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1 Lorena Leahy Objetivos 1-Descrever a anatomofisiologia do tórax, seus músculos, as costelas e as membranas pleurais 2-Discorrer sobre o mecanismo respiratório (pressão alveolar,músculos, complacência pulmonar, tensão superficial, espaço pleural 3-Explicar como o estímulo sensorial (agudo e crônico) interfere na mecânica respiratória 4-Analisar os testes que avaliam a função pulmonar 5-Abordar as medidas preventivas em acidentes de trabalho Objetivo 1 e 2 ANATOMIA Caixa Torácica (Esqueleto do Tórax): - A caixa torácica é o complexo formado pela junção das costelas, osso esterno e cartilagens costais. A caixa torácica fica fixada na coluna vertebral pelas 12 vértebras torácicas e ajuda na estabilidade para esse segmento da coluna vertebral. - As principais funções da caixa torácica são a de proteção aos órgãos vitais localizados no tórax (pulmão e coração) e de órgãos localizados na porção superior do abdômen – como fígado, rins, pâncreas e estômago. Além disso, permite a expansão dos pulmões durante a respiração. - A caixa torácica é composta por 12 costelas. A primeira costela (de cima para baixo) se liga ao manúbrio (osso superior complementar do esterno), a segunda costela se liga ao ângulo do esterno (divisão entre o manúbrio e o corpo do esterno), da terceira à sétima costela, todas se ligam ao corpo do esterno. - As costelas se ligam ao esterno a partir das cartilagens costais e somente as costelas entre a 1 e a 7 acabam se ligando diretamente – através das cartilagens – ao osso esterno; são as chamadas “Costelas Verdadeiras”. - Além das costelas verdadeiras, existem as “Costelas Falsas”, que vão da 8ª à 12ª, sendo que da oitava à décima, as cartilagens acabam se ligando com as cartilagens das costelas superiores e se ligam – indiretamente – ao esterno. Uma subdivisão das costelas falsas é o que chamam de “Costelas Flutuantes” e estas são as 11ª e 12ª, as quais não se ligam – seja direta ou indiretamente – a nenhuma outra estrutura do esterno. - O esterno é um osso localizado medianamente e é dividido (de cima para baixo) em incisura jugular, manúbrio, ângulo, corpo e processo xifoide. Tutoria 2/ Módulo 2 2 Lorena Leahy Musculatura da Respiração: Inspiração - Durante a inspiração, usamos basicamente dois músculos, sendo eles o diafragma e os intercostais externos. - O diafragma é um músculo em forma de cúpula e separa a cavidade torácica da abdominal. Localiza-se abaixo dos pulmões e – toda vez que se contrai – se movimenta para baixo, empurrando as vísceras e favorecendo a expansão dos pulmões em direção caudal. Além disso, é responsável por cerca de 70% do trabalho inspiratório e é inervado pelo nervo frênico. - Os músculos intercostais externos ficam posicionados entre as costelas na porção mais externa da caixa torácica e é responsável por aumentar os espaços costais durante a inspiração. Com isso, este músculo aumenta o diâmetro latero-lateral e anteroposterior da caixa torácica, permitindo maior expansão dos pulmões. - Além dos músculos tradicionais, existem os músculos acessórios, os quais serão usados em caso de inspiração “forçada”, aumentando o volume apical dos pulmões graças à elevação da caixa torácica propriamente dita. Os músculos acessórios são o esternocleidomastóideo (elevam o esterno), os escalenos anterior, médio e posterior (que elevam as duas primeiras costelas), o peitoral menor e o serrátil anterior (eleva muitas costelas). Expiração - A expiração em condições de repouso é passiva, pois não utilizamos músculos para a realização deste movimento. Como os pulmões são elásticos, a própria elasticidade do tecido pulmonar se encarrega de retorná-los ao seu volume original após a inspiração, sem a necessidade de trabalho muscular. Porém, durante a expiração forçada é necessário o trabalho muscular dos Intercostais Internos e dos Músculos Abdominais. - Os intercostais internos ficam posicionados entre as costelas na porção interna da caixa torácica e é responsável por diminuir os espaços costais durante a expiração. Assim, está diretamente ligado à redução do diâmetro latero- lateral e anteroposterior da caixa torácica, aumentando as pressões sobre os pulmões para expelir o ar de forma forçada. - Durante uma expiração forçada os músculos abdominais comprimem as vísceras, que se movimentam para cima. Isso faz com que o diafragma se eleve e gere compressão sobre a base dos pulmões, aumentando a pressão no interior deles e favorecendo a expulsão do ar. Os músculos em destaque são o reto abdominal, oblíquos (externo e interno) e o transverso abdominal. Pulmões - Os pulmões estão em número de 2 e são divididos em pulmão direito e esquerdo. O pulmão direito é dividido em lobo superior, médio e inferior, além de possuir duas fissuras que os dividem (horizontal do pulmão direito e oblíqua). O pulmão esquerdo é dividido somente em lobo superior e inferior, além de só possuir uma fissura e esta é a oblíqua. - O topo superior dos pulmões é denominado de ápice e o pulmão é todo revestido pela pleura, um tipo de membrana que contém o denominado líquido pleural e conta com alguns “recessos” fora de contato direto com os pulmões e estes são o recesso costodiafragmático da cavidade pleural (localizado na parte inferior dos pulmões tanto esquerdo quanto direito) e o recesso costomedial da cavidade pleural (localizado na região de “encaixe” do coração). A pleura na porção apical dos pulmões contém a chamada “cúpula da pleura”, que fica na região cervical da pleura parietal. - Uma peculiaridade do pulmão esquerdo em relação ao direito é que este irá possuir a incisura cardíaca no lobo superior (como se fosse uma escavação na região mediana do pulmão) e uma língula (parecida com o processo uncinado do pâncreas) na região mais distal do lobo superior em relação ao ápice do pulmão. FISIOLOGIA - Os pulmões podem ser expandidos e contraídos de duas maneiras: (1) movimentos de subida e descida do diafragma para aumentar ou diminuir a cavidade torácica; e (2) por elevação e depressão das costelas para elevar e reduzir o diâmetro anteroposterior da cavidade torácica (respiração forçada). - Os pulmões são estruturas elásticas que colapsam – como um balão – e expelem todo o ar pela traqueia toda vez que não existe força para mantê-lo inflado. Além disso, não existem conexões entre os pulmões e as paredes da 3 Lorena Leahy caixa torácica, exceto onde ele é suspenso no hilo (região de entrada dos brônquios principais, artérias e veias pulmonares) a partir do mediastino – região situada no meio da caixa torácica.Em vez disso, o pulmão flutua na cavidade torácica, cercado por líquido pleural que lubrifica os movimentos do pulmão dentro da cavidade. - Quando a glote está aberta e não existe fluxo de ar para dentro ou para fora dos pulmões, as pressões em todas as partes da árvore respiratória, até os alvéolos, são iguais à pressão atmosférica, que é considerada a pressão de referência zero nas vias aéreas – isto é, 0 cm de pressão de água. Para causar o influxo de ar para os alvéolos, durante a inspiração a pressão nos alvéolos deve cair para valor ligeiramente abaixo da pressão atmosférica (abaixo de 0). Essa pressão ligeiramente negativa é suficiente para puxar 0,5L de ar para o interior dos pulmões. Durante a expiração, a pressão alveolar sobe acima de 0 e força o 0,5L de ar inspirado para fora dos pulmões. Espaço Pleural -A pleura é a serosa que envolve o pulmão e é constituída por dois folhetos, o parietal e o visceral, que são contínuos na região do hilo do pulmão. Ambos são formados por mesotélio e uma fina camada de tecido conjuntivo, que contém fibras colágenas e elásticas. Este último tipo de fibra, presente no folheto visceral, tem continuidade com as mesmas presentes no parênquima pulmonar. -Os dois folhetos delimitam, para cada pulmão, umacavidade independente e totalmente revestida pelo mesotélio. Normalmente, essa cavidade pleural é virtual, contendo apenas uma fina camada de líquido que lubrifica (líquido pleural), permitindo o deslizamento suave dos dois folhetos durante a respiração, impedindo o atrito entre o mesotélio visceral e parietal - Existe uma leve tração entre a superfície visceral da pleura pulmonar e a superfície parietal da pleura da cavidade torácica. Com isso, os pulmões acabam ficando presos à parede torácica (como se estivessem colados), porém existe um deslizamento entre ambos. Pressão Pleural - A pressão pleural é a pressão do líquido no estreito espaço entre a pleura visceral e a pleura parietal. A pressão pleural normal no início da inspiração é cerca de 5 centímetros de água, que é a quantidade de sucção necessária para manter os pulmões abertos no seu nível de repouso. Durante a inspiração normal, a expansão da caixa torácica traciona os pulmões para diante com força maior e cria mais pressão negativa, que chega a cerca de −7,5 centímetros de água. Depois, na expiração, os eventos são essencialmente invertidos. Pressão Alveolar -É a pressão do ar dentro dos alvéolos pulmonares. -Quando a glote está aberta e não existe fluxo de ar para dentro ou para fora dos pulmões, as pressões em todas as partes da árvore respiratória, até os alvéolos, são iguais à pressão atmosférica, que é considerada a pressão de referência zero nas vias aéreas —isto é, 0 cm de pressão de água. Para causar o influxo de ar para os alvéolos, durante a inspiração a pressão nos alvéolos deve cair para valor ligeiramente abaixo da pressão atmosférica. -Durante a inspiração normal, a pressão alveolar diminui para cerca de -1 centímetro de água. Essa pressão ligeiramente negativa é suficiente para puxar 0,5 litro de ar para o interior dos pulmões, nos 2 segundos necessários para uma inspiração normal e tranquila. -Durante a expiração, ocorrem pressões contrárias: a pressão alveolar sobe para cerca de +1 centímetro de água e força o 0,5 litro de ar inspirado para fora dos pulmões, durante os 2 a 3 segundos de expiração. -Pressão Transpulmonar é a diferença entre a pressão alveolar e a pressão pleural (a diferença de pressão entre os alvéolos e as superfícies externas dos pulmões) sendo medida das forças elásticas nos pulmões que tendem a colapsá-los a cada instante da respiração, a chamada pressão de retração. Complacência Pulmonar - é o grau de extensão dos pulmões por cada unidade de aumento da pressão transpulmonar (se tempo suficiente for permitido para atingir o equilíbrio) é chamado complacência pulmonar. A complacência total de ambos os pulmões no adulto normal é, em média, de 200 mililitros de ar por centímetro de pressão de água transpulmonar. Isto é, sempre que a pressão transpulmonar aumentar 1centímetro de água, o volume pulmonar, após 10 a 20 segundos, se expandirá 200 mililitros 4 Lorena Leahy Princípios da Tensão Superficial. -Quando a água forma uma superfície de contato com o ar, as moléculas da água na superfície têm atração especialmente forte umas pelas outras. Como resultado, a superfície da água está sempre tentando se contrair. Isto é o que mantém as gotas de chuva unidas. -Agora, vamos reverter esses princípios e ver o que acontece nas superfícies internas do alvéolo. Aí, a superfície da água também está tentando se contrair. Isso resulta em tentativa de forçar o ar para fora do alvéolo, pelo brônquio, e, ao fazer isso, induz o colapso do alvéolo. O efeito global é o de causar força contrátil elástica de todo o pulmão que é referida como força elástica da tensão superficial. O Surfactante e seus Efeitos na Tensão Superficial. -O surfactante é um agente ativo da superfície da água, o que significa que ele reduz bastante a tensão superficial da água. É secretado por células epiteliais especiais secretoras de surfactante chamadas células epiteliais alveolares tipo II, que constituem cerca de 10% da área de superfície alveolar. -Essas células são granulares, contêm inclusões lipídicas que são secretadas no surfactante dentro dos alvéolos. -O surfactante é mistura complexa de vários fosfolipídios, proteínas e íons. Os componentes mais importantes são o fosfolipídio dipalmitoilfosfatidilcolina,as apoproteínas surfactantes e os íons cálcio. -A dipalmitoilfosfatidilcolina e vários fosfolipídios menos importantes são responsáveis pela redução da tensão superficial. Eles agem dessa maneira porque não se dissolvem, uniformemente, no líquido que recobre a superfície alveolar. Parte das moléculas se dissolve, enquanto o restante se espalha sobre a superfície da água no alvéolo. Pressão em Alvéolos Ocluídos Causada pela Tensão Superficial. -Caso as vias aéreas que levam aos alvéolos pulmonares estejam bloqueadas, a tensão superficial, no alvéolo, tende a colapsá-lo. Isso cria pressão positiva alveolar, tentando empurrar o ar para fora. A quantidade de pressão, gerada dessa maneira, no alvéolo, pode ser calculada a partir da seguinte fórmula: -Para o alvéolo de tamanho médio, com um raio de cerca de 100 micrômetros e revestido com surfactante normal, calcula-se que a pressão seja aproximadamente de 4 centímetros de pressão de água (3 mmHg). Caso os alvéolos tenham sido revestidos com água pura, sem nenhum surfactante, a pressão seria calculada como aproximadamente 18 centímetros de pressão de água, 4,5 vezes maior. Assim, pode-se ver como o surfactante é importante na redução da tensão superficial alveolar e, assim, na redução do esforço requerido pelos músculos respiratórios para expandir os pulmões. Efeito do Raio Alveolar na Pressão Causada pela Tensão Superficial. -Observe, a partir da fórmula precedente, que a pressão, gerada como resultado da tensão superficial alveolar, é inversamente afetada pelo raio do alvéolo, o que significa que quanto menor o alvéolo, maior a pressão alveolar causada pela tensão superficial. Assim, quando o alvéolo tem a metade do raio normal (50 em vez de 100 micrômetros), as pressões observadas antes são duplicadas. -Isto é especialmente significativo em recém-nascidos prematuros, muitos dos quais têm o raio alveolar menor que um quarto dos encontrados em adultos. Além disso, o surfactante não começa a ser secretado nos alvéolos até o sexto ou sétimo mês de gestação e, em alguns casos, até mesmo mais tardiamente. Assim, muitos recém-nascidos prematuros têm pouco ou nenhum surfactante nos alvéolos quando nascem, e os seus pulmões têm tendência extrema ao colapso, algumas vezes de seis a oito vezes maior que a de pessoa adulta. -Isso causa a condição chamada síndrome de angústia respiratória do recém-nascido. Ela é fatal, caso não seja tratada com medidas enérgicas, especialmente, respiração assistida por pressão positiva contínua. Objetivo 3 Fonte: Centro de Tratamento e Pesquisa do Hospital do Câncer e Dr. Heinz Konrad 2013 A classificação neurofisiológica da dor baseia-se nos mecanismos dolorosos desencadeantes, diferenciando as dores em Nociceptivas e Não Nociceptivas. Pressão = 2x tensão superficial/ raio do alvéolo 5 Lorena Leahy -Considera-se dor Nociceptiva aquela que resulta da ativação de nociceptores (fibras A-delta e C) através de estímulos dolorosos, os quais podem ser mecânicos, térmicos ou químicos. Os nociceptores podem ser sensibilizados por estímulos químicos endógenos (substâncias algogênicas), como a serotonina, a substância P, a bradicinina, as prostaglandinas, e a histamina. -Geralmente, o paciente descreve essas dores da seguinte forma: Dor Somática: subdivide-se em dor superficial (dor cutânea) que ocorre ao nível da pele ou membranas mucosas (por ex., pequenas feridas, queimaduras de primeiro grau) ou dor profunda, que tem origem ao nível dos músculos, ossos, articulações, ligamentos, tendões, vasos sanguíneos. Dor Visceral: é provocada por distensãode víscera oca, mal localizada, profunda, opressiva, constritiva. Freqüentemente associa-se a sensações de náuseas, vômitos, e sudorese. Muitas vezes há dores locais referidas, como por exemplo, em ombro ou mandíbula relacionadas ao coração, em escápula referente a vesícula biliar, e em dorso, referente ao pâncreas. Ex.: câncer de pâncreas, obstrução intestinal, dor torácica, metástase intraperitoneal, etc. A dor visceral pode irradiar para as correspondentes regiões cutâneas de referência, sendo assim designada como “dor referida”. -Já a Dor Não-Nociceptiva subdivide-se em Dor Neuropática e Psicogênica. Dor Neuropática: é fruto da lesão ou disfunção do Sistema Nervoso Central (SNC) ou Sistema Nervoso Periférico (SNP). Em geral, persistem por longo tempo após o evento precipitante. A dor neuropática pode ser episódica, temporária ou crônica, persistente, podendo inclusive não estar associada a qualquer lesão detectável. Esta dor também pode ser conseqüência de algumas doenças degenerativas que levam a compressão ou a lesões das raízes nervosas, ao nível da coluna. Os pacientes descrevem a dor neuropática como "ardente ou penetrante", podendo haver a presença de alodínia (estímulos inócuos em situações normais, mas que nesta situação são percebidos pelo organismo como estremamente dolorosos, muitas vezes o simples "roçar" de um tecido sobre a pele desencadeia dor intensa imediata). Os pacientes queixam- se de dores recorrentes. A dor neuropática manifesta-se de várias formas, como sensação de queimação, peso, agulhadas, ferroadas ou choques, podendo ou não ser acompanhada de "formigamento" ou "adormecimento" (sensações chamadas de "parestesias") de uma determinada parte do corpo. São exemplos a neuralgia do nervo trigêmeo, a neuralgia pós-herpética e a neuropatia periférica, dentre outras. A dor por Desaferentação trata-se de uma subdivisão da dor neuropática, que pode decorrer de algum tipo de dano ao sistema somatossensorial em qualquer ponto ao longo de seu percurso. São exemplos as dores precipitadas por lesões periféricas (dor fantasma), e as dores precipitadas por lesões centrais (dor talâmica, AVC, secundárias a metástases ou a tumores cerebrais, etc). Dor Psicogênica: considera-se a existência da dor psicogência quando nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático pode ser identificado e há sintomas psicológicos suficientes para o estabelecimento de critérios psiquiátricos estabelecidos na classificação DSM-IV. Na prática, a dor psicogênica é diagnóstico de exclusão e de ocorrência muito rara. Muitos autores consideram-na virtual, uma vez que mesmo patologias puramente psiquiátricas são manifestações de alterações orgânicas e identificáveis, mesmo que somente bioquimicamente. Classificação temporal A dor aguda é relacionada temporalmente a lesão causadora, isto é, deve desaparecer durante o período esperado de recuperação do organismo ao evento que está causando a dor, sendo tratada com analgésicos e suporte terapêutico da causa desencadeante da dor. Não há um limite preciso estabelecido para sua duração na literatura mundial, variando entre 3 a 6 meses, limite máximo em que a maioria dos autores passam a considerar sua presença como crônica. Contudo, a dor aguda pode ter duração extremamente curta, desde alguns minutos, até a algumas semanas, decorrentes das mais variáveis situações, incluindo causas inflamatórias, causas traumáticas, causas infecciosas, pós-operatórios e procedimentos médicos e terapêuticos em geral. A dor crônica é considerada por alguns autores aquela com duração maior que 3 meses, ou que ultrapassa o período usual de recuperação esperado para a causa desencadeante da dor (alguns consideram a esse limite 6 meses). Para efeitos práticos, o importante é que a dor crônica não apresenta utilidade a qualquer processo biológico, ou seja, não apresenta propósito biológico, e não assume qualquer outra função senão a 6 Lorena Leahy de causar sofrimento ao indivíduo, em seu aspecto mais amplo: físico, emocional e financeiro. Muitas vezes, na dor crônica, o fator causal pode já não estar mais atuante ou não ser passível de remoção, sendo um exemplo importante a dor oncológica, que deve ser tratada como um processo patológico distinto, e não mais como apenas um sintoma. -Segundo o Dr. Heinz Konrad a DOR AGUDA pode e deve ser interpretada como um sinal de alerta, a DOR CRÔNICA já não tem mais essa função. Uma dor pode tornar-se crônica pelos mais variados motivos, mas ela certamente não tem mais uma função de alerta ou defesa. A dor crônica merece maior atenção por parte da medicina moderna, pois é a dor crônica que acaba com a qualidade de vida, é ela que limita a movimentação, a agilidade, a atividade e o bem-estar das pessoas. Objetivo 4 Fonte: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia -Os testes de função pulmonar ajudam a avaliar se os seus pulmões estão funcionando bem. Os testes medem a quantidade de ar que você solta dos seus pulmões (na expiração) e quanto tempo você leva para expirar completamente. -Estes testes são feitos para diagnosticar problemas pulmonares, como asma e bronquite. Eles podem ser realizados antes e depois de você tomar algumas medicações, como os broncodilatadores. Também podem ser usados para descobrir se a sua falta de ar piora com o exercício. Você deve seguir todas as instruções que receber para se preparar para o teste. Caso contrário, o seu teste pode ser cancelado. Evite fumar por 12 a 24 horas antes do teste. O ideal é que pare definitivamente com esse hábito. Interrompa o uso das medicações destinadas ao seu problema pulmonar 6 horas antes do teste, com a ciência de seu médico. Evite bebidas com cafeína e faça apenas uma refeição leve antes do exame. Limite também a quantidade de líquidos que você bebe. Use roupas folgadas e que não limitem a sua respiração. Fale com o médico que está assistindo o exame se você apresentar algum destes sintomas durante o teste: Dor na boca Dor no peito, braços ou queixo Fadiga ou tontura Falta de ar grave Durante o seu teste: Haverá um médico que o acompanhará durante o teste. Dependendo de quantas partes do teste você vai fazer, você pode ficar sentado em uma cadeira e respirar através de uma espécie de bocal. Ou então, você pode se sentar dentro de uma cabine plástica transparente, parecida com uma cabine telefônica. Você usará clipes para fechar o nariz, de forma que você respire pela boca. Durante a espirometria, você será orientado a prender a sua respiração e soltar o ar o mais rápido que conseguir. A espirometria é repetida pelo menos 3 vezes para medir o seu melhor desempenho. Durante o teste da capacidade de difusão, você será orientado a prender a sua respiração por 10 segundos. O teste mede a capacidade do seu pulmão de transportar o ar para o seu sangue. Durante o teste de volume pulmonar, você respira diferentes misturas de ar. Neste teste é medida a quantidade de ar que você inala, expele e a que permanece no seu pulmão. Após o seu teste: Após o teste, você poderá voltar à sua dieta , às atividades e medicações habituais. Se lhe foi pedido para parar de tomar as suas medicações antes do teste, pergunte ao seu médico quando você deve voltar a tomá-las. O seu médico avaliará os resultados do teste com você na sua próxima consulta. Principais testes: 7 Lorena Leahy -Existem vários testes que podem ser usados para avaliar a função pulmonar. O termo “testes de função pulmonar” (TFP) se refere a um grupo de testes que inclui (1) espirometria, (2) volumes pulmonares e (3) capacidade de difusão. Algumas vezes, também são incluídos nesse grupo testes que avaliam a função dos músculos respiratórios. -Indicações para testes de função pulmonar (TFP) estabelecimento da presença ou ausência de anormalidades da fisiologia respiratória e a classificação da naturezada doença pulmonar do paciente (p. ex., obstrução versus restrição); determinação da gravidade da disfunção pulmonar; seguimento da progressão da doença; mensuração objetiva da resposta terapêutica; rastreamento para anormalidades pulmonares após exposição a agentes nocivos; definição de incapacidade para propósitos de seguros; para avaliações da saúde pública. Sugere-se ainda que os TFP são úteis para predizer complicações pós-operatórias. Atualmente, contudo, existe consenso apenas para a realização de TFP no pré-operatório de ressecção pulmonar 1. ESPIROMETRIA -A espirometria mede a quantidade máxima de ar que pode inspirar e quanto tempo leva para expirar completamente - A espirometria mede volumes e fluxos aéreos, principalmente a capacidade vital lenta (CV), capacidade vital forçada (CVF), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), e suas relações (VEF1/CV e VEF1/CVF). -A espirometria tem poucas contraindicações absolutas, embora várias condições clínicas mereçam atenção e outras possam afetar a qualidade dos resultados. Dor, náusea ou outros desconfortos subjetivos, bem como alterações do estado mental, têm grande probabilidade de levar a resultados ruins e, assim, são contraindicações relativas. Esses fatores também explicam o porquê de pacientes hospitalizados raramente obterem testes adequados. Embora seja comum considerá-lo um teste seguro e com mínimos riscos associados, medidas espirométricas sequenciais que evidenciem uma diminuição maior do que 20% no VEF1 ou na CVF devem ser interrompidas. Se o equipamento for mantido com higiene apropriada, há um risco muito baixo de transmissão de infecções. - O exame é realizado na posição sentada ou em pé. A manobra de CVF tem três fases: inalação, fase “explosiva” inicial de exalação e finalização da exalação. A American Thoracic Society (ATS) e a European Respiratory Society (ERS) determinaram critérios específicos para o início e o final do teste. Uma vez que grande parte da interpretação depende do primeiro segundo, um tempo zero válido é fundamental para uma determinação acurada. Qualquer hesitação ou início lento pode levar a um valor inexato. Para terminar o teste, é preciso que o paciente não consiga mais continuar a exalação, ou por não poder ou por sentir algum desconforto que leve ao término da manobra. Não deve haver alteração no volume por pelo menos 1 segundo, o que aparece como um platô na curva volume-tempo, e a exalação deve durar pelo menos 6 segundos para pacientes com 10 anos de idade ou mais. -Técnica para a realização da manobra de exalação forçada. O paciente inicia com ventilação corrente e, quando estiver pronto, faz uma inalação máxima e rápida. A exalação forçada inicia com uma “explosão” e continua até que seja observado um platô na curva volume-tempo ou até que o paciente não consiga mais continuar. -Pela variabilidade observada em diferentes países, valores de referências nacionais de normalidade devem ser preferidos, especialmente se os testes são feitos para detecção precoce de doença, exposição ocupacional e avaliação de incapacidade. 2. Volumes pulmonares As capacidades e os volumes de gás contidos nos pulmões durante várias manobras respiratórias são definidos conforme: capacidade pulmonar total (CPT): o volume de gás nos pulmões e nas vias aéreas após uma inalação máxima; volume residual (VR): o volume de gás que permanece após uma exalação máxima; capacidade vital (CV): o volume de ar da respiração mais profunda possível, medido como a CPT menos o VR; capacidade residual funcional (CRF): o volume de gás nos pulmões e nas vias aéreas no final de uma expiração espontânea; volume de reserva expiratório (VRE): o volume de ar que pode ser expelido a partir do nível expiratório final, medido como a CRF menos o VR; 8 Lorena Leahy capacidade inspiratória (CI): o volume de ar que pode ser inspirado a partir do nível expiratório final, medido como a CPT menos a CRF. -A capacidade pulmonar total (CPT) é a quantidade total de ar nos pulmões após uma inalação máxima. Ela consiste da capacidade vital (CV) e do volume residual (VR). A CV é o volume máximo que pode ser inspirado e o VR é a quantidade de ar que permanece nos pulmões após uma exalação máxima. A capacidade inspiratória (CI) é a quantidade de ar que pode ser inalada a partir do nível expiratório de repouso até a CPT. A capacidade residual funcional (CRF) representa o nível expiratório de repouso dos pulmões e tórax. Ele é ajustado por um equilíbrio mecânico no qual a tendência dos pulmões para a retração supera a tendência da parede torácica para puxar para fora. O volume de reserva inspiratório (VRI), o volume corrente (VC) e o volume de reserva expiratório (VRE) representam os componentes da CV. -Os volumes pulmonares primários (CPT, CRF e VR) representam as interações globais entre as propriedades físicas dos pulmões e da parede torácica, bem como as ações dos músculos inspiratórios e expiratórios. -A CPT é determinada pela resposta dos músculos inspiratórios para vencerem a retração elástica dos pulmões e da parede torácica. -A CRF é a posição mecânica de repouso do sistema respiratório; essa capacidade corresponde ao ponto no qual a tendência dos pulmões para a desinsuflação de maneira espontânea é contrabalançada pela tendência da parede torácica para puxar para fora. - O VR corresponde à capacidade dos músculos expiratórios de se opor à retração para fora pelos pulmões e parede torácica com baixos volumes pulmonares. Assim, para se obter a CPT e o VR, é necessária a ação dos músculos respiratórios. -Em geral, a avaliação dos volumes pulmonares começa com uma medida da CRF. Esse valor é obtido por pletismografia ou por técnicas de diluição de gás (p. ex., lavagem de nitrogênio ou diluição de hélio). Obtida a CRF, determinam-se o VRE, a CV e a CI, e calcula-se a CPT e o VR. 3. Capacidade de difusão -O papel do teste de difusão de monóxido de carbono (DLCO) é fornecer informação sobre a transferência de gás do ar alveolar para a corrente sanguínea. A DLCO reflete a eficiência global do movimento de gás em cada etapa entre a boca e a hemoglobina no sangue dos capilares pulmonares. Como esse processo envolve muito mais do que apenas a difusão, sugere-se o termo “fator de transferência” como mais adequado, sendo o preferido na Europa. Os dois termos são intercambiáveis, contudo, e capacidade de difusão permanece sendo o termo dominante na América do Norte. -Nesse teste, o monóxido de carbono (CO) serve como substituto para o O2, e a medida da DLCO faz uso do fato de que ambos os gases se comportam de maneira virtualmente idêntica no processo de transporte. As moléculas de O2 e de CO atravessam o epitélio alveolar, interstício, endotélio, plasma e membrana da hemácia por difusão, conforme um gradiente de concentração, e, então, se combinam de maneira física e química com a hemoglobina. - O O2 e o CO também competem pelos mesmos locais de ligação, mas o CO tem uma afinidade 200 vezes maior. Como resultado, a hemoglobina capta quase todo o CO que entra no sangue. A pressão parcial no plasma permanece tão baixa que o valor para a PCO capilar mista pode ser omitido nos cálculos. Assim, a capacidade de difusão para o CO é expressa como o volume de CO (VCO) captado por minuto a partir dos alvéolos por mmHg da pressão de perfusão (PaCO2) e pode ser computado usando a seguinte equação: -A capacidade de difusão é mais comumente medida pela técnica de respiração única. Nessa técnica, o paciente faz uma inspiração completa de uma mistura de gás contendo 0,3% de CO e 10% de hélio. Após segurar a respiração por 10 segundos, o paciente exala. A primeira porção do ar exalado, o qual é contaminado com ventilação de espaço morto, é descartada. O próximo litro é coletado e analisado. O propósito do hélio é calcular a quantidadede diluição da amostra inspirada de modo que o CO alveolar inicial possa ser computado. Ele também é usado para determinar a ventilação alveolar (VA). -Em termos práticos, a quantidade de CO captada depende da espessura da membrana que ele deve atravessar e da área de superfície disponível para a passagem. Além disso, a quantidade de locais de ligação disponíveis na DLco = VCO/PaCO2 9 Lorena Leahy hemoglobina (em termos absolutos ou atribuíveis a aumento de fluxo) afetará a DLCO medida. Assim, a difusão e a perfusão são etapas limitadas pela frequência na transferência de oxigênio nos pulmões. Em geral, apenas 20 a 25% da resistência global à difusão depende do componente da membrana. 4. Testes de função dos músculos respiratórios -Três categorias gerais de doença pulmonar podem levar a evidências de restrição: distúrbios de aumento da retração elástica (p. ex., fibrose pulmonar); anormalidades da parede torácica (p. ex., cifoescoliose); fraqueza neuromuscular. -A abordagem tradicional é medir a CV. Como a CV tem componentes inspiratórios e expiratórios, ela pode registrar reduções no volume pulmonar resultantes de fraqueza muscular inspiratória, expiratória ou global. Embora a CV seja facilmente medida, as diminuições são inespecíficas e vistas em várias condições clínicas. Além disso, como apenas flutuações relativamente pequenas na pressão são necessárias para inflar os pulmões, a CV pode não ser afetada precocemente no curso de distúrbios neuromusculares, gerando resultados falso-negativos. À medida que essas doenças progridem, contudo, a CV acabará se reduzindo. Os pacientes com fraqueza ou paralisia diafragmática costumam ter alterações na função pulmonar conforme mudanças na posição do corpo. Um declínio de 20% ou mais na CV da posição de ortostatismo para supina costuma ser considerada significativa e pode indicar uma disfunção clinicamente importante do diafragma. -Para aumentar a sensibilidade e a seletividade, medidas diretas da força de músculos respiratórios foram desenvolvidas. Elas envolvem a realização de esforços inspiratórios e expiratórios máximos (PImax e PEmax) pelo paciente contra uma válvula fechada e a medição das pressões estáticas geradas. -Em geral, o limite inferior do normal (LIN) para a PImax é de menos de 70 cmH2O em homens jovens e de menos de 35 cmH2O em mulheres jovens. Os valores correspondentes para pessoas com mais de 65 anos de idade são de menos de 40 cmH2O em homens e 25 cmH2O em mulheres. -O LIN para a PEmax é maior que 90 cmH2O em homens e maior que 50 cmH2O em mulheres; o avanço da idade não tem impacto significativo no limite inferior. Contudo, esses testes têm múltiplas limitações e considerações técnicas necessárias. OXIMETRIA Esta técnica permite a estimativa da saturação do oxigênio (SaO2) através da análise da absorção da luz pela hemoglobina durante sua passagem pelo leito capilar. É uma boa alternativa, principalmente para a avaliação dos resultados terapêuticos. Deve ser um recurso disponível para a rotina do pneumologista já que seus resultados são acurados, e a técnica é simples e de baixo custo. Valores acima de 90% costumam corresponder a pressão arterial do oxigênio (PaO2) acima de 60 mmHg, indicando um aporte satisfatório de O2 ao organismo. PRESSÕES RESPIRATÓRIAS MÁXIMAS Refletem a força dos músculos respiratórios e as medidas estão indicadas na suspeita clínica de fraqueza muscular respiratória em pacientes com doenças neuromusculares e dispnéia, incluindo paralisia diafragmática e em pacientes com dispnéia e/ou distúrbio restritivo de causa não aparente. PICO DO FLUXO EXPIRATÓRIO (PFE) Medidas do PFE estão indicadas no diagnóstico da asma, na monitoração em asmáticos graves a curto e a longo prazo. TESTES DE BRONCO-PROVOCAÇÃO Testes de broncoprovocação com metacolina, carbacol ou histamina estão indicados quando a espirometria é normal e há possibilidade de: asma de início recente; tosse ou dispnéia crônicas, sem causa aparente ou sibilância, ou aperto no peito repetidos. Alguns pacientes têm asma evidenciada apenas com exercício ou substancialmente exacerbada por ele. Broncoespasmo induzido por exercício pode usualmente ser confirmado por medidas de VEF1 antes e após exercício intenso. GASOMETRIA ARTERIAL Tipos Gasometria arterial simples: refere-se ao procedimento realizado em repouso, respirando ar atmosférico e ao nível do mar. Gasometria arterial bifásica: compreende duas condições: simples; uma de duas alternativas: na vigência de oxigênio a 100% durante 5 minutos ou durante exercício físico. 10 Lorena Leahy Gasometria arterial trifásica: compreende três condições: simples; na vigência de oxigênio a 100% durante 5 minutos; durante exercício físico. TESTES DE EXERCÍCIO Os 3 testes de exercício mais comumente realizados são: 1. Teste cardiopulmonar ao exercício (TCPE), impropriamente chamado de ergoespirometria. Neste teste são determinados o consumo de O2, a produção de CO2, a ventilação, frequência cardíaca e respiratória, alterações eletrocardiográficas, saturação de O2 e outros dados; 2. Teste de exercício para dessaturação de O2 usando oximetria, que pode ser feito com caminhada em corredor, em subida de degraus (“step”) ou em ergômetros ou esteiras; 3. Teste para broncoespasmo induzido por exercício (BIE), usado para confirmar asma de exercício; detectar hiper-responsividade brônquica, na falta de teste de broncoprovocação. Este é mais sensível para diagnóstico de asma. Objetivo 5 Fonte: “Prevenção, a melhor ferramenta da segurança do trabalho” de 2017. -Acidente de trabalho é aquele que ocorre durante o serviço ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, acarretando a perda ou redução da capacidade para o trabalho e, em último caso, a morte. Além disso, as doenças ocupacionais podem ser enquadradas nessa categoria. -Os acidentes podem ser causados por fatores naturais ou por falta de medidas de proteção, por isso, é fundamental o uso correto de equipamentos de segurança, a realização de exames médicos periódicos e a implantação de Plano de Prevenção de Riscos Ambientais. -A ideia de que a simples utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é suficiente e determinante para evitar acidentes deve ser desconstruída, uma vez que é apenas um dos fatores que auxiliam na proteção do indivíduo. -É certo que a melhor maneira de evitar episódios de acidentes laborais é investindo em segurança do trabalho. A prevenção é, sobretudo, uma ferramenta que atua a fim de evitar problemas futuros. Seja engenheiro ou técnico de segurança do trabalho, todos devem ter como meta a melhoria nas estatísticas de não acidentes. -Algumas dicas para a prevenção no horário do trabalho: 1. Manter-se atento, todo e qualquer trabalho deve ser feito com plena consciência; 2. Não se expor à riscos, acidentes acontecem muitas vezes por imprudência; 3. Manter o local de trabalho limpo e organizado pode evitar escorregões e quedas por exemplo; 4. Usar corretamente os equipamentos de proteção (que devem ser, obrigatoriamente, fornecidos pela empresa); 5. Sempre comunicar incidentes para que a solução não demore a aparecer. -Como se faz notar, uma simples caixa deixada no meio do caminho, uma ferramenta largada ou um rastro de produto no chão podem ser mais perigosos do que parecem. Assim como ocorre no ambiente residencial, as situações mais simples e improváveis podem gerar acidentes. Por isso, prevê-las e evita-las faz toda a diferença. -Importante destacar que a utilização de um EPI não garante a proteção do trabalhador. Acidentes ocorrem, corriqueiramente, devido à falta de atenção ou uso incorreto desses equipamentos. Portanto, não basta entregar nas mãos do funcionário seu equipamento laboral, é preciso ensiná-lo a usar, fiscalizar o seu uso e exigir a corretautilização, sob pena de advertência. Atitudes como as listadas a seguir podem, se devidamente aplicadas, atuar de forma significativa na segurança laboral: Evitar realizar atividade a qual não foi devidamente treinado para fazer (departamentos diferentes). Analisar sempre os riscos e questionar-se: estou preparado para realizar essa tarefa? Sendo necessário realizar a tarefa, verificar o que pode fazer além da utilização do EPI para reduzir os riscos. Verificar as condições do ambiente: onde será realizada a tarefa? Quais as condições do local (É muito úmido? É muito seco? Existe ruído?)? Confirmar se os riscos mais prováveis foram neutralizados, caso não esteja tudo neutralizado, ou caso não se sinta seguro a realizar a tarefa, simplesmente não a faça. Comunicar essa situação é primordial. 11 Lorena Leahy Evitar ao máximo as distrações no ambiente de trabalho, como aparelhos eletrônicos, fones de ouvido e conversas paralelas, toda elas, evidentemente, tiram a atenção. Pedir, sempre que houver dúvidas, instruções ou o auxílio direto a alguém que tenha mais conhecimento do procedimento. A pressa é de fato comprovado, inimiga da perfeição, então, jamais pensar que fazer algo com pressa será a melhor opção. A tarefa a ser executada coloca em risco outras pessoas ao seu redor? Muito cuidado! Sinalizar o local, colocar avisos, cones ou demarcações no chão são ótimas sugestões para flagrar os desavisados. As ferramentas corretas para realizar essa tarefa estão sendo utilizadas? O uso errado da ferramenta e o uso da ferramenta errada são grandes causadores de acidentes. Caso a tarefa realizada seja em maquinas, quadros elétricos ou hidráulicos, certificar-se de que não existe a possibilidade de um terceiro ligar/desligar, mexer, mover, abrir ou acionar o equipamento. Sinalize sua atividade! -Cumpre, por fim, frisar que o acidente só acontece onde a prevenção falhou. Novamente, apenas o uso do EPI não protege totalmente o trabalhador. É necessária uma gestão em grupo, participação e discussão das medidas de segurança com a CIPA, SESMT, empregados, líderes e empregadores.