular. O paciente com lesão vestibular (labirinto) apresenta lateropulsão quando anda; 
é como se fosse empurrado para o lado ao tentar mover-se em linha reta. Se o paciente for colocado 
em um ambiente amplo e lhe for solicitado ir de frente e voltar de costas, com os olhos fechados, ele 
descreverá uma figura semelhante a uma estrela, daí ser denominada também marcha em estrela. 
 Marcha escarvante. Quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, ao tentar 
caminhar, toca com a ponta do pé o solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o 
membro inferior, o que lembra o "passo de ganso" dos soldados prussianos. 
 Marcha claudicante. Ao caminhar, o paciente manca para um dos lados. Ocorre na insuficiência 
arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor. Marcha em tesoura ou espástica. Os dois 
membros inferiores enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, os pés se arrastam e as 
pernas se cruzam uma nafrente da outra quando o paciente tenta caminhar. O movimento das 
pernas lembra uma tesoura em funcionamento. Esse tipo de marcha é bastante frequente nas 
manifestações espásticas da paralisia cerebral 
 Equilíbrio estático. 
-Terminado o estudo da marcha, solicita-se ao paciente continuar na posição vertical, com os pés juntos, 
olhando para frente. 
-Nessa postura, ele deve permanecer alguns segundos. Em seguida, ordena-se a 
ele que feche as pálpebras. A isso se denomina prova de Romberg. No indivíduo 
normal, nada se observa, ou apenas ligeiras oscilações do corpo são notadas 
(prova de Romberg negativa). 
-Na vigência de determinadas alterações neurológicas, ao cerrar as pálpebras, o 
paciente apresenta oscilações do corpo, com desequilibrio e forte tendência à 
queda (prova de Romberg positiva). A tendência para a queda pode ser: 
1. para qualquer lado e imediatamente após interromper a visão, indicando 
lesão das vias de sensibilidade proprioceptiva consciente; 
2. sempre para o mesmo lado, após transcorrer pequeno período de 
latência, traduzindo lesão do aparelho vestibular. 
A prova de Romberg é positiva nas labirintopatias, na tabes dorsalis, na 
degeneração combinada subaguda e na polineuropatia periférica. Em algumas 
ocasiões, sobretudo nas lesões cerebelares, o paciente não consegue 
permanecer de pé (astasia) ou o faz com dificuldade (distasia), alargando, então, sua base de sustentação 
pelo afastamento dos pés para compensar a falta de equihbrio. Tais manifestações não se modificam 
quando se interrompe o controle visual (prova de Romberg negativa) 
 Motricidade voluntária. 
-De três tipos são os atos motores: voluntário, involuntário e reflexo. O primeiro, mais recentemente 
adquirido na escala animal, em virtude de lei ontogenética, atua sobre os demais no sentido de inibição, 
controle e moderação. 
-O sistema motor voluntário que comanda os movimentos dos vários segmentos do corpo é representado 
pelos neurônios centrais ou superiores, situados no córtex frontal, precisamente na circunvolução pré-
central, cujos axônios formam o fascículo corticoespinal, também chamado piramidal, indo terminar em 
sinapse nos vários níveis medulares com os segundos neurônios motores. Esses são chamados periféricos ou 
inferiores e se localizam nas colunas ventrais da medula. Seus axônios alcançam a periferia e terminam nos 
músculos. 
- A motricidade voluntária é estudada por meio de duas técnicas, uma para a análise da motricidade 
espontânea e outra para a avaliação da força muscular. 
 Motricidade espontânea. 
 
4 Lorena Leahy 
-Solicita-se ao paciente executar uma série de movimentos, especialmente dos membros, tais como:Abrir e 
fechar a mão, estender e fletir o antebraço, abduzir e elevar o braço, fletir a coxa, fletir e estender a perna e 
o pé. Durante a execução desses movimentos, é importante observar se eles são realizados em toda a sua 
amplitude. 
-Não o sendo, cumpre avaliar o grau e a sede da limitação. Exemplos: moderada limitação da amplitude do 
movimento de elevação do braço esquerdo, acentuada redução da amplitude do movimento de extensão do 
pé direito, e assim por diante. 
-Um dado importante que pode ajudar nessa fase de avaliação da motricidade é a realização de movimentos 
repetitivos dos dedos, como, por exemplo, aproximar e afastar o indicador e o polegar . Nas síndromes 
piramidais, existe diminuição da velocidade dos movimentos. Nas extrapiramidais, como a parkinsoniana, há 
também diminuição da velocidade dos movimentos; porém, observa-se progressiva diminuição da amplitude 
dos movimentos com a realização deles. O mesmo pode ser 
observado nos movimentos de flexão e extensão da coxa sobre o 
tronco, com o paciente sentado. 
-Afastadas as condições locais extraneurológicas (abscesso, 
anquilose, retração tendinosa), as causas de redução ou abolição do 
movimento voluntário são representadas por lesão dos neurônios 
motores e/ou de suas vias (sistema piramidal, colunas ventrais da 
medula e nervos) 
 Força muscular 
-O paciente procura fazer os mesmos movimentos mencionados no 
exame da motricidade espontânea, só que, desta vez, com oposição 
aplicada pelo examinador. Não havendo indícios de doença que 
justifique exame particularizado de determinados segmentos, esse 
exame é realizado rotineiramente de modo global. Nos casos de 
discreta ou duvidosa deficiência motora dos membros, realizam-se as 
denominadas provas deficitárias, representadas pelas provas de 
Barré, Mingazzini e dos braços estendidos. O resultado do exame da 
força pode ser registrado de duas maneiras: 
Literalmente, anotando-se a graduação e a sede, 
assim: 
 Força normal nos quatro membros 
 Força discretamente diminuída na 
extensão do antebraço direito 
 Força moderadamente diminuída na 
flexão da perna esquerda 
 Força muito reduzida na extensão do pé 
direito 
 Força abolida na flexão da coxa esquerda 
Percentualmente, anotando-se também a 
graduação e a sede, ou seja: 
 100%: força normal 
 75%: movimento completo contra a força 
da gravidade e contra certa resistência 
aplicada pelo examinador 
 
5 Lorena Leahy 
 50%: movimento contra a força da 
gravidade 
 25%: movimento completo sem a força da 
gravidade 
 10%: discreta contração muscular 
 0%: nenhum movimento. 
Outra maneira de nomear os déficits de 
movimento é com o grau de força: 
 Grau V: força normal 
 Grau IV: movimento completo contra a 
força da gravidade e contra certa 
resistência aplicada pelo examinador 
 Grau III: movimento contra a força da 
gravidade 
 Grau II: movimento completo sem a força 
da gravidade 
 Grau I: discreta contração muscular 
 Grau 0: nenhum movimento. 
-As denominações técnicas de paralisia total ou 
parcial, com as diversas localizações, estão 
descritas no item sobre paralisia. 
 Tônus muscular. 
-O tônus pode ser considerado como o estado de tensão constante a que estão submetidos os músculos, 
tanto em repouso (tônus de postura), como em movimento (tônus de ação). 
-O exame do tônus é realizado com o paciente deitado e em completo relaxamento muscular, obedecendo-
se à seguinte técnica: 
• Inspeção: Verifica-se a existência ou não de achatamento das massas musculares de encontro ao plano do 
leito. É mais evidente nas coxas e só tem valor significativo na acentuada diminuição do tônus 
• Palpação das massas musculares: Averígua-se o grau de consistência muscular, a qual se mostra 
aumentada nas lesões motoras centrais e diminuída nas periféricas 
• Movimentos passivos: Imprimem-se movimentos naturais de flexão e extensão nos membros e observam-
se: 
1. a passividade, ou seja, se há resistência (tônus aumentado) ou se a passividade está aquém do 
normal (tônus diminuído) 
2. a extensibilidade, isto é, se existe ou não exagero no grau de extensibilidade da fibra muscular. 
Assim, na flexão da perna sobre a coxa, fala-se em diminuição do tônus quando o calcanhar toca a 
região glútea de modo fácil 
• Balanço passivo: O examinador, com as suas duas mãos, segura e balança o antebraço do paciente, 
observando se a mão movimenta-se de forma normal, exagerada (na hipotonia) ou diminuída (na 
hipertonia). O mesmo pode ser observado, aplicando-se a manobra nos membros inferiores, segurando a 
perna e observando o balanço dos pés. 
- A diminuição do tônus (hipotonia) ou o seu aumento (hipertonia) devem ser registrados com as respectivas 
graduação e sede. Exemplos: moderada hipotonia nos membros inferiores. Acentuada hipertonia dos 
membros direitos. 
 
6 Lorena Leahy 
-Considerando o interesse clínico no reconhecimento das alterações do tônus muscular, convém reunir as 
características semiológicas da hipotonia e da hipertonia, como segue definição. Na hipotonia, observam-se 
achatamento das massas musculares no plano do leito, consistência muscular diminuída, passividade 
aumentada, extensibilidade aumentada.A hipotonia é encontrada nas lesões do cerebelo, no coma 
profundo, no estado de choque do sistema nervoso central, nas lesões das vias da sensibilidade 
proprioceptiva cons-ciente, das pontas anteriores da medula, dos nervos, na coreia aguda e em algumas 
encefalopatias (mongolismo). 
-Na hipertonia, encontram-se consistência muscular aumentada, passividade diminuída e extensibilidade 
aumentada. A hipertonia está presente nas lesões das vias motoras piramidal e extrapiramidal. A hipertonia 
piramidal, denominada espasticidade, é observada comumente na hemiplegia, na diplegia cerebral infantil, 
na esclerose lateral da medula e na mielopatia compressiva. 
-Apresenta, pelo menos, duas características: 
(1) é eletiva, pois alcança globalmente os músculos, com predomínio dos extensores dos membros 
inferiores e flexores dos membros superiores. Tais alterações determinam a clássica postura de 
Wernicke-Mann 
(2) é elástica, com retorno à posição inicial de um segmento do corpo (antebraço, por exemplo), no qual 
se interrompeu o movimento passivo de extensão. 
-A hipertonia extrapiramidal, denominada rigidez, é encontrada no 
parkinsonismo, na degeneração hepatolenticular e em outras doenças 
desse sistema. Tem duas características básicas que a diferenciam da 
hipertonia piramidal: 
(1) não é eletiva, porquanto acomete globalmente a musculatura 
agonista, sinergista e antagonista; 
(2) é plástica, com resistência constante à movimentação passiva, 
como se o segmento fosse de cera (flexibilidade cérea); está 
habitualmente associada ao sinal da roda dentada, que se 
caracteriza por interrupções sucessivas do movimento, 
lembrando os dentes de uma cremalheira em ação. 
-A hipertonia também pode ser transitória e/ ou intermitente, como 
ocorre em certas condições clínicas (descerebração, síndrome 
meníngea, tétano, tetania e intoxicação estricnínica). Outras vezes, 
sob a forma de distonia (alternância entre hipo e hipertonia), é 
encontrada na atetose e na distonia de torção. Por fim, não se pode 
esquecer de que, em certas condições locais (retração tendinosa), 
gerais (convalescença prolongada) ou fisiológicas (contorcionismo), o tônus muscular costuma sofrer 
modificações. 
 Coordenação. 
-Na execução dos movimentos, por mais simples que sejam, entram em jogo mecanismos reguladores de 
sua direção, velocidade e medida adequadas, que os tornam econômicos, precisos e harmônicos. Não basta, 
portanto, que exista força suficiente para a execução do movimento; é necessário que haja coordenação na 
atividade motora. 
-Coordenação adequada traduz o bom funcionamento de, pelo menos, 2 setores do sistema nervoso: o 
cerebelo (centro coordenador) e a sensibilidade proprioceptiva. À sensibilidade proprioceptiva cabe 
informar continuamente ao centro coordenador as modificações de posição dos vários segmentos corporais. 
 
7 Lorena Leahy 
-A perda de coordenação é denominada ataxia, a qual pode ser de três tipos: cerebelar, sensorial e mista. 
Cumpre mencionar que, nas lesões da sensibilidade proprioceptiva, o paciente utiliza a visão para fiscalizar 
os movimentos incoordenados. Cerradas as pálpebras, acentua-se a ataxia. Tal fato não ocorre nas lesões 
cerebelares. Faz-se o exame da coordenação por meio de inúmeras provas, mas bastam as que se seguem: 
• Prova dedo-nariz: Com o membro superior estendido lateralmente, o paciente é solicitado a tocar a ponta 
do nariz com o indicador. Repete-se a prova algumas vezes: primeiro, com os olhos abertos e, depois, 
fechados. O paciente deve estar de preferência de pé ou sentado (Figura 176.10A e B) 
• Prova calcanhar-joelho: Na posição de decúbito dorsal, o paciente é solicitado a tocar o joelho oposto com 
o calcanhar do membro a ser examinado (Figura 176.10C e D). A prova deve ser realizada várias vezes, de 
início com os olhos abertos; depois, fechados. Nos 
casos de discutível alteração, «sensibiliza-se" a 
prova mediante o deslizamento do calcanhar pela 
crista tibial, após tocar o joelho. Diz-se que há 
dismetria (distúrbio na medida do movimento) 
quando o paciente não consegue alcançar com 
precisão o alvo 
• Prova dos movimentos alternados: Determina-
se ao paciente que realize movimentos rápidos e 
alternados, tais como: abrir e fechar a mão, 
movimento de supinação e pronação, extensão e 
flexão dos pés. Tais movimentos denominam-se 
diadococinesia, e a capacidade de realizá-los é 
chamada eudiadococinesia. Sua dificuldade é 
designada disdiadococinesia e a incapacidade de 
realizá-los recebe o nome de adiadococinesia. O 
registro das alterações encontradas é feito anotando-se a sede e o grau de ataxia. 
 
REFLEXOS 
-De modo genérico, pode-se afirmar que a toda ação corresponde uma reação. Assim é o reflexo: trata-se de 
uma resposta do organismo a um estímulo de qualquer natureza. A reação pode ser motora ou secretora, 
dependendo da modalidade do estímulo e do órgão 
estimulado. 
-Para nosso estudo, têm interesse os reflexos motores, 
cuja base anatomofuncional é o arco reflexo, 
representado esquematicamente na Figura 176.11 e 
constituído pelos seguintes elementos: 
• via aferente: receptor e fibras sensoriais do nervo 
• centro reflexógeno: substância cinzenta do sistema 
nervoso 
• via eferente: fibras motoras do nervo 
• órgão efetor: músculo. 
 
 Reflexos exteroceptivos ou superficiais. 
-Nesses reflexos, o estímulo é feito na pele ou na mucosa externa, por meio de um estilete rombo. Alguns 
reflexos mucosos serão vistos quando os nervos cranianos forem estudados. Os reflexos cutâneos 
habitualmente examinados são definidos a seguir. 
 
8 Lorena Leahy 
Reflexo cutâneo-plantar. Estando o paciente em decúbito dorsal, com os membros 
inferiores estendidos, o examinador estimula superficialmente a região plantar, 
próximo à borda lateral e no sentido posteroanterior, fazendo um leve semicírculo na 
parte mais anterior (Figura 176.12). A resposta normal é representada pela flexão dos 
dedos. A abolição desse reflexo ocorre quando há interrupção do arco reflexo e, 
algumas vezes, na fase inicial da lesão da via piramidal. A inversão da resposta 
normal, ou seja, a extensão do hálux (os demais podem ou não apresentar abertura 
em forma de leque), constitui o sinal de 
Babinski, um dos mais importantes 
elementos semiológicos do sistema 
nervoso (Figura 176.13) que indica lesão 
da via piramidal ou corticoespinal. 
Reflexos cutâneo-abdominais. Ainda com 
o paciente em decúbito dorsal, com a 
parede abdominal em completo 
relaxamento, o examinador estimula o 
abdome do paciente no sentido da linha 
mediana em três níveis: superior, médio 
e inferior. A resposta normal é a 
contração dos músculos abdominais que determina um leve deslocamento da cicatriz 
umbilical para o lado estimulado. Podem estar abolidos quando houver interrupção do arco reflexo, na lesão 
da via piramidal e, às vezes, mesmo na ausência de alterações do sistema nervoso (obesidade, pessoas 
idosas, multíparas). 
 Reflexos proprioceptivos, profundos, musculares ou miotáticos. 
Reconhecem-se os tipos fásicos ou clônicos, e os tônicos ou posturais. Na pesquisa dos reflexos miotáticos 
fásicos ou clônicos, o estímulo é feito pela percussão com o martelo de reflexos do tendão do músculo a ser 
examinado (Figuras 176.14 e 176.15). 
-De rotina, são investigados os reflexos aquileu, patelar, 
flexor dos dedos, supinador, pronador, bicipital e tricipital. 
No Quadro 176.3 estão listados os elementos semiológicos 
fundamentais desses reflexos. Pela maneira especial como 
é provocado, o clônus do pé e da rótula é colocado à parte 
do quadro geral dos reflexos, os quais consistem na 
contração sucessiva, clônica, do tríceps sural e dos 
quadríceps, respectivamente, quando o estiramento 
rápido do músculo em questão é provocado e mantido. 
São encontrados na lesão da via piramidal e sempre 
acompanhados de exaltação dos reflexos daqueles 
músculos.-Os reflexos miotáticos fásicos podem estar: normais, 
abolidos, diminuídos, vivos ou exaltados. Suas alterações 
podem ser simétricas ou não (Quadro 176.3). O registro 
dos resultados deve ser feito literalmente ou por meio de 
sinais convencionais, da seguinte maneira: 
• Arreflexia ou reflexo abolido: O 
• Hiporreflexia ou reflexo diminuído: - 
• Normorreflexia ou reflexo normal: + 
• Reflexo vivo: ++ 
 
9 Lorena Leahy 
• Hiper-reflexia ou reflexo exaltado:+++. 
-A arreflexia ou hiporreflexia são encontradas comumente nas 
lesões que interrompem o arco reflexo (poliomielite, 
polineuropatia periférica, miopatia), e a hiper-reflexia nas lesões da 
via piramidal (acidente vascular cerebral, neoplasia, doença 
desmielinizante, traumatismo). É possível, todavia, obter resposta 
diminuída ou aumentada, mesmo na ausência de doença. 
-A experiência do examinador, somada aos outros dados 
semiológicos, possibilitará a correta interpretação dos achados. Nos 
pacientes com lesão do cerebelo, é comum a resposta em pêndulo 
do reflexo patelar (reflexo patelar pendular), consequência da 
hipotonia. A assimetria nas respostas dos reflexos tem grande 
importância, porque evidencia anormalidade neurológica, sendo 
necessário ser bem analisada conjuntamente com os outros 
elementos semióticos.
 
 Reflexo de automatismo ou de defesa. 
-O reflexo de automatismo ou de defesa representa reação normal de retirada do membro a um estímulo 
nociceptivo, habitualmente aplicado no pé. 
-Por ser um tipo especial de reflexo, é analisado separadamente, procedendo-se da seguinte maneira: com o 
paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, faz-se um beliscamento na região dorsal 
do pé, ou uma flexão forçada nos dedos do pé, ou ainda a percussão rápida e repetida na região plantar com 
o martelo de reflexo. 
-Em condições normais, o membro estimulado permanece na mesma posição ou apresenta discreta retirada, 
caso o estímulo seja muito forte. A resposta anormal é uma tríplice flexão, representada pela flexão do pé 
sobre a perna, desta sobre a coxa e da coxa sobre a bacia. Corresponde, na verdade, a um exagero da 
resposta normal. 
-É encontrada na lesão piramidal, especialmente de nível medular. 
 
SENSIBILIDADE 
-Os estímulos, de qualquer natureza, atuando sobre os órgãos 
receptores da superfície corporal ou na profundidade do corpo, são 
conduzidos por sistemas especiais (vias aferentes ou aferências 
sensoriais) até o sistema nervoso central. 
-O estudo semiológico da sensibilidade diz respeito aos receptores, 
às vias condutoras e aos centros localizados no encéfalo. Essas vias 
sensoriais estão em estreita e contínua ligação com as vias motoras, 
configurando, em seu conjunto, o arco reflexo que representa a 
unidade anatomofuncional do sistema nervoso. 
 
10 Lorena Leahy 
-A sensibilidade subjetiva compreende as queixas sensoriais que o 
paciente relata durante a anamnese, ou seja, a dor e as parestesias 
(dormência, formigamento). 
-A sensibilidade objetiva, a rigor, não deixa de ser subjetiva, já que 
depende da resposta do paciente aos estímulos percebidos. É dita 
objetiva apenas porque, nesse caso, está presente um estímulo aplicado 
pelo examinador. 
-A sensibilidade especial corresponde aos sensórios e será estudada na 
parte relativa aos nervos cranianos. 
-A investigação da sensibilidade demanda, antes de tudo, muita paciência, 
metodização e uso de material adequado. 
-Para ser feito o exame da sensibilidade com a máxima precisão, devem 
ser obedecidas as seguintes recomendações: 
• proporcione um ambiente adequado (silencioso e com temperatura 
agradável) 
• o paciente precisar estar com roupas sumárias (se houver necessidade, 
deve ser despido) 
• o paciente deve manter os olhos fechados durante o exame após 
explicações adequadas do que será realizado 
• tanto quanto possível, evite sugestão quanto à sede e à natureza do 
estímulo aplicado. Exemplo: não pergunte ao paciente se ele está 
sentindo ser tocado com algodão no pé direito enquanto isso estiver 
sendo feito 
• Ao aplicar o estímulo, indague: está sentindo alguma coisa? O quê? Em que parte do corpo? Em seguida, 
compare os estímulos em áreas homólogas e também em vários locais do mesmo segmento 
• o tempo de exame não deve ser muito prolongado para não provocar desatenção e impaciência 
• o seguinte material deve ser usado: pedaço de algodão ou um pincel pequeno e macio; estilete rombo que 
provoque dor sem ferir o paciente; dois tubos de ensaio ou vidrinhos, um com água gelada e outro com água 
quente (a cerca de 45°) e diapasão de 128 vibrações por segundo. 
 
 Semiotécnica. 
O estudo da sensibilidade superficial e da sensibilidade profunda é feito do seguinte modo descrito a seguir. 
 Sensibilidade superficial. Para a sensibilidade tátil, utiliza-se o pedaço de algodão ou o pequeno 
pincel macio, os quais são roçados de leve em várias partes do corpo. 
-A sensibilidade térmica requer dois tubos de ensaio, um com água gelada e outro com água quente, com 
que se tocam pontos diversos do corpo, alternando-se os tubos. 
-A sensibilidade dolorosa é pesquisada com o estilete rombo, capaz de provocar dor sem ferir o paciente. A 
agulha hipodérmica é inadequada, sobretudo em mãos inábeis. 
- A diminuição da sensibilidade tátil recebe o nome de hipoestesia; sua abolição, anestesia; e seu aumento, 
hiperestesia. Tais alterações estão na dependência da lesão das vias das várias modalidades sensoriais. 
-O resultado do exame, se for normal, deve ser registrado literalmente, discriminando-se cada tipo de 
sensibilidade. Se houver alterações, o registro será feito em esquemas que mostrem a distribuição sensorial 
corporal ou, então, discriminativamente, como exemplificado a seguir: 
• diminuição da sensibilidade tátil 
• abolição da sensibilidade vibratória 
• aumento da sensibilidade superficial dolorosa. 
-É fundamental acrescentar a esses exemplos o grau e a localização das alterações. 
 
11 Lorena Leahy 
 Sensibilidade profunda. 
-A sensibilidade vibratória (palestesia) é 
pesquisada com o diapasão de 128 vibrações 
por segundo, colocado em saliências ósseas. 
A sensibilidade à pressão (barestesia) é 
verificada mediante compressão digital ou 
manual em qualquer parte do corpo, 
especialmente de massas musculares. 
-A cinético-postural ou artrocinética 
(batiestesia) é explorada deslocando-se 
suavemente qualquer segmento do corpo em 
várias direções (flexão, extensão). Em dado 
momento, fixa-se o segmento em uma 
determinada posição, que deverá ser 
reconhecida pelo paciente. Para facilitar o 
exame, elegem-se algumas partes do corpo, 
como o hálux, o polegar, o pé ou a mão. 
-A sensibilidade dolorosa profunda é avaliada mediante compressão moderada de massas musculares e 
tendões, o que, normalmente, não desperta dor. Se o paciente acusar dor, é sinal de que há neurites e 
miosites. De modo contrário, os pacientes com tabes dorsalis não sentem dor quando se faz compressão, 
mesmo forte, de órgãos habitualmente muito dolorosos, como é o caso dos testículos. 
 Estereognosia. 
-Em seguida ao exame da sensibilidade, avalia-se o fenômeno estereognóstico, que significa a capacidade de 
reconhecer um objeto com a mão sem o auxílio da visão. É função tátil discriminativa ou epicrítica com 
componente proprioceptivo. Coloca-se um pequeno objeto comum (chave, botão, grampo de cabelo) na 
mão do paciente, o qual, com os olhos fechados, deve reconhecer o objeto apenas pela palpação. Quando se 
perde essa função, diz-se astereognosia ou agnosia tátil, indicativa de lesão do lobo parietal contralateral 
(Figura 176.18). 
 
NERVOS CRANIANOS 
-Os 12 nervos cranianos têm origem no tronco encefálico ou se dirigem para ele, com exceção dos dois 
primeiros, que, por sinal, não têm características morfológicas de nervo, e sim de tecido cerebral e do ramo 
externo do XI, cujaorigem se encontra na medula cervical. 
 I Nervo olfatório. 
-As impressões olfatórias são recolhidas pelos receptores da mucosa nasal e conduzidas aos centros corticais 
da olfação, situados nos hipocampos, após atravessarem os dois lobos frontais. No exame da olfação, 
empregam -se substâncias com odores conhecidos: café, canela, cravo, tabaco, álcool etc. 
-De olhos fechados, o paciente deve reconhecer o aroma que o examinador colocar diante de cada narina. 
Afastadas as condições que impeçam o reconhecimento do odor (resfriado comum, atrofia de mucosa), as 
alterações deficitárias (hiposmia e anosmia) ganham maior significado clínico, pois dependem de distúrbios 
neurológicos, como sífilis nervosa, fratura do andar anterior da base do crânio e neoplasia da goteira 
olfatória. 
-De outra parte, existem alterações da olfação por lesões corticais que compreendem os seguintes tipos: 
• Parosmia, que consiste na perversão do olfato 
• Alucinações olfatórias 
• Cacosmia, a qual é uma sensação olfatória desagradável na ausência de qualquer substância capaz de 
originar odor. 
 
12 Lorena Leahy 
-Essas manifestações, às vezes referidas durante a anamnese, têm de ser levadas em consideração, pois 
podem representar verdadeiras crises epilépticas, por lesão do úncus hipocampal. São chamadas crises 
epilépticas uncinadas. 
 II Nervo óptico. 
-As imagens são recolhidas na retina por meio dos cones e bastonetes, e conduzidas ao centro da visão no 
lobo occipital, pelos axônios que constituem o nervo, o quiasma e o trato óptico, o corpo geniculado lateral 
e as radiações ópticas 
-O nervo óptico é examinado da seguinte maneira: 
• Acuidade visual: Pede-se ao paciente que diga o que vê na sala de exame 
(na parede, na mesa) ou leia alguma coisa. Examina-se cada olho em 
separado. Havendo diminuição da acuidade, fala-se em ambliopia; quando 
abolida, constitui-se em amaurose. Ambas podem ser uni ou bilaterais e 
costumam ser causadas por neurite retrobulbar, neoplasias e hipertensão 
intracraniana 
• Campo visual: Sentado, o paciente fixa um ponto na face do examinador, 
postado à sua frente. O examinador desloca um objeto nos sentidos 
horizontal e vertical, e o paciente dirá até que ponto está "percebendo" o 
objeto nas várias posições. Cada olho é examinado separadamente. A isso se 
denomina avaliação do campo visual ou campimetria. As alterações 
campimétricas causadas por neoplasias, infecções e desmielinização são 
anotadas em relação ao campo visual, e não à retina. Assim, hemianopsia 
homônima direita significa perda da metade direita do campo visual. 
• Fundoscopia: Com o oftalmoscópio, o fundo de olho toma-se 
perfeitamente visível. O neurologista não pode prescindir desse exame, que 
constitui verdadeira biopsia incruenta. Podem ser reconhecidos o tecido 
nervoso (retina e papila óptica) e os vasos (artérias, veias e capilares), que 
evidenciam fielmente o que se passa com as estruturas análogas na cavidade 
craniana. Entre as alterações que podem ser encontradas, destacam-se: a palidez da papila, a qual significa 
atrofia do nervo óptico; a estase bilateral da papila, que traduz hipertensão intracraniana, e as modificações 
das arteríolas, que aparecem na hipertensão artéria 
 III Nervo oculomotor, IV nervo troclear e VI nervo abducente. 
-Esses três nervos são examinados em conjunto, pois inervam os 
vários músculos que têm por função a motilidade dos globos 
oculares. Tais músculos compreendem o reto mediai, o reto 
superior, o reto inferior, o oblíquo inferior (inervados pelo 
oculomotor), o oblíquo superior (inervado pelo troclear) e o reto 
lateral (inervado pelo abducente). 
-O III nervo inerva também a musculatura elevadora da pálpebra. A 
investigação semiológica desses nervos pode ser sistematizada da 
seguinte maneira. 
Motilidade extrínseca. A posição do globo ocular é dada pelo 
funcionamento harmônico dos vários músculos. Caso haja 
predomínio de um deles (por paresia ou paralisia de seu 
antagonista), ocorre o que se chama estrabismo (desvio do olho de 
seu eixo normal), que pode ser horirontal (convergente ou divergente) ou vertical (superior ou inferior), e 
isso vai depender se o desvio é em uma ou em outra direção. 
 
13 Lorena Leahy 
-Na presença de estrabismo, pelo menos na fase 
inicial, o paciente reclama de visão dupla ou diplopia 
(Figuras 176.20 e 176.21). O exame é feito em cada 
olho separadamente e, depois, simultaneamente, da 
seguinte maneira: estando o paciente com a cabeça 
imóvel, o examinador solicita a ele que desloque os 
olhos nos sentidos horiwntal e vertical. 
-No exame simultâneo, acrescenta-se a prova da 
convergência ocular, que é feita aproximando 
gradativamente um objeto dos olhos do paciente. A 
Figura 176.22 mostra o esquema da paralisia da 
musculatura extrínseca dos olhos As causas mais 
frequentes de lesões dos nervos oculomotores são 
traumatismos, diabetes melito, aneurisma 
intracraniano, hipertensão intracraniana e neoplasias da região selar. 
 
 
 
Motilidade intrínseca. O exame da pupila é feito em seguida ao estudo da motilidade extrínseca dos globos 
oculares. A íris é formada por fibras musculares lisas e apresenta uma camada externa, radiada, inervada 
pelo simpático cervical, e uma camada interna, circular, que recebe a inervação parassimpática. Esta tem 
origem no mesencéfalo, no núcleo de Edinger-Westphal, e suas raízes alcançam o olho por intermédio do III 
nervo, que constitui a sua via 
eferente. A via aferente corresponde 
às fibras pupilomotoras, as quais têm 
origem na retina e transitam pelo 
nervo óptico. 
-A pupila é normalmente circular, 
bem centrada e tem um diâmetro de 
2 a 4 mm. Ressalte-se que o 
diâmetro pupilar é o resultado do 
funcionamento equilibrado entre os 
dois sistemas autônomos - simpático 
e parassimpático. A irregularidade do 
contorno pupilar é chamada discoria; 
quando o diâmetro se acha 
aumentado, fala-se em midríase; o contrário, miose; a igualdade de diâmetros denomina-se isocoria; e a 
desigualdade, anisocoria (Figura 176.23). 
 
14 Lorena Leahy 
-Dinamicamente, a pupila é examinada por meio de um feixe luminoso (lanterna de bolso) e pela 
convergência ocular. Em ambiente de pouca luminosidade, o paciente deve olhar para um ponto mais 
distante. 
-O examinador incide o feixe de luz em uma pupila e observa a resposta nos dois lados. Chama-se reflexo 
fotomotor direto a contração da pupila na qual se fez o estímulo, e de reflexo fotomotor consensual a 
contração da pupila oposta. 
Em seguida, aproxima-se dos olhos um objeto, e as pupilas se contrairão normalmente - é o reflexo da 
acomodação. Os reflexos podem estar normais, diminuídos ou abolidos. A abolição pode abranger todos os 
reflexos ou ser dissociada. Assim, na lesão unilateral do oculomotor, a pupila entra em midríase homolateral 
(predomínio do simpático) e não responde a estímulo algum - é chamada midríase paralítica. 
-A pupila oposta permanece normal. Na lesão bilateral da via aferente (fibras pupilomotoras que estão 
juntas com o nervo óptico), os reflexos foto motor direto ou consensual estão abolidos, enquanto o reflexo 
de acomodação está preservado. 
-Outro exemplo é representado pela lesão da via aferente do lado direito: se o estímulo for aplicado à 
direita, os reflexos direto e consensual estarão abolidos; se for à esquerda, ambos os reflexos estarão 
normais, o que significa que o reflexo de acomodação está preservado. 
-Existem duas alterações pupilares, classicamente conhecidas, que são o sinal de Argyll-Robertson e a 
síndrome de Claude Bemard-Homer. 
O sinal de Argyll-Robertson consiste basicamente em miose bilateral, abolição do reflexo fotomotor e 
presença do reflexo de acomodação. Foi tido por muito tempo como patognomônico da sífilis nervosa Na 
verdade, sabe-se hoje que ele pode depender de várias outras causas. A lesão responsávelpelo sinal de 
Argyll-Robertson situa-se na região periaquedutal, no mesencéfalo. 
A síndrome de Claude Bernard-Homer é caracterizada por miose, enoftalmia e diminuição da fenda 
palpebral. Decorre de lesão do simpático cervical (traumatismo, neoplasia do ápice pulmonar, pós-cirurgia 
cervical). 
 V Nervo trigêmeo. 
-O trigêmeo é nervo misto, constituído de várias raizes: 
• Raiz motora, representada pelo nervo mastigador, que inerva os músculos destinados à mastigação 
(temporal, masseter e pterigóideos). Avalia-se a lesão unilateral da raiz motora 
pela observação dos seguintes elementos: o atrofia das regiões temporais e 
masseterinas o a abertura da boca promove desvio da mandíbula para o lado 
da lesão o ao trincar os dentes, nota-se debilidade do lado paralisado o há 
dificuldade do movimento de lateralizarão da mandíbula 
• Raízes sensoriais que compreendem os nervos oftálmico, maxilar e 
mandibular, cuja distribuição na face se vê na Figura 176.24.As raízes sensoriais 
responsabilizam-se pela sensibilidade geral da metade anterior do segmento 
cefálico. O exame dessas raízes é semelhante ao da sensibilidade superficial, 
estudada anteriormente, cabendo apenas acrescentar a pesquisa da 
sensibilidade corneana, feita com uma mecha de algodão que toca suavemente 
entre a esclerótica e a córnea. 
-O paciente deve estar com os olhos virados para o lado oposto, a fim de 
perceber o menos possível a prova. A resposta normal é a contração do orbicular das pálpebras, daí a 
denominação de reflexo córneo-palpebral. As alterações do trigêmeo podem ser consequência de herpes-
zóster, traumatismo e neoplasias. 
-Comprometida a raiz sensorial, o paciente vai referir dor, limitada à área correspondente à sua distribuição. 
Em tais casos, usa-se a designação de neuralgia do trigêmeo ou de trigeminalgia. Cumpre diferenciar a 
trigeminalgia secundária da essencial ou idiopática. Entre as características que as diferenciam, sobressai o 
 
15 Lorena Leahy 
fato de que, na essencial, não se encontram alterações objetivas deficitárias de sensibilidade da face, 
enquanto, na secundária, tais alterações estão presentes 
 
 VIl Nervo facial. 
-Do ponto de vista semiológico, interessa a parte motora do nervo facial, a qual se divide 
anatomoclinicamente em dois ramos - temporofacial e cervicofacial , os quais se distribuem para a 
musculatura da mímica facial. Para fazer o exame do nervo facial, solicita-se ao paciente enrugar a testa, 
franzir os supercílios, fechar as pálpebras, mostrar os dentes, abrir a boca, assobiar, inflar a boca e contrair o 
platisma ou músculo cutilar do pescoço. 
-Na paralisia unilateral, observam-se lagoftalmia (o olho permanece 
sempre aberto); ausência do ato de piscar; epífora (lacrimejamento ); 
desvio da boca para o lado normal, sobretudo quando se pede ao 
paciente que mostre os dentes ou abra amplamente a boca, e 
incapacidade para contrair o platisma, assobiar e manter a boca inflada. 
-A paralisia da face se chama prosopoplegia e, quando bilateral, fala-se 
em diplegia facial. Cerca de 80% dessas paralisias são chamadas a frigore 
e têm caráter benigno. Admite-se, atualmente, que essas paralisias sejam 
provocadas por infecções virais, acompanhadas de reação edematosa do 
nervo. Outras causas incluem o diabetes melito, as neoplasias, a otite 
média, os traumatismos, o herpes-zóster e a hanseníase. 
-Na hanseníase, a paralisia pode ser incompleta do tipo ramuscular, isto 
é, apenas ramos terminais são lesados. Tem importância prática a 
distinção entre a paralisia por lesão do nervo facial (paralisia infranuclear 
ou periférica) e aquela por lesão da via corticonuclear ou feixe 
geniculado (paralisia central ou supranuclear). 
-No tipo periférico, toda a hemiface homolateral é comprometida, 
enquanto, na central, somente a metade inferior da face contralateral se mostra alterada. Este último tipo 
ocorre com frequência nos acidentes vasculares e nas neoplasias cerebrais. 
- Resta fazer algumas considerações sobre o nervo intermédio ou nervo intermediário de Wrisberg, que tem 
curto trajeto junto ao nervo facial. Por um de seus ramos principais (corda do tímpano), o nervo intermédio 
recolhe as impressões gustativas dos dois terços anteriores da língua. Às vezes, na vigência de paralisia facial 
periférica, é possível caracterizar alguma anormalidade da gustação, seja por informação do paciente, seja 
mediante exame desse sensório. 
-Para isso, são empregadas soluções saturadas com os sabores doce, amargo, salgado e ácido, colocadas na 
língua para serem identificadas pelo paciente. Não se esqueça de que, entre uma e outra prova, a boca deve 
ser lavada convenientemente. 
 VIII Nervo vestibulococlear. 
-É constituído por duas raízes: a coclear, incumbida da audição, e a vestibular, responsável pelo equilíbrio. O 
VIII nervo é objeto da neuro-otologia, à qual compete seu exame por requerer aparelhagem especializada. 
No exame neurológico de rotina, faz-se apenas uma exploração mais ou menos grosseira das duas raízes, 
coclear e vestibular, desse nervo. 
-A raiz coclear é avaliada pelos seguintes dados e manobras: 
• Diminuição gradativa da intensidade da voz natural 
• Voz cochichada 
• Atrito suave das polpas digitais próximo ao ouvido 
• Prova de Rinne, que consiste em aplicar o diapasão na região mastoide. 
 
16 Lorena Leahy 
-Quando o paciente deixar de ouvir a vibração, coloca-se o aparelho próximo ao conduto auditivo. Em 
condições normais, o paciente acusa a percepção do som (Rinne positivo). Transmissão óssea mais 
prolongada que a aérea (Rinne negativo) significa deficiência auditiva de condução. 
-As alterações auditivas são representadas por sintomas deficitários (hipoacusia) ou de estimulação 
(zumbido, hiperacusia e alucinações). 
-Afastadas as causas de diminuição ou a abolição da acuidade por transmissão aérea (tamponamento por 
cerume, otosclerose), as causas mais comuns de lesão da raiz coclear são a rubéola, o neurinoma, a fratura 
do rochedo, a intoxicação medicamentosa e a síndrome de Méniere. 
-Já os sintomas irritativos (zumbidos) podem estar ou não associados a déficit de audição, ou depender de 
focos corticais (alucinações), ou, ainda, acompanhar a paralisia facial periférica (hiperacusia). 
- O acometimento da raiz vestibular é reconhecível pela anamnese, quando as queixas do paciente incluem 
estado vertiginoso, náuseas, vômitos e desequilíbrio. A vertigem corresponde a uma incômoda e ilusória 
sensação de deslocamento do corpo ou dos objetos, sem alteração de consciência. 
-A investigação da raiz vestibular compreende a pesquisa de nistagmo, desvio lateral durante a marcha, 
desvio postural, sinal de Romberg e provas calórica e rotatória. 
-O nistagmo consiste em movimentos oculares ritmados, com dois componentes: um rápido e outro lento. O 
nistagmo pode ser espontâneo ou provocado e compreende os tipos horizontal, vertical, rotatório e misto. 
-Quando há desvio postural durante a marcha, observa-se lateropulsão para o lado da lesão. Se o paciente 
estiver de pé ou sentado com os olhos fechados e os membros superiores estendidos para frente e elevados 
em ângulo reto com o corpo, os braços irão desviar-se para o lado do labirinto lesado, e o corpo tenderá a 
cair para este mesmo lado. Sinal de Romberg positivo, com desequilíbrio do corpo para o lado lesado. 
-Provas calórica e rotatória. São realizadas em gabinete de neurootologia, pois requerem equipamento 
especializado. Pelo estímulo dos labirintos com água quente e fria (prova calórica) e uma cadeira giratória 
(prova rotatória), é possível diagnosticar comprometimento do nervo vestibular e de suas vias. 
-As causas de lesões da raiz vestibular são as mesmas que comprometem a coclear. Em algumas situações 
clínicas, ambos os ramos são comprometidos simultaneamente, como no caso da clássica síndrome de 
Méniere, a qual consiste em crises de zumbidos, vertigens, desequilíbrio,náuseas e vômitos, além de 
gradativa hipoacusia que se agrava a cada novo episódio . 
 IX Nervo glossofaríngeo e X nervo vago. 
- Pelas estreitas ligações quanto à origem, ao trajeto e à distribuição, esses nervos são examinados em 
conjunto. Algumas funções estão imbricadas entre si; outras, porém, correspondem a um ou a outro nervo 
especificamente. O exame do X nervo inclui o ramo interno do XI, que é motor, tem origem bulbar e se une 
em curto trajeto ao nervo vago. 
-A lesão unilateral do glossofaríngeo pode exteriorizar-se por distúrbios da gustação do terço posterior da 
língua (hipogeusia e ageusia); no entanto, esse exame não é habitualmente realizado. Pode aparecer 
disfagia. Mais raramente ocorre dor, em tudo semelhante à trigeminalgia, exceto quanto à sede, que é na 
fossa amigdaliana. 
-Na lesão unilateral do IX e do X nervos, observam-se: desvio do véu palatino para o lado normal, quando o 
paciente pronuncia as vogais a ou e; desvio da parede posterior da faringe para o lado normal (sinal da 
cortina) pela cuidadosa estimulação; disfagia com regurgitação de líquidos pelo nariz, e diminuição ou 
abolição do reflexo velopalatino. 
-A lesão isolada do X nervo, a qual envolve apenas o ramo laríngeo, determina considerável disfonia. A 
porção autonômica (nervo vago) não é examinada rotineiramente. 
-As causas mais frequentes de lesão dos nervos IX e X, ou de seus ramos, são: neuropatia diftérica, neoplasia 
do mediastino, esclerose lateral amiotrófica, siringobulbia e traumatismo. 
 XI Nervo acessório. 
 
17 Lorena Leahy 
-Essencialmente motor, interessa aqui o exame do ramo externo, de origem medular cervical, de trajeto 
ascendente, que penetra na cavidade craniana pelo forame occipital e dela sai pelo forame jugular, 
juntamente com os nervos IX e X. 
-Inerva os músculos esternocleidomastóideo e a porção superior do trapézio. A lesão do acessório por 
traumatismo, esclerose lateral amiotrófica ou siringomielia tem como consequência atrofia desses músculos, 
deficiência na elevação do ombro (trapézio) e na rotação da cabeça para o lado oposto 
(esternocleidomastóideo) do músculo comprometido. 
 XII Nervo hipoglosso. 
-Trata-se de um nervo exclusivamente motor, o qual se origina no bulbo e se dirige para os músculos da 
língua. Investiga-se o hipoglosso pela inspeção da língua - no interior da boca ou exteriorizada 
movimentando-a para todos os lados, forçando-a de modo que vá de encontro à bochecha e, por fim, 
palpando-a, para avaliação de sua consistência 
-Nas lesões unilaterais do hipoglosso, observam-se atrofia e fasciculação na metade comprometida. Ao ser 
exteriorizada, a ponta da língua se desvia para o lado da lesão. As vezes, ocorre disartria para as consoantes 
linguais. 
-Nas lesões bilaterais, as manifestações compreendem atrofia, fasciculação, paralisia, acentuada disartria e 
dificuldade para mastigar e deglutir (a língua auxilia esses atos). As causas da lesão do hipoglosso são 
praticamente as mesmas já assinaladas para os nervos IX, X e XI. 
 
 AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL 
-A avaliação do estado mental é uma importante parte do exame neurológico, só que ela é feita com 
características próprias, procurando-se analisar especificamente os elementos clínicos que mais se 
correlacionam com as enfermidades neurológicas. Não se trata, portanto, de exame psiquiátrico, mas, sim, 
de uma avaliação mais restrita, que abrange apenas a orientação temporoespacial, memória e linguagem. 
-Nas pessoas analfabetas, nas de reduzida capacidade intelectual ou nível cultural muito baixo, o teste 
precisa ser adaptado, essa avaliação é quantitativa, o que possibilita uma avaliação evolutiva mais precisa do 
paciente. 
 Orientação. Pergunta-se ao paciente o ano, o mês, o dia do mês e da semana e a hora aproximada do 
exame. A resposta certa de cada item vale 1 ponto, perfazendo um máximo de 5 pontos. A seguir, pergunta-
se o nome do país, do estado, da cidade, do bairro e do local da consulta, perfazendo, também, se todas as 
respostas forem corretas, um total de 5 pontos. . 
Memória. Para avaliar a memória, são realizados 3 testes: 
• Diga ao paciente 3 palavras, para que ele repita logo após, valendo um ponto cada uma, no total de 3 
pontos 
• Solicite ao paciente diminuir 7 de 100, por 5 vezes subsequentes (100- 7 = 93, 93- 7 = 86, e assim por 
diante). Cada resposta vale 1 ponto, totalizando 5 
• Peça ao paciente que repita as 3 palavras do primeiro teste, valendo 1 ponto cada uma, podendo perfazer 
3 pontos no máximo 
Linguagem. A linguagem é analisada em 6 etapas: 
• Peça ao paciente que fale os nomes de dois objetos apresentados a ele (caneta e relógio, por exemplo), 
valendo 1 ponto cada resposta correta 
• Solicite ao paciente que repita uma frase ou um conjunto de palavras (p. ex., aqui, ali e lá), valendo 1 ponto 
se repetir corretamente 
• Prova dos 3 comandos: solicite ao paciente que pegue uma folha de papel, dobre-a em 3 partes e a 
coloque em determinado lugar, valendo 1 ponto cada etapa 
• Apresente ao paciente um papel no qual esteja escrito: Feche os olhos. Ele terá de ler só para si e executar 
o que está escrito, valendo 1 ponto 
 
18 Lorena Leahy 
• Peça ao paciente que escreva uma frase própria, valendo 2 pontos 
• Solicite ao paciente que copie um desenho simples (geralmente 2 pentágonos), valendo 1 ponto . 
-Somando-se todos os itens, pode-se chegar a um total de 30 pontos. 
 Consideram-se normais valores de 27 a 30 pontos; 
 24 a 27 pontos é um valor tolerado como normal; 
 abaixo de 23 caracteriza o comprometimento do estado mental. 
Quanto mais baixo o valor obtido, maior o comprometimento do estado mental. Deve-se levar em conta o 
nível de escolaridade da pessoa examinada.

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