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Formação, suspensão e extinção do processo no DPC

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Formação, suspensão e extinção do processo no direito processual civil brasileiro.
Resumo: O texto aborda a formação, suspensão e extinção do processo no contemporâneo direito processual civil brasileiro, considerando o CPC de 2015 e, realizando comparações com o CPC revogado.
Palavras-Chave: Teoria Geral do Processo. CPC 2015. CPC 1973. Processo.
Princípios processuais. Constituição Federal brasileira de 1988.
Introdução
É verdade, existem diversos conceitos para processo. Trata-se de instrumento que o Estado coloca à disposição do jurisdicionado para administrar a justiça, isto é, resolver o conflito de interesses.
Processo, em latim processus, significa seguir adiante. É o que move a máquina judiciária, e por meio deste que se obtém a tutela jurisdicional. E, não pode ser confundido com procedimento. O processo é a manifestação do processo extrinsecamente.
É o aspecto formal do processo e os autos não podem ser confundidos com processo, constitui a materialidade dos documentos reunidos e juntados.
Em verdade, processo é conceito que transcende ao direito processual, sendo instrumento para o legítimo exercício do poder, ele está presente em todas as atividades estatais (processo administrativo, legislativo) e, mesmo não-estatais (como os processos disciplinares de partidos políticos, associações, de sociedades mercantis e, etc.).
Elio Falazzari[footnoteRef:1], jurista italiano que criou a Teoria do Processo como procedimento em contraditório. Em sua teoria fez a distinção de processo e procedimento e incorporou o contraditório em sua definição, visto que, este que traz a paridade de armas para o processo. [1: Fazzalari apresenta o procedimento como uma sequência de normas valoradas, geradoras de condutas em busca de um ato final. Nesse momento, o Autor não estabelece a situação das partes face à norma, ao revés, em qualquer situação se tem procedimento. O procedimento, em outras palavras, apresenta-se como uma sequência de normas constituída dentro da qual uma norma valora uma ou mais condutas, enquanto lícitas ou devidas, e a norma sucessiva utiliza-se da conduta anterior como pressuposto para sua própria validação, ou qualificação, de faculdade ou de obrigação de outro comportamento. Fazzalari emprega o critério lógico para distinguir o processo do procedimento subtraindo o elemento teleológico de ambos, ainda que não possa ser eliminado de fato, pois o procedimento almeja um fim específico.] 
Elio Fazzallari procurou dar nova feição aos estudos sobre a natureza jurídica do processo, caracterizando-o como o procedimento em contraditório e afastando as premissas até então fixadas. Parece, entretanto, que os estudos que realizou não o conduziram ao pretendido afastamento, na medida em que se valeu de conceitos (faculdade, poder, direito subjetivo) que o aproximam invariavelmente do conceito de relação jurídica. Com efeito, direito subjetivo é posição de vantagem em face de outrem com quem se está em relação jurídica. Esses conceitos são indissociáveis. (In: NUNES, Jorge Amaury Maia; DA NÓBREGA, Guilherme. Teoria do Processo. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/coluna/processo-e-procedimento/259751/teoria-do-processo Acesso em 10.8.2021).
Portanto, é lícito afirmar que o processo é o procedimento realizado mediante o desenvolvimento da relação entre os sujeitos, presente o contraditório. Ao garantir a observância do contraditório a todos os litigantes em processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral, está a Constituição Federal brasileira, no artigo 5º, LV, formulando a solene exigência política de que a preparação de sentenças e demais provimentos estatais se faça mediante o desenvolvimento da relação jurídica processual.
Rosemiro Pereira Leal, utilizando Karl Popper como inspiração, depois de muitas pesquisas, fez surgir uma nova teoria, a neoinstitucionalista do processo e baseou-se no período em que vivemos que é a pós-modernidade e também fundada em pesquisa em diversos doutrinadores.
Teoria Neoinstitucionalista do Processo, nas palavras de seu idealizador, seria voltada a qualificar o discurso da procedimentalidade fundante do direito democrático, a que nos dedicamos, em que seja o processo instituição constitucionalizada de controle e regência popular soberana legitimante dos procedimentos como estruturas técnicas de argumentos jurídicos assegurados, numa progressiva relação espaciotemporal de criação, recriação (transformação), extinção, fiscalização, aplicação (decisão) e realização (execução) de direitos, segundo os princípios do contraditório, isonomia e ampla defesa. 
Processo, segundo esta teoria, é a instituição jurídica do exercício dos Direitos Fundamentais do contraditório, isonomia, ampla defesa na construção da estrutura (espaço-tempo) do procedimento. 
Já o Procedimento é uma estrutura técnica dos atos jurídicos sequenciais numa relação espaciotemporal segundo o modelo legal em que o ato inicial é pressuposto do ato conseguinte e esta extensão do ato antecedente e assim sucessivamente até o provimento final. (In: LOPES, Bráulio Lisboa. Uma Visão do Direito Processual segundo a teoria neoinstitucionalista do processo. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/4519/uma-visao-do-direito-processual-segundo-a-teoria-neo-institucionalista-do-processo Acesso em 10.8.2021).
Assim, na pós-modernidade de o processo como instituição se infere pelo grau da autonomia jurídica constitucionalizada a exemplo do que desponta no discurso do nosso texto constitucional. Trata-se de considerável a conquista da fundamentação do processo em princípios e institutos que repudiam a repressão e concentração política.
Leal entende que a jurisdição na pós-modernidade se baseava na igualdade e, também, que não podia haver hierarquia no meio das instituições jurídicas. Um importante elemento para a formulação de teoria do processo de Leal é a cidadania, pois é uma garantia é um direito fundamental intitulado na Constituição Federal.
É por meio da cidadania que é constitucionalizada que se dá também pelo processo, lembrando que sem distinção ou dicotomia de processo infraconstitucional ou processo constitucional. Leal afirma a importância da cidadania (soberania popular).
Na busca de um processo no pós-modernismo cooperaria para uma jurisdição com base nas instituições constitucionais do processo. E suas sustentações foram feitas e sustentadas com base em equívocos que outros doutrinadores cometeram e na busca por saná-los, apesar de sua teoria não ser um pensamento acabado, ela muito coopera para o estudo da Teoria Geral do Processo.
Dentre todas as teorias sobre a natureza jurídica do processo, a mais relevante para a natureza jurídica deste, é a da relação processual[footnoteRef:2]. Afinal, por longo [2: Foi a partir da publicação da obra de Bülow (Teoria das Exceções Processuais e os Pressupostos Processuais), é que “a palavra processo assumiu a versão de uma relação jurídica entre o juiz e as partes, ou de sequência progressiva de atos das partes, sob a direção do juiz, segundo interesses ou direitos subjetivos invocados pelos demandantes (Autor e Réu) para obter uma decisão que solucionasse a controvérsia existente.] 
tempo, o processo foi contundido com a simples sucessão de atos processuais, isto é, com o procedimento. Daí surgiram os estudos das teorias expondo as posições privatistas e publicistas, e as demais teorias se mostraram insuficientes ante a supracitada.
O cenário de nascimento do CPC de 2015 começou nos idos dos anos noventa, quando Athos Gusmão Carneiro[footnoteRef:3] e Sálvio Figueiredo Teixeira. Ambos ministros [3: Athos Gusmão Carneiro (1935-2014) foi um jurista brasileiro. Em 1967, tornou-se professor de Direito Processual Civil na Faculdade de Direito UFRS. Concebeu a sistemática do Agravo de Instrumento em 1995, tendo apresentado no Primeiro Congresso Brasileiro de Direito Processual, alusivo aos de anos de vida do CPC de Alfredo Buzaid. Contribuiu muito para a bibliografia doutrinária jurídica com grandes obras
como Intervenção de Terceiros, Audiênciade Instrução e Julgamento, Jurisdição e Competência, o Novo Código de Processo Civil nos Tribunais do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O Professor Athos foi um dos capitaneadores da “Abertura na Justiça” proporcionada pelo STJ no início dos anos noventa. Em 1989, Carneiro assumiu o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça, onde se aposentou, em 29 de outubro de 1993. Também integrou a Comissão de Reforma do Código de Processo Civil. E, em 1999, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas, no Rio de Janeiro.] 
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciaram um movimento para reformulação processual, com o fito de exterminar, ou pelo menos, mitigar a excessiva morosidade na prestação jurisdicional.
E, de fato, lecionava Eduardo Couture[footnoteRef:4] que: “justiça retardada, nada mais é que justiça denegada”. Urgia, portanto, a substituição do sistema processual herdado de Buzaid, por outro mais dinâmico e que proporcionasse o fiel cumprimento à duração razoável do processo. [4: Eduardo Juan Couture Etcheverry (1904-1956) foi consagrado jurista uruguaio mundialmente reconhecido, contribuidor de uma teoria sobre o direito de ação, tema do Direito Processual Civil. Tanto na advocacia quanto nos trabalhos acadêmicos, seus escritos como foram amplamente reconhecidos em toda a sua vida. Em 1947 a Academia Nacional do Uruguai condecorou-o com o título de "questão acadêmica". Em 1950 o Ministério da Instrução Pública do Uruguai deu-lhe a Gold Medal, a mais alta recompensa a cultura oficial. Nesse mesmo ano, a República dos Estados Unidos do Brasil (hoje República Federativa do Brasil) conferiu-lhe o grau de Comendador da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. Em 1951 a República Francesa designou-lhe Chevalier de honra da Legião. Entre outras foi também autor da celebre frase: " Teu dever é lutar pelo Direito, mas se um dia encontrares o Direito em conflito com a Justiça, luta pela Justiça". Escreveu também os 10 mandamentos do Advogado, sendo constantemente reconhecido e homenageado em diversas faculdades de Direito mundo afora, principalmente por alunos.] 
Não fazia sentido, o demandante ingressar em juízo pleiteando uma indenização e conseguir apenas uma decisão que o autorizasse outra ação para somente nessa, conseguir o valor para o ressarcimento do dano.
Tampouco há lógica quando a parte necessitada de tutela cautelar durante o processo fosse obrigado a propor ação específica para esse fim, ao invés de simplesmente peticionar.
Há um extenuante rol de teratologias, como por exemplo, existir onze espécies diferentes de resposta do réu (contestação, exceção, reconvenção, impugnação à gratuidade de justiça, impugnação ao valor da causa, nomeação à autoria, denunciação da lide, ação declaratória incidental, incidente de falsidade de documento e reconhecimento de procedência do pedido).
Registre-se ainda que, com a mudança na forma de alegação de incompetência relativa, que passa no vigente Código de Processo Civil a ser feita na própria contestação, e com o reconhecimento de que a suspeição e o impedimento são matérias alegáveis por ambas as partes, o novo diploma processual não prevê mais as exceções rituais como espécies de resposta do réu.
Em verdade bastaria uma única resposta do réu onde pudesse ser alegada todas as matérias de defesa. Nas defesas materiais, o réu não vai discutir vícios do 
processo, mas atacar o próprio mérito arguido pelo autor. Essa defesa pode ser direta ou indireta.
É defesa direta quando o réu nega o fato constitutivo ou as consequências jurídicas objetivadas pelo autor. E é defesa indireta quando o réu não nega os fatos trazidos pelo autor, mas apresenta um fato novo impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Por exemplo, o réu concorda que houve um contrato e que houve inadimplência, mas apresenta um documento que comprova que o autor perdoou a dívida.
As mudanças trazidas pelo vigente Código nesse sistema de defesa vieram para facilitar o processo. Quando o autor ajuíza a ação, retirando o Poder Judiciário da inércia, o réu deverá ser citado para, a princípio, participar da audiência de conciliação. Não havendo acordo, o réu será citado para, no prazo de quinze dias, apresentar sua contestação, nos termos do art. 335 do CPC.
 Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
O prazo para contestar no procedimento comum é de 15 dias úteis. Para prazos processuais determinados em dias, só consideramos na contagem de prazos os dias úteis (art. 219, CPC). Os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento (art. 224, caput, CPC). No entanto, qual é o dia do começo? Para sabermos o dia do começo, precisamos verificar o caso concreto:
1.Se foi marcada de audiência de conciliação ou mediação e a audiência não foi frutífera (não houve acordo ou alguma das partes não compareceu): o dia do começo será a data da realização da audiência ou da última audiência, se houver mais de uma (art. 334, § 1º, CPC).
2.Se ambas as partes manifestarem expressamente desinteresse na realização da audiência de conciliação ou mediação: o dia do começo será o dia do protocolo do pedido de cancelamento feito pelo réu (que deverá ser feito por petição apresentada com 10 dias de antecedência, contados da data da audiência marcada, nos termos do art. 334, § 5º, CPC).
Obs.: se for caso de litisconsórcio passivo (vários réus), o desinteresse tem que ser manifestado por todos e o dia do começo será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento.
3.Se não for marcada pelo juiz audiência de conciliação ou mediação (direitos que não admitem autocomposição): o dia do começo do prazo obedecer a regra do art. 231, CPC (dependerá do tipo de citação) seja por correio, oficial de justiça, escrivão ou chefe de secretaria, edital, meio eletrônico.
Obs4.: se a audiência não for realizada porque não se admite autocomposição (art. 334, § 4o, inciso II) e havendo litisconsórcio passivo (vários réus) e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado: o dia do começo será a data de intimação da decisão que homologar a desistência.
 De fato, era vigente um exacerbado formalismo. Talvez pelo fato do Direito Processual Civil ser um ramo jurídico relativamente novo dentro da ciência jurídica, pois até meados do século XIX, o processo civil significava apenas um apêndice do Direito Civil. Somente em 1868, o jurista Oskar von Büllow escreveu a obra que representa a certidão de nascimento do Direito Processual Civil e que é intitulada “Teoria das Exceções Processuais e dos Pressupostos Processuais”.
Quando se pode, finalmente, afirmar como ciência autônoma do Direito Processual, sendo portadora de conceito e institutos próprios que o dissociasse do Direito Civil.
Depois, de consolidar-se como ramo jurídico independente do Direito e, provido de formalismo processual, mas, que não deveria ter se tornado uma burocracia inútil. Logo no início do ano noventa, a primeira dúvida surgiu, que foi determinar um novo Código de Processo Civil, ou sepromoveriam alterações no então CPC vigente (1973).
Porém, uma opção não incluía a outra. Pois, as alterações só atenderam necessidades emergenciais que foram caminhando junto com a feitura do Anteprojeto de CPC. Depois de duas décadas e com a conclusão de que as normas reformadoras não foram capazes de criar um sistema processual único e coeso, restando o CPC de 1973 formado por partes desiguais e desconexas, quando foi apresentado ao Senado brasileiro o projeto de lei que culminou com a sanção da Lei 13.105/2015, o novo Código de Processo Civil, o primeiro codex nascido sob vigência de um regime democrático que depois foi alterado pela Lei 13.256/2016.
A Lei nº 13.256/2016 realizou nove principais alterações sobre o CPC/2015: 
(a) tornou facultativa a ordem cronológica para o julgamento e o cumprimento de decisões judiciais; 
(b) proibiu o levantamento do valor da multa depositada pela parte contrária antes do trânsito em julgado da sentença; 
(c) acrescentou uma hipótese de cabimento da ação rescisória, na ausência de observância da distinção do caso com o precedente (distinguishing);
(d) criou mais uma hipótese de proibição de cabimento da reclamação; 
(e) alterou algumas normas gerais dos recursos especial e extraordinário, especialmente aquela que acabaria com o duplo juízo de admissibilidade (que será mantido para tais recursos); 
(f) retirou uma hipótese de presunção absoluta de repercussão geral no recurso extraordinário; 
(g) excluiu o prazo de julgamento dos recursos extraordinários com repercussão geral reconhecida; 
(h) mudou o conteúdo mínimo da fundamentação no julgamento dos recursos especiais e extraordinários repetitivos; (i) e redefiniu o agravo em RE e REsp.
A Comissão de juristas do Anteprojeto de Lei apontou os principais responsáveis por morosidade judicial, a saber: o excesso de formalismo; a profusão de recursos e a prodigalidade das demandas.
O CPC de 2015 criou a simplificação de procedimentos, extinção de alguns recursos, diminuição das hipóteses de cabimento de recursos e a criação de outros institutos visando à sumarização de procedimentos tais como o incidente de resolução de demandas repetitivas e incidente de assunção de competência[footnoteRef:5]. [5: Trata-se de um incidente no qual um órgão colegiado fracionário indicado pelo regimento interno do tribunal assume a competência anteriormente atribuída a outro órgão do mesmo tribunal, para o julgamento de um recurso, de uma remessa necessária ou de uma ação de competência originária.] 
O CPC vigente é dividido em duas partes, uma geral e outra especial. A parte geral traz seis livros disciplinados as normas gerais que regem o processo civil, assim disposto: Livro I - Das Normas Processuais Civis; Livro II – Da Função Jurisdicional; Livro III – Dos Sujeitos do Processo; Livro IV - Dos Atos Processuais; Livro V – Da Tutela Provisória; Livro VI – Formação, Suspensão e Extinção do Processo. Esse último livro que é o alvo predileto desse modesto texto.
A parte especial do atual CPC é composta: Livro I – Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença; Livro II – Do Processo de 
Execução; Livro III – Do Processo nos Tribunais e dos Meios de Impugnação de Decisões Judiciais e Livro Complementar – Das disposições finais e transitórias.
A formação do processo surge diante da jurisdição cuja característica é inerte, razão pela qual o Judiciário em regra, não atua de ofício, atuando somente quando provocado. A atuação de ofício é exceção.
Eis que é o momento em que o jurisdicionado busca a prestação jurisdicional é que se dá a formação do processo.
A respeito da atuação de ofício, cabe citar os seguintes dispositivos do CPC de 2015:
Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte.
Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no no II só depois que a parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que determine a providência e este não Ihe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias.
Mesmo as questões sobre as quais o juiz pode decidir de ofício devem ser previamente debatidas. Há uma sensível diferença entre “decidir de ofício” e “decidir sem a oitiva das partes”. A possibilidade de decidir de ofício não autoriza decisão sem a oitiva das partes. É necessário garantir aos sujeitos processuais a possibilidade de participar e influenciar, o efetivo contraditório.
É nesse sentido a disposição trazida pelo artigo 10, do Código de Processo Civil, segundo o qual “o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”.
Também o artigo 933 do citado código prevê que se o relator constatar a existência de fato superveniente à decisão recorrida ou de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de cinco dias.
Espera-se, com os textos expressos dos artigos 10 e 933, do Código de Processo Civil, que não mais se confunda a possibilidade de “decidir de ofício” com a de “decidir sem a oitiva das partes”, prática antes comum, apesar de atentatória ao princípio do contraditório.
Vale registrar que a ausência ou o deficitário debate prejudica a celeridade processual, pois fomenta o uso de recursos e aumenta a possibilidade de reforma das decisões.
O que, em um primeiro momento, poderia ser visto como celeridade processual, pela decisão direta acerca de matéria sobre a qual se poderia decidir de ofício, em verdade, prejudica a buscada celeridade.
Verifica-se, assim, que o princípio do contraditório, reflexo do princípio democrático na estruturação do processo, garante a efetiva participação, a possibilidade de influência na decisão e o direito de ver seus argumentos contemplados pelo órgão incumbido de julgar. Ele deve ser observado ainda que se trate de matéria sobre a qual se deva decidir de ofício, evitando-se decisões surpresas, pois a possibilidade de proferir decisão de ofício não autoriza a decisão sem a oitiva das partes. (In: DECHICHE, Isabela. A decisão de ofício no Novo CPC deve respeitar o contraditório. Disponível em: http://www.justificando.com/2017/04/04/decisao-de-oficio-no-novo-cpc-deve-respeitar-o-contraditorio/ Acesso em 11.08.2021).
Segundo o artigo 312 CPC ao destacar que o processo se forma quando proposta a ação, isto é, uma vez protocolada a petição inicial[footnoteRef:6]. Mesmo que o juízo seja incompetente. [6: A petição inicial ou peça exordial, como o nomen já diz, é primeiro ato para a formação do processo judicial. Trata-se de um pedido por escrito, onde a pessoa apresenta sua causa perante a Justiça, levando ao juiz as informações necessárias para análise do direito. A petição inicial é o momento mais importante do processo. Como ato inicial, ela define o rumo de tudo que vai ocorrer dali para frente: a narrativa, as próximas provas, os principais documentos, etc. Os principais requisitos da petição inicial estão listados no art. 319 CPC/2015. Não é só uma peça técnica ou uma peça obrigatória, mas sim a forma que o jurisdicionado tem de se comunicar com o juízo.] 
Uma das principais e mais festejadas inovações trazidas pelo Código Fux é a expressa previsão do princípio da vedação às decisões surpresa. É o que informa o artigo 10, in litteris: "O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trata de matéria sobre a qual deva decidir de ofício".
Segundo Cássio Scarpinella Bueno as chamadas decisões surpresa sãoaquelas decisões proferidas pelo magistrado sem que tenha permitido previamente às partes a oportunidade de influenciar sua decisão e, mais do que isso, sem permitir a estas que tivessem conhecimento de que a decisão como aquela poderia vir a ser proferida. (In: Manual de Direito Processual Civil. São Paulo: Saraiva, 2015, p.89).
Em verdade, erige-se dúvida quanto ao alcance do vocábulo "fundamento" previsto no artigo 10 CPC. Este fundamento novo pode ser de fato ou de direito. Sendo difícil separa-se completamente as questões fáticas e jurídicas, por que o direito ocorre justamente no encontro dos planos fático e normativo. Os fatos quando são juridicamente qualificados, já não mais puros fatos. E, normas, a seu turno, supõem quadros fáticos (seja de forma direta ou não) a que se devem aplicar.
Afinal, a releitura do aforismo iura novit curia, que confere ao magistrado a possibilidade de se valer de norma não invocada pelas partes para aplicá-la ao caso concreto, deve ser redimensionado, a ele se acrescentando a noção de que tal possibilidade não dispensa a prévia manifestação das partes sobre a qualificação jurídica que pretende dar aos fatos e fundamentos do pedido, tudo como forma de concretizar o contraditório e evitar as surpresas ao jurisdicionado.
Naturalmente, nas comarcas onde houver mais de uma vara igualmente competente em razão da matéria, é necessário que haja um sorteio, para se verificar qual será o órgão competente. Tal sorteio é denominado de distribuição (art. 284 CPC[footnoteRef:7]). [7: O art. 284 esclarece que todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver mais de um juiz. É claro que o legislador se utiliza de um linguajar genérico, para simplificar as coisas. Entretanto, o que é distribuída é a petição inicial de uma ação ou de um requerimento, eis que ainda não há processo, o que ocorrerá somente com a citação válida. Depois, em se tratando de jurisdição voluntária, também não há que se falar em processo, na ausência de lide, de pretensão resistida. Portanto, há, na jurisdição voluntária, mero procedimento. Assim, o correto é falar em distribuição da petição inicial, abrangendo tanto a jurisdição voluntária como a litigiosa.] 
É ato processual que antecede ao registro, ocasião em que se procede a divisão dos processos entre os juízes que tenham competência concorrente para apreciá-los. É providência indispensável nas comarcas onde existam mais de um juiz ou mais de um escrivão.
A distribuição dos processos deverá ser feita atendendo-se à alternância entre juízes, eventualmente entre escrivães, sempre observando-se rigorosa igualdade de números entre esses. Havendo erro nesses critérios, incumbe ao magistrado, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigir a distribuição.
Enfim, dá-se a formação do processo no momento em que foi protocolada a petição inicial no juízo. Frise-se que só haverá processo quando a petição for endereçada ao Judiciário. Mesmo sendo advogado, se pleitear junto ao órgão 
administrativo estatal ou entidade privada, não haverá formação de um processo segundo o sentido técnico-jurídico.
Apenas perante o Estado-juiz que o processo se forma. E, para o demandado também chamado de réu, dá-se a interrupção da prescrição, litispendência a tornar litigiosa a coisa, a constituição de mora todos esses efeitos dependem da citação regular e válida.
O artigo 238 do Código de Processo Civil (Lei n° 13.105 de 16 de março de 2015): “Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual”. Este ato tem dupla função: convocar o réu a comparecer em juízo e cientificar-lhe da existência da demanda ajuizada em seu desfavor. 
A citação válida é o ato pelo qual se completa a relação processual, convocando assim o réu a integrar o polo passivo da lide, momento em que o mesmo poderá iniciar seu direito ao contraditório e à ampla defesa, direitos fundamentais previstos no art. 5º, inc. LV, da Constituição Federal de 1988.
Sem a citação do réu, não se aperfeiçoa a relação processual e torna-se inútil e inoperante a sentença. Daí dispor o art. 214 que, “para validade do processo, é indispensável a citação inicial do réu”. Essa exigência legal diz respeito a todos os processos (de conhecimento, de execução e cautelar), sejam quais forem os procedimentos (comum ou especiais). Até mesmo os procedimentos de jurisdição voluntária, quando envolverem interesses de terceiros, tornam obrigatória a citação (art. 1.105).
O artigo 312 do Código de Processo Civil dispõe: “Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado”.
Nota-se, portanto, que a citação passa de pressuposto processual de validade para condição de eficácia do processo em relação ao réu e requisito de validade de todos os atos processuais que lhe sucederem. Uma novidade trazida pelo vigente CPC prevê que nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega da carta-citação a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente (art. 248, § 4º, do Código de Processo Civil).
Outra novidade é a possibilidade de a citação ser realizada pelo correio nas ações de execução, já que o artigo 247 do Novo Código de Processo Civil, diferente do art. 222, alínea “d”, do Código de Processo Civil de 1973, não a trata como exceção. Convém registrar que caso o citando se recuse receber a carta-citação, a diligência restará frustrada, cabendo ao autor pugnar pela citação através do oficial de justiça.
Em caso de recusa de recebimento ou de assinatura do recibo: reputa-se frustrada a diligência, já que o carteiro não tem fé pública, restando ao autor a requerer por mandado, cobrando ao réu as custas da diligência fracassada. A citação por meio de oficial de justiça será feita nas hipóteses expressamente previstas no Código ou em lei especial, ou quando frustrada a citação pelo correio (art. 249 do CPC).
O artigo 255, do CPC dispõe disciplina a possibilidade de citação pelo oficial de justiça em caso de comarcas contíguas, sem a necessidade de expedição de carta precatória para realização do ato. Na citação por mandado, prevê o artigo 252, caput, do CPC que:
Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado (art. 253, § 2º, CPC). Prevista no art. 246, inciso III, do Código de Processo Civil, caso o citando compareça no Juízo em que está sendo demandado, o Escrivão ou Chefe de Secretaria deverá realizar a sua citação (art. 152, inciso II, CPC), simplificando o procedimento citatório.
O prazo para resposta do réu começa a fluir da data da citação (art. 231, inciso III, CPC). Assim como a citação por hora certa, trata-se de hipótese de citação ficta. 
A citação por edital será feita: a) quando desconhecido ou incerto o citando; b) quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando; e c) nos casos expressos em lei.
O réu é desconhecido quando não se sabe quem deve ser citado. Um bom exemplo, muito comum: o autor é devedor de laudêmio e de foro, mas não sabe quem é o senhorio. Há réu, que é certo (o credor da obrigação), mas ele é desconhecido. 
Para efeito de citação por edital, o réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive medianterequisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos (art. 256, § 3°, CPC).
Os requisitos para tal modalidade estão previstos no artigo 257 do Código de Processo Civil. São elas: a) afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circunstâncias autorizadoras; b) a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos autos; c) a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira; e d) a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia.
A citação por meio eletrônico não é novidade na legislação pátria, pois a mesma está prevista no 9° da Lei n. 11.419/2006 que criou e regulamentou o processo eletrônico. Assim dispõe o referido dispositivo legal: “No processo eletrônico, todas as citações, intimações e notificações, inclusive da Fazenda Pública, serão feitas por meio eletrônico, na forma desta Lei”. 
O Código de Processo Civil dispõe que o meio eletrônico é o meio preferencial de citação das empresas públicas e privadas que serão obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações (art. 246, § 1°, CPC).
Porém, se o demandante e a petição inicial for proposta antes da prescrição, mas o cartório demorar na realização da distribuição ou mesmo a citação, o demandante não poderá ser prejudicado, por isso, não se cogita em prescrição e, nesse sentido ratifica a Súmula 106 STJ que é aplicada para a citação, atribuição e distribuição.
Cumpre sublinhar que não se confundem os momentos de propositura da demanda com o do despacho que ordena a citação, o famoso “cite-se”. Pois cada um destes momentos provocará um conjunto de consequências processuais relevantes. 
A partir da propositura da demanda, já existe a litispendência. E, assim, com a lide pendente que produz como principal consequência a atuação do juiz e o impulso oficial no desenvolvimento do processo.
A partir da propositura da demanda, o juiz se incumbirá de zelar pelo desenvolvimento do processo. Nesse sentido, é a citação válida que induz litispendência e prevalecerá o processo da ação em que ocorreu a primeira citação validade, devendo o outro processo ser extinto sem resolução do mérito. Outro exemplo do efeito da litispendência é a interrupção da prescrição, onde o artigo 240, §1º CPC estabelece que é o despacho que ordena a citação válida que a provoca.
Mas, se feita no tempo estabelecido pela lei, sua eficácia interruptiva retroage à data de propositura da demanda. O despacho de “cite-se”, interrompe a prescrição, mesmo por juízo incompetente pois ao proferi-lo, o juiz, implicitamente, está recebendo a petição inicial o que pressupõe que esteja em ordem.
A citação do réu tem a maior gama de efeitos e consequências processuais. E, segundo o artigo 240, caput do CPC enumera a saber: induz a litispendência, faz litigiosa a coisa em disputa, e constitui o devedor em mora.
É também a partir da citação que a alienação de bens capazes de reduzir o devedor à insolvência pode ser considerada em fraude à execução. A partir da citação do demandado ocorre a estabilização da demanda porque o demandante não poderá mais alterar o pedido, ou a causa de pedir, senão mediante o expresso consentimento do réu.
Causa de pedir é o fato que dá origem ao ingresso da ação é a ratio petitum segundo a realidade fática e jurídica. Misael Montenegro Filho enumera didaticamente alguns bons exemplos de causa de pedir:
a) na ação de indenização por perdas e danos decorrente de colisão de veículo, a causa de pedir é o acidente em si, a culpa do réu e o prejuízo experimentado pelo autor;
b) na ação de separação judicial a causa de pedir é o descumprimento do dever matrimonial por parte do réu (como por exemplo, adultério não obstante restar atualmente descriminalizado, a negativa de assistência material, ausência de respeito e/ou consideração, omissão na guarda, educação e/ou sustento dos filhos) etc.
c) na ação ordinária que reclama rescisão de contrato, a causa de pedir é o contrato em si e o descumprimento de cláusula contratual por parte do réu;
d) na ação de alimentos movida de uma companheira em face de seu companheiro, a causa de pedir é a união estável além da possibilidade financeira de pagar os alimentos da parte do réu em favor da autora (que detém necessidade).
Não integra a causa petendi a qualificação jurídica que o autor confere ao fato onde baseia sua pretensão. Assim se o autor intentar ação anulatória de escritura alegando erro e não obtém existo, não pode, posteriormente, propor a mesma ação com base nos mesmos fatos sob a invocação de que houve dolo.
Não pode o magistrado alterar a causa de pedir da ação proposta, referindo-se aos fatos que não constem da peça inaugural da demanda que é a petição inicial. Não pode o juiz deferir ao autor, embora em seu benefício resposta judicial diversa daquela solicitada.
Classicamente ensina a doutrina eu o pedido desdobra-se e inclui: a) o bem de vida pretendido através da ação judicial, que é chamado de objeto mediato e que possui índole material; b) a resposta judicial correspondente que é o pedido imediato e possui índole positivamente processual.
A todo pedido mediato (relativo ao direito material) posto em litígio corresponde a um pedido de prestação jurisdição (pedido imediato). Contextualiza a sentença posto que são os limites do pedido que a delimita, assim é explícito o art. 460 do CPC/1973 (artigo 492 do CPC/2015), o que justifica a aplicação do princípio da congruência ou da adstrição.
Determina o CPC que sejam os pedidos interpretados restritivamente, porém há, contudo, pedidos que podem ser deferidos pelo magistrado ao autor independentemente da petição inicial, como despesas processuais conforme o segundo parágrafo do art. 20 do CPC (artigo 84 CPC/2015) cujo teor é meramente exemplificativo.
Como suporte do pedido, temos a causa de pedir que é a motivação baseada em fatos jurídicos que ensejaram a pretensão posta.
A teoria da substanciação ou da individuação da causa de pedir, pela qual ao menos as razões ou fundamentos de fato, do pedido, devem ser explicitado. Cabendo ao julgador promover a adequação jurídica quanto à causa de pedir e, se necessário tutelando o que efetivamente é devido.
Portanto, até a citação, há a possibilidade de aditamento da petição inicial e de alteração da ação proposta é livre e independe de consentimento do adversário. Depois da citação do réu, a alteração do pedido dependerá de anuência deste, de manifestação no prazo mínimo de quinze dias úteis, a respeito das alterações realizadas facultado também o requerimento de prova suplementar (artigo 329, II CPC). Após o saneamento, nenhuma alteração da ação proposta poderá ser admitida, mesmo ante o consentimento do réu.
O saneamento do processo ou fase de saneamento, significa uma fase de organização do mesmo, na qual o magistrado resolve questões e toma providências para prepara-lo para a fase de produção de provas(instrução) necessária para o julgamento (sentença). 
Saneamento do processo é a providência tomada pelo juiz, a fim de eliminar os vícios, irregularidades ou nulidades processuais e preparar o processo para receber a sentença. Tal providência é tomada entre a fase postulatória e a instrução do processo, mediante um despacho saneador.
A decisão de saneamento e organização pode veicular uma gama variada de providências. Todas têm em comum o escopo de arrumação do processo para os seus passos futuros. 
Assim, cumpre ao juiz:
(a) "resolver as questões processuais pendentes, se houver" (art. 357, I). Nas providências preliminares, na medida do possível, procura-se corrigir todos os defeitos existentes no processo. 
Mas, se no saneamento restar algum vício passível de correção que só tenha surgidosupervenientemente às providências preliminares ou que só tenha sido detectado ou examinado após elas, cumpre ao juiz dar à parte interessada a oportunidade de correção;
(b) "delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória" (art. 357, II, primeira parte). Deve-se preparar o processo para a fase instrutória, com a finalidade de torná-la a mais objetiva e produtiva possível. 
Ao fixar as questões fáticas controvertidas, o juiz desde logo indica os pontos relativamente aos quais reputa não haver controvérsia e as questões que já estão suficientemente provadas. Não há nessa sua conduta nenhum "prejulgamento" ofensivo à imparcialidade, mas o correto desempenho de seu dever de diálogo com as partes, imposto pelo princípio do contraditório (CF, art. 5.º, LVI; CPC, arts. 9.º e 10);
(c) especificar "os meios de prova admitidos" (art. 357, II, segunda parte). É nesse momento também que o juiz define com precisão as provas que serão produzidas, tomando em conta as concretas questões que ele então identificou como ainda controvertidas. Para tanto, considerará os meios probatórios pleiteados pelas partes, deferindo-os ou não, e ainda determinará de ofício aqueles que reputar necessários (art. 370);
(d) "definir a distribuição do ônus da prova" (art. 357, III). Como se verá num dos próximos textos desta série, a lei prevê que, em regra, ao autor cabe provar o fato constitutivo de seu direito, enquanto ao réu incumbe o ônus da prova da existência de fato que se possa opor como impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 373). 
Mas também se autoriza o juiz a distribuir tais ônus de modo diverso, se houver impossibilidade ou excepcional dificuldade no cumprimento do encargo ou, ainda, se a obtenção de prova do fato contrário for mais fácil (art. 373, § 1.º). A decisão de saneamento não é a única oportunidade em que tal redistribuição pode ocorrer, mas é o momento mais recomendável para tanto. Como dito, o tema será retomado em outro breve artigo desta série;
(e) "delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito" (art. 357, IV). Vigora o princípio de que o juiz conhece o direito ("jura novit curiam") - cabendo-lhe aplicar as normas e qualificações jurídicas pertinentes ao caso, independentemente de alegação das partes. 
Mas incide também o dever de diálogo do juiz com as partes, inerente à garantia do contraditório (CF, art. 5.º, LV; CPC, art. 9.º e 10): o juiz não pode decidir com base em fundamento que não tenha sido previamente submetido a contraditório, ainda que se trate de matéria que possa conhecer de ofício. 
Assim, a delimitação das questões jurídicas, por ocasião do saneamento, viabiliza o debate, a respeito delas, entre as partes e entre essas e o juiz. Se, após a decisão de saneamento, surgirem outras questões relevantes, ainda não submetidas ao contraditório, o juiz deverá também expressamente identificá-las, concedendo, assim, às partes oportunidade para que exerçam o contraditório em relação a elas;
(f) se houver o deferimento de prova pericial, designar o perito, fixar o prazo de entrega do laudo e, se possível, estabelecer o calendário para a realização da perícia (art. 357, § 8.º, c/c art. 465 CPC);
(g) designar audiência de instrução e julgamento, quando alguma das provas tiver que ser produzida nesse momento processual (art. 357, V), concedendo às partes prazo de até quinze dias para a apresentação do respectivo rol de testemunhas (exceto se for designada audiência de saneamento compartilhado, caso em que o rol de testemunhas deverá ser apresentado nessa mesma audiência). (In: TALAMINI, Eduardo. Saneamento e organização do processo no CPC/15. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/235256/saneamento-e-organizacao-do-processo-no-cpc-15 Acesso em 12.8.2021.).
O impulso oficial é consagrado no artigo 2º CPC e impõe que depois da propositura da demanda, o processo se desenvolverá por impulso oficial, cumprindo ao juiz zelar para que tenha andamento e se desenvolva até atingir seu desfecho[footnoteRef:8]. [8: Não é por outra razão que a doutrina, ao definir o acesso à justiça, fala expressamente da obtenção dos resultados: FÉRRAND, Frédérique. Ideological background of the Constitution, Constitutional rules and civil procedure. In: International Association of Procedural Law Seoul Conference. Seul: IAPL, 2014, p. 10, onde se lê que “[a]cesso à justiça se refere à habilidade das pessoas de buscar e obter um remédio através de instituições formais ou informais de justiça, e em conformidade com os standards dos direitos humanos” (tradução livre. No original: “[a]ccess to justice refers to the ability of people to seek and obtain a remedy through formal or informal institutions of justice, and in conformity with the standards of human rights”.] 
Quanto ao ato processual depende de iniciativa do autor ou demandante, o juiz aguardará que este tome as providências. Mas, se não o fizer, e o processo restar paralisado, determinará que seja intimado para dar andamento ao feito em cinco dias úteis sob pena de extinção sem resolução do mérito (o STJ tem exigido que a extinção do processo seja de ofício).
Convém, ainda atentar para a Súmula 240 do STJ. A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu.
O próprio professor e doutrinador J. J. Calmon de Passos defendeu a absoluta imperatividade na produção da prova documental, pelo autor, no momento do ajuizamento da petição inicial e a consequente preclusão deste direito após a contestação, ocasião em que, não satisfeitos os requisitos, deveria ser extinto o processo sem julgamento do mérito.
No entanto, tal controvérsia não tem mais razão de ser, por uma evolução doutrinária ainda sob a égide do CPC/1973, que seguiu as bem fundadas razões de Calmon de Passos. A doutrina, de forma amplamente majoritária e sob a ótica do processo como uma marcha para o futuro, firmou o entendimento de que a “prova nova” mencionada no referido artigo correspondia àquela concernente a fatos ocorridos posteriormente aos articulados das partes, ou seja, momento em que deveriam desincumbir-se dos seus respectivos ônus probatórios. 
Isto, inclusive, reverberou na redação dos artigos 434, 435 e 437 do atual códex, que, interpretados sistematicamente com os demais dispositivos, permite a clara identificação da imperatividade dos marcos preclusivos na produção de provas documentais, principalmente em razão da redação do art. 435, parágrafo único, do CPC/2015.
O Código de Processo Civil de 2015 é, em sua estrutura (e não só em seu conteúdo), bastante diferente da legislação processual anterior. Destacando-se, in casu, a existência de uma Parte Geral, cujos dispositivos, ao serem interpretados, dão azo à identificação de normas aplicáveis a todos os procedimentos civis (e não só civis, como se pode ver pela leitura do art. 15 do Código). E, na Parte Geral do Código tem especial destaque um capítulo denominado “Das normas fundamentais do processo civil”, composto pelos doze primeiros artigos da lei.
Portanto, o art. 4º do CPC de 2015 faz alusão a dois princípios fundamentais do processo civil do Estado Democrático Brasileiro: o da duração razoável do processo (que tem guarida constitucional no art. 5º, LXXVIII, da CFRB/1988) e o da primazia da resolução do mérito. É que o aludido dispositivo expressamente afirma que “[a]s partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”.
Evidentemente, uma primeira leitura do dispositivo legal transcrito faz com que a atenção do intérprete seja chamada para a referência ao “prazo razoável”, o que imediatamente leva ao princípio constitucional da duração razoável do processo. Uma leitura mais atenta, porém, permite verificar ali a afirmação de que “[a]s partes têm o direito de obter [a] solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”. (In: CÂMARA, Alexandre Freitas. O princípio da primazia da resolução do mérito e Novo Código de Processo Civil. Disponível em: http://genjuridico.com.br/2015/10/07/o-principio-da-primazia-da-resolucao-do-merito-e-o-novo-codigo-de-processo-civil/Acesso em 12.8.2021).
Se o réu não o requerer, o processo ficará paralisado por um ano e, somente então, o juiz poderá decretar-lhe a extinção, na forma prevista no artigo 485, II do CPC. Afora, tais hipóteses em que o andamento do processo depende de ato a ser realizado pelo autor, cumpre ao juiz e aos seus auxiliares dar-lhe prosseguimento, na forma da lei, impulsionando-lhe até o final.
2. Desenvolvimento
Suspensão do processo
O artigo 313 CPC enumera as causas de suspensão do processo. Há hipóteses que são aplicáveis a todos os tipos como as previstas nos incisos I a III e VI e, outras que são próprias do processo de conhecimento[footnoteRef:9] (incisos IV e V). E, ainda, as próprias do processo de execução vêm tratadas no artigo 921 CPC. [9: O processo de conhecimento é a fase em que ocorre toda a produção de provas, a oitiva das partes e testemunhas, dando conhecimento dos fatos ao juiz responsável, a fim de que este possa aplicar corretamente o direito ao caso concreto, com o proferimento da sentença. O processo civil se divide em três principais vertentes:
Ação de Conhecimento: Etapa em que se discute o direito de cada um dos litigantes, e termina com a decisão do juiz, é conhecida como Processo de Conhecimento. Pode ser meramente declaratória, constitutiva ou condenatória. Tem-se a certificação de um direito.
Tutela cognitiva: A tutela cognitiva, que provoca a instauração de um processo de conhecimento, é quando o indivíduo afirma que é titular de um direito ameaçado, portanto, precisa que o Estado juiz certifique que ele é titular daquele direito, é preciso de uma tutela jurisdicional cognitiva. Se a tutela depende dessa atuação do Estado juiz, é uma tutela cognitiva, portanto será um processo de conhecimento.
Declaratória: ação que confirma ou não a existência de uma certa relação jurídica. A declaratória negativa declara a não existência da relação jurídica, a positiva busca a declaração de existência da mesma.
Constitutiva: ação que busca a exceção, modificação ou extinção de uma certa relação jurídica.
Condenatória: a pretensão é de imposição de uma obrigação à parte contrária.] 
Atinente à inércia da jurisdição é relevante saber sobre a regra de correlação, também denominada de congruência ou adstrição (art. 141 e 492 CPC) que dispõe que a sentença deve ser proferida nos limites definidos pela petição inicial.
Desse modo, na sentença, o juiz não pode conceder o bem pleiteado na petição inicial em quantidade superior à pedida ou julgar entregando tutela jurisdicional diversa da pretendida, sob pena de as sentenças serem nulas.
Pela regra da correlação, a sentença deve estar adstrita a petição inicial, inteira, ou seja, só ao pedido, mas também à causa de pedir[footnoteRef:10] e às partes. [10: A causa de pedir, também chamada de causa petendi, é sem dúvida um dos elementos mais complexos que compõe a petição inicial, além de ser de suma importância para a propositura de uma demanda. É também premissa vinculada diretamente ao pedido, assim constituída: - da narrativa dos fatos alegados pelo autor da demanda; - do enquadramento desta em uma categoria jurídico-material; O nexo de causalidade entre os fatos constitutivos do pedido e a fundamentação jurídica é regra basilar quando tratamos de causa de pedir.] 
Ainda sobre a regra da congruência note-se que a sentença pode ser proferida com fulcro em fundamentos legais (que são diferentes dos fundamentos fáticos que não podem ser desprezados na sentença.
Por derradeiro, a jurisdição goza de substitutividade, pois o Estado substitui-se à vontade do particular, para tutelar e proteger os direitos deste. Até porque é, em geral, vedado o exercício da autotutela[footnoteRef:11]. [11: A autotutela não é permitida em nosso ordenamento jurídico, salvo casos excepcionais. Características da autotutela: I) Falta de juiz imparcial na tomada de decisões; II) Imposição da vontade de uma parte sobre a outra; b) Autocomposição: as partes, mediante acordo, compunham suas diferenças abrindo mão parcial ou total de seu direito; Três formas de autocomposição: I) Desistência (renúncia a pretensão); II) Submissão (renúncia a resistência oferecida a pretensão); III) Transação (concessões recíprocas). Todas elas dependem da ação de uma ou ambas as partes; c) Conciliação: uma das formas mais eficientes de solução de problemas, por ela as partes entram em acordo sobre seus problemas pondo fim as suas angustias. Nossas leis adotam de forma obrigatória a tentativa de conciliação nos processos (trabalhista, juizados especial etc.); d) Mediação: os interessados utilizam um terceiro, particular, idôneo, para que auxilie na resolução do conflito. Na mediação há decisão; e) Arbitragem: método de resolução de conflitos onde as partes definem que uma pessoa ou entidade privada irá solucionar o problema, sem a participação do judiciário. Caracterizada pela informalidade, oferece decisões rápidas e especializadas para a solução de conflito.] 
Em caso de desobediência a essa característica e, caso o particular exerça a autotutela incide em exercício arbitrário das próprias razões (vide os artigos 345 e 346 do Código Penal brasileiro).
Há, contudo, três exceções a prática da autotutela, a saber: a) a legítima defesa (artigo 188, I CC); b) desforço imediato protetivo da posse (art. 1.210, §1º CC); c) penhor legal (art. 1.467 CC) previsto pela lei possibilitando ao credor manter os bens do devedor até que seja paga a dívida.
A partir do saneamento do processo não é possível a alteração da causa de pedir ou do pedido (interpretação do artigo 329, II CPC). Ocorrendo a estabilização objetiva do processo. Já no que tange à estabilização subjetiva da demanda, o CPC de 1973 era expresso em apontar, a partir da citação somente eram possíveis as alterações em lei.
Porém, no CPC de 2015 não existe regra semelhante. Mas, existe positivamente a estabilização subjetiva da demanda. Pois, a inclusão de uma nova parte do processo sempre demandará a explicação dos motivos pelas quais essa parte seja incluída no processo (e na causa de pedir) e/ou a formulação do pedido em relação a essa nova parte.
Conclui-se, portanto, não há como incluir nova parte (ativa ou passiva) sem modificar a causa de pedir ou pedido. Também a estabilização subjetiva da demanda obedece às regras de estabilização objetiva da demanda.
É possível, ainda, ocorrer sucessão das partes, principalmente, em virtude de morte ex vi os artigos 106 a 108 CPC. Além de evitar o tumulto processual que qualquer alteração provoca, justifica-se a estabilização subjetiva também para evitar que alguém se beneficie de um processo que já estava previamente em trâmite. Inclusive para evitar a violação do princípio do juiz natural[footnoteRef:12]. [12: Segundo a doutrina, o princípio do juiz natural se refere à existência de juízo adequado para o julgamento de determinada demanda, conforme as regras de fixação de competência, e à proibição de juízos extraordinários ou tribunais de exceção constituídos após os fatos. O conteúdo do princípio do juiz natural se refere ao juízo adequado para o julgamento de determinada demanda, conforme as regras de fixação de competência e a proibição de juízos extraordinários ou tribunais de exceção (ex post facto), ou seja, constituídos após os fatos. A ideia do juiz natural tem origem na Constituição inglesa de 1215, que previa “o julgamento legítimo de seus pares e pela lei da terra”. Já a institucionalização desse princípio se deu na França. O artigo 17 do título II da Lei Francesa de 24.08.1790 determinava que “a ordem constitucional das jurisdições não pode ser perturbada, nem os jurisdicionados subtraídos de seus juízes naturais, por meio de qualquer comissão, nem mediante outras atribuições ou evocações, salvo nos casos determinados pela lei.” No Brasil, todas as constituições, exceto a de 1937, previam o princípio do juiz natural. O entendimento proíbe a criação de tribunais extraordinários (de exceção) e a transferência de causa para outro tribunal.] 
Segundo Antônio Carlos de Araújo Cintra“ocorre a substituição processual quando alguém é legitimado a pleitear em juízo, em nome próprio, na defesa de interesse alheio, de que o seu seja dependente. Não se confunde, pois, a substituição processual com a representação, uma vez que nesta o representante age em nome do representado”. 
Prossegue ainda referido doutrinador, distinguindo a substituição processual da sucessão no processo: “Em primeiro lugar, note-se, a substituição processual pode se verificar na própria formação do processo, não havendo, nestes casos, como se cogitar que o substituto tenha sucedido ao substituído no processo, porque o substituído nem sequer, chegou a participar da relação processual. 
Quando, entretanto, acontece que a substituição se faça no curso do processo, isto é, quando temos hipótese de substituição sucessiva, ocorre, realmente, sucessão no processo; mas uma sucessão essa que, em vez de, como em geral acontece, o sucessor entrar no processo para atuar em nome próprio por um interesse que lhe é próprio, o sucessor assume a causa para, em nome próprio, pleitear por um interesse alheio. 
Desta forma, conclui-se que a substituição processual pode-se dar com ou sem sucessão no processo; e, quando é com sucessão, apresenta características próprias” (“Estudo sobre a substituição processual no direito brasileiro”, in Doutrinas Essenciais de Processo Civil, vol. 3, p. 455 – 476, Out/2011).
Decifrando a expressão “agir em nome próprio”, reconhece-se o substituto processual como parte, com todos os poderes, direitos, deveres e ônus que lhe são inerentes. O substituto processual ainda que defenda interesse alheio não tem sua conduta pautada por esse sujeito. O substituto processual, em outras palavras, atua com total independência no processo. Daí o porquê de o substituto poder atuar em juízo independentemente da vontade do substituto.
Nos casos em que ocorrer a substituição, segundo o art. 18, parágrafo único, do Código de Processo Civil o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial nos termos do art. 124 do Código (“Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido”).
O desenvolvimento válido e regular do processo é relacionado a observância dos pressupostos processuais e às nulidades processuais. Uma vez formado o processo, deve prosseguir, via de sequência de atos, até chegar à conclusão que corresponde a decisão que trará a solução do litígio com a procedência ou improcedência do pedido.
Cumpre, ainda, assinalar os requisitos para o desenvolvimento válido e regular do processo, a saber capacidades das partes, competência do órgão julgador, imparcialidade do juiz e, etc.
Sem a presença dos requisitos de constituição o processo não deveria se formar e, será os requisitos de validade, o processo não deveria prosseguir. Por isso, o artigo 485, IV CPC[footnoteRef:13] faz menção, também, à extinção do processo por falta de “pressuposto de desenvolvimento válido e regular do processo”. Porém, não é a simples ausência de um desses requisitos que imediatamente acarretará a extinção do processo. [13: Ementa: APELAÇÃO – AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO – Extinção do feito por falta de pressuposto processual, com fundamento no inciso IV do art. 485 do CPC – Hipótese que, todavia, trata de abandono da causa, nos termos do inciso III do mesmo dispositivo – Imprescindível, portanto, a prévia intimação da parte para dar andamento ao feito – Aplicação do §1º do art. 485 do CPC – Precedentes deste E. TJSP – SENTENÇA ANULADA – RECURSO PROVIDO.] 
Pressupostos processuais são os requisitos que um processo precisa atender para ser considerado válido e existente.
O rol de pressupostos processuais é extraído da lei e estudado sistematicamente pela doutrina. Segundo as classificações mais utilizadas pelos doutrinadores, um pressuposto processual pode ser: subjetivo ou objetivo; de existência ou de validade.
Os pressupostos processuais subjetivos dizem respeito aos sujeitos do processo, ou seja, às partes e ao juiz. Com relação ao juiz, os pressupostos processuais subjetivos são: investidura e imparcialidade.
Investidura é a aptidão conferida a um sujeito para desempenhar o poder jurisdicional em nome do Estado. O agente público investido na jurisdição é o juiz de direito, que passa a representar o Estado na solução de conflitos. 
No Brasil, a investidura pode ocorrer de três formas: concurso público, previsto no artigo 93, I da Constituição Federal; indicação do Poder Executivo através do quinto constitucional, prevista no artigo 94 da Constituição Federal; indicação para compor o Supremo Tribunal Federal, prevista no artigo 101, parágrafo único da Constituição Federal.
A investidura é um pressuposto processual de existência, tendo em vista que a ausência de um juiz investido implica na inexistência de um processo. Não existe processo sem juiz.
Imparcialidade significa que o juiz precisa agir de forma imparcial no processo. Não se admite que o julgador tenha interesse particular no conflito de forma a preferir um ou outro resultado. A imparcialidade é um pressuposto processual de validade, pois mesmo que o juiz aja de forma tendenciosa, o processo ainda existe juridicamente. A imparcialidade do juiz pode ser arguida através de exceção de suspeição no prazo de 15 dias a contar do conhecimento do fato, conforme previsto no artigo 146 do Código de Processo Civil:
Com relação às partes, os pressupostos processuais subjetivos são: capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo e capacidade postulatória.
Capacidade de ser parte[footnoteRef:14] se refere à capacidade de gozo e exercício de direitos e deveres. Não se confunde com a capacidade de estar em juízo, tendo em vista que em alguns casos (a exemplo dos incapazes) um sujeito pode ter direitos e deveres, mas não pode estar em juízo por necessitar de um representante [14: A pessoa jurídica pode ser parte da ação, seja como Autora ou como Ré. De regra, a norma permite que a pessoa física ou jurídica, além das universalidades de direitos (condomínio representado por uma pessoa física, síndico, massa falida; atua pelo síndico, nomeado pelo Juiz maior credor, este não está obrigado a aceitar. Se ninguém aceitar, nomeia um advogado dativo para exercer o cargo de síndico; espólio; será representado pelo seu herdeiro. Exemplo: A empresa estava falida com o imóvel locado. Esta poderá promover uma ação de despejo, podem ser sujeitos de direitos e ações que figurando no polo ativo ou passivo da demanda. Toda e qualquer pessoa física ou jurídica pode ser parte em uma demanda (no polo ativo ou passivo).] 
A capacidade de ser parte é um pressuposto processual de existência pois, se uma das partes não goza de direitos e deveres (por exemplo, um réu morto), o processo é considerado inexistente.
Capacidade de estar em juízo também chamada de capacidade processual ou legitimidade ad processum, consiste na aptidão das partes em praticar atos jurídicos dentro do processo.
Nos casos em que existir partes relativamente incapazes (maiores de 16 e menores de 18 anos, ébrios habituais, viciados em tóxicos, pródigos e sujeitos que não podem exprimir sua vontade), a capacidade processual pode ser suprida através de assistentes.
Nos casos em que houver partes absolutamente incapazes (menores de 16 anos), a capacidade processual pode ser suprida através de representantes. Com relação às pessoas jurídicas e formais, estas também devem ser representadas em juízo.
A capacidade de estar em juízo se trata de um pressuposto processual de validade que pode, inclusive, ser sanável em prazo determinado pelo juiz.
A capacidade postulatória[footnoteRef:15] é a devida habilitação na Ordem dos Advogados por parte do representante legal das partes. É dispensada nos Juizados Especiais Cíveis (nas causas com valor inferior a 20 salários mínimos), no Habeas Corpus e na Ação Direita de Inconstitucionalidade. A capacidade postulatória é um pressuposto processual de validade, podendo ser sanado em caso devício. [15: A ninguém é lícito procurar peticionar, postular, requerer em juízo despido de instrumento de mandato de procuração; todavia, ao advogado será admitido postular em juízo, sem procuração nos casos de urgência, sendo que, nessas situações, a procuração deverá ser juntada aos autos no prazo de 15 dias, prorrogáveis por igual período (artigo 104, § 1º).] 
Os pressupostos processuais objetivos são as condições do processo que não envolvem os sujeitos do processo. Eles se dividem em: extrínsecos e intrínsecos.
Pressupostos processuais objetivos extrínsecos também são chamados de pressupostos processuais negativos, pois são fatores externos à relação processual, cuja existência, se verificada, invalidam o processo. Assim, os pressupostos negativos precisam ser ausentes para que um processo seja válido.
Os pressupostos processuais objetivos extrínsecos (pressupostos negativos) são: Coisa julgada material é a eficácia imutável de uma decisão de mérito sobre o objeto da lide. Se determinado direito já foi decidido pelo Judiciário, é inválido um novo processo que vise rediscuti-lo.
Litispendência é a preexistência de causa idêntica (mesmas partes, pedido e causa de pedir), ainda pendente de julgamento. Para um processo ser válido, não deve existir litispendência.
Perempção é perda do direito de demandar. Ocorre quando o autor abandona a ação por três vezes.
Se no decorrer de uma ação descobrir-se que o direito é perempto, o processo é inválido. No âmbito do direito penal, a perempção ocorre conforme o artigo 60 do Código de Processo Penal.
Convenção de arbitragem[footnoteRef:16] [16: Compromisso: artigo 1.037 do Código Civil e convenção de arbitragem, artigo 337, X. A Lei 9.307/96 (Lei de Arbitragem) permite que as partes contratantes submetam a resolução de eventuais litígios a árbitros.] 
Se no âmbito do juízo arbitral já houve decisão sobre a matéria discutida no Judiciário, o processo é inválido.
Pressupostos processuais objetivos intrínsecos são elementos internos do processo. São eles: demanda, petição inicial apta, citação válida e regularidade formal.
A demanda é o próprio ato de acionar a jurisdição. Considerando o princípio da inércia, o Estado só desempenha o poder jurisdicional através de provocação, que ocorre através da apresentação da demanda. Por óbvio, a demanda é pressuposto processual de existência, tendo em vista que sem ela o processo não existe.
Petição inicial apta é o contrário da petição inepta. A petição inicial é a forma com que a demanda é levada ao Poder Judiciário. Por esse motivo, é natural que ela precise preencher algumas formalidades previstas em lei. Segundo o artigo 330, §1º do Código de Processo Civil:
Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. A petição inicial apta se trata de um pressuposto processual de validade.
A suspensão do processo pode ocorrer por qualquer motivo ou por qualquer período. Contudo, é conveniente a suspensão do processo do que a outra possibilidade para o andamento do processo.
A suspensão processual é cabível como alternativa a uma pronta extinção do processo e, foi inserida no sistema processual para evitar que sejam proferidas decisões contraditórias entre processos que tenham algum ponto em comum, o que gera o descrédito no Judiciário.
Existem situações, como o caso de força maior como é a pandemia de coronavírus, pode haver suspensão de toda tramitação do processo.
A publicação da resolução 313, de 19 de março de 2020, do Conselho Nacional de Justiça, e das demais resoluções e atos normativos editados pelos tribunais jurisdicionais para conter a transmissão do novo coronavírus: a situação de pandemia do covid-19 autorizaria a suspensão dos prazos processuais ou a própria suspensão do processo, nos termos do art. 313, VI, do CPC/15?
Diz o referido artigo que se suspende o processo, dentre outras hipóteses, por motivo de força maior.
A força maior aqui tem uma amplitude significativa considerável. Tanto pode decorrer de causas naturais (uma enchente que alaga o fórum), como também de ações humanas (uma ameaça de destruição terrorista que enseja a evacuação do local).
Aliás, há bons exemplos práticos que já ocorreram no cotidiano forense: uma tempestade que destelhe o fórum ou impeça o trânsito nas suas vias de acesso; um incêndio; um toque de recolher determinado pelas autoridades policiais; o fechamento do fórum por recomendação da defesa civil (considerando que o peso dos autos do processo colocou em risco a estabilidade do prédio) e até mesmo um ataque hacker que tira do ar o sistema de processo eletrônico.
No Decreto Legislativo 6, de 20 de março de 2020, o Congresso Nacional reconheceu a ocorrência do estado de calamidade pública do país em decorrência da famigerada patologia. E a calamidade pública[footnoteRef:17], conforme também acredita Luciano Vianna Araújo, não deixa de ser mais uma hipótese de força maior (assim como um desabamento, um incêndio etc.)[footnoteRef:18]. [17: A calamidade pública é um estado decretado pelo Governo Federal face a uma situação de catástrofe ou desastre que tem como consequência grandes danos e prejuízos. Nas situações de calamidade pública, algumas medidas podem ser tomadas para facilitar o enfrentamento da crise, como por exemplo, a liberação do aumento de gastos, encerramento de estabelecimentos, limitação de compra de bens essenciais e reforço do policiamento. O objetivo em decretar calamidade pública é dar mais condições de que os governos criem medidas para proteger a vida da população e para a manutenção dos serviços públicos essenciais. O estado de calamidade pública é regulamentado pelo Decreto 7.257/2010, que trata do Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC. De acordo com esse decreto, os estados, municípios e o Distrito Federal poderão solicitar calamidade pública ou situação de emergência.] [18: A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000) é uma lei que regulamenta o controle dos gastos da União, dos municípios, dos estados e do Distrito Federal. No seu artigo 65 estão previstas regras para os casos de calamidade pública. Com base nessa lei, União, estados, municípios e Distrito Federal podem solicitar estado de calamidade pública, que deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa correspondente. Se aprovado, o ente solicitante fica dispensado de cumprir o resultado fiscal previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), ou seja, seus gastos podem superar o que foi previsto no orçamento anual.] 
Ora, é fato que a pandemia está impedindo o curso regular dos procedimentos, afinal, os magistrados, servidores e colaborados do Poder Judiciário, de forma repentina e sem preparo prévio, foram encaminhados ao trabalho remoto, sem contato pessoal com outros colegas e com as partes. Da mesma forma os advogados e demais representantes. É inquestionável que também tiveram graves limitações na prática de atos processuais e até mesmo no relacionamento com o Judiciário.
Em outros termos, reconhecida a força maior, devem ser suspensos todos os processos em trâmite, o que não desautoriza, ao reverso, obriga, a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável. 
E, Alexandre Freitas Câmara em sua página pessoal no aplicativo Instagram (vide o link: https://www.instagram.com/tv/BCSPkwnkOH/?utm_source=ig_web_copy_link ), a prática de atos processuais não urgentes nesse interregno não geraria, automaticamente, a configuração de nulidade. 
Isso porque, para que se reconheça a sua ocorrência, seria preciso comprovar o prejuízo causado, nos termos do princípio da pas de nullité sans grief. Como, então, visualizar prejuízo quando o magistrado despachar, sentenciar ou proferir uma decisão interlocutória em casos não urgentes?
 Ou mesmo quando se distribuir um recurso, lavrar uma certidão? Nenhum dessesatos, excluídos os urgentes, terão efeitos imediatos, pois suspenso está o processo ou, nos termos da resolução 313/20 do CNJ, suspensos estão os prazos. (In: PROTÁZIO DE OLIVEIRA, Ewerton Gabriel. Covid-19: Suspensão dos prazos processuais ou do processo? Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/324067/covid-19--suspensao-dos-prazos-processuais-ou-do-processo Acesso em 13.8.2021.)
A suspensão do processo[footnoteRef:19] é fenômeno distinto da interrupção do prazo processual. Na oposição de embargos de declaração não há suspensão do processo, mas sim, a interrupção do prazo para interpor outros recursos cabíveis (artigo 1.026 CPC). Lembremos ainda que no período de 20 de dezembro até 20 de janeiro segue a tramitação do processo, mas os prazos ficam suspensos, vide o artigo 220 CPC. [19: Suspensão de prazos processuais (CNJ)	 Processos eletrônicos: retorno dos prazos no dia 4/5/2020.
Processos físicos: suspensão dos prazos até o dia 14/6/2020.
Obs.: Eventual imposição de lockdown por autoridade estadual, os prazos de processos eletrônicos e físicos serão automaticamente suspensos pelo tempo que perdurarem as restrições, no âmbito da respectiva unidade federativa.
STF Processos físicos: suspensão dos prazos até o dia 1ª/7/2021. Tribunal prorroga julgamentos por videoconferência até 30 de abril. Obs.: O peticionamento eletrônico estará disponível para todas as classes e processos, inclusive os que tramitam em meio físico, com exceção dos processos físicos sigilosos.
Obs.: Entre os dias 2 e 31 de julho de 2020 os prazos processuais estarão suspensos em razão das férias forenses. Compilação em inglês de decisões sobre Covid-19 tem reconhecimento internacional
Orientação sobre restrição de circulação no STF com o agravamento da pandemia
STF lança nova compilação de jurisprudência sobre a pandemia em inglês
RESOLUÇÃO Nº 736, DE 28 DE MAIO DE 2021 – Altera a Resolução 729/2021, para prorrogar a suspensão de prazos de processos físicos em trâmite no Supremo Tribunal Federal.
STJ. Processos eletrônicos: retorno dos prazos no dia 4/5/2020.
Processos físicos: permanecem suspensos, Tribunal prorroga sessões por videoconferência até 10/4/2021. Tribunal prorroga sessões por videoconferência até 30 de setembro
Resolução STJ/GP N. 11/2021 Obs.: Entre os dias 2 e 31 de julho de 2020 os prazos processuais estarão suspensos em razão das férias forenses.
TST Processos eletrônicos: retorno dos prazos no dia 4/5/2020. Processos físicos: segundo a resolução, durante a vigência das medidas de prevenção do contágio da Covid-19, os prazos continuarão suspensos.
Ato Conjunto TST.GP.GVP.CGJT 170/2020.
TRF 2ª Região (ES – RJ). Processos eletrônicos: retorno dos prazos no dia 31/5/2020. Processos físicos: suspensão dos prazos até o dia 26/2/2021.
TRT 1ª Região (RJ)Processos eletrônicos: retorno dos prazos no dia 31/5/2020. Processos físicos: Tribunal estuda retomada gradual das atividades presenciais, prazos permanecem suspensos.] 
Apesar de institutos análogos, a suspensão e a interrupção de prazo processual têm características distintas, de grande relevância prática. Na suspensão, o prazo continua a correr, de onde parou antes da suspensão. Ao passo que na interrupção do prazo zera-se o cronômetro e, o prazo volta a fluir desde o início.
Desta forma, em determinado prazo de quinze dias houver a suspensão do prazo no quinto dia do término do prazo, a parte ainda disporá de dez dias para realizar o ato processual.
Diferentemente, se ocorrer a interrupção do prazo no quinto dia de um prazo de quinze dias, a parte ainda disporá dos quinze dias para realizar o ato. É necessária a previsão legal para que haja a suspensão do processo, sendo que o Código prevê diversas situações para tanto. 
Tais hipóteses se aplicam a todos os processos seja de conhecimento, de execução, no procedimento comum e especial. Trata-se de rol exemplificativo, logo é possível haver suspensão fora dar hipóteses específicas.
Já no CPC /2015 em face do princípio da cooperação e da vedação de decisões surpresa (artigos 6 e 10) é possível vislumbrar que o julgado, apenas após a oitiva das partes, mesmo sem a provocação destas, possa determinar a suspensão do processo por prejudicialidade externa.
Há limite temporal para haver a suspensão processual que não perdura até o trânsito em julgado do feito onde se discutiu a questão prejudicial ou até o retorno da prova. Do contrário, configurar-se-ia uma violação ao acesso à justiça.
Contudo, é de ressaltar que acesso à justiça não se confunde, diga-se, não se deve confundir com acesso ao Judiciário. ... Não se trata, pois, de conceder o acesso à Justiça enquanto instituição estatal, mas, em verdade, viabilizar o acesso à ordem jurídica justa. 
O princípio do acesso à justiça é um direito constitucional expresso, denominado também como princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional ou princípio do direito de ação, e encontra previsão no art. 5º, XXXV da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que assim dispõe: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
Como bem preleciona Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart: O direito de acesso à justiça exige que o Estado preste a adequada tutela jurisdicional que, para esses autores, significa, também, a tutela estatal tempestiva e efetiva. Há tutela adequada quando, para determinado caso concreto, há procedimento que pode ser dito adequado, porque hábil para atender determinada situação concreta, que é peculiar ou não a uma situação de direito material.
A ideia de acesso justiça[footnoteRef:20] não se vincula propriamente ao Poder Judiciário nem a uma única tutela jurisdicional. O nosso ordenamento jurídico apresenta em si próprio uma série de recursos alheios ao Poder Judiciário, denominados de métodos alternativos de resolução de conflitos, devendo implementá-los em sua totalidade e, com isso, complementar o conteúdo do princípio do acesso à justiça. [20: O acesso à Justiça pode e deve ser entendido como princípio, pois é um mandamento nuclear e fundamental que informa todo o ordenamento jurídico. Aliás, o novo Código de Processo Civil de 2015, utiliza, por duas vezes, a locução “Acesso à Justiça” nesse sentido, ao tratar da cooperação jurídica internacional e da petição inicial, estando elas previstas no art. 26, 40 II, e art. 319, 41 §3º. Também a norma constante do Título Dos Direitos e Garantias Fundamentais, no Capítulo Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, art. 5°, 42 XXXV, ao garantir aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, albergou o princípio do “Acesso à Justiça”, muito embora, haja quem possa interpretá-la, simplesmente, como “Acesso ao Poder Judiciário”.
O sentido e alcance de acesso à justiça e, consequentemente, do princípio do acesso à justiça tem que ser mais amplo do que o simples acesso ao Poder Judiciário, ou seja, o direito e a garantia do acesso à justiça não se esgotam ao mero acesso aos lindes Poder Judiciário e, também, com a simples entrega da prestação jurisdicional ao jurisdicional, sem a preocupação da realização da ordem jurídica justa. É necessário, ainda, neste último caso, contar, quando possível, com a participação popular, no que é chamado, atualmente, de “quadro da democracia participativa”, ante o alargamento da legitimidade ad causam, como ocorre nos casos das ações coletivas.] 
Em suma, o acesso a uma ordem jurídica justa[footnoteRef:21] traz implícita ideia da necessária eficiência na prestação do direito, o que deve ocorrer em obediência ao princípio do devido processo legal, que vai muito além de garantir ao cidadão o acesso ao Poder Judiciário. [21: O acesso à Justiça pela via do Poder Judiciário é incondicional, não estando sujeito a quaisquer condições, embora como também já afirmado, no plano do processo, o direito de invocar a jurisdição estatal é condicional. Mas essas condições

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