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LESÕES ELEMENTARES DA PELE Referência: PORTO, 7ª edição Resumo por: Wathyson Alex de Mendonça Santos • Modificações do tegumento cutâneo causadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, transtornos do metabolismo ou por defeito de formação. • Para a avaliação de lesões elementares, empregam-se a inspeção e apalpação. • Classificam-se em: ➢ Alterações de cor ➢ Elevações edematosas ➢ Formações sólidas ➢ Coleções líquidas ➢ Alterações da espessura ➢ Perda e reparações teciduais. • Alterações de cor (mancha ou mácula): corresponde à área circunscrita de coloração diferente da pele normal, ➢ No mesmo plano do tegumento e sem alterações na superfície. ➢ Inspeção e apalpação verificam com mais segurança ➢ As manchas ou máculas dividem -se em: pigmentares, vasculares, hemorrágicas e por deposição pigmentar. ▪ Pigmentares: quando decorrem de alterações do pigmento melânico. Hipocrômicas: diminuição e/ou ausência de melanina. ❖ vitiligo, pitiríase alba, hanseníase; algumas vezes são congênitas, como no nevo acrômico e no albinismo. Hipercrômicas: aumento de pigmento melânico ❖ pelagra, melasma ou doasma, manchas hipercrômicas dos processos de cicatrização, manchas hipercrômicas da estase venosa crônica dos membros inferiores, nevos pigmentados, melanose senil. ❖ Os nevos são muito frequentes, aspecto variável; qualquer idade. ✓ O nevo tuberoso ou "verruga mole" é uma pequena saliência roxa, geralmente pilosa, localizada, na maioria das vezes, no rosto. ✓ Efélides são as manchas de sarda. Pigmentação externa: substâncias aplicadas topicamente que produzem manchas do cinza ao preto ❖ alcatrões, antralina, nitrato de prata, permanganato de potássio ▪ Vasculares: distúrbios da microcirculação da pele. São diferenciadas das manchas hemorrágicas por desaparecerem após digitopressão. As manchas vasculares subdividem-se em: telangiectasias e manchas eritematosas ou hiperêmicas. Telangiectasias: Dilatações dos vasos terminais, ou seja, arteríolas, vênulas e capilares. ❖ Telangiectasias venocapilares: comuns nas pernas e nas coxas das pessoas do sexo feminino e se denominam varículas ou microvarizes. ✓ Podem ser vistas, também, no tórax de pessoas idosas ❖ Aranhas vasculares: formato lembra o desses aracnídeos (corpo central do qual emergem várias pernas em diferentes direções) ✓ Localizam-se no tronco ✓ Para fazê-las desaparecer basta fazer uma puntipressão exatamente sobre seu ponto mais central, ocluindo a arteríola central, alimentadora dos vasos ectasiados. Mancha eritematosa ou hiperêmica: Decorre de vasodilatação, tem cor rósea ou tom vermelho-vivo. Uma das lesões elementares mais encontradas na prática médica ❖ Simples: sem outra alteração da pele ❖ Ocorrer juntamente com outras lesões: pápula, vesícula, bolha. ❖ Variados tamanhos; ❖ Podem ser esparsas, confluentes, ou seja, fundem-se por estarem muito próximas umas das outras. ❖ Surgem nas doenças exantemáticas (sarampo, varicela, rubéola), escarlatina, sífilis, moléstia reumática, septicemias, alergias cutâneas. ▪ Hemorrágicas: "sufusões hemorrágicas” Não desaparecem pela compressão, diferentemente dos eritemas. ❖ Sangue extravasado De acordo com a forma e o tamanho, subdividem-se em três tipos Petéquias: quando puntiformes e com até 1 em de diâmetro Víbices: quando formam uma linha. Esse termo também é empregado para lesão atrófica linear Equimoses: quando são em placas maiores que 1 em de diâmetro. A coloração das manchas hemorrágicas varia de vermelho-arroxeada a amarela, dependendo do tempo de evolução. Nas grandes e médias equimoses, as mudanças de coloração acontecem nos seguintes períodos. ❖ Até 48 h são avermelhadas ❖ De 48 a 96 h tornam-se arroxeadas ❖ Do 5° ao 6º dia ficam azuladas ❖ Do 6º ao 8º dia passam a ser amareladas ❖ Após o 9º dia a pele volta à coloração normal São causadas por: traumatismos, alterações capilares e discrasias sanguíneas (2 ultimas = púrpura) Se o extravasamento sanguíneo for suficiente para produzir elevação da pele, é designado hematoma. Equimose e hematoma se associam frequentemente. ▪ Deposição pigmentar: deposição de hemossiderina, bilirrubina (icterícia), pigmento carotênico, corpos estranhos (tatuagem) e pigmentos metálicos (prata, bismuto). • Elevações edematosas: causadas por edema na derme ou hipoderme. ➢ Lesão urticada ou tipo urticária: corresponde a formações sólidas, uniformes, de formato variável (arredondados, ovalares, irregulares), em geral eritematosas, e quase sempre pruriginosas, resultando de um edema dérmico circunscrito. ➢ A afecção mais frequentemente responsável por este tipo de lesão é a própria urticária • Formações sólidas: As formações sólidas abrangem pápulas, tubérculos, nódulos, nodosidades, gomas e vegetações ➢ Pápulas: Elevações sólidas da pele, de pequeno tamanho (até 1,0 em de diâmetro) ▪ Superficiais, bem delimitadas, com bordas facilmente percebidas ▪ Podem ser puntiformes, um pouco maiores ou lenticuladas, planas ou acuminadas, isoladas ou coalescentes ▪ Da cor da pele normal ou de cor rósea, castanha ou arroxeada. ▪ Inúmeras dermatoses se evidenciam por lesões papulares picada de inseto, leishmaniose, blastomicose, verruga, erupções medicamentosas, acne, hanseníase ➢ Tubérculos: Elevações sólidas, circunscritas, de diâmetro maior que 1,0 em, situadas na derme. ▪ Consistência mole ou firme. ▪ A pele ao redor tem cor normal ou pode estar eritematosa, acastanhada ou amarelada ▪ Geralmente desenvolvem cicatriz. ▪ Observadas sífilis, tuberculose, hanseníase, esporotricose, sarcoidose e tumores. ➢ Nódulos, nodosidade e goma: Formações sólidas localizadas na hipoderme, mais perceptíveis pela palpação do que pela inspeção. ▪ De Pequeno tamanho (grão de ervilha) são os nódulos. ▪ De Grande tamanho, são as nodosidades. ▪ Gomas são nodosidades que tendem ao amolecimento e ulceração com eliminação de substância semissólida. ▪ Os limites são imprecisos, ▪ A consistência pode ser firme, elástica ou mole. ▪ Ora estão isoladas, ora agrupadas ou mesmo coalescentes. ▪ Podem ser dolorosas ou não. ▪ A pele circundante pode ser normal, eritematosa ou arroxeada. ▪ São muitas as dermatoses com nódulo ou nodosidade furúnculo, eritema nodoso, hanseníase, cistos, epiteliomas, sífilis, bouba, cisticercose. ▪ As gomas aparecem na sífilis, na tuberculose e nas micoses profundas. ➢ Vegetações: Lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couve-flor ▪ Consistência mole e agrupadas em maior ou menor quantidade. ▪ Muitas dermatoses se caracterizam por vegetações: verrugas, bouba, sífilis, leishmaniose, blastomicose, condiloma acuminado, tuberculose, granuloma venéreo, neoplasias e dermatites medicamentosas. ▪ Quando a camada córnea é mais espessa, a lesão apresenta consistência endurecida e recebe o nome de verrucosidade; verrugas vulgares, cromomicose. • Coleções líquidas: as coleções líquidas incluem vesícula, bolha, pústula, abscesso e hematoma. ➢ Vesícula: Elevação circunscrita da pele que contém líquido em seu interior com diâmetro limitado a 1,0 cm. ▪ Pápula: lesão sólida; Vesícula: coleção líquida. Às vezes, para se dirimir dúvida punciona-se a lesão. ▪ É observada na varicela, no herpes-zóster, nas queimaduras, no eczema e no pênfigo foliáceo. ➢ Bolha: elevação da pele contendo substância líquida em seu interior. ▪ Diferencia-se da vesícula pelo tamanho: diâmetro superior a 1,0 cm. ▪ É encontrada nas queimaduras, no pênfigo foliáceo, em algumas piodermites e em alergias medicamentosas ▪ Podem ter conteúdo claro, turvo amarelado(bolha purulenta) ou vermelho-escuro (bolha hemorrágica). ➢ Pústula: Vesícula de conteúdo purulento. ▪ Surge na varicela, no herpes-zóster, nas queimaduras, nas piodermites, na acne pustulosa ➢ Abscessos: Coleções purulentas, mais ou menos proeminentes e circunscritas. ▪ Proporções variáveis ▪ Flutuantes, de localização dermo- hipodérmica ou subcutânea. ▪ Quando há sinais inflamatórios, são chamados abscessos quentes. ▪ A ausência de sinais produzidos por inflamação caracteriza os frios. furunculose, hidradenite, blastomicose, abscesso tuberculoso ➢ Hematomas: Formações circunscritas, de tamanhos variados, decorrentes de derrame de sangue na pele ou nos tecidos subjacentes. • Alterações da espessura: abrangem queratose, espessamento, liquenificação, esclerose, edema e atrofias ➢ Queratose Modificação circunscrita ou difusa da espessura da pele, que se torna mais consistente, dura e inelástica, devido ao espessamento da camada córnea. ▪ O exemplo mais comum é o calo. ▪ Nas palmas das mãos e nas plantas dos pés: queratose palmar e plantar. ▪ Principais afecções que se manifestam por essa lesão: queratose senil, queratodermia palmoplantar, ictiose ➢ Espessamento: aumento da consistência e da espessura da pele que se mantém depressível ▪ Menor evidência dos sulcos da pele, limites imprecisos. O exemplo mais sugestivo é a hanseníase virchowiana ➢ Liquenificação: espessamento da pele com acentuação das estrias, resultando em um quadriculado em rede como se a pele estivesse sendo vista através de uma lupa. ▪ A pele circundante toma-se de cor castanho-escura. ▪ Encontrada nos eczemas liquenificados ou em qualquer área sujeita a coçaduras constantes. ➢ Esclerose: elevação da consistência da pele, tornando-se mais firme, aderente aos planos profundos e difícil de ser pregueada entre dedos. ▪ O exemplo típico é a esclerodermia. ➢ Edema: Acúmulo de líquido no espaço intersticial. ▪ A pele torna-se lisa e brilhante ▪ O edema deve ser analisado conforme o roteiro para o exame da pele, das mucosas e dos fâneros. ➢ Atrofias: Adelgaçamentos da pele, tornando-a fina, lisa, translúcida e pregueada. ▪ Podem ser fisiológicas: atrofia senil, ▪ Ou provocadas por agentes mecânicos ou físicos: estrias atróficas, radiodermite. As estrias são linhas de atrofia de cor acinzentada ou róseo-avermelhada. Aparecem em qualquer parte do corpo na qual a pele tenha sido mecanicamente forçada. ❖ Observadas no abdome de mulheres grávidas e em pessoas cuja parede abdominal esteve distendida (ascite, obesidade). • Perdas e reparações teciduais: Lesões provocadas por eliminação ou destruição patológicas e de reparações dos tecidos cutâneos. ➢ escama, erosão ou exulceração, úlcera ou ulceração, fissura ou rágade, crosta, escara e cicatriz. ➢ Escamas: lâminas epidérmicas secas que tendem a desprender-se da superfície cutânea. ▪ Aspecto de farelo: furfuráceas ▪ Em tiras: laminares ou foliáceas. ▪ Muitas afecções manifestam-se por descamação, como a caspa, a pitiríase versicolor, a psoríase e a queimadura da pele por raios solares. ➢ Erosão: Simples desaparecimento da parte mais superficial da pele, atingindo apenas a epiderme ▪ Pode ser traumática: escoriação; ou não traumática. ▪ São secundárias à ruptura de vesículas, bolhas e pústulas. ▪ Ao regenerarem-se, não deixam cicatrizes. ➢ Úlcera: Perda delimitada das estruturas que constituem a pele, atingindo a derme. ▪ A ulceração deixa cicatriz. ▪ Exemplos: úlcera crônica, lesões malignas da pele, leishmaniose. ➢ Fissuras ou rágades: Perda de substância linear, superficial ou profunda não causada por instrumento cortante. ▪ Comprometem a epiderme e a derme e situam-se mais frequentemente no fundo de dobras cutâneas ou ao redor de orifícios naturais. ➢ Crosta: Formação proveniente do ressecamento de secreção serosa, sanguínea, purulenta ou mista que recobre a área cutânea previamente lesada. ▪ Algumas vezes é de remoção fácil e em outras está firmemente aderida aos tecidos subjacentes. ▪ Encontram-se crostas na fase final dos processos de cicatrização, impetigo, pênfigo foliáceo e nos eczemas ➢ Escara: Porção de tecido cutâneo necrosado, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou cisalhamento. ▪ A área mortificada torna-se insensível. ▪ Tem cor escura e é separada do tecido sadio por um sulco. ▪ O tamanho é muito variável (cabeça de alfinete até o de placas enormes) ▪ Ocorre principalmente em idosos e imobilizados. ➢ Cicatriz: Reposição de tecido destruído pela proliferação do tecido fibroso circunjacente. ▪ Tamanhos e formatos das cicatrizes variam. ▪ Podem ser róseo-claras, avermelhadas, ou mais escura do que a pele ao seu redor. ▪ Podem ser deprimidas ou exuberantes. As exuberantes são representadas pela cicatriz hipertrófica e pelo queloide. Resultam de traumatismos ou de qualquer lesão cutânea que evolui para a cura. ❖ Queloide é uma formação fibrosa rica em colágeno saliente, de consistência firme, róseo-avermelhada, bordas nítidas frequentemente com ramificações curtas. ✓ Pode ser espontâneo ou secundário (mais comum) a qualquer agressão à pele (intervenção cirúrgica, queimadura e ferimentos) MUCOSA • Facilmente examináveis a olho nu e sem auxílio de qualquer aparelho são: ➢ Conjuntivas oculares ➢ Mucosas labiobucal, lingual e gengival. • No caso das mucosas bucais, solicita-se ao paciente que abra a boca e ponha a língua para fora. • É indispensável uma boa iluminação, de preferência com luz natural complementada por uma pequena lanterna. • Os seguintes elementos devem ser analisados: ➢ Coloração ➢ Umidade. • Coloração: A coloração normal é róseo-avermelhada, decorrente da rica rede vascular das mucosas. ➢ A nomenclatura utilizada é mucosas normocoradas. ➢ Alterações da coloração: descaramento das mucosas, mucosas hipercoradas, cianose, icterícia e leucoplasia. ➢ Descoramento das mucosas: Diminuição ou perda da cor róseo-avermelhada → mucosas descoradas ou palidez das mucosas. ▪ Procura-se fazer também uma avaliação quantitativa, usando-se a escala de 1 a 4 cruzes ( +, + +, + + + e + + + + ). ▪ Mucosas descoradas (+) significam uma leve diminuição da cor normal, enquanto mucosas descoradas ( + + + +) indicam o desaparecimento da coloração rósea. Anemia é um grande achado na inspeção das mucosas ▪ Há muitos tipos de anemia, e cada uma pode ser determinada por várias causas O denominador comum é a diminuição das hemácias e da hemoglobina ❖ Alterações responsáveis pelo descoramento das mucosas. Apresentam também palidez da pele, fadiga, astenia, palpitações Nas anemias hemolíticas observa-se icterícia; nas anemias megaloblásticas, distúrbios nervosos localizados nos membros inferiores. O hemograma é indispensável em todos os casos e quando necessário são feitos outros exames: testes de resistência das hemácias, teste de falcização, eletroforese da hemoglobina, e o mielograma, em alguns casos especiais. ➢ Mucosas hipercoradas: Acentuação da coloração normal, podendo haver inclusive mudança de tonalidade para vermelho-arroxeada. ▪ Indicam aumento das hemácias naquela área: inflamações (conjuntivites, glossites, gengivites) e nas poliglobulias. ▪ Poliglobulia pode ser observada em diversas condições: poliglobulia secundária a algumas doenças respiratórias, poliglobulia compensadora das grandes altitudes, policitemia vera de causa desconhecida, considerada o processo neoplásico da série eritrocitária. ➢ Cianose: Coloração azulada das mucosas cujo significado é o mesmo da cianose cutânea. ➢Icterícia: As mucosas tornam-se amarelas ou amarelo-esverdeadas; da mesma maneira que na pele, resulta de impregnação pelo pigmento bilirrubínico aumentado no sangue. ▪ Mais facilmente identificáveis: mucosa conjuntival e o freio da língua. ▪ As icterícias mais leves só são perceptíveis nesses locais. ▪ Nas pessoas de cor preta, a esclerótica costuma apresentar uma coloração amarelada, causada por deposição de gordura ➢ Leucoplasia: Áreas esbranquiçadas, às vezes salientes, nas mucosas, por espessamento do epitélio (queratose, paraqueratose, hiperplasia, neoplasia), diminuição da vascularização e/ou fibroesclerose da lâmina própria. • Umidade Em condições normais são úmidas, especialmente as mucosas linguais e a bucal, traduzindo bom estado de hidratação. ➢ Umidade normal: as mucosas apresentam discreto brilho indicativo de tecidos hidratados ➢ Mucosas secas: as mucosas perdem o brilho, os lábios e a língua ficam pardacentos, adquirindo aspecto ressequido; indicam desidratação. FÂNEROS • Os fâneros compreendem cabelo, pelos e unhas • Cabelo: deve ser analisado quanto às seguintes características: ➢ Tipo de implantação ➢ Distribuição ➢ Quantidade ➢ Coloração ➢ Outras características (brilho, espessura, consistência). ➢ Tipo de implantação: varia de acordo com o sexo. ▪ Mulher: implantação mais baixa e formam uma linha de implantação característica ▪ Homens: mais alta e existem as “entradas" laterais. ▪ Diversos transtornos endócrinos concomitantes ao hipogonadismo no homem determinam implantação feminoide dos cabelos. ▪ Alterações endócrinas na mulher com hiperprodução de substâncias androgênicas invertem o tipo de implantação dos cabelos. ➢ Distribuição: é uniforme e, quando há áreas sem pelos, são denominadas alopecia, cujas causas são múltiplas. ▪ Alteração comum: calvície, que pode ser parcial ou total; ▪ As calvícies parciais assumem diferentes formas e podem ser de vários graus. ➢ Quantidade varia de um indivíduo para outro, e, com o avançar da idade, os cabelos tornam-se mais escassos. ▪ Do ponto de vista semiológico a queda de cabelos é um dado de interesse. ➢ Coloração: varia com a etnia e em função de características geneticamente transmitidas. ▪ As cores básicas são: cabelos pretos, castanhos, louros e ruivos. ▪ As modificações podem ser artificiais ou consequentes a enfermidades. ▪ Uma alteração interessante é a que se observa nos meninos com desnutrição proteica grave, cujos cabelos se tornam ruivos. ➢ Outras caraterísticas (brilho, espessura, consistência): Muitas vezes, os cabelos podem perder o brilho e tornar-se quebradiços e secos. ▪ Essas alterações ocorrem no mixedema, nos estados carenciais e em várias outras afecções. PELOS • Localizam-se nos folículos pilossebáceos, que resultam de invaginação da epiderme. • Até a puberdade: são finos, escassos e de cor castanho-clara ou mesmo amarelados. • Com a puberdade, por ação dos hormônios sexuais, os pelos adquirem as características e a distribuição do adulto, próprias de cada sexo, havendo grandes variações raciais e individuais. • No homem aparecem barba, pelos nos troncos, e os pelos pubianos formam um losango. • Na mulher não aparecem barba, nem pelos no tronco; os pelos pubianos têm forma de triângulo de vértice voltado para baixo. • Espessura, consistência, brilho e comprimento: igualmente os cabelos podem tornar- se secos, quebradiços e sem brilho, pelos mesmos motivos assinalados. • O principal achado clínico é o hirsutismo e a hipertricose: • Hipertricose: consiste no aumento exagerado de pelos terminais, sexuais e bissexuais ou não sexuais, em relação ao indivíduo. ➢ Pode ser congênita ou adquirida, difusa ou localizada • Hirsutismo: é o aumento exagerado de pelos sexuais masculinos na mulher. ➢ Pode ser constitucional, idiopático ou androgênico. ➢ No hirsutismo provocado por níveis elevados de testosterona, observam-se implantação tipo masculina e calvície temporal. • Todas essas alterações (hirsutismo, atraso ou precocidade no aparecimento de pelos) costumam estar relacionadas com distúrbios endócrinos, seja da suprarrenal, dos testículos, do ovário, da hipófise ou metabólicos. • Queda dos pelos: As condições mais frequentemente causadoras são: desnutrição, hepatopatias crônicas, mixedema, colagenoses, quimioterapia e certas dermatoses. UNHAS • Formadas de células queratinizadas que se originam na matriz, são constituídas de epiderme com as suas diversas camadas, exceto a granular. • As seguintes características devem ser analisadas: ➢ Forma ou configuração ➢ Tipo de implantação ➢ Espessura ➢ Superfície ➢ Consistência ➢ Brilho ➢ Coloração. • A unha normal forma um ângulo menor que 160° ➢ Apresenta apenas uma curvatura lateral nítida ➢ A superfície é lisa, brilhante, tem cor róseo-avermelhada, a espessura e a consistência são firmes. • Hipocratismo/baqueteamento digital: o ângulo de implantação é de aproximadamente 180°. As unhas dos pés têm configuração variada. ➢ Podem ser pálidas (anêmicas), ou adquirir uma tonalidade cianótica. ➢ A superfície pode tornar-se irregular, a espessura aumentar ou diminuir, o brilho pode desaparecer, e a consistência estardiminuída. • A ocorrência de manchas brancas é comum em pessoas sadias e são chamadas leuconíquias. • As unhas podem estar parcialmente descoladas do leito, denotando onicólise. São as unhas de Plummer, observadas no hipertireoidismo. • Unhas distróficas são espessadas, rugosas e de formato irregular. Frequentes em pessoas que trabalham descalças, sujeitas a repetidos traumatismos, em portadores de isquemia crônica dos membros inferiores ou de onicomicose • Alterações da forma podem ser notadas em estados carenciais, onicomicoses, nefropatias crônicas, hepatopatias crônicas, psoríase e em pessoas que lidam com substâncias cáusticas (pedreiros, lavadeiras). • Coiloníquia ou unha em colher: estado distrófico no qual a placa ungueal torna-se fina e desenvolve-se uma depressão. ➢ Tais alterações ocorrem na anemia ferropriva grave e são provocadas por irritantes locais. Observar também as regiões que rodeiam as unhas, pois processos inflamatórios de origem micótica ocorrem com frequência. ➢ Paroníquias: muito comuns nas pessoas que têm as mãos em constante contato com água (lavadeiras, cozinheiras). ➢ Por fim, deve-se observar se há sinais indicativos do hábito de roer unhas (onicofagia), que é indicativo de ansiedade.
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