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Saúde da Mulher Resumo Estágio Victoria Message 2021 Queixa de qualquer perda involuntária de urina. Diminuição das atividades físicas, sociais, ocupacionais, recreativas e sexuais. Comprometimento da qualidade de vida. A incontinência urinária não constitui uma causa de mortalidade e sim de morbidade, por impactar negativamente várias dimensões de vida da mulher. Incontinência Urinária Prevalência Diferença na prevalência são indicadas nas diversas populações. 43% na faixa etária de 35 a 81 anos. Na população geral, a prevalência de incontinência urinária aumenta com o aumento da idade. 30 a 50% das mulheres na pós menopausa. Aumento progressivo da expectativa da população – número crescente de casos. Prevalência subestimada pelo desconhecimento ou falta de busca por tratamento. Subdividida em duas: hipermobilidade do colo vesical e lesão intrínsecas da uretra. Tem uma maior prevalência. Forma mais comum de incontinência urinária. Perda involuntária de urina que ocorre quando a pressão intravesical excede a pressão uretral máxima, na ausência de contração do detrusor. Mecanismo Fisiopatológico: o esforço que leva ao aumento da pressão intra-abdominal, que é transmitido para a bexiga, levando ao aumento da pressão intravesical e esse aumento ultrapassa a pressão de fechamento uretral, levando a incontinência urinária. Incontinência Urinária de Esforço por Hipermobilidade do Colo Vesical INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO Descida do colo vesical e uretra proximal durante o aumento da pressão abdominal. Causa: perda do apoio anatômico da bexiga e uretra – enfraquecimento do assoalho pélvico. Classificação Incontinência Urinária de Esforço por Lesão Intrínseca da Uretra INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO Alteração das estruturas anatômicas da uretra, ou seja, mucosa, submucosa, vasos sanguíneos, tecido conjuntivo ou musculatura lisa, levando a uma menor coaptação uretral e diminuição da pressão uretral. Perda de urina diante de esforços menores. Prognóstico desfavorável comparada a incontinência urinária de esforço por hipermobilidade do colo vesical. Classificação Perda involuntária de urina acompanhada ou imediatamente precedida de urgência. Caracteriza-se pela presença de contrações involuntárias do detrusor na fase de enchimento da bexiga – bexiga hiperativa. Mecanismo Fisiopatológico: presença de contrações involuntárias do músculo detrusor na fase de enchimento da bexiga, ou seja, na fase de enchimento o músculo detrusor precisa estar relaxado, aparecem as contrações involuntárias, levando a urgência ou incontinência urinária de urgência. Sintomas: INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE URGÊNCIA Urgência – associada ou não a perda. Aumento da frequência urinária. Noctúria – pessoa despertar pelo desejo miccional, deve anteceder e preceder o surto. Classificação O impacto na qualidade de vida costuma ser maior, pois a mulher não consegue identificar o momento em que terá essas contrações involuntárias do detrusor. Pode ser neurogênica ou idiopática. Neurogênica – quando existe uma doença neurológica de base, chamada também de hiperreflexia do detrusor. Idiopática – bexiga hiperativa, hiperatividade do detrusor. INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE URGÊNCIA Classificação Perda involuntária acompanhada de urgência e esforços. Os sintomas decorrem da incontinência urinária de esforço e urgência. INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE MISTA Classificação Tratamento Fisioterapêutico Kegel (1948, 1949, 1952): relação entre função do assoalho pélvico com aa funções sexuais, obstétricas e excretoras. DeLancey (1996): enfraquecimento muscular culmina na falência do assolho pélvico à incontinência urinária, incontinência anal, prolapso dos órgãos pélvicos e disfunções sexuais diversas. As disfunções do assoalho pélvico representam um importante problema de saúde, tem um impacto significativo tanto econômico quanto na qualidade de vida de mulheres, anualmente. Tratamento Fisioterapêutico Incontinência Urinária – grau A de recomendação e nível de evidência 1: fortalecimento do assoalho pélvico supervisionado deve ser oferecido como tratamento conservador de primeira linha, para os três principais tipos de incontinência urinária. A contração dos MAP resulta em: manutenção da função de sustentação do assoalho pélvico; aumento da pressão de fechamento uretral, assim como do ânus e da vagina; inibição da atividade do detrusor; pode ser benéfica no tratamento das disfunções sexuais; exercícios de fortalecimento dos MAP podem ajudar em problemas de diminuição de desejo e excitação e dificuldade de orgasmo. 10 contrações sustentadas por 6 segundos, intercaladas por um período de repouso de pelo menos 6 segundos entre cada contração. 6 contrações rápidas dos MAP com o dobro do tempo de relaxamento entre cada contração. 3 a 4 posições diferentes. PROTOCOLO DE TMAP Permitem distinguir os MAP dos grandes grupos musculares sinérgicos > aumento da propriocepção da região. Favorecem a conscientização da contração dos MAP. Aumentam o recrutamento de unidades motoras, tanto das fibras tônicas quando das fibras fásicas. Favorecem o ganho de força e resistência muscular à estímulo para musculatura que deve conter cones cada vez mais pesados – aumenta a motivação da paciente, pois tem o interesse de progredir/evoluir com o peso dos cones. CONES VAGINAIS Tratamento Fisioterapêutico Incontinência Urinária de Urgência - inibição das contrações involuntárias do músculo detrusor; frequência de 10 Hz. Ausência da capacidade contração dos MAP - facilitação da contração dos MAP; frequência de 50 Hz. Intensidade da corrente: a sensação descrita pela paciente deve ser como vibração ou palpitação. Sintomas como latejar ou arder sinalizam uma intensidade muito alta ou posicionamento inadequado do eletrodo. Gravidez confirmada ou suspeita. Lesões ou infecções urinárias e vaginais. Diminuição da função cognitiva. Diminuição da percepção sensorial da vagina. Câncer de colo de uterino, reto ou genitourinário. Período menstrual. Marcapasso cardíaco. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA LIMITAÇÕES Tratamento Fisioterapêutico Amarenco (2003) trouxe uma importante contribuição com seu estudo por observar os efeitos desta corrente (TENS) na região do tibial posterior, realizando o exame urodinâmico antes e imediatamente após a eletroterapia: 44 pacientes, sendo 29 mulheres e 15 homens, com bexiga hiperativa, sendo 7 delas idiopática e 37 casos apresentando bexiga hiperativa neurogênica. Observou-se que, embora as contrações do detrusor continuassem presentes, diminuíram de intensidade e foram postergadas, permitindo assim, aumento na CCM (capacidade cistrometria máxima – capacidade de armazenamento da bexiga). ELETROESTIMULAÇÃO DO NERVO TIBIAL POSTERIOR Tratamento Fisioterapêutico Aplicação: dois eletrodos na superfície, posicionados com gel, um imediatamente atrás do maléolo medial e outro 10 cm acima. Com uma corrente de 1 Hz, procura-se identificar corretamente o nervo tibial posterior. Essa posição é confirmada com o movimento de flexão rítmica dos dedos. A frequência é então alterada para 10 Hz, a largura de pulso fixada em 200 us e a intensidade ajustada segundo o limiar de cada paciente, por 30 segundos. ELETROESTIMULAÇÃO DO NERVO TIBIAL POSTERIOR Tratamento Fisioterapêutico O nome tratamento comportamental é utilizado para designar o conjunto de técnicas que tem por objetivo promover mudanças nos hábitos da paciente que influenciam os sintomas urinários, com a finalidade de minimizá-los ou eliminá-los. Especialmente indicado para as pacientes com frequência urinária, urgência e incontinência urinária de urgência. Diário Miccional: utilizado como base no planejamento do programa e também como parâmetro de avaliação do progresso da terapia, pois evidencia os hábitos urinários. Consiste em 3 etapas: diário miccional, educação, treinamento vesical. É por meio dele que se avalia todo o comportamento da bexiga. Por isso, o diário deve contar o máximo de informaçõespossíveis que permitem graduar a severidade da incontinência, além de servir como um guia para futuras intervenções e como uma monitoração dos efeitos do tratamento. TRATAMENTO COMPORTAMENTAL DIÁRIO MICCIONAL: parte fundamental da preparação para o tratamento comportamental. Tratamento Fisioterapêutico Envolve a percepção da paciente em relação ao seu próprio corpo e à disfunção. Requer ativa participação por parte da paciente, resposta cognitiva significativa e ausência de deficiência motora. A paciente precisa ser conscientizada de que ela não é um agente passivo ao longo desse processo, é necessário sua participação ativa, que tenha o cognitivo preservado e ausência de deficiência motora. Distração. Relaxamento. Respiração – lenta e profunda. Quick flicks – contrações rápidas e repetitivas dos MAP. Sua principal função é inibir a contração do músculo detrusor até que a paciente tenha condições e local para urinar. EDUCAÇÃO Técnicas de urgeinibição (inibir a urgência de ir ao banheiro): Tratamento Fisioterapêutico Quando a paciente realiza de maneira voluntária as contrações do assoalho pélvico, tem-se uma inibição da contração involuntária do detrusor. Manobra de “the Knack” – pré ativação dos MAP nas situações de aumento de pressão intra- abdominal e risco de apresentar perda involuntária de urina. Ingestão hídrica: muitas pacientes evitam líquidos por meio de perder urina, fato mais relevante nas idosas, que desidratam mais facilmente. Além disso, a falta de ingestão de líquidos aumenta o risco de infecções urinárias e constipação. Higiene: orientar a paciente quanto à troca de protetores, que deve ser efetuada toda vez que estiverem molhados; limpeza no sentido anteroposterior. Substâncias irritativas EDUCAÇÃO Tratamento Fisioterapêutico Algumas substâncias exercem efeito irritante sobre a bexiga – sensação de bexiga cheia e desejo frequente de urinar – frutas ácidas: abacaxi, ameixa, laranja, limão, maçã, morango, tomate, uva, entre outros. Outros: adoçante, álcool, tabaco, café, chá preto, chocolate, especiarias, refrigerantes, vinagre. Se a paciente consegue perder peso, já atua num aspecto importante na melhora dos sintomas urinários Também chamado de reeducação vesical, tem como objetivo aumentar a capacidade vesical e o intervalo entre as micções para, com isso, diminuir a frequência e a urgência. Também pode ser utilizado em casos de incontinência urinária de esforço quando o aumento da frequência estiver presente. Primeiramente, observa-se o comportamento vesical no diário miccional. Posteriormente, inicia- se um programa de micções. EDUCAÇÃO TREINAMENTO VESICAL Tratamento Fisioterapêutico Solicitar à paciente que tente postergar ao máximo a micção. Esvaziamento programado: intervalos de micção fixos de acordo com o diário miccional, com um aumento gradativo de 15 em 15 minutos, até um intervalo de 3 ou 4 horas. As opções precisam ser discutidas com a paciente e adequadas de acordo com o estilo de vida, para que tenha uma adesão adequada da sua aplicação. Depende da disposição, motivação e seguimento rigoroso da paciente. Considerar a rotina e hábitos de vida da paciente. Dessa maneira será mais fácil a adaptação da paciente à técnica empregada, evitando desistências. O acesso ao banheiro deve ser fácil, se obstáculos, e a paciente deve estar fisicamente apta para locomover-se com destreza. TREINAMENTO VESICAL Aplicação: Tratamento Fisioterapêutico Redução no quadro álgico – principalmente coluna vertebral e cintura pélvica; Controlar o peso; Evitar diabetes; Diminuir ansiedade; Facilitar o parto; Prevenir varizes; Prevenir parto prematuro; Acelerar a recuperação pós-parto. BENEFÍCIOS DOS EXERCÍCIOS NA GRAVIDEZ Fisioterapia no pré natal - Exercícios na Gestação A obesidade durante a gestação pode ser fator de maior incidência de problemas maternos (diabetes mellitus gestacional, hipertensão arterial, complicações durante o parto – o que eleva a escolha por cesárea0 e fetais (macrossomia). Macrossomia – bebês muito grandes. A prática de exercício aeróbico neste período reduz o estresse cardiovascular. Benefício especialmente oportuno na gravidez, visto que nesse período se observa redução gradativa do condicionamento físico preexistente. Aproximadamente 45% das mulheres apresentam dor lombopélvica durante a gravidez. Esta condição pode afetar as atividades da vida diária e prejudicar a qualidade de vida dessas gestantes. A dor lombopélvica é decorrente dos fatores mecânicos ou fatores hormonais. EVITAR O GANHO EXCESSIVO DE PESO MATERNO MELHORA DO CONDICIONAMENTO FÍSICO PREVENÇÃO E MELHORA DE QUADROS ÁLGICOS Estimula a boa postura (conscientização corporal). Previne diabetes gestacional. Influência sobre o parto Facilita o desprendimento fetal – redução do expulsivo. Promove melhor recuperação pós-parto. Diminui o risco de cesárea. O exercício durante a gravidez também parece diminuir o tempo do período expulsivo do parto e prevenir rupturas perineais, favorecendo, dessa maneira, os mecanismos naturais do parto. PREVENÇÃO DE TROMBOSE E VARIZES PROMOVE UM ESTÍMULO CIRCULATÓRIO Cuidados Redistribuição sanguínea: desvio para outras regiões e órgãos, levando a uma redução do fluxo uteroplacentário. Esperado no exercício: aumento da PA, FC, DC e FR. Cuidados Precisa conhecer os parâmetros de segurança da PA, FC, DC e FR durante a gravidez, já que apenas a PA sofre redução durante a gestação. A FC, DC e FR aumentam durante a gestação e no exercício físico tentem a aumentar ainda mais, portanto, é necessário ficar de olho nesses parâmetros. Hipoglicemia induzida pelo exercício. Aumento da temperatura mediante exercício: temperatura acima de 38ºC à efeitos teratogênicos. Os defeitos no tubo neural estão aumentados em gestantes submetidas a temperaturas corpóreas excessivas no início da gestação. Aconselha-se que gestantes evitem a prática de exercício em ambientes quentes e quando estejam febris e que façam uma adequada hidratação. Isto deve ser especialmente reforçado no primeiro trimestre gestacional, devido ao maior risco de efeito teratogênico. Efeitos teratogênicos são caracterizados por má formação, especialmente no tubo neural. Gestantes alcançam sua capacidade de exercício máxima em níveis mais baixos de atividade. Complicações cardiovasculares. Abortamento espontâneo. Parto prematuro. Hipoglicemia. Alguns riscos têm relação com a intensidade do exercício e o nível de condicionamento prévio da gestante. Esses riscos se manifestam com uma prática mal orientada e que não respeita a intensidade do exercício. LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS/TRAUMA ABDOMINAL - O risco de aumento de lesões e quedas devido às alterações do organismo materno à gestação à deve- se à instabilidade articular e modificações posturais que ocorrem nesse período. - Benefícios superam os riscos. Riscos Maternos Restrição de crescimento intrauterino. Baixo peso ao nascer. Malformações fetais. Prematuridade. Alguns estudos sugerem que atividades físicas extenuantes podem aumentar a taxa de parto pré-termo e de baixo peso ao nascimento. A restrição de crescimento fetal intrauterino e baixo peso do RN parecem ocorrer somente em mulheres que realizam exercícios vigorosos durante a gestação. Apesar de todas as controvérsias, parece que o exercício leve-moderado em gestantes de baixo risco, que têm um aporte energético adequado, não afeta o peso fetal. Durante o exercício materno, parece haver redução do fluxo sanguíneo para o útero, priorizando os músculos em atividade, com repercussões sobre a frequência cardíaca fetal. Há indícios de que as alterações na frequência cardíaca fetal são decorrentes da prática de exercícios intensos durante a gestação. SOFRIMENTO FETAL Riscos Fetais Esses aspectos estudados reforçam a importância da supervisão do exercício por um fisioterapeuta que conhecendo as modificações e adaptações fisiológicas da gestação, evitará que possíveis excessos resultem em danosmaternos e fetais. Cardiopatia em atividade. Tromboflebite. Embolia pulmonar recente. Doença infecciosa aguda. Doença hipertensiva não controlada. Suspeita de sofrimento fetal. Hemorragia uterina Placenta prévia depois de 26 semanas de gestação. Ruptura de membranas (rompimento da bolsa de líquido amniótico). Riscos Fetais Contraindicações Absolutas Geram sangramentos durante a gravidez, caracterizando uma gestação de alto risco. Indicação de repouso durante a gravidez. Incompetência cervical/cerclagem - dilatação do colo cervical antes do momento adequado. Trabalho de parto prematuro. Gestação múltipla com risco de parto pré-termo. Ausência de assistência pré-natal. Contraindicações Absolutas Contraindicações Relativas Hipertensão arterial crônica. Anemia. Arritmia cardíaca materna sem avaliação. Doenças da tireoide descompensadas. Bronquite crônica. Tabagismo em excesso. Restrição de crescimento intrauterino. Obesidade mórbida. Baixo peso extremo (IMC < 12). Dor (principalmente lombar e púbica). Sangramento vaginal. Perda de líquido amniótico. Tontura./desmaio. Dispneia. Taquicardia. Sinais e Sintomas de Aborto Recomendações Recomenda-se que o exercício seja realizado de acordo com os seguintes critérios: 60% a 70% da frequência cardíaca máxima (FCmáx), calculada pela fórmula FCmáx = 220 – idade. A sociedade canadense de ginecologista e obstetras (SCGO) recomenda que a FC não deve exceder 140 bpm. Embora não haja evidências de que a prática de exercício seja suficiente para causar hipertemia considerável, muito temida por seus possíveis teratogênicos, alguns cuidados devem ser tomados, como hidratação adequada e permanente, e evitar a prática de exercícios em temperaturas altas. FREQUÊNCIA CARDÍACA TEMPERATURA Recomendações É preferível sempre exercitar-se no início da manhã e/ou no final da tarde, e evitar exercitar-se ao ar livre quando a umidade do ar estiver muito baixa. Desestimula-se exercitar-se em ambientes fechados e sem ventilação, e, no caso de exercícios aquáticos, como hidroginástica, a temperatura da água não deverá passar de 35ºC. A gestante deve ter cuidado extra com a hidratação durante a prática de exercício, mantendo-a adequada antes, durante e após a prática de exercícios. Diante do aumento do gasto calórico na gravidez e com o exercício, a mulher deve consumir calorias suficientes para garantir uma nutrição adequada durante sua prática. Recomenda-se a realização de uma refeição leve entre 30 e 60 minutos antes do exercício. TEMPERATURA HIDRATAÇÃO NUTRIÇÃO Recomendações Uso de vestimentas apropriadas. Evitar a posição supina depois de 20 semanas de gravidez. No 3º trimestre não realizar exercício em decúbito dorsal. Evitar contrações isométricas máximas. Evitar manobra de Valsalva. Programa de Exercícios Um programa regular de exercícios físicos deve possuir pelo menos três componentes: aeróbico, fortalecimento muscular, flexibilidade. Baixo risco: caminhada, natação, hidroginástica, bicicleta estacionária, exercícios terapêuticos. Médio risco: ciclismo, musculação, tênis. Alto risco: basquete, vôlei, hipismo, mergulho, ginástica de alto impacto. Atividades de alto impacto e intensidades elevadas e instáveis não são indicadas para gestantes. TIPO DE EXERCÍCIO RISCO DE EXERCÍCIO Segundo o ACOG, este é o item mais difícil a ser determinado na prescrição do programa de exercício. É importante considerar o nível de condicionamento físico previamente à gestação, dado que servirá como importante indicador da intensidade do exercício a ser prescrito. Atleta x Sedentária. Vários estudos são coincidentes em afirmar que exercício realizado em intensidade leve a moderada não se associa a resultados maternos e fetais adversos. A intensidade do exercício deve ser medida preferencialmente pela FC ou pela sensação subjetiva de esforço (Escala de Borg). INTENSIDADE DO EXERCÍCIO Programa de Exercícios 60% a 70% da FC máxima, calculada pela fórmula FCmáx = 220 – idade. Não ultrapassar 140 bpm de acordo com a Sociedade Canadense de Ginecologista e Obstetras (SCGO). Escala de percepção subjetiva de escorço de Borg, que varia de 6 (sem esforço) a 20 (esforço máximo). A intensidade deve ser preferencialmente entre 12 e 14, correspondendo a uma atividade leve a um pouco cansativa. Outra opção mais simples é o Talk-test, em que a gestante é orientada a observar sua habilidade em manter uma conversa durante o exercício físico, o que assegura que este está sendo realizado em intensidade leve a moderada, prevenindo-se o esforço físico excessivo. Condições físicas pré-gestacionais e gestacionais. Preferência da gestante. Duração: 30 a 50 minutos. Frequência: no mínimo 3x/semana. CRITÉRIOS Programa de Exercícios Consciência corporal. Alongamento. Exercícios respiratórios. Exercícios metabólicos. Relaxamento. Preservar as anteriores. Atividade aeróbica. Atividade de manutenção da força muscular (incluir assoalho pélvico). Declinar conforme a necessidade da gestante. A gestante somente deve iniciar ou retomar a sua própria rotina de exercícios habituais após a primeira consulta pré-natal, estabelecida a ausência de risco gestacional e após liberação médica. A atividade física de intensidade leve a moderada é recomendada a todas as grávidas, mesmo as sedentárias que desejam iniciá-la durante a gestação, sendo nesse caso a recomendação atual iniciá-la após a 12ª semana de gestação. 1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE Atividade por Trimestre O 2º trimestre é o melhor período para a prática de exercícios, pois a mulher se encontra mais disposta, livre, em geral, dos inconvenientes do início da gravidez. No 3º trimestre, a gestante naturalmente tende a diminuir a intensidade dos exercícios em função do aumento de peso corporal e outros desconfortos e limitações. No entanto, a prática de exercícios leves deve continuar a ser estimulada. Não existe claramente descrita na literatura consultada uma idade gestacional limite para a interrupção da prática de exercícios, sendo muito variável entre as grávidas. No 3º trimestre, as mulheres devem ficar atentas e ser muito bem orientadas sobre sinais e sintomas que indiquem a proximidade e o início do trabalho de parto, e os sinais de alerta para interromper a prática. 3º TRIMESTRE Atividade por Trimestre A gestante realizava esses exercícios antes de engravidar? Existe diástase dos retos abdominais? Qual o grau de diástase? Os exercícios abdominais devem ser adaptados às gestantes. Alternar isometricamente contração e relaxamento, mas não contração isométrica máxima. A contração deve ser acompanhada de expiração prolongada – evitar manobra de Valsalava. Evitar flexão anterior do tronco. Orientar os retos abdominais sejam apoiados manualmente durante a contração muscular. Priorizar contração excêntrica. Posição de 4 apoios: descomprime a artéria aorta e a veia cava inferior – trabalhar musculatura abdominal e assoalho pélvico. Considerar: Exercícios Abdominais na Gestação Aumento da força muscular do assoalho pélvico. Prevenção da IU na gestação e pós-parto. Prevenção da incontinência anal no pós-parto. Redução do período expulsivo do parto. Prevenção do trauma perineal. A gravidez pode ser uma oportunidade para a conscientização do assoalho pélvico. Possíveis benefícios: Treinamento dos Map Estrutura da Sessão AQUECIMENTO E CONSCIÊNCIA CORPORAL - andar levantando e abaixando os braços - 5 minutos. AERÓBICO - atividade escolhida - 15 minutos; DESAQUECIMENTO - desaceleração gradual - 5 minutos; ALONGAMENTO - diversos grupos - 10 minutos; FORTALECIMENTO - MMSS, abdominais, MMII, assoalho pélvico - 10 minutos; RELAXAMENTO - 5 minutos; Em mulheres que praticam exercício físico durante a gestação, observa-se aumento da sensação de bem-estar, melhora na aptidão para as atividades de vida diária, maior disposição, melhor preparo para o parto e um retorno mais rápido as condições pré-gravídicasapós o parto. Quanto o exercício é adequadamente prescrito e supervisionado, oferece riscos mínimos tanto para a mãe quanto para o feto. Benefícios em aspectos físicos, emocionais e autoestima. Favorece uma melhor qualidade de vida. Considerações Finais No segundo mês, todos os órgãos internos já estão desenvolvidos. No terceiro mês, o feto já está completamente formado e começa o período de rápido crescimento. No quinto mês, apesar do feto estar sentado, provavelmente irá rodar 180º antes do nascimento. Nessa fase, o bebê move-se ativamente e é sensível aos sons. No sétimo mês, os órgãos internos estão terminando o preparo para a vida fora do útero. O bebê já cresceu bastante e o seu tamanho começa a restringir a sua movimentação dentro do útero. DESENVOLVIMENTO DO FETO Trabalho de Parto Conceitua-se mecanismo de parto como o conjunto de movimentos que o feto realiza quando é impulsionado através do canal de parto pelas contrações da musculatura uterina e dos músculos da parede abdominal materna. O parto é dividido em fases, inicia-se com as contrações que promovem a dilatação progressiva do colo do útero e finaliza com a saída da placenta, que é chamada de dequitação placentária. O objetivo da assistência ao parto é garantir a chegada de um bebê saudável e uma mãe capaz de acolher e cuidar deste bebê. Apesar de ter sempre o mesmo objetivo, é totalmente diferente para cada mulher. O parto é vivenciado pela mulher de forma peculiar e que traz consigo todo o contexto cultural, socioeconômico que essa mulher apresenta. É um momento único, particular e que a mulher deve ser protagonista de todo o processo. CONCEITO Trabalho de Parto A parte do feto que fica mais próxima do colo é a parte de apresentação. O obstetra pode perceber, pelo exame físico e através da ausculta do batimento cardíaco, a posição do feto. Essa posição pode mudar frequentemente durante a gravidez, porém, com frequência menor à medida que o termo se aproxima. Sabe-se que alguns bebês mudam de apresentação pélvica para cefálica no início do trabalho de parto, mas geralmente quando o trabalho começa, a posição é fixada POSIÇÕES FETAIS Trabalho de Parto Trabalho de Parto Posição fetal mais comum no início do parto. Posição fetal mais favorável para o parto normal. Não se sabe como assume esta postura. Apresentação pélvica completa Bebê com a face voltada para longe da mãe. Não é possível parto normal. O feto tem que ser virado para a postura vértice. Ou realização de parto cesariana. Pressão no fundo uterino para abreviar o tempo de expulsão. Esta manobra está abolida, por aumentar os ricos de traumas materno fetais. MANOBRA DE KRISTELLER A episiotomia, incisão perineal realizada para ampliar o canal de parto, deve ser realizada seletivamente nos casos em que exista alguma indicação para seu uso, como: sofrimento fetal, parto fórceps, feto grande, possibilidade de distocia de ombro e feto pélvico. Incisões mais comuns são a mediana e a médio- lateral. Quando se opta por realizar a episiotomia, a incisão médilateral é a de escolha em detrimento da incisão mediana, que aumenta o risco de lesão perineal de 3º ou 4º (compromentimento de esfíncter anal e/ou mucosa retal). EPISIOTOMIA Práticas Obstétricas O fórceps é um instrumento obstétrico destinado a extrair o feto por preensão do polo cefálico, diminuindo o período expulsivo do parto. Com relação aos tipos de fórceps, existe uma considerável variação de formas e tamanhos, mas basicamente são constituídos por duas partes que se articulam. A episiotomia sempre deve ser realizada, com o intuito de se evitarem maiores laceração perineais, secundárias à aplicação do fórceps. O uso dos fórceps é justificável em casos que ameacem o bem-estar materno e/ou fetal e que podem ser revertidos ou melhoradas pelo uso adequado e seguro do instrumento. Os partos instrumentalizados associam-se a maior risco de hemorragias maternas pós-parto, requerendo atenção redobrada. PARTO COM FÓRCEPS OU VÁCUO-EXTRATOR Práticas Obstétricas A mãe não precisa manter as pernas nos estribos. A enfermeira segura a bomba a vácuo manual. O obstetra puxa apenas durante as contrações. A ventosa é macia, feita de silicone e posicionada sobre a cabeça do bebê. Existem indicações maternas e indicações fetais. Indicações Maternas: necessidade de se evitar um esforço expulsivo voluntário materno (ex: mãe que tem uma doença cardíaca ou cerebrovascular); esforços expulsivos maternos são inadequados; exaustão materna, cansaço ou falta de cooperação. Indicações fetais: sofrimento fetal; segunda fase do trabalho de parto muito prolongado; falha no processo da segunda fase do trabalho de parto. PARTO COM FÓRCEPS OU VÁCUO-EXTRATOR Parto Com Vácuo-Extrator Práticas Obstétricas Quando bem indicada e realizada, a cesárea também é um parto humanizado na medida em que sua indicação visa minimizar agravos à mãe e ao feto. Realização de assepsia inicial. Dois tipos de incisão: Pfannestiel ou incisão transversa, sendo este o procedimento mais usado. Incisão vertical, que se estende do umbigo até pouco acima dos ossos púbicos, é mais utilizada em emergências. Na incisão vertical, o acesso ao útero é mais rápido e fácil. Incisão na pele. Abertura de várias camadas de tecido. Localização do útero. Incisão no útero. PARTO CESARIANA Práticas Obstétricas O obstetra insere a mão e localiza a cabeça do bebê. Em seguida, traciona-se a cabeça para fora da incisão. A apresentação pode ser pélvica. RETIRADA DO BEBÊ Após a remoção da placenta é realizada a sutura. O fechamento se dá inverso ao corte. A assistência hospitalar ao parto deve ser segura, garantindo para cada mulher os benefícios dos avanços científicos, mas fundamentalmente deve permitir e estimular o exercício da cidadania feminina, resgatando a autonomia da mulher no parto. A atenção adequada à mulher neste momento representa elemento indispensável para garantir o estabelecimento da maternidade com segurança e bem-estar. Para assegurar o bom atendimento do binômio materno-fetal, é importante que ocorra a humanização da assistência ao parta nas maternidades. FECHAMENTO DO ÚTERO TRABALHO DE PARTO Práticas Obstétricas Conceito amplo: conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes que visam a promoção do parto e nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal. A gestante tem direito a um acompanhante escolhido por ela. Incentivo a amamentação. Contato pele a pele logo após o nascimento. O termo humanização do parto surgiu como sinônimo de uma política de atendimento obstétrico menos intervencionista e que identifica a mulher como agente ativo no seu processo de parturição. O contato pele a pele entre mãe e filho logo após o nascimento aumenta significativamente a taxa de sucesso no aleitamento materno e padrões favoráveis de comportamento materno e do recém-nascido, com diminuição da incidência de rejeição e tranquilização do bebê. Por isso, o contato pele a pele no pós-parto constitui uma das práticas e recomendações baseadas em evidência da OMS para assistência ao parto. HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA VÍNCULO MÃE-FILHO Práticas Obstétricas Diagnóstico diferencial entre verdadeiro e falso trabalho de parto. O surgimento de sangramento é a passagem do tampão mucoso que se formou no início da gravidez para isolar o útero do mundo externo. Conforme o colo afina e amolece, o tampão simplesmente se desloca. Entretanto, como sinal de parto iminente não é confiável. CRITÉRIOS: - Contrações uterinas rítmicas e regulares: deve ir para o hospital quando estiverem com dinâmica uterina de 2 a 3 contrações em 10 minutos. - Dilatação do colo uterino maior ou igual a 3 cm (será avaliada pelo médico ou enfermeira obstétrica). - Rompimento da bolsa aminiótica. - Saída do tampão mucoso (normalmente ocorre posteriormente ao início da dilatação do colo). Eliminação do tampão mucossanguinolento Diagnóstico de Trabalho de Parto É um indicador mais confiávelde parto iminente. Muitos trabalhos de parto, entretanto, continuam com as membranas intactas até o final do primeiro estágio. Depois que as membranas se rompem, a parte interna é exposta ao meio externo, a infecção é uma possibilidade e as contrações parecem aumentar a frequência e intensidade. Ficar atenta quanto a coloração do líquido, deve ser claro ou transparente. Se tiver uma coloração esverdeada pode ser indicativo da presença de mecônio, que é indicativo de sofrimento fetal. Rompimento da bolsa de líquido amniótico Diagnóstico de Trabalho de Parto Essa fase se inicia com o trabalho de parto e termina com dilatação total do colo uterino. É caracterizada por contrações uterinas que permitem a dilatação progressiva do colo, necessária para permitir a saída do feto da cavidade uterina. A 1ª fase do trabalho de parto está completa quando a cérvix alcança uma dilatação de aproximadamente 10 cm de diâmetro. 1ª FASE (FASE DA DILATAÇÃO) Fases do Trabalho de Parto Esta fase se inicia quando a dilatação do colo uterino está completa e termina com a expulsão fetal. As contrações são intensas, mais próximas e um pouco mais curtas. 2ª FASE (FASE DE EXPULSÃO FETAL): PERÍODO EXPULSIVO Neste período, o feto promove a compressão da musculatura do assoalho pélvico e do reto materno, fazendo com que a parturiente apresente movimentos involuntários e reentrantes, semelhantes ao desejo de defecar (puxos). A duração deste período é variável, podendo corresponder a até 2 horas em nulíparas (quem nunca teve parto) e 1 hora em multíparas (já teve parto). Essa fase é normalmente menor do que a primeira e é finalizada com o nascimento do bebê. 2ª FASE (FASE DE EXPULSÃO FETAL): PERÍODO EXPULSIVO Fases do Trabalho de Parto Esta fase se inicia com a expulsão fetal e termina com a expulsão placentária. Atentar quanto à ocorrência de sangramento abundante - a hemorragia pós-parto é uma das principais causas de mortalidade materna. 3ª FASE: DEQUITAÇÃO PLACENTÁRIA Fases do Trabalho de Parto Primeira Fase do Trabalho de Parto É um momento de estresse emocional para a mulher, porque se aproxima o nascimento de seu filho e porque as contrações uterinas são dolorosas. A dor é variável de acordo com a intensidade das contrações e um complexo de fatores relacionados a experiências prévias, expectativas atuais e fatores culturais. Fatores culturais – as mulheres crescem ouvindo que o parto é uma dor insuportável, que a mulher passa por uma experiência muitas vezes não agradável. Primeira Fase do Trabalho de Parto O medo muitas vezes gera tensão e isso causa a dor. Contudo, estudos sobre a intensidade da dor no parto demonstram que, independente de influência socioculturais, ela pode ser considerada extrema para um grande números de mulheres. Recursos não farmacológicos Devem ser valorizados porque não apresentam efeitos colaterais, podem ser utilizados em associação ou em sequência, postergam ou anulam a utilização de técnicas farmacológicas e permitem a colaboração ativa da paciente e de seu acompanhante. TENS RECURSOS: - Método comprovadamente seguro, não invasivo, facilmente aplicável e de baixo custo. - Além disso, não possui efeitos adversos e não interfere na mobilidade e controle da parturiente. - O aparelho portátil é a melhor opção. - Um par de eletrodos na região paravertebral, no nível T10 e L1, que corresponde a inervação do útero e cérvix. - Um par de eletrodos no nível S2-S4, que corresponde a inervação do canal de parto e assoalho pélvico. - Alta frequência de estimulação: 80 a 100 Hz (80 Hz). - Duração do pulso: 75 us a 100 us. -Intensidade conforme a sensibilidade da parturiente. Recursos não farmacológicos MASSAGEM - Além da possibilidade de reduzir a dor, proporciona contato físico com a parturiente, potencializando o efeito de relaxamento e diminuindo o estresse emocional. - Ferreira (2004): massagem realizada na região T10e S4 (região torácica baixa e lombossacral) aplicada durante a contração associada à queixa de dor. - Movimentos ascendentes rítmicos com as mãos do tipo amassamento e retorna com deslizamento. Recursos não farmacológicos RESPIRAÇÃO - Recomenda-se que, durante todo o período de dilatação, a respiração obedeça a um padrão fisiológico. - Quando a parturiente realiza respirações rápidas e superficiais, ela diminui seu limiar de dor, referindo maior dor, ansiedade e cansaço. Além disso, não são recomendadas, pois podem conduzir à hiperventilação. RELAXAMENTO POSICIONAMENTO E DEAMBULAÇÃO - Recomendação da OMS: posição durante o trabalho de parto – encorajar a posição não deitada; liberdade de posição e movimento. - Estudos recentes demonstraram uma maior satisfação, conforto, controle de dor e diminuição na duração do trabalho de parto nas parturientes que ficaram livres para movimentar-se e que adotaram diferentes posturas e posições. - As posturas verticais durante o trabalho de parto apresentam vantagens tanto do ponto de vista gravitacional como no aumento dos diâmetros pélvicos maternos. - A ação da gravidade pode favorecer a descida fetal com a força no mesmo sentido da contração uterina. - Posturas verticais: são definidas como todas as posições não deitadas, ou seja, a posição ortostática, sentada com e sem apoio, ajoelhada, de quatro apoios e cócoras. - Estas posições aceleram a dilatação e não causam qualquer malefício à parturiente e ao feto. - Estímulo à deambulação. Recursos não farmacológicos POSICIONAMENTO E DEAMBULAÇÃO - A posição de decúbito dorsal, por tempo prolongado, parece diminuir o ritmo das contrações uterinas, alterar o retorno venoso e interferir na oxigenação fetal pela compressão de vasos sanguíneos importantes pelo útero gravídico. - Bola terapêutica: recurso que promove a posição vertical da mulher, relaxamento do períneo, alívio de tensão da região lombar, além de facilitar a aplicação de técnicas de massagem. Recursos não farmacológicos BANHO ACUPUNTURA BOLA - Pode-se utilizar a banheira ou o chuveiro. - Tanto no banho de imersão como no de aspersão, a mulher fica livre para adotar diversas posições verticais, facilitando assim, o encaixe e descida do feto e permitindo maior conforto. - Recomenda-se à parturiente permanecer ao menos 30 minutos para que a água possa produzir os efeitos desejados. - Possíveis benefícios: facilitação da 1ª fase do trabalho de parto pela diminuição de sua duração (aceleração da dilatação cervical); sensação prazerosa; relaxamento; alívio da dor. - Deve ser incentivado após 5 cm de dilatação cervical. - Não promove nenhum efeito prejudicial sobre a mãe e o bebê. Recursos não farmacológicos Identificar em cada gestante os fatores de risco que podem estar associados à lesão muscular do assoalho pélvico e atuar no sentido de prevenir ou tratar as disfunções uroginecológicas. Principais fatores de risco: uso de fórceps, extração a vácuo, segundo período do trabalho de parto prolongado; peso elevado do recém- nascido; episiotomia. Os músculos do assoalho pélvico devem ser estimulados e protegidos de sobrecargas extras durante a gravidez para que, no momento de sua distensão máxima, sejam evitadas lacerações. Pode ser realizado através da massagem perineal, treinamento dos MAP. Nesse sentido, o treinamento da musculatura do assoalho pélvico pode promover a melhora e prevenir a incontinência urinária. Além disso, proporciona maior conscientização acerca da musculatura, facilitando o relaxamento necessário do momento da expulsão do feto e diminuindo a possibilidade de trauma perineal. TRAUMA PERINEAL Segunda Fase do Trabalho de Parto Acredita-se que uma das causas de traumatismo perineal seja o parto rápido, descontrolado, mal orientado, o que impede que seja atingido o nível desejável de distensão do assoalho pélvico. Controverso. A força de expulsão mediante manobra de Valsalva parece antifisiológica. Esse esforço excessivo pode sobrecarregar as fibras do assoalho pélvico, traumatizando-as e impedindo que seu relaxamento sefaça de forma gradual. Respirações rápidas e superficiais também não são recomendadas, pois interferem na fisiologia normal. Recomendado: a respiração obedeça a um padrão natural. TRAUMA PERINEAL RESPIRAÇÃO Segunda Fase do Trabalho de Parto Benefícios já demonstrados da verticalização incluem redução da segunda fase do trabalho de parto, diminuição das taxas de parto instrumental e menores taxas de episiotomia. No entanto, devido à qualidade variável dos estudos, inconsistência entre eles e heterogeneidade da amostra, os resultados devem ser interpretados com cautela. Devemos incentivar a adoção da posição mais confortável e preferida pela parturiente, desde que seja possível ao obstetra realizar quaisquer manobras que se façam necessárias. POSICIONAMENTO Segunda Fase do Trabalho de Parto O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE A assistência profissional atual ao processo parturitivo é muitas vezes organizada em função das necessidades das instituições e não das parturientes, e por isso vem exigindo atitudes e procedimentos que priorizem a qualidade da atenção prestada, ultrapassando o modelo de atenção centrado apenas no monitoramento e controle de risco, em favor de procedimentos preventivos em direção a saúde. A presença do fisioterapeuta no acompanhamento do trabalho de parto não é uma prática estabelecida na nossa sociedade e nem incluída no sistema de saúde. Porém, este profissional tem a importante função de orientar e conscientizar a mulher para que ela desenvolva toda a sua potencialidade, que será exigida neste momento, tornando-a segura e confiante. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE A utilização de métodos, que permitam vencer de maneira natural a dor, é aconselhada por muitos pesquisadores, que são unânimes em apontar os efeitos danosos que os medicamentos analgésicos e anestésicos podem causar à mãe e ao feto durante o processo de parturição. A intervenção fisioterapêutica na assistência obstétrica de baixo risco, como parte da rotina da equipe, valoriza a responsabilidade da gestante no processo, por meio do uso ativo do próprio corpo. A ação do fisioterapeuta é um fator estimulante para que a mulher se conscientize de que seu corpo ativo pode ser uma ferramenta para facilitar o processo do trabalho de parto e trazer-lhe satisfação com a experiência do nascimento. Alguns trabalhos descrevem técnicas fisioterapêuticas que podem ser aplicadas à parturiente de baixo risco para proporcionar conforto, alivio da dor, relaxamento e confiança em relação ao próprio corpo. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE Estímulo à deambulação, adoção de posturas verticais, exercícios respiratórios, analgesia através da neuroeletroestimulação transcutânea (TENS), massagens, banhos quentes, crioterapia e relaxamento, são exemplos dessas técnicas. Observou-se que as estratégias não farmacológicas no alívio da dor como os exercícios respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral e banho de chuveiro, apresentaram grande aceitação pelas gestantes com baixo risco obstétrico. O movimento de caminhar associado à ação da gravidade, e o aumento do canal de parto, este último proporcionado pela posição de cócoras, são considerados os principais motivos de benefícios da postura ativa da mulher durante o trabalho de parto, pois estão ligados principalmente à menor duração do período de dilatação, expulsivo e melhor dinâmica da contratilidade uterina. Além disso, favorecem a diminuição do uso de analgesia em mulheres que utilizaram as posturas verticais no primeiro e no segundo estágios do trabalho de parto. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE Acredita-se que a mobilidade materna e a liberdade de movimento facilitem a “adaptação” e o encaixe do bebê à pelve materna e ao canal de parto, visto que a mobilidade pélvica é diferente nas diversas posturas que a mulher pode assumir durante o trabalho de parto. Outras posturas também podem ser estimuladas e auxiliadas pelo fisioterapeuta, tais como: ajoelhada, sentada, quatro apoios, sentada em cadeiras especiais, inclinada para frente apoiada em uma parede, segurando-se a uma corda presa ao teto ou a uma barra, posição de Simms (decúbito lateral esquerdo) ou cócoras sustentada, para que assim haja maior relaxamento, principalmente da musculatura dorsal, do assoalho pélvico e do canal vaginal. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE A bola suíça também pode ser usada como recurso pelo fisioterapeuta durante o primeiro estágio do trabalho de parto, com a finalidade de melhorar a percepção da tensão e do relaxamento do assoalho pélvico da gestante, através da realização de movimentos associados à respiração, promovendo desta forma, inclusive, o relaxamento global da mulher. A respiração tem importância fundamental durante o trabalho de parto e no parto, por promover o relaxamento, obter concentração, diminuir riscos de trauma perineal no momento expulsivo e melhorar a oxigenação sanguínea da mãe e do feto. O que deve ser estimulado pelo fisioterapeuta, desde o pré-natal, é o uso adequado dos músculos respiratórios, através da respiração espontânea, diafragmática, natural e leve, para que no momento do parto a mulher já esteja conscientizada e consiga desviar a atenção das dores e beneficie a sua oxigenação e a do bebê. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE Estudiosos defendem o uso da respiração torácica ampla durante as contrações, pois assim a parturiente estaria aliviando a pressão do diafragma sobre o fundo uterino, mantendo a oxigenação sanguínea. Já para o intervalo entre as contrações a recomendação continua sendo a respiração abdominal ou diafragmática por ser levemente mais Em um estudo que teve como intuito identificar os fatores que facilitam a experiência do parto, concluiu- se que os exercícios respiratórios foram os que mais apresentaram índices de predileção entre as mulheres. Durante o período expulsivo a utilização da respiração também é fundamental, pois se sabe que os puxos (esforços expulsivos), realizados através da prensa abdominal, se somam às contrações uterinas. Quando os puxos são espontâneos ou involuntários, a parturiente, a cada contração, consegue realizar um maior número de esforços que por serem de curta duração não produzem grande impacto cardiovascular. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE Já quando os puxos são dirigidos, a parturiente acaba realizando a Manobra de Valsalva (aumento da pressão intra-abdominal por bloqueio da expiração e contração de abdominais) por maior período de tempo, o que por sua vez gera um grande impacto na oxigenação sanguínea e no sistema cardiovascular, prejudicando o binômio mãe-bebê. A TENS produz analgesia através da ativação de receptores sensoriais periféricos, atuando através do fenômeno das comportas de dor, aumentando a produção de endorfinas. Parece haver concordância na literatura quanto à disposição dos eletrodos do TENS durante a fase de dilatação, sendo que um par de eletrodos deve ser colocado sobre a região paravertebral entre T8 a L1 e o segundo par na região sacral S1/S4; correspondendo respectivamente, aos receptores nociceptivos associados ao primeiro e ao segundo estágio do trabalho de parto, sendo que os parâmetros dependem do estágio do trabalho de parto e da sensibilidade da parturiente. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE Acredita-se que entre as contrações os parâmetros de frequência e intensidade devem ser diminuídos e aumentados durante as contrações. A massagem sempre foi um dos meios mais naturais e instintivos de aliviar a dor e o desconforto, pois reduz a ansiedade e o estresse, promove relaxamento muscular, diminuição da fadiga muscular, tem ação sedativa e analgésica, traz aumento da consciência corporal, produz benefícios emocionais e equilíbrio entre sistema simpáticoe parassimpático. Apesar de não existir um consenso relacionando riscos e benefícios da massagem durante o trabalho de parto, na prática, observa-se que essa técnica tranquiliza a parturiente, aliviando a dor e a ansiedade, e conduzindo de maneira satisfatória o trabalho de parto. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE Há várias formas de se massagear a parturiente: massagem do tecido conjuntivo nas zonas reflexas do baixo ventre e na região sacral; massagem leve e suave realizada com as mãos abertas de um lado ao outro na região do baixo ventre; massagem através de batidas leves com os dedos no baixo ventre de um lado para o outro; deslizamento da região sacrococcígea até as cristas ilíacas; massagem profunda sobre a região sacral; massagem com as duas mãos sobre as articulações sacroilíacas, no sentido longitudinal do occipital até o cóccix, paralelamente à coluna vertebral. Durante o trabalho de parto, a água morna reduz a sensibilidade dolorosa da parturiente com redução da atividade simpática através da modificação da transmissão aferente nociceptiva, a qual se torna mais lenta e eleva os níveis de encefalinas e endorfinas endógenas. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE A utilização do chuveiro, deixando a água cair sobre as costas da gestante, alivia a dor lombar, queixa presente em um terço das parturientes no primeiro estágio do parto, geralmente em consequência da apresentação posterior da cabeça do feto (ODP), provavelmente devido à demora na rotação do pólo cefálico. Num ensaio-clínico realizado numa maternidade pública da cidade de São Paulo, com o objetivo de identificar a influência do banho de imersão na duração do primeiro período clínico do trabalho de parto e na frequência e duração das contrações uterinas, observou-se que o banho de imersão é uma opção viável para o conforto da parturiente, pois, apresenta as vantagens de reduzir e de postergar o uso de fármacos no controle da dor, proporcionando condições para a colaboração ativa da parturiente e permitindo maior participação do acompanhante. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE Além dos banhos quentes, as parturientes podem usar compressas frias ou pacote de gel congelado para reduzir a temperatura e a dor. Aplicando-se de forma correta para evitar a formação de queimaduras, a crioterapia é uma técnica inócua e reconfortante, não impedindo o uso associado de técnicas analgésicas mais eficazes. Num estudo, realizado no Hospital Maternidade Carmela Dutra, no Rio de Janeiro, usou-se gelo como recurso para alívio da dor e foram verificados possíveis efeitos sobre a evolução do trabalho de parto e perfil biofísico do feto. Concluiu-se que a crioterapia pode ser aplicada para alívio da dor no parto, pois proporciona o relaxamento geral das parturientes, sem gerar quaisquer efeitos indesejados sobre o perfil biofísico do feto. Artigo O FISIOTERAPEUTA COMO PROFISSIONAL DE SUPORTE À PARTURIENTE O suporte físico e emocional promovido pelo fisioterapeuta durante o trabalho de parto e o parto de baixo risco parecem contribuir para sua humanização e a do nascimento ao proporcionar à parturiente bem-estar físico, redução das percepções dolorosas, aumento da confiança, redução do medo e da ansiedade, e maior consciência do processo parturitivo. Artigo
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