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Tutoria 03-PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO

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1 Gabrielle Nunes 
UCXI: SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE E PLANEJAMENTO FAMILIAR 
PRÉ-NATAL 
A assistência pré-natal engloba aplicação individualizada de condutas clínico-obstétricas protocolares ao longo de 
todo o período gestacional. Estratégia interdisciplinar de atendimento profissional otimiza o alcance e a manutenção 
da integridade das condições de saúde materna. 
OBJETIVOS DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL 
• Orientar os hábitos de vida (higiene pré-natal) 
• Assistir a gestante psicologicamente 
• Preparar a gestante para a maternidade, instruindo-a sobre o parto (parto humanizado), dando-lhe noções 
de puericultura 
• Evitar o uso de medicação e de medidas que se tornem prejudiciais para o feto (p. ex., teratogênese) 
• Tratar os pequenos distúrbios da gravidez 
• Realizar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças próprias da gravidez ou nela intercorrente 
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL 
O pré-natal é uma oportunidade para: Identificar e tratar doenças pré-existentes; encaminhar ao pré-natal de alto risco. 
• Morte materna e perinatal: > 800 mortes maternas/dia; > 15000 mortes perinatais/dia; > 7000 mortes 
neonatais/dia; grande parte dessas mortes poderiam ser evitadas se fosse realizado um pré-natal adequado. 
• Mulheres com ALTO RISCO REPRODUTIVO (10%) > 20% dessas mulheres podem evoluir para uma morte materna 
+ 50% evoluem para 50% da mortalidade perinatal; 
Número mínimo de consultas durante a gravidez: 6, com a seguinte distribuição (1º-1, 2º-2, 3º-3); o intervalo entre as 
consultas é mensal até 28 semanas, quinzenal entre 28-36 semanas, semanal entre 36 e 41 semanas. 
• No retorno deve ser avaliado o aspecto nutricional da gestante, através do ganho ponderal e das 
características da dieta (informações da paciente). 
• A pressão arterial deve ser aferida e anotada, assim como a coloração das mucosas e o estado da hidratação 
AVALIAÇÃO DE RISCO 
RISCO GESTACIONAL: Aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto e/ou recém-nascido, têm maiores chances 
de serem atingidas que as da média da população considerada de risco habitual. 
A avaliação de risco deve ser realizada em todas as consultas, já que uma gestante inicialmente de risco habitual pode 
virar uma gestante de alto risco. 
TRIAGEM FEITA PELA: Anamnese (idade, paridade, intervalo interpartal, história ginecológica detalhada), exame físico e 
exames complementares. 
Uma gestação de risco não necessariamente necessita o encaminhamento para um serviço especializado de gestação 
de alto risco. A estratificação de risco é feita através da classificação tradicional: 
• Gestação de baixo risco: Acompanhamento pela UBS 
• Gestação de alto risco: Acompanhamento PNAR + UBS 
CUIDADO DA PACIENTE DE ALTO RISCO REPRODUTIVO OBSTÉTRICO: Envolve uma equipe multidisciplinar em múltiplos momentos do 
ciclo gravídico (contracepção, pré-concepcional, cuidado PNAR, parto e puerpério) 
RISCO HABITUAL Ausência de critérios que determinem a caracterização nos outros estratos de risco gestacional. 
Características e condições sociodemográficas favoráveis: Idade entre 16 e 34 anos; ausência de 
condições de vulnerabilidade; gravidez planejada ou desejada; 
História reprodutiva anterior: intervalo interpartal > 2 anos; 
Ausência de intercorrências clínicas e/ou obstétricas na gravidez anterior ou na atual; 
ACOMPANHAMENTO NA UBS + PARTO NA MATERNIDADE DE RISCO HABITUAL 
 
2 Gabrielle Nunes 
FATORES DE RISCO QUE 
PERMITEM PRÉ-NATAL NA 
UBS 
Infecção urinária; ganho de peso inadequado; Sífilis diagnosticada durante a gestação e 
devidamente tratada; suspeita/ confirmação de dengue, zika ou Chikungunya; 
Idade menor que 15 e maior que 35 anos; mulher em condição de violência; baixa escolaridade; 
tabagismo sem comprometimento do crescimento fetal; uso de drogas ilícitas sem 
comprometimento do crescimento fetal; 
Nuliparidade ou multiparidade (>5); alterações no crescimento intrauterino; síndromes 
hemorrágicas ou hipertensivas sem critérios de gravidade; cesáreas prévias (2 ou mais) ou cirurgia 
anterior recente; intervalo interpartal < 2 anos ou > 5 anos; 
ALTO RISCO: PNAR + UBS Dependência ou uso abusivo de drogas ilícitas ou lícitas; agravantes alimentares e nutricionais: 
obesidade grau 2, desnutrição, hipovitaminose; 
Intercorrências na história materna anterior: morte perinatal explicada ou inexplicada, 
abortamento habitual; história de insuficiência cervical; isoimunização Rh em gestação anterior; 
acretismo placentário; prematuridade; 
Doença psiquiátrica grave; HAS crônica; doenças genéticas maternas; antecedente de 
tromboembolismo; cardiopatias; nefropatias graves; pneumopatas; doenças autoimunes (ex. 
Lúpus); 
Pacientes com intercorrências clínicas obstétricas; 
SITUAÇÕES DE RISCO 
IMEDIATO 
ENCAMINHAMENTO IMEDIATO À MATERNIDADE DE REFERÊNCIA 
Crise hipertensiva > Eclampsia; sinais e sintomas de abortamento em curso ou inevitável; síndromes 
hemorrágicas de placenta, placenta prévia com sangramento ativo; gestantes com sífilis e alergia 
a penicilina; anidrâmico; ruptura prematura de membrana; 
 
OBS: ACRETISMO PLACENTÁRIO EM MULHERES COM MÚLTIPLAS CESARIANAS: Placentação anormal, na qual o vilo placentário adere-
se profundamente, atingindo o miométrio ou mesmo órgãos adjacentes 
O QUE DEVE SER AVALIADO NO PRÉ-NATAL? 
 Cálculo de IG (DUM e USG); 
 Ganho de peso (IMC variando de acordo com a IG); 
Altura de fundo uterino: triagem de oligodramnia e polidrâminia; entre as semanas 20-32 a altura de fundo uterino 
deve ser equivalente a IG, sendo utilizado um desvio padrão de 3 p/ a solicitação de novos exames. 
 Pressão arterial, batimentos cardiofetais, pesquisa de edema, checar exames 
A partir da 2º metade da gestação já é possível identificar a posição, insinuação, situação e apresentação fetal de 
acordo com as manobras de Leopold. 
Preventivo ginecológico: evitar Leep, conização, manipulação do colo uterino; 
Exames complementares: Hemograma, grupo sanguíneo e RH (se negativo, solicitar coombs indireto), glicemia/TOTG, 
urocultura e urina tipo 1, HIV, VDRL, toxoplasmose e AgHbs. 
▪ Em casos específicos, pois não é obrigatório de acordo com o Ministério da Saúde: TSH/T4L, USG; CMV e 
rubéola, cultura SGB 
EQUPE MULTIDISCIPLINAR PARA CASOS DE ALTO RISCO 
UNIDADE DE ATENDIMENTO SECUNDÁRIO: Equipe permanente composta no mínimo por obstetra, anestesiologista, 
neonatologista, clínico geral, enfermeiro, nutricionista e assistente social. 
UNIDADE DE ATENDIMENTO TERCIÁRIO: Dispor de equipe técnica para atendimento resolutivo em clínica e cirurgia 
obstétrica, neonatologia, UTI adulto e neonatal, além de equipe multidisciplinar constituída de neurologista, 
cardiologista, endocrinologista, nefrologista, cirurgião geral, clínico geral, ultrassonografista, enfermeiro, assistente 
social, farmacêutico, psicólogo, nutricionista e neurocirurgião. 
 
 
 
 
 
 
3 Gabrielle Nunes 
PRIMEIRA CONSULTA 
Na primeira consulta pré-natal, é necessário considerar: 
• Data da última menstruação (DUM): cálculo da idade gestacional e data provável do parto; 
• USG de primeiro semestre: realizar entre 11º-12º semanas, sendo ideal na 12º semana; 
• NIPT (Teste pré-natal não invasivo): realizado a partir de 9 semanas de gestação, rastreia aneuploidias, determina o 
sexo e o Rh fetal 
 Teste de sexagem fetal: realizado a partir de 9 semanas, é o teste-padrão no sangue materno por meio da 
técnica de biologia molecular (PCR). O exame baseia-se na identificação de partes do cromossomo Y do 
feto. 
• Peso e pressão arterial (PA) 
• Ausculta fetal com o sonar Doppler é positiva entre 10 e 12 semanas; com o estetoscópio de Pinard, somente com 
20 semanas. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
URINA (EAS + urocultura) GRUPO SANGUÍNEO E FATOR RH + COOMBS 
INDIRETO (se for Rh negativo) 
GLICEMIA EM JEJUM: pesquisa de DM 
 
HEMOGRAMA COMPLETO 
• Eletroforese de hemoglobina (se a 
gestante for negra, tiver antecedentes 
familiares de anemia falciformeou apresentar 
história de anemia crônica). 
REAÇÕES SOROLÓGICAS: sífilis (VDRL), 
toxoplasmose(IgM e IgG), HIV, hepatite B 
(HBsAg), Zika; a sorologia para rubéola não é 
mais obrigatória no pré-natal 
 
Exame das mamas visando à promoção do 
aleitamento não está mais indicado na gravidez 
CITOPATOLÓGICO DE COLO DE ÚTERO (se 
necessário) + Exame da secreção vaginal (se 
houver indicação clínica); 
Rastreamento de clamídia e gonococo; PARASITOLÓGICO DE FEZES (se houver 
indicação clínica); 
 
 INFECÇÕES CONGÊNITAS ZTORCHS (zika, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e sífilis) 
 Sífilis e toxoplasmose no 1º e 3º trimestres de gestação. 
 Triagem para CMV: controversa 
 Rubéola e herpes apenas se o quadro clínico for sugestivo e não apresenta tratamento. 
 
 
CONSULTAS SUBSEQUENTES: As consultas subsequentes serão mensais até 32 semanas; quinzenais, de 32 a 36 semanas; e 
semanais, de 36 semanas até o parto. A cada consulta, serão avaliados: peso, PA, batimentos cardiofetais (BCF) e fundo 
do útero. 
 
CONSULTAS ESPECIAIS 
20 a 24 semanas: ultrassonografia abdominal morfológica, para avaliar as estruturas fetais, localizar a placenta e o 
cordão umbilical; avaliar o Doppler das artérias uterinas e medir a circunferência abdominal (CA) para rastrear o 
crescimento intrauterino restrito (CIR) placentário precoce. Aconselha-se, nessa oportunidade, medir o colo uterino 
por ultrassonografia transvaginal, visando à predição do parto pré-termo 
24 a 28 semanas: teste oral de tolerância à glicose de 75 g (TOTG-75), para o diagnóstico de diabetes melito 
gestacional (DMG), 
26 a 32 semanas: a grávida deve ser conscientizada do significado do movimento fetal 
28 semanas: deve-se repetir a dosagem da hemoglobina e administrar a primeira dose da imunoglobulina anti-D para 
mulheres Rh-negativo não sensibilizadas com fetos Rh-positivo pelo NIPT; deve-se repetir o VDRL 
32 a 36 semanas: deve-se medir a CA (rastrear o CIR placentário tardio) 
35 a 37 semanas: cultura vaginorretal para estreptococo do grupo B 
36 semanas: deve-se determinar a posição fetal; para fetos em apresentação pélvica (confirmada pela 
ultrassonografia), é preciso oferecer a versão externa 
41 semanas: deve-se propor o descolamento das membranas e a indução do parto. 
 
4 Gabrielle Nunes 
EXAMES DE IMAGEM 
O QUE ANALISAR? Determinação da idade gestacional; morfologia, crescimento, vitalidade e maturidade fetal; placenta, 
cordão umbilical e líquido amniótico; existência de doenças maternas associadas; 
• Avaliação do saco gestacional: implantação na região fúndica; formato circular homogêneo; integridade de 
seu contorno; limites precisos; 
• IDADE GESTACIONAL: No 1º trimestre, estima-se a idade da gravidez pela medida do comprimento cabeça-
nádega (CCN) do embrião, com precisão de ± 5 a 7 dias. Após 14 semanas, a idade da gestação é calculada 
pela medida do diâmetro biparietal (DBP) ou do comprimento do fêmur (CF), com precisão de ± 10 a 14 dias. 
 USG OBSTÉTRICA SIMPLES USG MORFOLÓGICA DE 2º TRIMESTRE 
PERÍODO IDEAL Toda a gestação 20 a 24 semanas 
SINÔNIMOS Revisão da anatomia fetal de segundo 
trimestre ou pesquisa de marcadores 
ultrassonográficos de 2º trimestre. 
NÚMERO DE EXAMES NA 
GRAVIDEZ 
Quantos necessários 
OMS preconiza a realização de três exames 
ultrassonográficos na gestação: 
• Primeiro trimestre: entre 11 e 14 semanas. 
• Segundo trimestre: entre 20 e 24 semanas. 
• Terceiro trimestre: entre 32 e 36 semanas. 
2, primeiro e segundo semestres 
OBJETIVOS Biometria fetal, localização da placenta, 
quantidade de líquido amniótico e 
crescimento fetal. 
Avaliar marcadores para doenças 
genéticas, biometria fetal complementar e 
descrição detalhada da morfologia fetal 
INDICAÇÕES Para todas as gestantes, em diversas fases 
da gestação; 
Fetos de alto risco para malformações 
VACINAÇÃO 
Algumas das recomendações da Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada (SOGC, 2008) são listadas a 
seguir: 
 Antes da vacinação, todas as mulheres em idade fértil devem ser avaliadas sobre a possibilidade de estarem 
grávidas 
 As vacinas com vírus vivos ou vivos atenuados (rubéola, sarampo, caxumba, pólio-oral [Sabin], varicela, febre 
amarela) estão contraindicadas na gravidez, em função do risco teórico ao feto. As vacinas de sarampo, 
caxumba, rubéola e varicela, contraindicadas na gravidez, podem ser administradas no pós-parto 
 Grávidas inadvertidamente vacinadas com vírus vivos ou vivos atenuados não devem ser aconselhadas a 
abortar 
 Mulheres vacinadas com vírus vivos ou vivos atenuados devem ser aconselhadas a evitar a gravidez por pelo 
menos 1 mês 
 Vacinas com vírus inativos (hepatites A e B, gripe [inclusive a H1N1], pólio-Salk, raiva, vacinas bacterianas e 
toxoides [tétano, difteria]) podem ser aplicadas com segurança 
 Lactantes podem ser vacinadas. 
VACINAS OBRIGATÓRIAS NA GRAVIDEZ 
TDAP (tríplice bacteriana acelular – tétano, difteria, coqueluche): deve ser administrada no 3º trimestre da gravidez (27 
a 36 semanas), não obstante a vacinação prévia, e repetida a cada gestação. Uma recomendação recente aponta 
que a vacinação materna mais precoce para pertussis no início do 3º trimestre (28 a 32 semanas) é o método mais 
efetivo de atingir altos níveis de anticorpos antipertussis (coqueluche) com melhor proteção ao neonato. 
Influenza 
Hepatite B p/ mulheres em risco 
 
ORIENTAÇÕES / HIGIENE PRÉ-NATAL 
ASSEIO CORPORAL A gravidez não contraindica o banho diário e outras medidas de higiene pessoal: 
 
5 Gabrielle Nunes 
 O banho recomendado é o de chuveiro, pois o de imersão, quente, prolongado, predispõe 
a desmaios e vertigens 
 Irrigações vaginais estão proibidas 
 A região genitoanal merece especial atenção em virtude do aumento natural de umidade 
VESTUÁRIO As roupas devem ser folgadas, confortáveis e compatíveis com o clima: 
 Deve-se estimular o uso de meia-calça elástica de média compressão para gestantes a fim 
de evitar as varizes e diminuir a dor por estase nos membros inferiores. 
 Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas 
que deixem áreas do corpo expostas, aplique repelente nessas áreas. Fique, 
preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras 
disponíveis 
 
TRABALHO A atividade doméstica ou profissional não exagerada é permitida. No último mês, recomenda-se 
a interrupção das atividades fora de casa: 
 Em geral, a licença-maternidade de 120 dias deve ser concedida por volta de 36 semanas de 
gravidez 
ATIVIDADE SEXUAL Nos casos de gravidez normal, fica a critério do casal; na ameaça de abortamento e de parto 
pré-termo, deve ser evitada. No último trimestre, o crescimento do ventre dificulta a atividade 
sexual. 
FUMO E ÁLCOOL A grávida deve ser encorajada a deixar esses hábitos de lado, de modo a evitar malformações 
congênitas e complicações na gravidez. 
VIAGENS AÉREAS Os voos comerciais costumam ser seguros para a grávida e seu concepto. Em geral, mulheres 
com gestações únicas, não complicadas, podem voar longas distâncias até 36 semanas de 
gravidez; e após 28 semanas, pode ser exigido um atestado do médico que confirme a 
normalidade da gestação e a data provável do parto. 
TINTURA DE CABELO Não há contraindicação para uso de tinturas industrializadas; misturas oficinais não são 
recomendadas e é preferencial o uso de produtos à base de água. É proibido o uso de produtos 
para alisamento, para os tratamentos chamados de permanentes (para cachear os cabelos) e 
de descolorantes. 
ADOÇANTES O uso de adoçantes durante a gestação deve ser reservado a pacientes que precisam controlar 
o seu ganho de peso e para as diabéticas. O mais seguro é a estévia pura. 
SUPLEMENTAÇÃO Complementação com ácido fólico teria utilidade fundamental no período pós-concepcional 
imediato, visando reduzir o número de más-formações do sistema nervoso central fetal. Durante agravidez, a suplementação com sulfato ferroso é fundamental para nossa população. 
CUIDADOS COM A 
PELE 
Os cuidados com cremes hidratantes fazendo massagem nas áreas mais prováveis para 
aparecimento de estrias devam ser relembradas a cada retorno, assim como a utilização de 
cremes fotoprotetores. 
 
EXERCÍCIOS FÍSICOS NA GRAVIDEZ E NO PÓS-PARTO 
RECOMENDAÇÕES DA AGOG (2015) 
 O exercício físico na gravidez tem riscos mínimos, mas benefícios para a maioria das mulheres, embora algumas 
modificações da programação sejam necessárias em virtude das alterações anatômicas e fisiológicas do estado 
gestacional 
 
 Uma avaliação clínica completa deve ser conduzida antes de se recomendar o programa de exercícios para 
assegurar que a paciente não tenha razões para evitá-lo 
 
 Mulheres com gravidez não complicada devem ser engajadas em exercícios aeróbios e de força durante a 
gestação e no pós-parto 
 
 O médico deve avaliar cuidadosamente as mulheres com complicações médicas e obstétricas antes de 
recomendar atividade física na gravidez. Embora frequentemente prescrito, o repouso no leito raramente está 
indicado e, na maioria dos casos, deve ser permitida a deambulação 
 
 O exercício regular durante a gravidez melhora ou mantém o condicionamento físico, ajuda o controle do peso, 
reduz o risco de DMG em mulheres obesas e aumenta o bem-estar psicológico. 
 
6 Gabrielle Nunes 
RECOMENDAÇÕES: (01) Evitar exercícios em ambientes quente e úmido; (02) utilizar roupas confortáveis e sutiãs adequados; 
(03) evitar posturas que interfiram no retorno venoso ao coração e hipotensão, na yoga por exemplo; (04) Hidratar-se 
durante todo o exercício; (05) evitar exercícios de alta intensidade, risco de hipoglicemia; (06) realizar a ingesta calórica 
adequada antes dos exercícios; 
QUANDO INTERROMPER OS EXERCÍCIOS? Sangramento vaginal; contrações dolorosas regulares; vazamento de líquido amniótico; 
dispneia antes do exercício; tontura; cefaleia; dor no peito; fraqueza muscular afetando o equilíbrio; dor ou edema na 
panturrilha; 
BENEFÍCIOS AO FETO e a MÃE: O exercício durante a gravidez promove o condicionamento físico e pode prevenir o ganho de 
peso excessivo (ACOG, 2015), além de reduz o risco de DMG, pré-eclâmpsia e parto cesáreo. 
CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS 
- Doença cardíaca hemodinamicamente significativa 
- Doença pulmonar restritiva 
- Insuficiência cervical ou cerclagem 
- Gestação gemelar de risco para parto pré-termo 
- Sangramento persistente de 2º/3º trimestre 
- Placenta prévia após 26 semanas de gestação 
- Risco de parto pré-termo durante a gravidez atual 
- Ruptura prematura das membranas 
- Pré-eclâmpsia 
- Anemia grave 
- Anemia 
- Arritmia cardíaca materna não avaliada 
- Bronquite crônica 
- DM1 mal controlado 
- Obesidade mórbida extrema 
- Subpeso extremo (IMC < 12) 
- História de estilo de vida sedentária 
- CRIU 
- Hipertensão mal controlada 
- Limitações ortopédicas 
- Transtorno epilético mal controlado 
- Tabagismo exacerbado 
ATIVIDADES SEGURAS ATIVIDADES INSEGURAS 
-Caminhada 
-Natação 
-Bicicleta ergométrica 
-Aeróbio de baixo impacto 
-Yoga, modificada 
-Pilates, modificado 
-Corrida ou jogging 
-Tênis 
-Treinamento de força 
- Esportes de contato (p. ex., hóquei, boxe, futebol, basquete) 
- Esportes com alto risco de queda (p. ex., esqui no gelo ou na água, 
surfe, ginástica, salto a cavalo, ciclismo de montanha) 
- Mergulho submarino 
- Paraquedismo 
-Hot yoga ou hot Pilate 
EXERCÍCIOS NO PÓS-PARTO 
O pós-parto é um período oportuno para o obstetra iniciar, recomendar e reforçar um estilo de vida saudável (ACOG, 
2015). A rotina de exercícios pode ser reativada gradativamente após a gravidez, logo que medicamente segura, 
dependendo do tipo de parto, vaginal ou cesáreo, e da ocorrência ou não de complicações médicas ou cirúrgicas. 
O exercício aeróbio regular na lactante tem mostrado melhorar o condicionamento cardiovascular, sem afetar a 
produção e a composição do leite ou o crescimento do bebê. A lactante deve considerar amamentar o seu infante 
antes do exercício a fim de evitar o desconforto das mamas ingurgitadas. A lactante também deve assegurar a 
hidratação adequada antes de começar a atividade física. 
Início de exercício de fortalecimento do assoalho pélvico no pós-parto imediato pode reduzir o risco de incontinência 
urinária futura. 
SEXUALIDADE NA GESTAÇÃO 
A falta de informação adequada sobre o sexo durante a gravidez e as preocupações sobre possíveis resultados 
obstétricos adversos são os fatores mais relevantes que fazem com que a atividade sexual durante a gravidez seja 
evitada. 
 
7 Gabrielle Nunes 
SEXO x PARCEIROS: Os sentimentos do parceiro da grávida podem variar de inibição a aumento de excitação sexual. Como 
fator de diminuição do interesse sexual do parceiro pela grávida está a consciência do feto, de seus movimentos e de 
seu volume, além do receio de que a relação sexual possa maltratá-lo. 
EXERCÍCIO DA SEXUALIDADE COMO FATOR DE RISCO PARA GRAVIDEZ: O medo de prejudicar o feto ou induzir parto prematuro é outro 
fator que contribui para a diminuição da atividade sexual, 49% das mulheres temiam que as relações sexuais pudessem 
provocar riscos; 
De modo geral, na gestação sem fatores de risco, a atividade sexual e o orgasmo podem ser vivenciados de acordo 
com o interesse do casal, ao longo de toda a gestação. Mulheres com risco de sangramento ou de parto pré-termo 
devem ser aconselhadas a evitarem o coito. Objetivamente, ele estará contraindicado em caso de amniorrexe, 
sangramento vaginal ou dor abdominal ou pélvica. 
 
ANALISAR AS INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DO PARTO NORMAL E CESARIANO 
A escolha do tipo de parto, vaginal (normal) ou cirúrgico (cesárea ou cesariana), é assunto complexo e polêmico. A 
cesariana, outrora considerada um procedimento de exceção, indicada em situações de risco de vida para a gestante 
e/ou feto, é na atualidade um procedimento cirúrgico na maioria das vezes programado, sem a identificação médica 
de nenhum risco definido, cuja escolha é frequentemente atribuída à gestante. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza como ideal uma taxa de cesarianas entre 10% e 15%. O Brasil 
apresenta taxas de cesarianas superiores àquelas preconizadas pela OMS, superando os 35% em geral e ultrapassando 
os 70%, quando se considera apenas o serviço privado. 
PARTO NORMAL 
O sucesso do parto normal depende de 5 fatores (5Ps): Passageiro (feto e placenta); Passagem (pelve e canal de 
parto/musculatura perineal); Potência (contrações uterinas); Posição da parturiente; resposta psicológica; 
O OBJETIVO É REDUZIR O NÚMERO DE CESARIAS AGENDADAS EM MULHERES NULÍPARAS COM GESTAÇÃO TERMO (CLASSIFICAÇÃO ROBSON II), AS QUAIS 
SÃO SIGNIFICATIVAS NAS ESTATÍSTICAS; 
VANTAGENS DO PARTO VAGINAL DESVANTAGENS 
- Possibilita laços maternos 
- Facilita amamentação 
- Não é uma intervenção cirúrgica 
- Possibilita a hora de ouro 
- Melhor recuperação materna; menos dor; 
- Menor controle do corpo 
PARTO CESARIANO 
A conveniência que a cesariana traz para a organização do dia a dia do médico, o estilo de vida da mulher mais 
inserida no mercado de trabalho, a disseminação de mitos de que parto vaginal “prejudica a anatomia genital 
feminina”, argumentos pseudocientíficos, tais como de que a mulher brasileira é miscigenada e que a bacia anatômica 
não é apropriada para o parto vaginal, influenciaram a derivação da cultura a favor da cesariana. 
INDICAÇÕES RELATIVAS DE CESÁREA 
FATORES MATERNOS 
1. Intervalo interpartal menor que 18 meses entre o parto atual e uma cesariana prévia; 
2. Cirurgias vaginais prévias, como a correção anterior de fístulas; 
3. Doenças maternas: Síndrome de HELP, Pré-Eclâmpsia; 
 DMG e DM2: avaliar as condições maternas e se houve controle glicêmico durante a gestação e se 
necessário realizar o mecanismo de indução de parto; 
 Trombofilias: consideraro tratamento durante a gestação e o fato de que em cirurgias cesarianas será 
necessário um maior tempo de imobilização; 
4. Cirurgias prévias no útero: quando é necessária intervenção cirúrgica para a retirada de miomas e cirurgias fetais, 
por exemplo; 
 
8 Gabrielle Nunes 
5. Mães portadores de HIV com carga viral menor que 1000 
6. Herpes sem lesões ativas 
7. Oligoâmnion 
NO MOMENTO DO PARTO 
8. Falha de progressão: mulheres com mais de 6 horas de contrações efetivas com uso de ocitocina, analgésicos e 
demais indutores, mas que não progridem com a dilatação; 
 NÃO indicar cesariana antes de iniciar a ANALGESIA de parto 
FATORES FETAIS 
9. Sofrimento fetal detectado 
10. Malformações: mielomeningocele (evitar mais lesões nas raízes nervosas); onfalocele significativa; teratoma 
sacrococcígeno; 
11. Gestações gemelares: A indicação direta de cessaria só acontece quando o primeiro bebê não está em posição 
cefálica, no entanto, é necessária a presença de uma equipe especializada para a realização desse parto vaginal; 
as gestações gemelares não influenciam muito nas estatísticas de parto cesariano x vaginal; 
INDICAÇÕES ABSOLUTAS PARA CESARIANA 
De acordo com o Dr. James Cadidé, da Comissão de Parto da Febrasgo, só existem duas indicações absolutas: a 
desproporção céfalo-pélvica e a apresentação prévia da placenta. 
INDICAÇÕES MATERNAS 
INSERÇÃO PLACENTÁRIA ANORMAL: quando a placenta está sobre o colo uterino, obstruindo a passagem do bebê e 
aumentando o risco de hemorragias; 
VASA PRÉVIA: Na vasa prévia, as membranas que contêm os vasos sanguíneos conectando o feto à placenta 
atravessam a entrada do canal vaginal (a abertura do colo do útero) ou estão próximos a ela. Quando as membranas 
se rompem (perto do início do trabalho de parto), esses vasos sanguíneos podem romper-se. 
INFECÇÕES COM ALTO RISCO DE TRANSMISSÃO PARA O BEBÊ: quando a mãe é diagnosticada, por exemplo, com 
herpes genital ativo fim da gravidez ou HIV com alta carga viral; 
RISCO IMINENTE DE ROTURA INTERINA: condição em que as paredes do útero se rompem durante o parto, de forma 
total ou parcial; 
MASSA OBSTRUINDO A VAGINA: condição que impede a descida do bebê. 
INDICAÇÕES FETAIS 
PROLAPSO DO CORDÃO UMBILICAL: quando o cordão umbilical está antes da cabeça do bebê na vagina; 
Bebês em situação anômala (transverso) 
Vitalidade do bebê comprometida; 
Diminuição do batimento cardíaco do bebê durante o trabalho de parto (antes do momento expulsivo); 
Malformações que impedem a passagem do bebê pela vagina. 
CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON 
CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON: Usando 5 conceitos básicos, classifica TODAS gestantes (ao internar) em 10 grupos. Conceitos 
usados: antecedente obstétrico; número de fetos; apresentação fetal; início do trabalho de parto; idade gestacional 
Até 2015, não existia um sistema padronizado e aceito internacionalmente para monitorar as taxas de cesariana (CS) 
em todo o mundo. Abril 2015: OMS recomenda o uso da Classificação de Robson para monitorar taxas de CS; 
 
9 Gabrielle Nunes 
 
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/29751/2/CLASSIFICA%C3%87%C3%83O%20DE%20ROBSON.pdf 
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/29751/2/CLASSIFICA%C3%87%C3%83O%20DE%20ROBSON.pdf
 
10 Gabrielle Nunes 
 
PARTO MULTÍPARAS X PRIMÍPARAS 
• Capacidade de distensão abdominal 
• Risco de atonia uterina nas multíparas 
PROBLEMA 01: GRÁVIDA?? NEM ACREDITO!! 
Ana Clara estava feliz. Finalmente, realizaria seu grande sonho: ser mãe!!! Aos 34 anos, estava grávida do seu primeiro 
filho. Descobriu hoje, 29 de março, ao realizar um teste de farmácia. Victor, seu marido, também estava radiante, pois 
foram quase 7 anos de tentativas e quando pensaram em fazer inseminação, veio a gravidez espontaneamente!! Logo 
no outro dia, marcaram consulta no obstetra, Dr. Clovis. Este fez várias perguntas a Ana Clara como, data da última 
menstruação, náuseas, sangramento, mudanças no corpo, doenças pregressas... Ana Clara respondeu a todas as 
perguntas calmamente: última menstruação no dia 12 de fevereiro; com enjoos leves e, graças a Deus, sem sangramento 
e sem doenças. Descreveu algumas mudanças em seu corpo, como seios inchados e doloridos. Dr. Clovis anotava tudo 
em seu prontuário. 
Após a anamnese, Dr. Cicero realizou exame físico completo/ginecológico e ao final da consulta explicou a Ana Clara 
e Victor todos os cuidados que deveriam ter durante a gravidez, as alterações no corpo, solicitou exames pré́-natais e a 
orientou quanto a ̀ necessidade de um acompanhamento rigoroso durante a gravidez. Além disso, informou também a 
data provável do parto para o casal e quantas semanas de gravidez ela se encontrava. Ana Clara deseja que seu filho 
nasça no mesmo dia do aniversário do marido e pediu que o parto fosse cesariana.

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