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1 Lorena Leahy 
 
 
-A pele, cútis ou tegumento representa 15% do peso corpóreo, constitui o revestimento do organismo e o 
protege contra agentes nocivos físicos, químicos ou biológicos. Na pele podem-se observar mutações do 
nascimento à velhice, em razão das condições ambientais, dos hábitos e do modo de vida. A pele é um órgão 
em perfeita sintonia com todo o organismo e reflete o estado de saúde do indivíduo. É constituída por três 
camadas 
• Epiderme ou camada externa 
• Derme ou córion 
• Hipoderme ou tecido celular subcutâneo. 
1. Epiderme 
-Consiste na camada fina e mais externa da pele (Figura 14.1), constituída por quatro camadas: camada basal 
ou germinativa, camada espinhosa ou de Malpighi, camada granulosa, camada córnea. 
 Camada basal ou germinativa. É a camada celular mais profunda da epiderme, disposta sobre a 
membrana basal, formada por dois tipos celulares: as células basais e as células melanocíticas. As 
células basais ou queratinócitos representam a maioria, têm reprodução constante e originam as 
outras camadas epidérmicas; daí o nome germinativas. Localizados entre as células basais, 
encontram-se os melanócitos ou células claras de Masson, assim denominadas devido ao seu 
citoplasma claro e núcleo pequeno e picnótico. Estas células propiciam que o seu produto pigmentar 
- a melanina - seja fagocitado pelos queratinócitos por meio de íntima ligação com seus dendritos; 
constituem a unidade melanoepidérmica e contribuem fundamentalmente para a coloração do 
tegumento. É importante ressaltar que a quantidade dos melanócitos é a mesma em todas as raças, 
variando sua capacidade funcional- quantidade de melanina. A coloração da pele é determinada pela 
melanina e é regulada basicamente por mecanismo citogenético, podendo apresentar variações por 
influência dos raios solares, hormônios, como na gravidez, e outros processos. Além da coloração da 
pele, a melanina também exerce função protetora contra a penetração dos raios ultravioletas. 
 Camada espinhosa ou malpighiana. Os queratinócitos, ao deixarem a camada basal, sofrem 
modificações morfológicas, moleculares e histoquímicas, obtendo uma configuração poliédrica, de 
citoplasma acidófilo e que se unem por finos filamentos - os desmossomos ou pontes celulares - 
semelhantes a espinhos, motivo pelo qual procede seu nome. O número de camadas varia de 4 a 5 
fileiras. As células vão se achatando progressivamente em direção à epiderme. 
 Camada granulosa. É constituída por um grupo de células escuras, achatadas, quase aderentes, com 
núcleo de difícil visualização em virtude da grande quantidade de grânulos cromatófilos - grãos de 
queratomalina, que expressam a queratinização da epiderme. 
 Camada córnea. É a camada mais externa da pele, formada por células planas e anucleadas, 
denominadas queratina. Este processo de sucessiva transformação dos queratinócitos em células 
córneas é denominado queratinização e dura de 26 a 28 dias, tempo normal de renovação da pele, 
quando, então, estas células se destacam e esfoliam. A capa córnea é variável conforme a região, 
sendo mais espessa nas regiões palmoplantares, protegendo mais intensamente contra a 
penetração de agentes químicos e físicos. Nas regiões palmoplantares existe mais uma camada, 
denominada estrato lúcido, localizada entre a camada córnea e a granular, e composta de células 
anucleadas, planas e transparentes. 
2. Derme 
-A derme é uma camada de tecido conjuntivo, rica em mucopolissacarídios e material fibrilar (fibras de 
colágeno, fibras elásticas e fibras reticulares), na qual são acomodados vasos, nervos e anexos epidérmicos. 
Sua característica é a flexibilidade e elasticidade, além de defender o organismo contra agentes nocivos que 
ultrapassaram a primeira barreira protetora, representada pela epiderme. É dividida em três partes: 
Sistema 
Tegumentar 
 
2 Lorena Leahy 
• Superficial ou papilar, predominando finos feixes de colágeno e grande número de células 
• Profunda ou reticular, constituída por densos feixes de colágeno 
• Adventicial, constituída por finos feixes de colágenos dispostos em torno de anexos e vasos. 
3. Hipoderme ou tecido celular subcutâneo 
-A hipoderme, tecido celular subcutâneo ou panículo adiposo, situa-se logo abaixo da derme e apresenta 
lóbulos de células adiposas delimitadas por septos conjuntivoelásticos. É rica em tecido adiposo e representa 
importante reserva calórica para o organismo, além de funcionar, em certas regiões, como um coxim, 
protegendo contra traumas. 
-É constituído de feixes conjuntivos, fibras elásticas, parte dos folículos pilosos, glândulas sudoríparas e 
grande quantidade de células adiposas que se alojam nos alvéolos formados pelo entrecruzamento das 
fibras elásticas. 
-O tecido celular subcutâneo pode ser sede de processo inflamatório (celulite) que se exterioriza pelos sinais 
clássicos de inflamação, fibromas, neoplasias benignas do tecido conjuntivo etc. São percebidos quando há 
nódulos, lipomas, cistos sebáceos que resultam da retenção de secreção sebácea por obstrução do canal 
excretor das glândulas sebáceas, além de outras lesões, incluindo as neoplasias malignas. 
-A avaliação semiológica do panículo adiposo se faz pela palpação, embora pela inspeção se possam obter 
alguns dados. As técnicas de exame são as seguintes: 
(1) com o polegar e o indicador, pinça-se uma prega de pele, incluindo também o tecido celular subcutâneo; 
(2) com as polpas digitais e a palma da mão, palpa-se procurando deslizar a pele sobre as estruturas 
subjacentes. 
-Estas manobras são executadas rotineiramente no abdome, no tórax e na raiz dos membros . Por este 
procedimento, avalia-se a espessura do panículo adiposo, mas não é apenas sua quantidade que interessa à 
clínica médica, também a sua distribuição pelo corpo, variável em condições fisiológicas, conforme a idade e 
o sexo, e patológicas. 
Sistematização semiológica: 
• Quanto à distribuição: 
1-o Normal quando corresponde à distribuição característica da idade e do sexo; assim, nas crianças 
predomina no rosto e no tronco, enquanto nas mulheres, predomina nas nádegas e raízes das coxas 
2-o Acúmulo especial em determinadas áreas. Exemplo típico é a distribuição do panículo adiposo na 
síndrome de Cushing - braços e pernas magros; face, tórax e abdome com acúmulo de gordura. Mais ainda, 
às vezes este acúmulo se concentra na região correspondente ao início da coluna torácica, formando o que 
se costuma designar gibosidade. Essa distribuição do tecido gorduroso no corpo do paciente com síndrome 
de Cushing tem aspecto muito característico, 
cujo reconhecimento ajuda no diagnóstico 
dessa síndrome 
• Quanto à quantidade: 
1-o Normal 
2-o Aumentado: quando se percebe uma 
grossa camada de tecido adiposo 
3-o Diminuído ou escasso: quando é reduzido 
ou nulo o coxim gorduroso debaixo da pele. 
-É preciso diferenciar o aumento do tecido 
adiposo de duas outras condições: pele 
espessada e edema intersticial. As sensações 
táteis e as características semiológicas de um 
e outro possibilitam a correta diferenciação . 
 
 
3 Lorena Leahy 
Fâneros 
Os fâneros ou anexos cutâneos surgem devido a modificações da epiderme durante a vida embrionária; são 
os pelos e folículos pilosos, as glândulas sebáceas, sudoríparas e unhas. 
• Pelos 
-Os pelos, situados em invaginações profundas da epiderme, são constituídos por células queratinizadas 
produzidas pelos folículos pilosos. Nos folículos pilosos abrem-se glândulas sebáceas, e a este conjunto 
denomina-se umidade pilossebácea ou folículo pilossebáceo, cercada de fibras musculares lisas - o músculo 
eretor do pelo. 
-Os pelos têm uma parte livre- a haste- e uma parte intradérmica - a raiz. Na haste encontram-se três 
camadas - a cutícula externa, o córtex e a medula. A cutícula externa é a parte que circunda o pelo, sendo 
composta por queratina compacta e coesa. Na parte inferior,o bulbo 
piloso ou raiz, observa-se a matriz do pelo, onde se introduz a papila 
dérmica ricamente vascularizada e inervada e onde se encontra a 
camada de células germinativas de permeio aos melanócitos. As 
células germinativas produzem a bainha radicular interna do pelo até o 
início da queratinização. O cabelo cresce, em média, 0,37 mm/dia de 
maneira intermitente, e constitui-se em três fases evolutivas 
• Anágena ou crescimento, com intensa atividade miótica na matriz. 
Dura 2 a 3 anos e compõe 85% dos cabelos 
• Catágena ou repouso, quando os folículos reduzem o crescimento, 
cessa a melanogênese e a proliferação celular. Dura cerca de 3 a 4 
semanas e representa 1% dos cabelos 
• Telágena ou desprendimento, quando os folículos estão menores do 
que a metade do tamanho normal e há completa desvinculação entre papila dérmica e pelo. Dura 3 a 4 
meses e representa 14% dos cabelos. 
-Observam-se dois tipos de pelos: o velo ou lanugem e o pelo terminal. O velo, pelo fetal ou lanugem é fino, 
claro e pouco desenvolvido. O pelo terminal é espesso, pigmentado e compreende os cabelos, a barba, a 
pilosidade pubiana e axilar. Os pelos protegem as áreas orificiais e os olhos e fazem parte também do 
aparelho sensorial cutâneo devido a sua rica inervação. 
• Glândulas sebáceas 
-As glândulas sebáceas localizadas na pele, exceto nas 
regiões palmoplantares, desembocam sempre em um 
folículo pilossebáceo, com ou sem pelo; 
preferencialmente na região frontal, atrás das orelhas 
e nas regiões mediotorácicas. Tais regiões são 
chamadas seborreicas. 
-Nas pálpebras modificam-se e são chamadas 
glândulas de Meibomius. Excepcionalmente, localizam-
se heterotopicamente na mucosa bucal e labial, 
constituindo os grânulos de Fordyce. 
-As glândulas sebáceas têm estrutura acinosa 
holócrina, cujo produto é lançado diretamente no 
infundíbulo folicular, fluindo para o exterior. São 
ativadas por hormônios andrógenos maternos 
passivamente adquiridos. Em certa fase regridem e 
somente na puberdade voltam a ser ativadas. A 
 
4 Lorena Leahy 
secreção sebácea é constante e constitui valiosa proteção contra as bactérias e fungos que penetram na 
pele. 
• Glândulas sudoríparas 
Há dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas e as apócrinas. 
1-As glândulas sudoríparas écrinas localizam-se em toda a extensão da pele, em particular nas áreas 
palmoplantates e axilas; são glândulas tubulares compostas por três segmentos: a porção secretora, 
representada por um tubo enrolado em novelo - o glomérulo- situado na junção dermo-hipodérmica, e os 
canais sudoríparos intradérmico e intraepidérmico. Sua inervação é feita por fibras simpáticas pós-
ganglionares não mielinizadas, embora fisiologicamente sejam regidas por mediadores parassimpáticos. A 
secreção sudoral, de importância fundamental no equilíbrio da temperatura corporal, compreende 99% de 
água. 
2-As glândulas sudoríparas apócrinas situam-se na região axilar, anoperineal, inguinal, monte de Vênus e em 
volta dos mamilos. São modificadas no canal auditivo externo e na borda palpebral, constituindo as 
glândulas de Moll. Apresentam aspecto morfológico semelhante ao das glândulas écrinas, mas desembocam 
no folículo polissebáceo ou nas suas proximidades; e apesar de tanta controvérsia, acredita-se na sua função 
sexual. 
• Unhas 
-São formações de queratina dura que recobrem a última falange dos 
dedos, fixadas sobre superfície epidérmica denominada leito ungueal. 
-Na unha encontra-se a porção posterior -raiz ou matriz ungueal - 
recoberta por uma dobra de pele e cutícula, a lâmina aderente do 
leito ungueal, que apresenta bordas laterais e a borda livre. 
-A espessura das unhas varia de 0,5 a 0,75 mm com crescimento 
aproximado de 0,1 mm/dia, sofrendo alterações decorrentes de 
processos patológicos locais e sistêmicos 
 
EXAME CLÍNICO 
 
- As condições básicas para o exame da pele são: iluminação adequada, desnudamento das partes a serem 
examinadas, conhecimento prévio dos procedimentos semiotécnicos. Serão investigados os seguintes 
elementos: 
• Coloração 
• Continuidade ou integridade 
• Umidade 
• Textura 
• Espessura 
• Temperatura 
• Elasticidade 
• Mobilidade 
• Turgor 
• Sensibilidade 
• Lesões elementares. 
 Coloração 
-O primeiro passo consiste em registrar a cor da pele no momento da identificação do paciente. Esse dado 
influi de modo considerável na apreciação das modificações da coloração. Nos indivíduos de cor branca e 
nos pardos-claros, observa-se a coloração levemente rosada, que é o aspecto normal em condições de 
higidez. 
 
5 Lorena Leahy 
-Este róseo-claro ocorre em virtude da circulação do sangue 
pela rede capilar cutânea e pode sofrer variações fisiológicas, 
aumentando ou diminuindo de intensidade, quando há 
exposição ao frio, ao sol ou após emoções. Situações 
patológicas, como o colapso periférico, também alteram a 
coloração da pele; nesta condição, ela perde seu aspecto róseo. 
Deve-se atentar sobre a dificuldade em avaliar os transtornos 
de coloração em pessoas de pele escura. 
 
Alterações da coloração da pele 
-As principais alterações da coloração da pele são: palidez, vermelhidão ou eritrose, cianose, icterícia, 
albinismo, bronzeamento da pele, dermatografismo e fenômeno de Raynaud. 
1-Palidez 
-Significa atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele. Por isso reiteramos que a iluminação 
adequada, de preferência com luz natural, é indispensável para a avaliação correta. A palidez deve ser 
pesquisada em toda a extensão da superfície cutânea, inclusive nas regiões palmoplantares. Nos pardos e 
negros só se consegue identificar palidez nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Distinguem-se dois 
tipos de palidez: 
• Palidez generalizada: observada em toda a pele, revelando diminuição das hemácias circulantes nas 
microcirculações cutânea e subcutânea. Pode decorrer de dois mecanismos: o Vasoconstrição generalizada 
em consequência de estímulos neurogênicos ou hormonais, observada nas grandes emoções ou nos sustos, 
nas crises dolorosas excruciantes, nos estados nauseosos intensos, nas crises do feocromocitoma, no choque 
e nos estados sincopais de lipotimia o Redução real das hemácias - hemoglobina - que é, em última 
instância, a responsável pela coloração rosada da pele. Ocorre nas anemias, as quais abordaremos mais 
adiante 
• Palidez localizada ou segmentar: constatada em áreas restritas dos segmentos corporais, sendo a isquemia 
a causa principal. Assim, a obstrução de uma artéria femoral manifesta-se por palidez do membro inferior 
respectivo, notável quando comparado um lado com o outro. Aliás, essa recomendação de se compararem 
regiões homólogas para reconhecer diferenças segmentares de coloração deve ser bem fixada. 
2-Vermelhidão ou eritrose 
-Significa exagero na coloração rósea da pele e indica aumento da quantidade de sangue na rede vascular 
cutânea, podendo decorrer de vasodilatação (ver Mucosas, neste capítulo). A vermelhidão compreende os 
seguintes tipos: 
• Generalizada: observada nos pacientes febris, nos indivíduos que ficaram expostos ao sol, nos estados 
policitêmicos e em algumas afecções que comprometem toda a pele (escarlatina, eritrodermia, psoríase) 
• Localizada ou segmentar: pode ter caráter fugaz quando depende de um fenômeno vasomotor 
(ruborização do rosto por emoção, «fogacho" do climatério), ou ser duradoura. 
-Enquadram-se aqui o eritema palmar, constituído ou manifestado em razão das hepatopatias crônicas 
(especialmente a cirrose), e a acrocianose, que é uma afecção caracterizada por frialdade persistente e 
cianose em extremidades. A acrocianose não deve ser confundida com o fenômeno de Raynaud, dele se 
diferenciando por sua natureza constante. Cita-se ainda a vermelhidão como um dos quatro sinais cardinais 
que caracterizam um processo inflamatório: dor, calor, rubor (vermelhidão) e tumor (significando 
intumescimentoda área). 
3-Cianose 
-Significa cor azulada da pele e das mucosas. Manifesta-se quando a hemoglobina reduzida alcança no 
sangue valores superiores a 5 g/100 ml 
 
6 Lorena Leahy 
-A cianose deve ser pesquisada no rosto, especialmente ao redor dos lábios, na ponta do nariz, nos lobos das 
orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés {leito ungueal e polpas digitais). Nos casos de cianose muito 
intensa, todo o tegumento cutâneo adquire tonalidade azulada ou mesmo arroxeada. 
-Quanto à localização, a cianose diferencia-se em: 
• Generalizada: observada em toda a pele, embora predomine em algumas regiões 
• Localizada ou segmentar: apenas segmentos corporais adquirem coloração anormal, significando sempre 
obstrução de uma veia que drena uma região, enquanto a cianose generalizada ou universal pode ser 
causada por diversos fatores. 
-É importante saber se a cianose é generalizada ou segmentar, porque o raciocínio clínico é completamente 
diferente em uma ou outra situação. 
-Quanto à intensidade, a cianose é classificada em três graus: 
• Leve 
• Moderada 
• Intensa. 
-Não há parâmetros para estabelecer uma orientação esquemática e caracterizar 
os vários graus de cianose. Somente a experiência capacitará o examinador para 
afirmar o grau em que uma cianose se enquadra. 
-Caracterizada a cianose como generalizada ou localizada, procura-se definir o 
tipo de cianose em questão. Há quatro tipos fundamentais: 
• Cianose central: nesses casos, há insaturação arterial excessiva, permanecendo 
normal o consumo de oxigênio nos capilares. Ocorre principalmente nas 
seguintes situações: 
# Diminuição da tensão do oxigênio no ar inspirado, cujo exemplo é a cianose 
observada nas grandes altitudes 
# Hipoventilação pulmonar: não há ar atmosférico em quantidade suficiente 
para que se faça a hematose, por obstrução das vias respiratórias, diminuição da 
expansibilidade toracopulmonar, aumento exagerado da frequência respiratória 
ou por diminuição da superfície respiratória ( atelectasia, pneumotórax) 
# Curto-circuito (shunt) venoarterial, como se observa em algumas cardiopatias 
congênitas (tetralogia de Fallot ) (Figura 15.1). 
• Cianose periférica: ocorre em consequência de perda exagerada de oxigênio na 
rede capilar, devido a estase venosa ou diminuição funcional ou orgânica do 
calibre dos vasos da microcirculação 
• Cianose mista: assim chamada, quando se associam mecanismos responsáveis por cianose central e 
periférica. Exemplo típico é a cianose em consequência de insuficiência cardíaca congestiva grave, na qual se 
relatam congestão pulmonar, impedindo adequada oxigenação do sangue, e estase venosa periférica, com 
perda exagerada de oxigênio 
• Cianose por alteração da hemoglobina: alterações bioquímicas da 
hemoglobina podem impedir a fixação do oxigênio neste pigmento. O 
nível de insaturação eleva-se até alcançar valores capazes de 
ocasionar cianose. É o que ocorre nas metemoglobinemias e 
sulfonoglobinemias provocadas por ação medicamentosa (sulfas, 
nitritos, antimaláricos) ou por intoxicações exógenas. 
4-Icterícia 
-Coloração amarelada da pele, das mucosas visíveis e da esclerótica, resultante de acúmulo de bilirrubina no 
sangue. A icterícia deve ser diferenciada de outras condições em que a pele, mas não as mucosas, pode 
 
7 Lorena Leahy 
adquirir coloração amarelada: uso de determinadas substâncias que impregnam a pele (p. ex., quinacrina), 
uso excessivo de alimentos ricos em carotenos (cenoura, mamão, tomate) 
-A coloração ictérica pode ser desde amarelo-clara até amarelo-esverdeada. As principais causas são: 
hepatite infecciosa, hepatopatia alcoólica, hepatopatia por medicamentos, leptospirose, malária, 
septicemias, lesões obstrutivas das vias biliares extra-hepáticas (litíase biliar, câncer da cabeça do pâncreas) 
e algumas doenças nas quais ocorra hemólise (icterícias hemolíticas). 
5-Albinismo 
-Coloração branco-leite da pele em decorrência de uma síntese defeituosa da melanina. Pode afetar os 
olhos, a pele e os pelos (albinismo oculocutâneo) ou apenas os olhos (albinismo ocular). 
6-Bronzeamento da pele 
Observado em pessoas de cor branca. Na maior parte das vezes é artificial, por ação dos raios solares em 
substâncias químicas bronzeadoras. Pele bronzeada naturalmente pode ser vista na doença de Addison e na 
hemocromatose por transtornos endócrinos que alteram o metabolismo da melanina. 
7-Dermatografismo 
-Também chamado urticária factícia. Se a pele é levemente atritada com a unha ou com um objeto (lápis, 
estilete, abaixador de língua), aparece uma linha vermelha ligeiramente elevada que permanece por 4 a 5 
min. Trata-se de uma reação vaso motora. 
8-Fenômeno de Raynaud 
-É uma alteração cutânea que depende das pequenas artérias e arteríolas das extremidades e que resulta 
em modificações da coloração. Inicialmente observa-se palidez; em seguida, a extremidade torna-se 
cianótica, e o episódio costuma culminar com vermelhidão da área. Trata-se de fenômeno vasomotor que 
pode ser deflagrado por muitas causas (costela cervical, tromboangeíte obliterante, lúpus eritematoso 
sistêmico, esclerodermia, policitemia, intoxicação medicamentosa, em particular derivados do ergot). 
 Continuidade ou integridade 
A perda de continuidade ou integridade da pele ocorre na erosão ou exulceração, na ulceração, na fissura ou 
rágade (ver Lesões elementares). 
 Umidade 
A verificação da umidade inicia-se pela inspeção, mas o método adequado é a palpação, por meio das polpas 
digitais e da palma da mão. Pela sensação tátil, pode-se avaliar a umidade da pele com razoável precisão. 
Observa-se uma das seguintes possibilidades: 
• Umidade normal: geralmente a pele tem certo grau de umidade que pode ser percebido ao se examinarem 
indivíduos hígidos 
• Pele seca: a pele seca confere ao tato uma sensação especial. É observada em pessoas idosas, em algumas 
dermatopatias crônicas (esclerodermia, ictiose), no mixedema, na avitaminose A, na intoxicação pela 
atropina, na insuficiência renal crônica e na desidratação 
• Umidade aumentada ou pele sudorenta: pode ser observada em alguns indivíduos normais ou pode estar 
associada a febre, ansiedade, hipertireoidismo e doenças neoplásicas. Em mulheres na menopausa, a 
umidade excessiva da pele (sudorese) provém das ondas de calor. 
 Textura 
-Textura significa trama ou disposição dos elementos que constituem um tecido. A textura da pele é avaliada 
deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea, e assim relatam-se: 
• Textura normal: desperta uma sensação própria que a prática vai proporcionando, e é encontrada em 
condições normais 
• Pele lisa ou fina: observada nas pessoas idosas, em indivíduos com hipertireoidismo e em áreas 
recentemente edemaciadas 
 
8 Lorena Leahy 
• Pele áspera: observada nos indivíduos expostos às intempéries e que trabalham em atividades rudes, tais 
como lavradores, pescadores, garis e foguistas, e em algumas afecções como mixedema e dermatopatias 
crônicas 
• Pele enrugada: percebida nas pessoas idosas, após emagrecimento rápido, ou quando se elimina o edema. 
 Espessura 
-Para se avaliar a espessura da pele, faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea, usando o polegar e o 
indicador. Há de se ter o cuidado de não alcançar o tecido celular subcutâneo. Em outras palavras: pinçam-
se apenas a epiderme e a derme. Essa manobra deve ser realizada em várias e diferentes regiões, tais como 
antebraço, tórax e abdome. Podem -se encontrar: 
• Pele de espessura normal: observada em indivíduos hígidos; seu reconhecimento depende de aprendizado 
prático e componente subjetivo 
• Pele atrófica: tem alguma translucidez que possibilita a visualização da rede venosa superficial. Observada 
nos idosos, nos prematuros e em algumas dermatoses 
• Pele hipertrófica ou espessa: notada nos indivíduos que trabalham expostos ao sol. A 
esclerodermia é uma colagenose quetem no espessamento do tegumento cutâneo uma de 
suas características clínicas mais fáceis de se observar. 
 Temperatura 
-Antes de tudo, deve-se esclarecer a diferença entre temperatura corporal e temperatura da 
pele, embora com certa frequência estejam intimamente relacionadas. Para avaliação da 
temperatura da pele, usa-se a palpação com a face dorsal das mãos ou dos dedos, 
comparando-se com o lado homólogo cada segmento examinado. 
-A temperatura da pele varia entre amplos limites. Nas extremidades essas variações são 
mais acentuadas. É muito influenciada pela temperatura do meio ambiente, emoção, 
ingestão de alimentos, sono e outros fatores. Adquirem significado semiológico especial 
diferenças de temperatura em regiões homólogas, pois discrepâncias de até 2°C podem ser 
detectadas pela palpação e indicam transtornos da irrigação sanguínea (a área isquêmica é 
mais fria). Podem ser relatadas: 
• Temperatura normal 
• Temperatura aumentada 
• Temperatura diminuída. 
-O aumento da temperatura da pele pode ser universal ou generalizado, e aí, então, trata-se 
da exteriorização cutânea do aumento da temperatura corporal (febre). 
-O aumento da temperatura em áreas restritas ou em segmentos corporais é o nosso foco. A causa principal 
são os processos inflamatórios. O calor e o rubor são reconhecidamente parte de um processo inflamatório. 
-A dor pode ocorrer apenas quando provocada, e nos processos inflamatórios mais profundos praticamente 
não há intumescimento da área circunjacente. 
-A hipotermia localizada ou segmentar revela quase sempre redução do fluxo sanguíneo em determinada 
área. Isso decorre, muitas vezes, de oclusão arterial. Quase sempre a frialdade aparece com a palidez, e os 
dois sinais juntos se reforçam e se valorizam. A diminuição da temperatura da pele pode ser generalizada, e 
sua interpretação já foi feita quando explicada a hipotermia corporal. Um tipo especial de frialdade nas 
extremidades é observado nos pacientes com transtornos de ansiedade. Observa-se em ambas as mãos e 
nas extremidades inferiores. Nesta situação, costuma haver sudorese abundante nas mãos e nos pés, o que 
muito incomoda o paciente. O registro exato da temperatura da pele é feito pela termometria cutânea, que 
não é prática da clínica médica. 
 
 
 
 
9 Lorena Leahy 
 Elasticidade e mobilidade 
-Essas duas características devem ser analisadas e interpretadas simultaneamente. Elasticidade é a 
propriedade de o tegumento cutâneo se estender quando tracionado; mobilidade refere-se à sua 
capacidade de se movimentar sobre os planos profundos subjacentes. 
-Para avaliar a elasticidade, pinça-se a prega cutânea com o polegar e o indicador, fazendo em seguida certa 
tração, ao fim da qual se solta a pele. Para a pesquisa da mobilidade, emprega-se a seguinte manobra: 
pousa-se firmemente a palma da mão sobre a superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para 
todos os lados, fazendo-a deslizar sobre as estruturas subjacentes (ossos, articulações, tendões, glândula 
mamária etc.). 
-Do ponto de vista da elasticidade, pode-se ter: 
• Elasticidade normal: observada na pele de indivíduos hígidos 
• Aumento da elasticidade ou pele hiperelástica: características semelhantes às da borracha. Ao se efetuar 
uma leve tração, a pele se distende duas a três vezes mais que a pele normal. O exemplo mais 
demonstrativo é a síndrome de Ehlers-Danlos, na qual ocorre um distúrbio do tecido elástico cutâneo 
• Diminuição da elasticidade ou hipoelasticidade: reconhecida pelo fato de a pele, ao ser tracionada, voltar 
vagarosamente à posição primitiva, ou seja, a prega cutânea, feita para executar a manobra, vai-se 
desfazendo lentamente, enquanto nas pessoas com elasticidade normal a prega se desfaz prontamente A 
diminuição da elasticidade é observada nas pessoas idosas, nos pacientes desnutridos, no abdome das 
multíparas e, principalmente, na desidratação. 
-Quanto à mobilidade, pode-se verificar: 
• Mobilidade normal: a pele normal apresenta certa mobilidade com relação às estruturas mais profundas 
com as quais se relaciona 
• Mobilidade diminuída ou ausente: a mobilidade está diminuída quando não se consegue deslizar a pele 
sobre as estruturas vizinhas. Isso ocorre em área sede de processo cicatricial, na esclerodermia, na 
elefantíase e nas infiltrações neoplásicas próximas à pele, cujo exemplo típico são as neoplasias malignas da 
glândula mamária 
• Mobilidade aumentada: é observada na pele das pessoas idosas e na síndrome de Ehlers-Danlos. 
 Turgor 
-Avalia-se o turgor, pinçando com o polegar e o indicador uma prega de pele que abranja o tecido 
subcutâneo. O turgor diferencia-se em: 
• Normal: quando o examinador tem a sensação de pele suculenta em que, ao ser solta, a prega se desfaz 
rapidamente. Indica conteúdo normal de água, ou seja, a pele está hidratada 
• Diminuído: sensação de pele murcha e observação de lento desfazimento de prega. Turgor diminuído 
indica desidratação. 
 Sensibilidade 
-Podem ser analisados os seguintes tipos de sensibilidade: 
• Sensibilidade dolorosa: a perda da sensibilidade dolorosa é chamada hipoalgesia ou analgesia, e o aumento 
da sensibilidade dolorosa denomina-se hiperestesia. o Hipoalgesia ou analgesia: pode ser percebida pelo 
paciente que nota ausência de dor ao contato com algo aquecido ou ao se ferir. Semiologicamente, é 
pesquisada tocando-se a pele com a ponta de uma agulha. Exemplo importante é a perda da sensibilidade 
dolorosa na hanseníase o Hiperestesia: é a sensação contrária, ou seja, até os toques mais leves e suaves 
despertam nítida dor. Tal fenômeno aparece no abdome agudo, na síndrome isquêmica das extremidades 
inferiores, em neuropatias periféricas 
• Sensibilidade tátil: tem como receptores os corpúsculos de Meissner, os de Merkel e as terminações 
nervosas dos folículos pilosos. Para pesquisá-la, fricciona-se levemente o local com uma mecha de algodão. 
Anestesia ou hipoestesia refere-se a perda ou diminuição da sensibilidade tátil. 
 
10 Lorena Leahy 
• Sensibilidade térmica: os receptores específicos são os bulbos terminais de Krause, para as temperaturas 
frias, e os corpúsculos de Ruffini, para as quentes. Pesquisa-se a sensibilidade térmica com dois tubos de 
ensaio, um com água quente e outro com água fria. 
 
 Lesões elementares 
-Modificações do tegumento cutâneo causadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, 
neoplásicos, transtornos do metabolismo ou por defeito de formação. As externas são avaliadas facilmente 
pelo exame clínico, que é um excelente meio para o estudante exercitar sua capacidade de observação. Para 
a avaliação de lesões elementares, empregam-se a inspeção e apalpação. O uso de uma lupa para ampliar a 
superfície da pele e as lesões é vantajoso. 
-As lesões elementares classificam-se em: 
• Alterações de cor 
• Elevações edematosas 
• Formações sólidas 
• Coleções líquidas 
• Alterações da espessura 
• Perda e reparações teciduais. 
 
1-Alterações de cor (mancha ou mácula) 
-A mancha ou mácula corresponde à área circunscrita de coloração 
diferente da pele normal, no mesmo plano do tegumento e sem alterações 
na superfície. A verdade é que o correto reconhecimento de uma mácula 
não se faz apenas pela inspeção; é por meio da palpação - deslizando-se as 
polpas digitais dos dedos indicador, médio e anular sobre a área alterada e 
suas adjacências - que melhor se pode verificar qualquer elevação da pele 
e eventuais alterações da superfície (Figura 15.4). 
-As manchas ou máculas dividem -se em: pigmentares, vasculares, 
hemorrágicas e por deposição pigmentar. 
# Pigmentares: São pigmentares quando decorrem de alterações do pigmento melânico. Subdividem-se em 
três tipos: 
• Hipocrômicas e/ ou acrômicas: resultam da diminuição e/ou ausência de melanina. Podem ser observadas 
no vitiligo, pitiríase alba, hanseníase; algumas vezes são congênitas,como no nevo acrômico e no albinismo 
 
• Hipercrômicas: dependem do aumento de pigmento melânico. Exemplos: pelagra, melasma ou doasma, 
manchas hipercrômicas dos processos de cicatrização, manchas hipercrômicas da estase venosa crônica dos 
membros inferiores, nevos pigmentados, melanose senil (Figuras 15.6 e 15.7). Os nevos são muito 
frequentes, têm aspecto variável e aparecem em qualquer idade. O nevo tuberoso ou "verruga mole" é uma 
pequena saliência roxa, geralmente pilosa, localizada, na maioria das vezes, no rosto. Efélides são as 
manchas de sarda 
 
11 Lorena Leahy 
 
• Pigmentação externa: substâncias aplicadas topicamente que produzem manchas do cinza ao preto. 
Exemplos: alcatrões, antralina, nitrato de prata, permanganato de potassio. 
 
#Vasculares :Decorrem de distúrbios da microcirculação da pele. São diferenciadas das manchas 
hemorrágicas por desaparecerem após digitopressão (compressão da região com a polpa digital; 
vitropressão, quando a compressão é feita com uma lâmina de vidro transparente; e puntipressão, quando 
se emprega um objeto pontiagudo). 
-As manchas vasculares subdividem -se em: telangiectasias e manchas eritematosas ou hiperêmicas. 
•Telangiectasias: Dilatações dos vasos terminais, ou seja, arteríolas, vênulas e capilares. As telangiectasias 
venocapilares são comuns nas pernas e nas coxas das pessoas do sexo feminino e se denominam varículas 
ou microvarizes. Podem ser vistas, também, no tórax de pessoas idosas. Outro tipo de telangiectasia são as 
chamadas aranhas vasculares, que têm este nome porque seu formato lembra o desses aracnídeos (um 
corpo central do qual emergem várias pernas em diferentes direções). Localizam-se no tronco, e para fazê-
las desaparecer basta fazer uma puntipressão exatamente sobre seu ponto mais central. Desaparecem 
porque esta manobra oclui a arteríola central, alimentadora dos vasos ectasiados. Há outros tipos de 
telangiectasias, tais como os nevos vasculares de origem congênita. 
 
•Mancha eritematosa ou hiperêmica: Decorre de vasodilatação, tem cor rósea ou tom vermelho-vivo e 
desaparece à digitopressão ou à vitropressão. É uma das lesões elementares mais encontradas na prática 
médica. Podem ser simples, ou seja, sem outra alteração da pele ou, ao 
contrário, ocorrer juntamente com outras lesões: pápula, vesícula, bolha. 
Costumam ter variados tamanhos; ora são esparsas, ora confluentes, ou seja, 
fundem-se por estarem muito próximas umas das outras. Surgem nas doenças 
exantemáticas (sarampo, varicela, rubéola), na escarlatina, na sífilis, na 
moléstia reumática, nas septicemias, nas alergias cutâneas e em muitas outras 
afecções. 
 
 
 
12 Lorena Leahy 
#Hemorrágicas 
-São também chamadas "sufusões hemorrágicas" e, como já foi mencionado, não desaparecem pela 
compressão, diferentemente dos eritemas. Não desaparecem por se tratar de sangue extravasado. De 
acordo com a forma e o tamanho, subdividem-se em três tipos: 
• Petéquias: quando puntiformes (Figura 15.11A e B) e com até 1 em de diâmetro 
• Víbices: quando formam uma linha. Esse termo também é empregado para lesão atrófica linear 
• Equimoses: quando são em placas (Figura 15.11C), maiores que 1 em de diâmetro. 
-A coloração das manchas hemorrágicas varia de vermelho-arroxeada a amarela, dependendo do tempo de 
evolução, dado muito usado em medicina legal para se avaliar o tempo decorrido entre o aparecimento da 
lesão e o momento do exame. Nas grandes e médias equimoses, as mudanças de coloração acontecem nos 
seguintes períodos: 
• Até 48 h são avermelhadas 
• De 48 a 96 h tornam-se arroxeadas 
• Do 5° ao 6 dia ficam azuladas 
• Do 6 ao 8 dia passam a ser amareladas 
• Após o 9 dia a pele volta à coloração normal. 
-Nas pequenas equimoses o tempo de duração é menor. Deve-se ressaltar que as grandes e médias 
equimoses são visíveis mesmo nas pessoas negras. 
-As manchas hemorrágicas são causadas por traumatismos, alterações capilares e discrasias sanguíneas. Nas 
duas últimas condições recebem o nome de púrpura. Se o extravasamento sanguíneo for suficiente para 
produzir elevação da pele, é designado hematoma. Equimose e hematoma se associam frequentemente. 
 
 
#Deposição pigmentar :Pode ser por deposição de hemossiderina, bilirrubina (icterícia), pigmento 
carotênico (ingestão exagerada de mamão, cenoura), corpos estranhos (tatuagem) e pigmentos metálicos 
(prata, bismuto). 
2-Elevações edematosas 
Elevações causadas por edema na derme ou hipoderme. Enquadra-se a lesão urticada ou tipo urticária, que 
corresponde a formações sólidas, uniformes, de formato variável (arredondados, ovalares, irregulares), em 
geral eritematosas, e quase sempre pruriginosas, resultando de um edema dérmico circunscrito. A afecção 
mais frequentemente responsável por este tipo de lesão é a própria urticária 
 
13 Lorena Leahy 
3-Formações sólidas 
 As formações sólidas abrangem pápulas, tubérculos, nódulos, nodosidades, 
gomas e vegetações. 
Pápulas :Elevações sólidas da pele, de pequeno tamanho (até 1,0 em de 
diâmetro), superficiais, bem delimitadas, com bordas facilmente percebidas 
quando se desliza a polpa digital sobre a lesão. Podem ser puntiformes, um 
pouco maiores ou lenticuladas, planas ou acuminadas, isoladas ou 
coalescentes, da cor da pele normal ou de cor rósea, castanha ou arroxeada. 
Inúmeras dermatoses se evidenciam por lesões papulares; exemplos: picada de 
inseto, leishmaniose, blastomicose, verruga, erupções medicamentosas, acne, 
hanseníase. 
 
Tubérculos: Elevações sólidas, circunscritas, de diâmetro maior que 1,0 em, 
situadas na derme. A consistência pode ser mole ou firme. A pele circunjacente 
tem cor normal ou pode estar eritematosa, acastanhada ou amarelada; 
geralmente desenvolvem cicatriz. São observadas na sífilis, tuberculose, 
hanseníase, esporotricose, sarcoidose e tumores. 
Nódulos, nodosidade e goma :Formações sólidas localizadas na hipoderme, 
mais perceptíveis pela palpação do que pela inspeção . Quando de pequeno 
tamanho - grão de ervilha, por exemplo - são os nódulos. Se mais volumosas, 
são as nodosidades. Gomas são nodosidades que tendem ao amolecimento e 
ulceração com eliminação de substância 
semissólida. Os limites dessas lesões em 
geral são imprecisos, e a consistência 
pode ser firme, elástica ou mole. Ora 
estão isoladas, ora agrupadas ou mesmo 
coalescentes. Podem ser dolorosas ou 
não. A pele circundante pode ser normal, 
eritematosa ou arroxeada. São muitas as 
dermatoses com nódulo ou nodosidade; 
exemplos: furúnculo, eritema nodoso, 
hanseníase, cistos, epiteliomas, sífilis, 
bouba, cisticercose. As gomas aparecem 
na sífilis, na tuberculose e nas micoses profundas. 
Vegetações :Lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couve-
flor, de consistência mole e agrupadas em maior ou menor quantidade. 
Muitas dermatoses se caracterizam por vegetações: verrugas, bouba, 
sífilis, leishmaniose, blastomicose, condiloma acuminado, tuberculose, 
granuloma venéreo, neoplasias e dermatites medicamentosas. Quando 
 
14 Lorena Leahy 
a camada córnea é mais espessa, a lesão apresenta consistência endurecida e recebe o nome de 
verrucosidade; exemplos: verrugas vulgares, cromomicose. 
 
4-Coleções líquidas. 
Vesícula: Elevação circunscrita da pele que contém líquido em seu interior com diâmetro limitado a 1,0 em. 
A diferença fundamental entre pápula e vesícula é que aquela é uma lesão sólida, e esta é constituída por 
uma coleção líquida. As vezes, para se dirimir dúvida punciona-se a lesão. O encontro de substância líquida 
caracteriza a existência de vesícula. É observada 
na varicela, no herpes-zóster, nas queimaduras, 
no eczema e nopênfigo foliáceo. 
Bolha:Também é uma elevação da pele 
contendo substância líquida em seu interior. 
Diferencia-se da vesícula pelo tamanho: seu 
diâmetro é superior a 1,0 em. É encontrada nas 
queimaduras, no pênfigo foliáceo, em algumas 
piodermites e em alergias medicamentosas 
bolha purulenta) ou vermelho-escuro (bolha 
hemorrágica). 
Pústula:Vesícula de conteúdo purulento. Surge 
na varicela, no herpes-zóster, nas queimaduras, 
nas piodermites, na acne pustulosa 
Abscessos:Coleções purulentas, mais ou menos 
proeminentes e circunscritas, de proporções 
variáveis, flutuantes, de localização dermo-
hipodérmica ou subcutânea. Quando há sinais 
inflamatórios, são chamados abscessos 
quentes. A ausência de sinais flogísticos 
caracteriza os abscessos frios. Exemplos: 
furunculose, hidradenite, blastomicose, 
abscesso tuberculoso 
Hematomas: Formações circunscritas, de tamanhos variados, 
decorrentes de derrame de sangue na pele ou nos tecidos subjacentes. 
 
5-Alterações da espessura 
-As alterações da espessura abrangem queratose, espessamento ou 
infiltração, liquenificação, esclerose, edema e atrofias. 
Queratose :Modificação circunscrita ou difusa da espessura da pele, 
que se torna mais consistente, dura e inelástica, em consequência de 
 
15 Lorena Leahy 
espessamento da camada córnea. O exemplo mais comum é o calo. Quando se localiza nas palmas das mãos 
e nas plantas dos pés chama-se, respectivamente, queratose palmar e plantar. Principais afecções que se 
manifestam por essa lesão: queratose senil, queratodermia palmoplantar, ictiose. 
Espessamento ou infiltração :Traduz-se por aumento da consistência e da espessura da pele que se mantém 
depressível, menor evidência dos sulcos da pele, limites imprecisos. O exemplo mais sugestivo é a 
hanseníase virchowiana 
 
Liquenificação :Espessamento da pele com acentuação das estrias, 
resultando em um quadriculado em rede como se a pele estivesse sendo 
vista através de uma lupa. A pele circundante toma-se, em geral, de cor 
castanho-escura . É encontrada nos eczemas liquenificados ou em qualquer 
área sujeita a coçaduras constantes. 
Esclerose: Aumento da consistência da pele, que se toma mais firme, 
aderente aos planos profundos e difícil de ser pregueada entre os dedos. O 
exemplo típico é a esclerodermia. 
Edema : Acúmulo de líquido no espaço intersticial. A pele torna-se lisa e 
brilhante. O edema deve ser analisado conforme o roteiro para o exame da 
pele, das mucosas e dos fâneros. 
Atrofias: Adelgaçamentos da pele, tornando-a fina, lisa, translúcida e 
pregueada. Podem ser fisiológicas, como na atrofia senil, ou provocadas por 
agentes mecânicos ou físicos (estrias atróficas, radiodermite). As estrias são 
linhas de atrofia de cor acinzentada ou róseo-avermelhada. Aparecem em 
qualquer parte do corpo na qual a pele tenha sido mecanicamente forçada. 
São observadas no abdome de mulheres grávidas e em pessoas cuja parede abdominal esteve distendida 
(ascite, obesidade). 
 
6-Perdas e reparações teciduais 
-Lesões provocadas por eliminação ou destruição patológicas e de reparações dos tecidos cutâneos. 
Abrangem: escama, erosão ou exulceração, úlcera ou ulceração, fissura ou rágade, crosta, escara e cicatriz. 
Escamas: Lâminas epidérmicas secas que tendem a desprender-se da superfície cutânea. Se apresentarem o 
aspecto de farelo são denominadas furfuráceas, e, quando em tiras, laminares ou foliáceas. Muitas afecções 
manifestam-se por descamação, como a caspa, a pitiríase versicolor, a psoríase e a queimadura da pele por 
raios solares. 
 
 
16 Lorena Leahy 
Erosão ou exulceração: Simples desaparecimento da parte mais superficial da pele, atingindo apenas a 
epiderme. Pode ser traumática, quando recebe o nome de escoriação, ou não traumática. Neste caso, são 
secundárias à ruptura de vesículas, bolhas e pústulas. Ao regenerarem-se, não deixam cicatrizes. 
 
Úlcera ou ulceração: Perda delimitada das estruturas que constituem a pele, atingindo a derme. Tal fato a 
diferencia da escoriação. Outra diferença entre essas duas lesões é que a ulceração deixa cicatriz. Exemplos: 
úlcera crônica, lesões malignas da pele, leishmaniose. 
 
 
Fissuras ou rágades: Perda de substância linear, superficial ou profunda não causada por instrumento 
cortante. Comprometem a epiderme e a derme e situam-se mais frequentemente no fundo de dobras 
cutâneas ou ao redor de orifícios naturais. 
 
Crosta :Formação proveniente do ressecamento de secreção serosa, sanguínea, purulenta ou mista que 
recobre área cutânea previamente lesada. Algumas vezes é de remoção fácil e em outras está firmemente 
aderida aos tecidos subjacentes. Encontram-se crostas na fase final dos processos de cicatrização, impetigo, 
pênfigo foliáceo e nos eczemas. 
 
Escara :Porção de tecido cutâneo necrosado, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou 
cisalhamento. A área mortificada torna-se insensível, tem cor escura e é separada do tecido sadio por um 
sulco. O tamanho é muito variável, desde o da cabeça de alfinete até o de placas enormes. Ocorre 
principalmente em idosos e imobilizados. 
 
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Cicatriz :Reposição de tecido destruído pela proliferação do tecido fibroso circunjacente. Os tamanhos e os 
formatos das cicatrizes são os mais variados. As cicatrizes podem ser róseo-claras, avermelhadas, ou adquirir 
uma pigmentação mais escura do que a pele ao seu redor. Podem ser deprimidas ou exuberantes. As 
exuberantes são representadas pela cicatriz hipertrófica e pelo queloide. Resultam de traumatismos ou de 
qualquer lesão cutânea que evolui para a cura. Queloide é uma formação fibrosa rica em colágeno saliente, 
de consistência firme, róseo-avermelhada, bordas nítidas, frequentemente com ramificações curtas. Pode 
ser espontâneo ou, o que é mais frequente, secundário a qualquer agressão à pele (intervenção cirúrgica, 
queimadura e ferimentos) .

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