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Resumo - Política e Teoria do Estado I (PTE I ) - Professor Reverbel

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1	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
	
	 	
POLÍTICA E 
TEORIA DE 
ESTADO I 
Fernanda Magni Berthier 	
Professor Reverbel	
2018/1	
	
2	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
SUMÁRIO	
1.	A	DISCIPLINA	‘POLÍTICA	E	TEORIA	DO	ESTADO’	...........................................................................................	3	
1.	1.	PTE	COMO	CIÊNCIA	..............................................................................................................................................	3	
1.	2.	O	OBJETO	MATERIAL	DA	PTE	................................................................................................................................	4	
1.	3.	CONTEÚDO	DA	PTE:	MODOS	DE	CONCEBÊ-LO	.....................................................................................................	5	
2.		TIPOS	DE	UNIDADES	POLÍTICAS	ATÉ	AS	REVOLUÇÕES	LIBERAIS	.................................................................	8	
2.	1.	UNIDADE	POLÍTICA	ANTIGA	..................................................................................................................................	8	
2.	2.	REINO	MEDIEVAL	FEUDAL	..................................................................................................................................	10	
2.	3.	ESTADO	BUROCRÁTICO	CONCENTRADO	TERRITORIAL	NACIONAL	MODERNO	..................................................	15	
3.	DIVISÃO	DOS	PODERES	...............................................................................................................................	19	
3.	1.	ESTADO	CONCENTRADO	....................................................................................................................................	19	
3.	2.	BIPARTIÇÃO	DOS	PODERES:	PERDE	LEGISLATIVO	..............................................................................................	19	
3.	3.	TRIPARTIÇÃO	DOS	PODERES:	PERDE	JUDICIÁRIO	...............................................................................................	20	
3.	4.	TETRAPARTIÇÃO	DOS	PODERES:	PERDE	FUNÇÃO	GOVERNATIVA	.....................................................................	21	
3.	5.	PENTAPARTIÇÃO	DOS	PODERES:	PERDE	FUNÇÃO	ADMINISTRATIVA	................................................................	22	
3.	6.	HEXAPARTIÇÃO	DOS	PODERES:	DIVIDE	MODERADOR	.......................................................................................	23	
4.	TIPOS	DE	ESTADO	DESDE	AS	REVOLUÇÕES	LIBERAIS	.................................................................................	24	
4.	1.	CONSIDERAÇÕES	GERAIS	....................................................................................................................................	24	
4.	2.	COMPARAÇÃO	ELC,	ELP	e	ESC	............................................................................................................................	26	
4.	3.	TIPOS	PATOLÓGICOS	DE	ESTADO	.......................................................................................................................	27	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
3	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
RESUMO PTE I 
FERNANDA MAGNI BERTHIER – 2018/1 
	
	
	
	
	
	
	
1.	A	DISCIPLINA	‘POLÍTICA	E	TEORIA	DO	ESTADO’	
1.	1.	PTE	COMO	CIÊNCIA	
• A	disciplina	Ciência	Política:	
o Gênese	histórica:	3	fases:	
§ 1afase:	de	Aristóteles	(384	a.C.	–	332	a.C.)	até	o	início	do	século	XIX:	
⇒ Ao	 estudarem	 política,	 estudavam	 a	 pólis	 (Cidades-Estados	 gregas)	 e,	 inconscientemente,	 filosofia	
política,	 sociologia	 e	 ciência	 política.	 Essas	 disciplinas	 eram	 ramos	 do	 conhecimento	 misturados,	
filosofam	sobre	a	política.	
§ 2a	fase:	ao	longo	do	século	XIX:	
⇒ Sociologia	como	ramo	autônomo	do	conhecimento;	
⇒ Augusto	Comte:	 sociologia	 trabalha	em	órgãos	 suprapartidários.	 Para	uma	 sociedade	progredir,	 ela	
teria	que	buscar	o	consenso.	
§ 3a	fase:	ao	longo	do	século	XX,	nos	EUA:	
⇒ Surge	pelo	estudo	dos	anglo-saxônicos	sobre	as	relações	de	poder	entre	as	sociedades	políticas	a	partir	
do	momento	em	que	os	EUA	se	tornam	a	potência	dominante.	A	Liga	das	Nações,	na	qual	os	EUA	não	
estavam	inclusos,	entre	outros	fatores,	desgastou	sua	imagem.		
⇒ Estudo	 das	 relações	 entre	 os	 Estados:	 IPSA	 (International	 Political	 Science	 Association)	 e	 APSA	
(American	P.S.A).	
⇒ Criação	da	ONU	–	Conselho	de	Segurança	–	Ideologia	de	paz	perpétua	entre	os	povos.	
o Posição	curricular	da	CP	no	Brasil	e	no	RS:	Entrou	no	Brasil	e	no	RS	após	a	II	Guerra	Mundial;	até	hoje,	poucas	
universidades	a	têm	como	autônoma.	
o Objeto	da	CP:	
§ Material	(segmento	da	realidade	objetiva	a	ser	estudado):	Sociedade	
§ Formal	(perspectiva	de	pesquisa):	Relações	de	poder	
	
	“A	ciência	política	dentro	e	fora	das	universidades	onde	em	umas	poucas	conseguiu	ser	disciplina	autônoma	
despertam	a	natural	perplexidade.	Quanto	ao	objeto,	o	conteúdo	e	a	finalidade,	mesmo	entre	o	s	especialistas,	
não	se	conseguiu	ainda	um	acordo	definitivo,	e	para	muitos	permanece	mais	ou	menos	 incógnita.	“	Darcy	
Azambuja.		
	
• A	disciplina	Teoria	Geral	do	Estado:	
o Gênese	histórica:		
§ Surgiu	no	começo	do	século	XIX,	na	Alemanha,	no	momento	histórico	da	unificação.		
§ Objetivo	de	ajudar	as	lideranças	alemãs	a	construir	um	Estado	que	unisse	os	pequenos	povos.	
Política e Teoria de Estado 1 
	
4	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
o Posição	curricular	da	TGE	no	Brasil	e	no	RS:	Instituída	por	Getúlio	Vargas	em	1940,	com	o	decreto-lei	2639,	que	
dividiu	a	Disciplina	Direito	Público	Constitucional	em	TGE	e	Direito	Constitucional,	porque	queria	evitar	que	os	
professores	falassem	da	Constituição	Outorgada	de	1937,	apelidada	de	Polaca.	
o Objeto	da	TGE:	
§ Material	(segmento	da	realidade	objetiva	a	ser	estudado):	Estado	
§ Formal	(perspectiva	de	pesquisa):	generalidade	de	conceitos	relacionados	ao	Estado.	Síntese,	compilação,	
qualificativo	geral.	
“A	Teoria	Geral	do	Estado	é	uma	disciplina	de	síntese,	que	sistematiza	conhecimentos	 jurídicos,	 filosóficos,	
sociológicos,	políticos,	históricos,	antropológicos,	econômicos,	psicológicos,	valendo	-	se	de	tais	conhecimentos	
para	buscar	o	aperfeiçoamento	do	Estado,	concebida	ao	mesmo	tempo	como	um	fato	social	e	uma	ordem	que	
procura	atingir	os	seus	fins	com	eficácia	e	com	justiça.	“	Dalmo	de	Abreu	Dallari		
• A	disciplina	Política	e	Teoria	de	Estado:	
o Gênese	histórica:		
§ Em	1994,	a	portaria	1886	do	MEC	determinou	a	junção	das	disciplinas	TGE	e	CP.	
o Posição	curricular	da	PTE	no	Brasil	e	no	RS:		
§ Varia	de	acordo	com	a	universidade.	
o Objeto	da	PTE:	
§ Material	(segmento	da	realidade	objetiva	a	ser	estudado):	Sociedade	+	Estado	
§ Formal	(perspectiva	de	pesquisa):	relações	de	poder	e	generalidades	de	conceitos	do	Estado	
1.	2.	O	OBJETO	MATERIAL	DA	PTE	
• O	termo	“Estado”:	
o O	primeiro	a	usar	o	 termo	 foi	Maquiavel,	na	obra	 “O	Príncipe”.	Ele	 sonhava	com	uma	Florença	unificada	e	
desvinculo	a	ética	da	política.	
o Sentido	Amplíssimo:	toda	sociedade	politicamente	organizada	que	tiver	um	poder	de	mando.		
o Sentido	Amplo:	comunidade	com	consciência	de	unidade,	com	um	território	delimitado	por	fronteiras	e	dotado	
de	poder	político	soberano	e	de	operacionalidade	burocrática	–	Tratado	de	Vestfália.	
o Sentido	Estrito:	apenas	uma	parte	da	sociedade	política	que	detém	o	poder	coercitivo.	
o Sentido	Estritíssimo:	poder	jurídico	que	o	Direito	Público	institui.	
	
• Diferentes	conceitos:	
o George	Jellinek:	“Estado	é	povo,	território	e	poder	de	mando.	“	
o Leon	Duguit:	“O	Estado	é	um	grupo	fixado	em	determinado	território	onde	os	mais	fortes	exercem	poder	sobre	
os	mais	fracos.	“	
o John	Locke:	“O	Estado	é	um	corpo	político	único	dotado	de	 legislação	e	força	concentrada	para	preservar	a	
propriedade.	“	
o Machado	Palpério:	“Instituto	temporal	dotado	de	poder	soberano	que	representa	a	comunidade.	“	
o Manoel	 Gonçalves	 Ferreira	 Filho:	 “Associação	 humana	 que	 compreende	 povo	 e	 território	 vivendo	 sob	 o	
comando	de	uma	autoridade	ou	de	uma	soberania.	“	
o Max	Weber:	“Organização	que	conta	com	o	monopólio	da	violência	 legítima	atravésdas	 instituições	polícia,	
força	armada	e	tribunal.	“		
o George	Burdeau:	“Nação	institucionalizada	jurídica	e	politicamente	organizada.	“	
o Hegel:	“É	a	suprema	encarnação	da	ideia.	“	
o Immanuel	Kant:	“Reunião	de	homens	submetidos	à	lei	e	ao	direito.	“	
	
	
	
5	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
• Definição	pelas	5	causas:	
o Causa	material:	povo	ou	sociedade	–	Teoria	Social;	
o Causa	formal:	soberania	territorial	–	Teoria	Política;	
o Causa	final:	bem	comum	–	Teoria	Teleológica;		
o Causa	eficiente:	natureza	social	humana	–	Teoria	Justificativa;	
o Causa	instrumental:	Direito	+	escaloneamento	de	leis	–	Teoria	Jurídica.	
1.	3.	CONTEÚDO	DA	PTE:	MODOS	DE	CONCEBÊ-LO	
• Unidimensionais:		
o Ponto	de	vista	reducionista.	
o Kelsen:		
§ Visão	jurídica,	lógica,	normativa;	
§ Estado	como	escalonamento	de	normas;	
§ Uma	norma	só	é	uma	norma	porque	encontrou	fundamento	de	validade	em	outra	norma;	
§ Todas	as	normas	do	ordenamento	jurídico	são	normas	de	criação	e	de	execução,	exceto	a	primeira	(que	só	
cria)	e	a	última	(que	só	executa);	
§ Norma	fundamental:	pressuposto	lógico	de	todas	as	normas	(constituição,	por	exemplo).	Quem	cria	essa	
norma	é	a	própria	sociedade.	Assim,	seu	fundamento	de	validade	é	ético,	moral,	seguir	um	direito	natural.	
O	poder	de	fazer	a	constituição	vem	do	povo	(sociedade).	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
o Comte:		
§ Dimensão	Social:	Estado	pela	sociedade	e	sua	organização.	
§ Tudo	no	Estado	era	um	problema	social.	
o Marx:		
§ Dimensão	Econômica:	Estado	é	um	aspecto	da	superestrutura	das	relações	econômicas.	
§ O	problema	do	Estado	era	a	mais	valia,	luta	de	classes.	Sua	visão	de	Estado	era	extremamente	focada	na	
economia.	Para	ele,	o	Direito	sói	valeria	se	relacionado	à	economia.	
	
• Bidimensionais:		
o Jellinex:	Dimensão	Jurídica	de	Kelsen	+	Dimensão	Social:		
§ Se	 o	 Estado	 é	 escaloneamento,	 ele	 também	 é	 influenciado	 pela	 base	 (sociedade),	 ou	 seja,	 existe	 uma	
relação	 entre	 fatos	 e	 valores.	 Dizia	 que	 o	 ordenamento	 jurídico	 não	 era	 apenas	 lógico-dedutivo,	 mas	
também	tem	um	sentido	teleológico	(a	ideia	de	buscar	fins,	ética,	valores	do	Estado).	
N.F.
Constituição
Leis	Comuns
Leis	Ordinárias
Emendas	Constitucionais
Decretos
Portarias
Ordens	de	Serviços
	
6	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
• Tridimensionais:		
o Miguel	Reale:	Direito	composto	por	fatos,	valores	e	normas,	de	influência	recíproca,	que	constituem	uma	causa	
circular	cumulativa	positiva	(virtuosa)	ou	negativa	(viciosa).	
	
NORMAS	(Kelsen)	+	VALORES	(Jellinek)	+	FATOS	(Reale)	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
o Por	qual	dos	três	a	reforma	deve	começar?		
§ Pelas	normas!	Mudar	as	normas	é	veloz	e	instrui	os	indivíduos	a	agirem	de	uma	determinada	maneira,	pois,	
caso	contrário,	sofrerão	punições.		
⇒ Exemplo	disso	é	beber	e	dirigir:	é	mais	fácil	proibir	essa	prática	cobrando	dinheiro	dos	infratores,	por	
exemplo,	do	que	esperar	uma	mudança	nos	valores	da	sociedade.	
§ Os	valores	são	os	mais	contra-indicados	para	isso,	pois	leva	décadas,	ou	até	mesmo	séculos,	para	alterar	o	
conjunto	moral	de	qualquer	sociedade.	As	normas	são	prontamente	implementadas.	
 
• Pentadimensionais:	 
o Saldanha:	cinco	causas: 
§ Junta	as	4	causas	de	Aristóteles	(material,	formal,	final	e	eficiente)	com	a	instrumental	de	Tomás	de	Aquino. 
§ Causas	material	e	formal	são	intrínsecas	ao	Estado,	inerentes	ao	ser. 
§ Causas	eficiente,	final	e	instrumental	são	extrínsecas	ao	Estado,	se	realizam	a	partir	dele. 
 
 
 
	
7	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
§ Causa	Material:		
⇒ É	 o	 povo	 e	 o	 território,	 pois,	 sem	 uma	 sociedade	 e	 um	 território,	 não	 há	 como	 constituir-se	
materialmente	o	Estado.	
⇒ Teoria	Social:	unidade	didática	que	estuda	a	composição	e	o	funcionamento	da	sociedade.	
⇒ Seu	aspecto	de	entendimento	do	Estado	é	enquanto	fenômeno,	visto	que	se	origina	a	partir	de	um	
povo	e	território.	
	
§ Causa	Formal:		
⇒ Indispensável	à	definição	da	material:	é	 inviável	conceber	uma	estrutura	constituída	por	entes	reais	
sem	formato,	sem	desenho,	sem	ser	capaz	de	diferenciá-lo.	
⇒ Trata	do	porquê	do	Estado	ser	o	que	é,	sem	ser	outra	coisa.	Resposta	morfológica	(estudo	da	forma):	
o	que	submete	o	povo	em	um	determinado	território	ao	Estado	é	a	soberania.		
⇒ Teoria	Política:	unidade	didática	que	estuda	a	sociedade	a	partir	das	relações	de	poder.		
⇒ O	aspecto	do	Estado	aqui	é	seu	entendimento	enquanto	organização,	visto	que	a	soberania	só	pode	
ser	 exercida	 a	 partir	 da	 organização	 da	 estrutura	 estatal	 em	 relação	 ao	 povo	 e	 território	 por	 este	
ocupado,	estando	esta	soberania	delimitada	por	fronteiras.		
	
§ Causa	Final:	
⇒ Indagação	de	para	que	existe	o	Estado	–	sua	resposta	é	evidentemente	qual	a	finalidade	dele.	Sendo	o	
Estado	esta	instituição	soberana	constituída	por	um	povo	e	território,	ele	não	pode	ser	um	fim	por	si	
só,	então	entende-se	que	tem	de	ser	um	meio	para	fim	–	ou	fins.	O	fim	a	que	ele	visa	é	o	bem	comum,	
a	dignidade	da	pessoa	humana,	direitos	invioláveis	como	a	vida,	a	igualdade,	a	dignidade,	a	segurança,	
a	honra,	a	liberdade	e	a	propriedade,	como	listados	no	artigo	5°	da	Constituição	de	88.		
⇒ O	 Estado	 deve	 visar	 que	 os	 indivíduos	 estejam	 em	 certo	 patamar	 de	 igualdade	 de	 oportunidades,	
servindo	 à	 sociedade	 meios	 para	 que	 suas	 necessidades	 básicas	 de	 sobrevivência,	 dignidade	 e	
desenvolvimento	sejam	atendidas	de	modo	que	possam	realizar	suas	vidas	como	indivíduos	dotados	
de	qualidades.		
§ Causa	Eficiente:		
⇒ Responde	à	 indagação	de	quem	fez/faz	o	Estado:	ele	se	origina	a	partir	da	natureza	social	humana,	
visando	a	um	meio	para	atingir	seus	fins	comuns.	
⇒ O	ser	humano	depende	de	outros	para	sobreviver,	por	 isto,	 se	associa.	O	desenvolvimento	de	uma	
comunidade,	à	medida	que	se	torna	mais	complexo	e	a	população	aumenta,	bem	como	suas	tarefas,	
direitos	e	obrigações,	depende	exclusivamente	de	um	Estado	a	partir	de	que,	sem	este,	não	é	possível	
haver	ordem,	pois	não	há	senso	de	regras	comuns	partindo	de	uma	autoridade	soberana	sem	que	haja	
Estado	e	Direito.		
	
§ Causa	Instrumental:		
⇒ Questiona	de	que	maneira	o	Estado	é	e	de	que	forma	ele	funciona:	metodologia	operacional	do	Estado:		
⇒ Teoria	 Jurídica:	 o	 que	 delibera	 ao	 Estado	 a	 capacidade	 de	 operação	 são	 as	 leis,	 ou	 seja,	 o	 Direito,	
entendido	 como	 metodologia	 operacional	 do	 Estado,	 responsável	 pelo	 escalonamento	 e	
sistematização	das	leis	responsáveis	para	sua	manutenção.	
⇒ O	Estado	deve	ser	entendido	enquanto	ordenamento	jurídico	e	estudado	profundamente	através	de	
todas	as	disciplinas	jurídicas.	
O	Estado	é	um	povo	inserido	dentro	de	um	determinado	território	(CAUSA	MATERIAL),	dotado	de	soberania,	proteção	
na	ordem	interna	e	externa	(CAUSA	FORMAL),	que	tem	por	finalidade	realizar	o	bem	individual	do	ser	humano	a	partir	
do	bem	comum	(CAUSA	FINAL),	fruto	da	natureza	social	do	humano	(CAUSA	EFICIENTE),	constituído	e	operado	por	
todas	as	ciências	jurídicas,	buscando	um	melhor	ordenamento	estatal	(CAUSA	INTRUMENTAL).	
	
8	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
2.		TIPOS	DE	UNIDADES	POLÍTICAS	ATÉ	AS	REVOLUÇÕES	LIBERAIS	
2.	1.	UNIDADE	POLÍTICA	ANTIGA	
• Unidade	Política	Antiga	Oriental	–	UPAO:	
o Egito,	Assíria/	Caldéia,	Israel,	Pérsia,	China,	...		
o A	partir	de	por	volta	de	4.000	a.C.	
o Unidade	Política	mal-delineada	em	sua	fisionomia	política:	
religião,	 economia,	 ciência,	 arte,	 ética,	 ...	 formam	 um	
conjunto	impreciso,	sem	diferenciação	concreta	(carência	
prática	de	especificidade	política).		
o Preponderância	 da	 religião	 sobre	 as	 outras	 disciplinas,	
explicações	 pelo	 divino:	 tudo	 acontecia	 por	 vontade	
divina.	
o Organização	 geralmente	 autocrática	 ou	 monárquica	
despótica.	
§ Teocracia,	predomínio	da	casta	sacerdotal.	
§ Violação	de	vários	direitos	fundamentais.	
	
• Unidade	Política	Antiga	Grega	–	UPAG:	
o Ausência	 de	 uma	Unidade	 Política	 grega:	multiplicidade	de	Cidades-Estados,	 partilhando	 a	mesma	 tradição	
cultural	(instituições	sociais	e	religiosas	comuns),	em	alianças	e	guerrasconstantes;	
o Pólis:		
§ Denominação	de	Unidade	Política	cingida	aos	limites	de	uma	cidade,	um	todo	genérico	(econômico,	social	
e	cultual),	capaz	de	sustentar	e	garantir	vida	autônoma,	bastante	em	si,	por	meio	de	uma	atividade	com	
um	poder	específico	–	a	política;	 	
o Ruptura:	religião,	moral,	política	e	economia	ainda	se	mesclam	na	prática,	mas	as	autoridades	não	têm	mais	
caráter	divino.	
o Politéia:	visão	clássica	da	“democracia”	grega:	
§ Participação	dos	cidadãos	na	vida	da	polis	de	forma	direta	(assembleias	populares	na	ágora	ou	na	praça);	
§ Cidadãos	minoria:	excluíam-se	estrangeiros,	mulheres	e	escravos;	
§ Escravidão	propiciava	o	tempo	livre	para	os	cidadãos	dedicarem-se	à	política.	Não	tinha	tratamento	sub-
humano	tal	como	na	colonização;	
§ Inexistência	da	concepção	de	Pessoa	Humana,	com	dignidade	e	direitos	fundamentais;	
§ Tese	de	Aristóteles:	eudaimonia	como	fim	do	ser	humano	e	felicidade	como	fim	da	pólis;	
§ Tese	 de	 Benjamin	 Constant:	 liberdade	 dos	 antigos	 (participação	 política	 direta	 dos	 cidadãos	 nas	
assembleias)	X	liberdade	moderna	(autonomia	do	ser	humano	frente	ao	Estado);	
§ Tese	de	Fustel	de	Coulanges:	o	grego,	mesmo	o	cidadão,	era	um	escravo	do	Estado.	
o Labor:	casa	era	espaço	do	labor,	do	trabalho,	que	deveria	ser	ocupado	para	adentrar	na	vida	pública,	até	porque	
não	havia	remuneração	para	aqueles	que	exercessem	atividade	política.	
o Separação	entre	público	e	privado:	
§ Público	(Keinon):	espaço	onde	os	cidadãos	deliberavam	sobre	a	pólis	na	Ágora,	na	Eclésia.	Só	saía	do	espaço	
privado	para	o	público	aquele	que	já	tivesse	seu	espaço	privado	preenchido	(labor)	e	tivesse	tempo	livre.	
§ Privado	(Idion):	espaço	onde	ficavam	as	mulheres,	crianças,	escravos,	estrangeiros	capturados	e	homens	
dependentes.		
o Não	ensinavam	Direito,	apenas	retórica,	dialética,	filosofia.	Os	processos	eram	comandados	por	 leigos,	visto	
que	não	havia	“técnicos	do	direito”.	
o Assembleias	populares	em	que	todos	eram	ouvidos,	demorando	cerca	de	3	dias	para	um	assunto	ser	resolvido.	
RELIGIÃO
CIÊNCIA
POLÍTICAÉTICA
ARTE
ECONOMIA
	
9	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
• Unidade	Política	Antiga	Romana	–UPAR:	
o Civitas:	a	unidade	política	global,	formada	pela	reunião	de	famílias	em	tribos,	e	de	tribos	em	gentes.	Originou	a	
cidade.	
o Desenvolvimento	do	Direito	e	da	Política	em	Roma,	na	busca	de	soluções	concretas	e	pragmáticas,	quanto	à	
exterioridade	das	ações	humanas,	visando	a	ordenar	um	convívio	legal,	pacífico,	civilizado.	
o Contribuição	à	TGE:		
§ Distinção	Estado	e	Direito	da	moral;		
§ Distinção	Estado	dos	indivíduos	que	o	compõe;		
§ Distinção	Direito	Público	do	Privado;	
§ Noção	de	Direitos	Políticos	e	de	Direitos	Civis	(não	a	de	Direitos	Fundamentais);	
§ Ideia	 de	nacionalidades	 que,	 respeitadas,	 convivem	 sob	mando	político	 unificado,	 embora	persistisse	 o	
grande	paradoxo	romano:	um	mundo	governado	pelas	instituições	de	uma	cidade	(nunca	houve	autênticas	
instituições	de	império).	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
LIBERDADE DOS ANTIGOS X LIBERDADE DOS MODERNOS 
-Liberdade	=	cidadania	como	poder	
de	participação	na	esfera	pública:	
sair	do	espaço	privado	e	ingressar	
no	espaço	público.	
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA 
-Liberdade	=	autonomia.		
-No	contexto	absolutista	com	limites,	
impostos,	direito,	...,	era	repelir	a	
influência	do	Estado	na	vida	privada.	
AUTONOMIA	
GRÉCIA X ROMA	
• Gregos:	
o Filosofia	especulativa	(teóricos);	
o Não	existia	uma	classe	de	juristas:	não	há	treinamento	jurídico,	academia	jurídica,	escolas	de	
juristas	ou	técnica	de	ensino	de	Direito;	
o Escolas	de	retórica,	dialética	e	filosofia;	
o Costume	de	decorar	discursos,	poemas,	....	As	leis	de	Sólon,	por	exemplo,	eram	ensinadas	com	
poemas	para	facilitar	a	memorização.	Todos	deveriam	conhecê-las.	
o Julgamentos	 funcionavam	 como	 um	 tribunal	 de	 júri	 atual:	 pessoas	 leigas	 deveriam	 ser	
convencidas	por	discursos	persuasivos.	
• Romanos:	
o Filosofia	prática;	
o Formavam	juristas,	ensinavam	Direito,	compilavam	leis.	
o Justiniano:	 primeiro	 a	 arquivar,	 somar	 e	 compilar	 as	 leis	 em	 códigos,	 que	 normatizavam	
comportamentos.		
o Dever	dos	juristas	comentar	os	códigos	=	nascimento	dos	glosadores.	
• Conclusão:	contribuição	jurídica	é	principalmente	romana,	enquanto	a	filosófica,	principalmente	
grega.	
	
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FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
2.	2.	REINO	MEDIEVAL	FEUDAL	
• Visão	da	Idade	Média:	
o Os	autores	costumam	enxergá-la	com	muito	preconceito,	como	se	fosse	o	intermédio	entre	a	Idade	Antiga	e	a	
Idade	Moderna.	No	entanto,	ela	não	foi	“média”	coisa	alguma:	ela	foi	uma	rotulação	imposta	a	posteriori,	com	
desprezo.	Essa	denominação	nasceu	no	século	XVI,	por	Giorgio	Vazzari,	italiano,	no	contexto	do	Renascimento	
–	“se	algo	está	renascendo,	é	porque	morrera	e	permanecera	morto	durante	certo	período.	”	
o Primeira	 utilização	 do	 termo:	 Cristopher	 Keller	 –	 “medii	 aevi”:	 comparando	 a	 Idade	 Antiga	 com	 a	 Idade	
Moderna,	considera	a	Idade	Média	como	uma	interrupção	do	processo	humano.	
o Definições	autores	séc.	XVIII:	
§ “Sem	religião,	seríamos	um	pouco	mais	felizes.	“	–	Denis	Diderot	
§ “A	 humanidade	 sempre	marchou	 em	 direção	 ao	 progresso,	 exceto	 no	 período	 no	 qual	 predominou	 o	
cristianismo.	“	–	Condorcet	
§ “Os	papas	eram	um	símbolo	do	fanatismo	e	do	atraso	naquela	fase	histórica.	É	uma	prova	da	divindade	de	
seus	caracteres	terem	subsistido	a	tantos	crimes.	“	–	Francois	Voltaire	
§ A	ruptura	feita	pela	ideologia	iluminista	foi	tamanha	a	ponte	de	nomearem	seu	período	de	“era	da	razão”.	
Culto	exacerbado	pela	ciência,	razão,	cientificismo,	laicismo,	individualismo,	empirismo,	...	
o Definições	autores	séc.	XIX:	
§ “Noite	da	Idade	Média,	que	seja.	Mas	era	uma	noite	resplandecente	de	estrelas.	”	–	Lessing		
§ “Idade	Média:	aquilo	que	amamos,	aquilo	que	nos	amamentou	quando	pequenos,	aquilo	que	foi	nosso	pai	
e	nossa	mãe,	aquilo	que	nos	cantava	tão	docemente	no	berço”	–	Michelet		
§ Descobrindo-se	que,	na	Idade	Média,	surgiram	as	nacionalidades	que	uniam	os	Estados	Modernos,	gerou-
se	certo	reconhecimento	do	valor	da	Idade	Média,	no	sentido	de	recuperar	alguns	de	seus	valores		
o No	século	XX,	os	autores	passaram	a	enxergar	a	Idade	Média	com	os	olhos	dela	própria.	
	
• Fases	Ocidente	Medieval:	
FASE	 CARACTERÍSTICA	 SÉCULOS	 ANOS	
Prima	Idade	Média	 Caos	 Sécs	V,	VI,	VII,	VIII	 Até	800	
Alta	Idade	Média	 Ordem	 Sécs	IX,	X,	XI	 Até	1100	
Média	Idade	Média	 Apogeu	 Sécs	XII,	XIII	 Até	1300	
Baixa	Idade	Média	 Declínio	 Sécs	XIV,	XV,	XVI	 Até	1600	
	
o Prima:	desestruturação	romano-germânica,	nascimento	das	civilizações,	grande	desestruturação.	
o Alta:	forte	declínio	demográfico	(doenças,	condições	climáticas	rigorosas,	dificuldades	na	plantação,	escassez	
alimentar)	e	tentativa	de	instauração	da	ordem.	
o Média:	construção	de	cidades	e	boom	econômico.	
o Baixa:	peste	negra	bubônica	e	pneumática	e	avanço	do	absolutismo.	
	
• Períodos	históricos:	falta	de	consenso:	
o Início:		
§ 330:	liberdade	de	culto	dos	cristãos	
§ 392:	oficialização	do	cristianismo	
§ 476:	deposição	do	último	imperador	romano	do	Ocidente	
§ 698:	conquista	muçulmana	de	Cartago	
o Término:	
§ 1453:	queda	de	Constantinopla	e	fim	da	Guerra	dos	100	Anos	
§ 1492:	descoberta	da	América	
§ 1517:	início	Reforma	Protestante	
	
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FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
Nobreza
Camponeses	e	
Servos
• Características	Gerais	do	Feudalismo:	
	
o Economia:	
§ Predomínio	atividades	agrícolas;	
§ Atividades	comerciais	dependiam	dos	feudos;	
§ Atividades	industriais	inexistiam;	
§ Desenvolveram-se,	com	o	tempo,	as	corporações	de	ofício	(tataravós	dos	sindicatos).	
	
o Sociedade:	
§ Setor	rural	predomina	sobre	o	urbano,	que	vai	crescendo	com	o	tempo.	
§ Divisão	estamental;	
§ Principais	posições	sociais:	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
⇒ Senhores	feudais:		
• Administram	os	feudos,	cobram	impostos	e	taxas,	julgam	e	executam;	
• Eram	das	camadas	superiores	(clero	e	nobreza).	
⇒ Servos:		
• Trabalham	nos	feudos,	pagam	impostos;• Moram	por	enfiteuse:	espécie	de	contrato	na	terra	do	senhor	feudal.	
	
o Cultura:	
§ Forte	influência	dos	valores	do	cristianismo	latino	(teocentrismo);	
§ Auge	cultural	século	XIII,	com	Tomás	de	Aquino.	
	
o Direito:	
§ O	direito	medieval	é	costumeiro,	não	escrito.	
§ Direito	aplicado	pelo	senhor	feudal	dentro	do	feudo,	ou	seja,	fazia	muita	diferença	viver	em	um	feudo	A	ou	
B.	
§ No	século	XI	medieval,	nascem	as	duas	grandes	famílias	do	direito:	Costumeiro	(Common	Law)	e	Positivado/	
Romano-germânico	(Civil	Law).	
	
	
... os que oram 
... os que guerreiam 
... os que trabalham 
Clero	
	
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FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
• As	sociedades	são	conflitantes,	e,	por	isso,	o	Direito	é	necessário	para	resolver	a	situação.	Ele	tem	4	fases:	
	
	
• Sistema	Romano-Germânico:			
o Predominam	as	fases	3	e	4,	ou	seja,	o	sistema	nasce	na	lei	e	se	aplica	na	sociedade.		
o Quem	faz	o	direito	é	a	lei,	e	a	jurisprudência	é	uma	fonte	secundária	de	direito.	
o O	direito	nasce	no	Estado.	
	
• Sistema	Common	Law:	
o Nasce	no	norte	da	Inglaterra,	em	1066,	com	a	invasão	de	Guilherme,	O	Conquistador,	saxão	que	traz	um	direito	
costumeiro.	Cada	feudo	tinha	seus	próprios	costumes	e,	consequentemente,	seu	próprio	direito.	A	partir	do	
século	XI	começa	a	surgir	um	Direito	Comum,	mais	universal,	que	servisse	para	todos.	
o Predominam	as	fases	1	e	2,	ou	seja,	o	sistema	nasce	na	sociedade	e	se	torna	lei.	
o Quem	faz	o	direito	são	os	 juízes	eleitos,	e	não	somente	a	 lei,	a	partir	de	sua	 jurisprudência	 (decisão	de	um	
prudente).	
o O	direito	nasce	na	Sociedade.	
o Common	Law	é	o	“direito	da	paz”,	então,	visando	ao	bem	comum,	a	morte	de	um	criminoso	é	justificável:	não	
se	preocupam	tanto	com	o	direito	 individual,	mas	com	o	direito	 social,	por	 isso,	não	são	aceitas	atitudes	e	
pessoas	que	atrapalhem	a	ordem	social.	
	
DIREITO	BRUTO
•Direito	"com	
as	próprias	
mãos"
•Falta	de	Força	
Executiva
DIREITO	DOS	
JURISTAS
•Feito	por	
operadores	do	
direito	com	
Força	
Executiva
DIREITO	
LEGISLADO
•Jurisdição	e	
jurisprudência
•Sedimentação	
em	forma	de	
lei
DIREITO	VIVO
•Legislação	
conjugada	com	
interpretações	
e	
entendimentos
	
13	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
• Características	Políticas	do	Reino	Medieval	Feudal:	
	
o Fragmentação	territorial	do	poder	em	feudos:		
§ Descentralização	territorial	máxima:	cada	feudo	era	a	propriedade	privada	de	um	senhor	feudal;	
§ O	rei	era	um	senhor	entre	os	senhores	feudais,	mas,	do	ponto	de	vista	econômico-sócio-político,	ele	não	
tinha	mais	poderes	que	os	demais	senhores	feudais;	
§ Senhores	 feudais	 conquistam,	 aos	 poucos,	 poder,	 assumindo	 funções	 políticas	 (especializações	
administrativas	e	judiciais);	
§ Origem	com	Carlos	Magno:	distribui	terras	a	nobres	e	amigos,	tornando-os	senhores.	Com	o	tempo,	esses	
feudos	foram	se	descentralizando,	e	cada	senhor	se	tornou	proprietário	daquela	área.	
§ Crise	da	falta	de	Estado:	como	se	construiria	uma	estrada?	
⇒ Cada	senhor	constrói	a	sua	parte.		
⇒ Não	há	um	rei	com	maiores	poderes	para	ordenar	a	construção	e,	muitas	vezes,	ele	era	até	mais	pobre	
que	alguns	senhores.	
	
o Sucessão	Monárquica:	
§ No	início	da	Idade	Média,	não	haviam	regras	exatas	sobre	sucessão,	o	que	acabava	gerando	gerras:	os	mais	
fortes	acabavam	se	impondo,	conseguindo	o	consentimento	e	se	tornando	reis.	
§ Com	o	 tempo,	 se	descobriu	a	monarquia	hereditária,	na	qual	o	 rei	 vinha	de	uma	 família	e	 isso	 resolvia	
muitos	problemas	de	sucessão:	basicamente,	o	filho	mais	velho	se	tornava	o	rei.	Essa	forma	demorou	a	ser	
generalizada,	e,	mesmo	assim,	ainda	gerou	algumas	problemas	de	contestação	de	sucessão	
	
o Hierarquização	da	sociedade	política:	
§ Estrutura	escalonada	de	ordem	moral,	 tecida	em	uma	 rede	complexa	de	 contratos	e	pactos,	escritos	e	
costumeiros	(mais	costumeiros	do	que	escritos),	tudo	fundado	em	relações	de	cunho	pessoal	(ligeâncias	
não-territoriais).		
§ O	poder	se	dava	sobre	as	pessoas,	não	estava	vinculado	ao	território.	Era	moral,	não	físico.	
§ Estrutura	converge	para	o	rei,	no	topo,	que	mantém	a	estrutura	de	pé.	Autoritas:	poder	da	realeza:	o	rei	
não	está	no	poder	pelo	medo	das	pessoas	em	relação	a	ele,	mas	sim,	pela	sua	autoridade	moral.		
§ O	rei	é	como	uma	abóbada:	com	o	peso	natural	da	sua	autoridade	jurídico-moral,	enlaça	todo	o	conjunto.	
Ao	tirar	uma	peça,	toda	a	estrutura	cai.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
o Origem	das	cortes:	
§ Fruto	do	pacto	de	4o	grau,	nasce	a	função	do	rei	de	justiça	de	2o	grau,	uma	justiça	de	recursos	–	cortes	reais,	
tribunais	reais.	
§ A	origem	das	cortes,	câmaras	e	parlamentos	advém	da	função	dos	senhores	feudais	de	controlar	os	gastos	
do	rei.	
	
o Costumes:	
§ O	RMF	é	um	tecido	costurado	através	dos	costumes	e	dos	pactos,	escritos	(Magna	Carta)	ou	não	escritos.	
§ O	Direito	é	feito	de	costumes.	
	
Pacto de 1o grau: servos	na	base	devido	à	insegurança	física,	moravam	(por	enfiteuse)	e	trabalhavam	nos	
feudos	 em	 troca	 de	 proteção	 dos	 Senhores	 Feudais.	Metade	 das	 terras	 dos	 feudos	 era	 enfiteuse	
(espécie	de	contrato)	dos	servos,	ou	seja,	eles	não	poderiam	ser	retirados	dessas	terras	pois	tinham	
direitos	reais	 sobre	elas.	Nestas,	o	senhor	tinha	apenas	domínio	eminente.	 Já	a	outra	metade	das	
terras	era	do	senhor,	e	o	servo	apenas	trabalhava. 
Pacto de 2o grau: Senhores	 feudais	 hierarquizados	 como	 pequenos	 vassalos	 e	 grandes	 suseranos,	
também	atados	por	direitos	e	deveres	recíprocos.	Os	mais	fracos	prestavam	lealdade,	reconheciam	e	
respeitavam	os	senhores	feudais	mais	fortes,	pagando	contribuições	em	troca	de	proteção.	Assim,	
um	senhor	não	invadia	o	outro	porque	havia	a	proteção	de	um	suserano	mais	forte. 
Pacto de 3o grau: entre	os	reis	e	suseranos:	enquanto	os	suseranos	prestavam	ligeâncias	e	reconheciam	
a	 autoridade	 real,	 o	 rei	 confirmava	 a	 eminência	 da	 posição	 de	 soberania	 frente	 ao	 resto	 da	
comunidade. 
Pacto de 4o grau: aproximava	 os	 reis	 dos	 servos	 contra	 a	 nobreza:	 a	 nobreza,	 ávida	 de	 privilégios	 e	
posições,	 tendia	a	confrontar-se	potencial	e	efetivamente	com	os	servos,	na	base,	e	com	o	rei,	no	
cume.	Assim,	os	servos	encontravam	no	rei	o	último	recurso	a	ser	fortificado	contra	as	constantes	
opressões	da	nobreza	local,	enquanto	o	rei	encontrava	nos	servos	um	sustento	para	a	expansão	da	
sua	autoridade	contra	as	pretensões	e	resistências	dos	senhores.	
DIREITO X REI	
	 Na	Idade	Média,	o	poder	do	rei	estava	abaixo	do	Direito.	Depois,	à	medida	que	o	Corpus	Juris	
Civilis	foi	entrando,	começam	a	surgir	ideias	voluntaristas	que	falam	que	o	rei	tem	o	poder	de	fazer	
o	Direito	e	que	ele	estaria	acima	do	Direito.		
	 A	doutrina	dominante	na	Idade	Média	diz	que	o	poder	do	rei	vem,	em	última	instância,	de	
Deus,	mas	vem	pelo	povo,	pela	comunidade,	e	não	através	do	rei	(como	no	absolutismo).	A	origem	
última	é	Deus,	 a	origem	próxima	é	a	 sociedade,	 então	o	Direito	está	 submetido	ao	que	vem	da	
sociedade,	sob	a	qual,	é	claro,	o	Papa	tem	grande	poder	moral	e	espiritual.		
Certos	 reis	 que	 queriam	 reforçar	 seu	 poder	 encontraram	 seu	 limite	 no	 Papa,	 que	 queria	
formar	um	Império.	Eles	queriam	se	libertar	dessa	influência	do	povo,	ou	seja,	tinham	que	depender	
do	poder	deles	mesmos:	o	poder	tinha	que	vir	diretamente	de	Deus	para	eles.	
	
15	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
• Funções	do	Rei	Medieval	Feudal:	
o Rei	não	exercia	funções	legislativas:	
§ Originalmente	o	Direito	era	costumeiro,	então	nenhuma	entidade	ou	pessoa	legislava!	
§ Direito	da	terra	(the	law	of	land)	vale	para	todos,	inclusive	para	o	rei,	que	estava	abaixo	da	lei,	subordinado	
ao	direito	da	terra	e	ao	consentimento	popular,	no	qual	penetrava	a	influência	da	Igreja;	
§ Supremacia	do	Direito	evoluirá	para	Rule	of	Law	na	Ilha,	com	o	princípio	da	processualidade	devida,	e	para	
Rechtsstaat	no	Continente,	com	o	princípio	da	legalidade	devida.	
o Rei	não	exercia	funções	administrativas,pois	elas	cabiam	aos	senhores	feudais	em	seus	respectivos	feudos	e,	
futuramente,	às	câmaras	municipais.	
o Rei	exercia:	
§ Chefia	na	guerra:	
⇒ Unifica	monarquia	contra	os	inimigos.	Política	Externa.	
§ Chefia	no	fisco:	
⇒ Reúne	o	Parlamento	 (chamado	de	Cortes	na	 Ibéria),	 com	nobres	e	 ricos,	que	aprovava	os	 recursos	
necessários	ao	atendimento	das	despesas	que	autorizava.	
⇒ Centralizava	a	arrecadação	de	impostos.	
§ Controle	do	gasto	público.	
§ Juízo	de	2a	instância:	
⇒ Rei	mantinha	a	corte	real	para	proteger	os	servos	de	abusos	do	senhor.	Mantinha	cortes	reais	para,	
acima	da	parcialidade	da	justiça	feudal,	proteger	os	servos	pela	via	recursal	(pacto	de	4o	grau).	Enviava	
juízes	peregrinos	(juízes	de	fora);	
§ Fecho	ou	chave	da	abóbada:	
⇒ Função	de	última	instância	como	pedra	de	toque	que	mantinha	de	pé	toda	a	descentralizada	e	flexível	
estrutura	político-jurídico-moral	feudal.	
	
• Legado	do	Reino	Medieval	Feudal:	
o Supremacia	do	Direito	sobre	o	poder:	rei	abaixo	do	Direito;	
o O	Direito	e	a	ordem	por	ele	construída	devem	ser	legítimos,	fundados	no	consentimento	da	comunidade;	
o Elaboração	da	filosofia	democrática	(noções	de	Pessoa	Humana	e	de	sua	dignidade,	de	que	irá	nascer,	nos	sécs	
XVII	e	XVIII,	a	doutrina	dos	direitos	fundamentais).	
o Princípio	da	subsidiariedade:	descentralização	territorial	do	poder,	com	sua	limitação	efetiva	à	comunidade,	de	
que	vai	originar-se	a	teoria	da	federação;	
o Surgimento	dos	Parlamentos,	aprovando	receitas	e	despesas,	que	evoluirão	para	a	representação	moderna.	
2.	3.	ESTADO	BUROCRÁTICO	CONCENTRADO	TERRITORIAL	NACIONAL	MODERNO	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Burocratas:	
funcionários	pagos	
para	administrarem	
funções	que	antes	
eram	dos	senhores	
feudais.	Direito	escrito	
e	governo	por	papéis.	
Concentração	
dos	poderes	no	
rei.	
Base	física,	
limitada	por	
fronteiras,	
por	onde	se	
estende	o	
poder	do	
Estado.		
Nacionalidade,	
sentimento	de	
pertencimento.	
Novas	ideias:	
-Empirismo	
-Cientificismo	
-Voluntarismo	
-Laicismo	
-Individualismo	
-Temporalismo	
-Autossatisfação	
	
16	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
	
	 O	EBCTNM	formou-se	no	século	XV	e	durou	até	o	século	XVIII.	Seu	precursor	foi	Portugal,	que	era	um	feudo,	e,	
com	a	Revolução	de	Avis,	em	1383,	D.	João	I	derrubou	a	dinastia	anterior	e	levou	ao	poder,	com	o	apoio	do	povo,	a	
Dinastia	de	Avis.	Essa	 revolução	 tinha	alguns	 traços	populares,	e	a	dinastia	que	dela	 seguiu	durou	de	1385	a	1580,	
quando,	com	o	desaparecimento	de	D.	Sebastião,	a	houve	uma	crise	de	sucessão,	que	deu	início	à	União	Filipina.	Assim,	
Portugal,	que	era	só	um	feudo,	com	a	revolução,	se	tornou	um	Estado	centralizado,	que	poderia	ser	chamado	de	Estado	
Burocrático	Centralizado	Territorial	Nacional	Moderno	(EBCTNM).	
• Poder	político	institucionalizado	soberano:	
§ Físico:		
⇒ Distinto	da	autoridade	medieval,	expressa	poder	(potestas	–	poder	pelo	medo);	
⇒ Força	física	institucionalizado	com	exércitos,	guardas	e	polícias	nacionais.	
§ Unilateral:		
⇒ Não	mais	pactista,	bilateral,	mas	coercitivo;	
⇒ Estado	sociedade	obrigatória:	todos	são	iguais	perante	ele,	não	é	possível	negociar	a	incidência	das	leis.	
§ Centralizado:		
⇒ Não	mais	fragmentado	ou	partilhado;	
§ Autônomo:		
⇒ “Libertado”	do	poder	religioso	e	do	de	grupos;	
⇒ Em	alguns	 lugares,	o	poder	político	se	sobrepõe	ao	religioso.	Exemplo:	na	 Inglaterra,	a	 rainha	era	a	
maior	autoridade	religiosa	do	país.	
	
• Mudanças	que	viabilizaram	o	EBCTNM:	
	
o Econômicas	e	Sociais:	
§ Rei	aumentou	os	impostos	e,	por	meio	do	mercantilismo	e	das	empresas	públicas,	adquiriu	finanças	extras,	
ou	seja,	o	rei	passa	a	ter	recursos;	
§ Enriquecimento	dos	citadinos,	que	apoiam	e	financiam	o	rei	em	troca	de	privilégios	e	favores;	
§ Surgimento	da	burguesia.	
	
o Científicas	e	Tecnológicas:	
§ Descobertas	como	bússola,	navegação,	pólvora,	imprensa,	...	
§ Expansão	comercial	e	administração	centralizada	por	papéis;	
§ Diário	Oficial:	relação	de	ordem	do	rei.	Essa	imprensa	oficial	permitiu	a	autoridade	central.	
	
o Jurídicas:	
	
	
§ Direito	escrito	e	codificado;	
§ Diário	Oficial:	publicação	das	leis	oficiais	do	reino;	
§ Separação	Rei	(pessoa)	e	Coroa	(instituição);	
UNIFICAÇÃO UNIDADE	POLÍTICA ESFERA	POLÍTICA	PÚBLICA
Surge	o	Direito	
escrito,	com	fonte	
em	instrumentos	
editados	em	leis	
escritas.	
Nasce	a	
administração	por	
papéis	e	via	diário	
oficial.
Desenvolve-se	o	
Direito	Público,	
inclusive	a	noção	
de	Leis	
Fundamentais.
	
17	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
§ A	essência	 da	Revolução	 Liberal	 foi	 o	 Parlamento	 com	poder	 de	 legislar,	 assim,	 o	 rei	 pôde	 dispensar	 a	
convocação	do	Parlamento,	inclusive	para	aumentar	recursos	tributários.	
	
o Doutrinárias/	Ideológicas:	
§ Novas	ideias,	de	diversos	matizes,	para	justificar	o	poder	absolutista:	
⇒ Estado	detém	na	sociedade	política	poder	soberano;	
⇒ Poder	estatal	não	se	submete	à	ordem	jurídica,	está	acima	do	Direito;	
⇒ Poder	exercido	por	prerrogativa	própria	pelo	Rei	hereditário.	
§ Teoria	do	Direito	Divino	dos	Reis:	
⇒ Defendida	 pelo	 bispo	 J.	 Bossuet,	 nasceu	 em	 círculos	 reais	 protestantes,	 e	 buscava	 justificar,	 pela	
religião,	o	absolutismo;	
⇒ Era	“antimedieval”:	na	Idade	Média,	se	dizia	que	o	poder	vem	do	povo,	enquanto,	essa	teoria	afirmava	
que	o	poder	vem	direto	de	Deus	para	o	representante.	O	único	lugar	da	Europa	em	que	o	pensamento	
católico	 foi	avesso	das	 ideias	do	absolutismo	foi	a	península	 ibérica,	onde	o	pensamento	oficial	das	
universidades	era	de	São	Tomás	de	Aquino,	ficando	a	monarquia	livre	da	ideia	do	direito	divino.	
⇒ Era	uma	forma	de	“se	livrar”	do	Papa,	afirmando	que	o	poder	vinha	diretamente	dos	reis.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
• Funções	do	Rei	do	EBCTNM:	da	concentração	à	hexapartição	dos	poderes:	
o Função	Administrativa:	
§ Atuar	concretamente	na	manutenção	da	ordem	e	da	segurança	pública;	
§ Cuidar	do	cumprimento	ordinário	das	leis;	
§ Imprimir	movimento	às	decisões	políticas	de	governo;	
§ Prover	os	serviços	públicos,	evolvendo	a	atuação	de	funcionários	civis,	policiais	e	militares.	
o Função	Governamental:	
§ Condução	da	política	na	guarda	da	ordem	interna;	
§ Preservação	da	segurança	externa.	
o Função	Judicial	de	Primeira	e	de	Segunda	Instância:	
§ Retira	função	judiciaria	de	1a	instância	do	senhor	feudal	e	entrega	a	funcionários	responsáveis	por	isso;	
§ Decidir	prudentemente,	e	com	largo	campo	de	discrição,	onde	o	bom	direito	não	regula	e	não	limita.	
o Função	Legislativa:	
§ Concentrava	poder	de	fazer	leis;	
o Última	instância	política	e	jurídica:	
§ Rei	ainda	é,	como	na	Idade	Média,	o	fecho	da	abóbada,	representando	o	último	papel	de	unir	a	sociedade	
política.	
NÃO UTILIZAR EXPRESSÃO “ESTADO ABSOLUTO”!!	
O	Estado	não	era	absoluto	de	fato,	e	nem	poderia	sê-lo,	pois	era	limitado	por	outras	
organizações	 (tais	 como	 Igreja,	 burguesia,	 territórios,	 grandes	 corporações).	 Assim,	 ele	 era	
“amarrado”	 por	 poderes	 tradicionais.	 Ele	 tinha	 ideias	 absolutistas,	 mas	 não	 um	 poder	
totalmente	incontestável.	
Outro	 fator	 é	 que	 a	manutenção	 de	 um	Estado	 absoluto	 e	 de	 seus	mecanismos	 de	
controle	(polícia)	custa	caro.	Exemplo	disso,	foi	a	crise	econômica	que	derrubou	o	totalitarismo	
no	Leste	Europeu.	
	
18	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
o Função	Deliberativa:	
§ Tomada	de	decisões	sobre	assuntos	de	interesse	coletivo	mediante	procedimento	público	aberto	e	livre	
para	argumentar	e	convencer.	
§ Decisões	escritas	em	norma	de	direito	positivo	que	 chegam	ao	 conhecimento	 formal	da	 sociedade	por	
publicação	oficial,	cuja	eficácia	dependeria	da	atuação	do	corpo	de	funcionários	profissionais	espalhados	
sobre	o	território.	
	 	
• Subtipos	de	EBCTNM:	Reino	Unido,	França	e	Portugal:	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
o Inglaterra:	
Não	há	rupturas,	nem	destruição	do	Parlamento.	As	forças	sociais	mantêm	seu	poder	perante	o	rei.	Há	
muitas	 brigas	 entre	 rei	 e	 Parlamento,	 sendo	 que	 o	 segundo	 se	 rebela	 contra	 o	 primeiro	 e	 estabelece	 uma	
autoridade	 fundada	no	Direito,surgindo	a	Autoridade	Legal.	A	Revolução	Gloriosa	de	1688	 foi	 apenas	uma	
evolução,	não	houve	grandes	mudanças.	
	
o França:	
As	forças	sociais	perdem	o	poder	para	o	rei,	que	fechou	o	Parlamento,	o	qual	era	o	canal	representativo	
há	mais	de	um	século.	Liberalismo	chegou	com	uma	revolução	que	rompeu	o	autoritarismo,	não	havendo	canais	
legais	ou	jurídicos.	Não	assume	uma	autoridade	dentro	da	lei,	mas	uma	Autoridade	Carismática.	
	
o Portugal:	
O	Estado	sempre	foi	poderoso,	e	era	um	feudo.	Nunca	houve	Parlamento,	burguesia	ou	nobreza	forte.	
No	liberalismo,	há	apenas	evolução,	sem	grandes	rupturas,	mantendo	a	Autoridade	Tradicional	Patrimonialista.	
	
	
	
	
 Idade Média: Estado Nacional Moderno: . Liberalismo: 
Inglaterra:		forças	sociais	(nobreza/	burguesia)	mantêm	
seu	poder.	Equilíbrio	Parlamento	(canal	representativo)	e	Rei.	
França:		forças	sociais	perdem	poder	para	o	Rei,	que	
domina	o	Parlamento	(AEG	não	se	reúne	desde	1614).	
Portugal:		forças	sociais	sempre	carecem	de	poder.	Estado	
era,	ele	mesmo,	um	feudo,	onde	nunca	houve	uma	tradição	
parlamentar.	
Surge	Autoridade	
Carismática	
Surge	Autoridade		
Legal	
Mantém	Autoridade	
Tradicional	
Patrimonialista	
Passagem do Estado Medieval Feudal ao Estado Liberal Clássico 
Elementos Europa 
Ocidental Feudal: 
	Existência	do	
Parlamento,	
fragmentação	do	poder	
e	hierarquização	do	
poder	
	
19	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
3.	DIVISÃO	DOS	PODERES	
Mudanças	vão	progressivamente	limitando	o	poder	do	rei,	de	forma	que	se	chega	à	teoria	da	hexapartição.	
3.	1.	ESTADO	CONCENTRADO	
• Séc.	XVI	-	Inglaterra	
• Parlamento:	Rei	+	nobreza	+	comuns	
• Bodin	–	“Os	seis	livros	da	República”	
• Executivismo	Absoluto.	
	
	
	
	
	
	
	
3.	2.	BIPARTIÇÃO	DOS	PODERES:	PERDE	LEGISLATIVO	
• Séc.	XVII	–	Inglaterra		
• Revolução	Gloriosa	(1688-1689):	autonomia	do	Parlamento.	
o Parlamento	com	Poder	Legislativo;	
o “It	was	not	the	England	who	made	the	Parliament,	but	the	Parliament	who	made	England.	”	
o Bill	of	Rights:	transfere	aos	nobres	e	comuns	a	função	legislativa,	excluindo	o	rei.	
• John	 Locke	 –	 “Segundo	 Tratado	do	Governo	Civil”:	mandato	 civil	 (representante	 vinculado	 às	 instruções)	 e	
mandato	político	(representante	não-vinculado	às	instruções).	
o Diferente	nomenclatura:	
§ FUIN	=	Função	Prerrogativa;	
§ FUAD	=	Função	Executiva;	
§ FUGOD	=	Função	Federativa.	
• Início	Estado	Liberal.	
• Executivismo	Arcaico.	
	
	
	
	
	
	
	
	
REI 
REI 
1 
2 3 
4 
5 
1 2 
3 
4 
1-FUIN –	última	instância 
2-FUAD –	administrar 
3-FUGOV –	governar	(quase	nada)	
4 FUJUD –	julgar	
5 FULEG –	legislar		
1-FUIN –	última	instância	 
2-FUAD –	administrar 
3-FUGOV –	governar	(quase	nada)		
4 FUJUD –	julgar	
	
Parlamento 
LEG 
	
20	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
3.	3.	TRIPARTIÇÃO	DOS	PODERES:	PERDE	JUDICIÁRIO	
• Séc.	XVIII	–Europa		
• Ato	de	Estabelecimento	(1702-1720):	juízes	passam	a	deter	autonomia,	permanecendo	em	seus	cargos	sem	a	
interferência	do	rei	–	fim	do	sineplacitus	regis	
o Law	 Lords:	 nobres	 especializados	no	exercício	de	 funções	 judiciais.	 São	nomeados	pelo	monarca	 e,	
depois	 disso,	 não	 podem	 ser	 demitidos,	 só	 saindo	 do	 cargo	 por	morte,	 renúncia	 ou	 impeachment.	
Assumem	o	poder	judiciário.		
• Montesquieu	–	“O	Espírito	das	Leis”:	fala	em	separação	dos	poderes	legislativo,	executivo	e	judiciário.		
o Poderes	em	uma	mesma	 lógica	hierárquica	horizontal,	 sendo	 independentes	e	harmônicos	entre	si,	
limitando-se	uns	aos	outros.	
o Estado	interferindo	menos	na	vida	privada.	
• Estado	Liberal	Clássico:	autoridade	mínima.	
• Executivismo	Clássico/	Monárquico	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
1 2 
3 
EXECUTIVO 
Parlamento LEG 
JUD 
Juízes Togados 
1-FUIN –	última	instância	 
2-FUAD –	administrar	 
3-FUGOV –	governar	(quase	nada)	
	
REI 
TRANSFORMAÇÕES SÉCULOS XVIII – XIX:	
• Grande	mudança	sócio	econômica:	
o Inglaterra:	Revolução	Industrial:	
§ Grande	migração	rural,	grande	urbanização,	início	operariado;	
§ Economia	e	finanças	públicas	+	complexas.	
• Impacto	sobre	as	funções	políticas:	
o Surge	a	Função	Governamental	Moderna	frente	às	necessidades	de	novas	políticas	públicas	
(até	então,	a	FUGOV	não	era	quase	nada);	
o Governar	é	desgastar-se,	é	contrariar	interesses,	é	errar,	é	corromper-se,	exigindo,	por	isso,	
responsabilização	política.	
• Impacto	sobre	a	tripartição	do	poder:	
o Falência	do	modelo	de	Montesquieu:	o	Rei,	chefe	de	Estado,	não	pode	mais	acumular	a	
Função	Governamental	Moderna.	Rei	pagaria	com	o	cargo	(e	a	vida)	o	desgaste	e	os	erros	
que	necessariamente	decorrem	dessa	cumulação	de	funções.	
	
21	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
3.	4.	TETRAPARTIÇÃO	DOS	PODERES:	PERDE	FUNÇÃO	GOVERNATIVA	
• Séc.	XIX	-	Europa	
• Reforma	Eleitoral	(1801-1831):	1o	Ministro	monta	gabinete	e	exerce	governo.	
• 	“Governar	é	desgastar-se”	–	visão	do	rei	de	que	não	deveria	manter	a	função	governativa,	pois	seu	reinado	é	
vitalício,	e	o	exercício	do	governo	levaria	a	uma	constante	reprovação	da	sua	imagem.	A	saída	era	separar	a	
chefia	de	Estado	da	chefia	de	Governo.	Assim,	o	rei	para	de	se	preocupar	com	o	Governo	e	passa	a	se	preocupar	
somente	com	o	Estado	e	com	a	Administração.	
o 1o	ministro	chefe	de	governo,	rei	chefe	de	Estado;	
o Rei	com	Poder	Moderador,	o	que	o	permite	ser	uma	espécie	de	árbitro	dos	outros	ministros.	
o Vantagens:	
§ Alguém	se	preocupando	unicamente	com	o	governo:	comuns	têm	a	prerrogativa	de	fiscalizar	
o	governo	e	o	governo	deve	prestar	contas	de	suas	ações	aos	comuns.	
§ Governo	democrático:	como	são	os	eleitores	que	escolhem	o	partido	majoritário	na	Câmara	
dos	Comuns,	e	o	 líder	deste	partido	majoritário	é	obrigatoriamente	 indicado	para	chefiar	o	
governo,	indiretamente	são	os	eleitores	que	escolhem	o	1o	ministro.	
• Benjamin	Constant	–	“Princípio	da	Política”:	idealização	Poder	Moderador	e	da	tetrapartição:	
o Poder	Real	(funções	moderadora	e	administrativa)	
o Poder	Ministerial	(função	governativo)	
o Poder	Legislativo	(função	legislativa)	
o Poder	Judiciário	(função	judiciária)		
• Exemplo:	Brasil:		
o Constituição	de	1824:	Poder	Moderador	do	rei	acima	dos	demais	poderes,	os	regulando.	
• Convencionou-se	 chamar	 de	 parlamentaristas	 os	 regimes	 em	 que	 há	 a	 tetrapartição	 dos	 poderes	 com	 a	
distinção	entre	chefia	de	Estado	e	chefia	de	Governo.	
• Estado	Liberal.	
• Governamentalismo	de	elites.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
1 2 
1-FUIN: Chefe de Estado 
2-FUAD: Chefe de Administração 	
	
REI/ PRESIDENTE 
MODERADOR 
LEG 
JUD 
GOV 
Partidos de quadros parlamentares 
ELEITORADO 
	
22	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
3.	5.	PENTAPARTIÇÃO	DOS	PODERES:	PERDE	FUNÇÃO	ADMINISTRATIVA	
• Séc.	XX	–	Pós	1a	Guerra	Mundial.	
• Constituição	 da	 República	 de	 Weimar	 –	 Alemanha	 (1919):	 função	 administrativa	 passa	 a	 ser	 um	 poder	
autônomo,	soberano,	separado	da	realeza.	Necessidade	de	aumentar	a	eficácia	técnica	da	administração	na	
execução	das	políticas	decididas	pelo	governo.	
o Governo	delibera	práticas	públicas,	administrativo	executa;	
o Profissionalização	da	Administração	Pública:	na	Alemanha,	passam	a	 ser	 selecionados	por	 concurso	
público,	 onde	 se	 afere	 o	 mérito	 dos	 conhecimentos	 técnicos	 necessários	 ao	 exercício	 da	 função	
administrativa;	
o Elo	entre	as	funções	de	administração	e	de	governo	são	os	cargos	de	confiança.	
• Max	Weber	–	“Economia	e	Sociedade”:	estudo	sobre	porque	as	pessoas	espontaneamente	obedecem	às	ordens	
de	autoridade.	Legitimidade	de	cunho	tradicional,	legitimidade	de	cunho	carismático	e	legitimidade	de	cunho	
racional-burocrática.	
o Na	Constituição	de	Weimar,	a	base	é	a	ideia	de	legitimidade	racional-burocrática,	ou	seja,	operando	no	
plano	na	razão.	Assim,	se	concede	uma	autonomia	da	administração.	
• Estado	Social	Contemporâneo.	
• Governamentalismo	de	massas.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
LEG 
JUD GOV 
Partidos de quadros parlamentares 
ELEITORADOADM 
CHEFE DE 
ESTADO 
	
23	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
3.	6.	HEXAPARTIÇÃO	DOS	PODERES:	DIVIDE	MODERADOR	
• Séc.	XX	–	Pós	2a	Guerra	Mundial.	
• Lei	Fundamental	de	Bonn	–	Alemanha	(1949):	atualização	da	Constituição	de	Weimar:	
o Divisão	 da	 função	 moderadora	 em	 Chefe	 de	 Estado	 e	 Tribunal	 Constitucional.	 Originalmente,	 ela	
possuía	as	funções	de	representação	e	arbitragem,	então	foi	dividida	arbitragem	política	e	arbitragem	
jurídica.	 A	 primeira	 correspondia	 à	 determinação	 de	 nova	 eleição	 no	 caso	 de	 empate	 e	 não	 haver	
maioria	de	um	dos	partidos,	enquanto	a	segundo	correspondia	à	resolução	de	conflitos	jurídicos	por	
não	obediência	à	constituição	por	parte	de	um	legislador.	
§ Presidente:	arbitragem	política	e	representação	
§ Tribunal	Constitucional:	arbitragem	jurídica.	
• Tribunal	Constitucional:	
o Órgão	colegiado	formado	por	juristas	indicados	pela	câmara	dos	representantes	com	mandato	fixo.	
o Não	integra	o	Poder	Judiciário,	pois	foi	criado	para	exercer	a	arbitragem	dos	conflitos	entre	as	normas	
(inconstitucionalidade	das	leis),	enquanto	o	Judiciário	deve	resolver	conflitos	subjetivos	(entre	pessoas.	
• Experiência	com	pentapartição	não	é	tão	eficiente	pois	demonstra	que	o	Chefe	de	Estado	não	consegue	exercer	
adequadamente	 a	 arbitragem	 jurídica,	 pois,	 em	 geral,	 não	 é	 jurista	 (falta	 conhecimento	 técnico)	 e	 é	
sobrecarregado	pelas	suas	demais	atribuições.	
• Hans	Kelsen	–	“Quem	deve	ser	o	defensor	da	Constituição?	“	
• Expansão	da	Hexapartição:	
o Itália,	Espanha,	Japão,	Polônia,	República	Tcheca,	Hungria,	...	
• Funções:	
o Chefe	de	Estado:	moderar	(política	e	valores)	
o Parlamento:	deliberar	(linha	ideológica)	
o Judiciário:	jurisdicionar	(nível	de	legislação)	
o Governo:	dirigir	(políticas	públicas)	
o Administração	pública:	executar	(leis	e	políticas)	
o Tribunal	Constitucional:	guardar	(Constituição)	
• Estado	Social	Contemporâneo.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
CE TC 
GOV 
ADM 
Parlamento 
	
Judiciário 
	
determinação 
	
opiniões 
	 LEI 
	
	
24	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
4.	TIPOS	DE	ESTADO	DESDE	AS	REVOLUÇÕES	LIBERAIS	
4.	1.	CONSIDERAÇÕES	GERAIS	
• Advento	do	Estado	Liberal:	
o 3	grandes	revoluções	liberais:	
§ Inglesa	(Gloriosa,	1688);	
§ Americana	(Independência,	1776)	e	suas	fontes	em	Locke,	Blackstone	e	Montesquieu;	
§ Francesa	(Queda	da	Bastilha,	1789).	
o Cronologia	histórica	inglesa:	
§ Posição	vigente	de	1950-80:	 revolução	 tecnológica	 (séc.	XV),	econômica	 (séc.	XVI)	e	 social-política	 (séc.	
XVII);	
§ Posição	de	Alan	MacFarlane	(“As	Origens	do	Individualismo	inglês”):	a	realidade	inglesa	de	uma	sociedade	
individualista	existe	pelo	menos	desde	o	 séc.	XI:	essa	 cultura	 individualista	gerou	avanços	 tecnológicos,	
progresso	econômico,	evolução	social	e	conquistas	políticas.	
	
• Legado	do	Estado	Liberal:	SO-RE-LI-CO:	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
• Nação	conquista	do	Rei	a	titularidade da	soberania,	via	Parlamento	(Burke	e	
Siyès);
• Crítica	de	Rousseau:	a	soberania	deve	ser	do	povo (popular),	via	o	mito	da	
vontade	geral	(democracia	direta).
• ART	1o,	Parágrafo	Único,	Constituição	Brasileira:	"Todo	o	poder	emana	do	povo,	
que	o	exerce	por	meio	de	representantes	eleitos	ou	diretamente,	nos	termos	
dessa	Constituição.	"
SOberania	nacional
• Como	o	povo	não	pode	participar	totalmente	da	soberania,	elege	representantes;
• Fundamento	da	Soberania	Nacional;
• Nem	todo	povo	é	capaz	de	decidir,	mas	é	capaz	de	escolher	representantes	que	o	
façam	por	ele	=	capacidade	de	escolher	os	mais	capazes.
REpresentação	moderna
• Externamente:	direitos	individuais	declarados	e	garantidos;
• Intenamente:	separação	dos	poderes	tripartida	de	Montesquieu;
LImitação	do	poder
• Documento	consagrando	os	dois	apectos	da	letra	supraconstitucional;
• Fundamento	básico:	limitar	os	poderes	do	Estado	frenten	ao	indivíduo,	colocando	
direitos	individuais;
• Declaraçãodos	Direitos	do	Homem	e	do	Cidadão:	"a	sociedade	em	que	não	esteja	
assegurada	a	garantia	dos	direitos,	nem	estabelecida	a	separação	dos	poderes,	
não	tem	Constituição.	"
COnstituição	escrita
	
25	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
• Duas	linhas	do	Liberalismo:	
• 	
	
• 	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Fundamentos do Sistema Representativo: 
• Fundamentação	Liberal	Voluntarista	Clássica:		
o Parlamento	representa	a	vontade	da	nação,	independente	da	vontade	do	povo.		
o Problema	 latente	 da	 legitimidade	 popular	 democrática	 ainda	 não	 inteiramente	 resolvido:	
apenas	uma	minoria	votava.	
§ Rousseau:		
⇒ Cidadãos	individualmente	poderiam	formar	uma	vontade	geral;	
⇒ Se	entregando	totalmente	à	vontade	geral,	nos	bens	e	na	liberdade,	cada	um	
estaria	a	obedecer	apenas	a	si	mesmo,	permanecendo	totalmente	livre.	
	
• Fundamentação	Liberal	Mitigada	de	Stuart	Mill:	
o Parlamento	eleito	não	mais	por	sufrágio	censitário,	mas	por	voto	universal,	representaria	os	
interesses	dos	eleitores	(distritos	e	grupos).	
o Voto	 por	 interesse:	 população	 visa	 a	 eleger	 aqueles	 que	 mais	 lhe	 trarão	 benefícios	 e	
atenderão	seus	interesses	próprios.	
o Não	responde	totalmente	à	objeção	democrática.	
	
• Fundação	Deliberativa	Inspirada	em	Aristóteles:	
o É	a	resposta	mais	satisfatória	ao	problema	da	legitimidade.	
o Cidadãos	 escolhem,	 por	 eleições,	 os	mais	capazes	e	prudentes	que,	 exprimindo	o	máximo	
possível	 das	 opiniões	 vigentes	 na	 pólis,	 deliberam	 com	 autonomia,	 inclusive	 diante	 dos	
próprios	interesses	pessoais	e	setoriais,	sobre	a	concretização	do	bem	comum.	
o Instituições	políticas:	
§ Fundam	 um	 espaço	 público,	 unificado,	 superior,	 de	 última	 instância,	 autônomo	 e	
imparcial;	
§ Representam	no	espaço	toda	a	Sociedade	Política;	
§ Processo	Deliberativo	por	um	sistema	adequado	e	equilibrado	de	operação.	
⇒ Decisões	que	melhor	levam	ao	bem	comum;	
⇒ Organização	das	opiniões	divergentes	em	correntes	ou	partidos,	divididos	em	
sensibilidades	políticas	ideológicas.	
	
26	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
4.	2.	COMPARAÇÃO	ELC,	ELP	E	ESC	
	
	 ESTADO	LIBERAL		
CLÁSSICO	
ESTADO	LIBERAL	
PLURALISTA	
ESTADO	SOCIAL	
CONTEMPORÂNEO	
	
	
GERAL	
	
-Final	séc.	XVIII	–	meados	
séc.	XIX;	
-EUA,	UK,	França;	
-É	um	tipo	morto	de	Estado	
atualmente.	
	
-Transição	ELC	ESC;	
-Início	séc	XIX	–	1a	guerra;	
-Sobrevive	nos	EUA;	
-Montesquieu	e	Benjamin.	
	
-Surge	na	República	de	Weimar	
em	1919	com	5	poderes;	
-2	fases:	pós	1a	guerra	e	pós	2a	
guerra.	
	
INTERVENÇÃO	
	
Estado	não	intervém	na	
economia	
	
Estado	intervém	de	forma	
moderada	
	
Estado	intervém	
crescentemente	
FUNÇÕES	
GOVERNO	
	
Mínimas	
	
Crescentes	
	
Amplas	
	
SUFRÁGIO	
	
Restrito	censitário	
	
Gradualmente	universal	
	
Universal	
PARTIDOS	
POLÍTICOS	
Inexistentes.	Democracia	
contra	partidos.	
Tolerados.	Democracia	
apesar	dos	partidos.	
Consagrados.	Democracia	pelos	
partidos.	
	
	
PARLAMENTO	
Órgão	de	individualidades,	
pelos	notáveis,	cuja	função	
é	deduzirem	legislação	
positiva	o	Direito	Natural	
Racionalista.	
	
Órgão	de	individualidades,	
pelos	notáveis.	Influência	
dos	lobbies	(ricos)	passa	a	
ser	poderosíssima.	
Órgão	de	partidos,	onde	
maiorias	decidem,	cuja	função	
não	é	mais		tanto	legislar,	
quanto	definir	a	linha	ideológica	
vencedora	das	eleições.	
	
CONSENSO	
SOCIAL	
	
Há	consenso	em	torno	do	
capitalismo	liberal	vigente.	
Não	há	atores	ou	partidos	
comunistas.	
	
Permanece	consenso	em	
torno	da	ordem	econômica	
e	social	vigente,	como	no	
ELC.	
	
Rompeu-se	o	consenso,	sendo	
indispensável	criar	um	consenso	
superior	às	ideologias.	
	
ASSUNTOS	
GOVERNO	
	
São	incontroversos	em	sua	
substância.	
	
Permanecem	
incontroversos.	
	
Controversos	ideologicamente.	
OPOSIÇÃO	
IDEOLÓGICA	
Não	há	uma	verdadeira	
oposição.	
Não	há,	ainda,	uma	
verdadeira	oposição.	
Desenvolve-se	e	ganha	força	a	
oposição.	
	
CONSTRUÇÃO	
INSTITUCIONAL	
	
	
	
	 	
	
	
MODELO	
	
	
Modelo	montesquiano	
	
Modelo	montesquiano	comseparação	absoluta	dos	
poderes	políticos.	
	
Modelo	de	Kelsen	com	
separação	de	Estado,	governo	e	
administração.		
	
	
	
	
	
	
	
	
	
27	
FERNANDA	MAGNI	BERTHIER	
4.	3.	TIPOS	PATOLÓGICOS	DE	ESTADO	
• Totalitarismo:	
o Fenômeno	do	séc.	XX;	
o Pressupõe:	
§ Filosofia	idealista	de	Hegel:	espírito	absoluto	do	Estado;	
§ Erupção	das	massas	urbanas	(êxodo	rural),	com	a	perda	das	referencias	religiosas	e	sociais	tradicionais;	
§ Meios	de	comunicação	e	propaganda:	aperfeiçoados	no	início	do	séc.	XX	(rádio,	cinema,	 ...),	capazes	de	
manipular	ideologicamente	as	massas	urbanas.	
o Corpo	 de	 ideias	 fundadas	 em	 um	 idealismo	 filosófico,	 ao	 qual	 se	 incorpora	 uma	 utopia	 salvacionista	 que	
pretende	criar	um	novo	homem	e	uma	nova	sociedade;	
o Partido	único	devotado	ao	ideologismo,	que,	apoiado	em	repressão	e	controle,	monopoliza	o	poder	político	e	
os	demais	poderes	sociais.	
o Não	admite	pluralismo	social,	estabelece	um	controle	central	rigoroso:	
§ Controle	dos	meios	de	comunicação;	
§ Planificação	central	da	economia;	
§ Proibição	da	formação	e	difusão	de	valores	(ex:	religião)	diferentes	daqueles	de	ideologia	oficial;	
§ Submissão	dos	corpos	intermediários	(sindicatos,	associações,	famílias,	...)	à	tutela	do	partido	que	controla	
o	Estado.	
o É	fundado	na	mobilização	e	na	participação	das	massas	em	estruturas	controladas	ou	tuteladas	pelo	partido;	
o Subordinação	das	administrações	civil	e	militar	ao	controle	político	da	cúpula	partidária	que	controla	o	Estado.	
o São	extra	Estado,	ou	seja,	não	ficam	100%	vinculados	ao	Estado:	querem	dominar	o	mundo.	
	
• Autoritarismo:	
o Precedentes	nas	velhas	tiranias	gregas;	
o Regime	de	mentalidade,	postura	diante	do	Estado	e	da	sociedade:	
§ Nacionalismo;	
§ Patriotismo;	
§ Desenvolvimento;	
§ Segurança	nacional;	
o Não	há	necessariamente	um	partido	institucionalizado:	o	partido	ou	o	grupo	que	tripula	o	Estado	exerce,	de	
forma	irresponsável	e	não	competitiva,	o	poder	político;	
o Pluralismo	 social,	 embora	 limitado,	 salvo	 naquilo	 que	 direta	 ou	 indiretamente	 afete	 o	 controle	 político	 da	
pessoa	ou	da	elite	que	detém	o	poder;	
o Geralmente	desmobilizador	da	participação	de	massas,	exceto	em	casos	excepcionais	e	transitórios;	
o O	líder	dirigente	funda	seu	poder	na	tecno-burocracia	vil	e	militar	(Administração	Pública),	que	adquire	poder	
estratégico-decisivo.	
o Há	uma	grande	dificuldade	de	sair	de	um	regime	autoritário:	um	problema	é	entregar	o	poder	de	volta	aos	civis.	
Exemplo:	 no	 período	 da	 ditadura	 militar	 brasileira	 (1964-1985),	 os	 militares	 dominaram	 os	 três	 poderes,	
justificavam	sua	estada	“porque	o	comunismo	ameaçava	o	país”	e	instauraram	17	atos	institucionais.	
	
• Democracia:	
o Churchill:	“Democracia	é	o	pior	dos	governos,	mas	ainda	não	inventaram	um	melhor.	“	
o O	problema	é	que	muitos	países	se	dizem	democráticos,	mas,	na	prática,	não	o	são;	
o A	eleição	é	um	elemento	muito	pequeno	para	a	democracia.	Substancialmente,	é	um	elemento	bonito;	
o O	Estado	deve	ter	uma	estrutura	básica	de	separação	de	poderes,	com,	no	mínimo,	uma	tripartição;	
o O	Estado	deve	ter	uma	carta	garantindo	Direitos	Fundamentais	ao	ser-humano.	
§ Não	adianta	ter	direitos,	precisa	garantir.

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