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Prévia do material em texto

Direitos Sociais e 
Competências em 
Serviço Social
Material Teórico
O Trabalho do Assistente Social na Contemporaneidade
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.a Mariana Aparecida da Silva
Revisão Técnica:
Prof. Me. Denis Barreto da Silva
Revisão Textual:
Prof.a Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
• O Mercado de Trabalho e o Contexto de Precarização
• Os Espaços de Trabalho e a Atuação Profissional
• Reflexões sobre a Práxis
 · Conhecer os desafios contemporâneos colocados para a profissão 
frente aos mecanismos de desregulamentação das políticas sociais e 
do mercado de trabalho. 
 · Perceber a imediaticidade na prática e possíveis reflexões
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Trabalho do Assistente Social
na Contemporaneidade
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”. 
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas, dentre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE O Trabalho do Assistente Social na Contemporaneidade
Contextualização
Para iniciarmos nossa abordagem sobre o contexto contemporâneo do mundo 
do trabalho, não só para os assistentes sociais, mas para outras áreas também, a 
reportagem abaixo traz uma informação importante para iniciarmos nossa reflexão.
Fonte: iStock/Getty Images
Diploma de nível superior não é mais garantia de emprego;
Desocupação entre profissionais com curso superior cresce 21,2% no 1º trimestre em relação 
a igual período de 2014.
Acesse o link: https://goo.gl/ESSUxB
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A reportagem traz uma face da precarização das condições de trabalho e da 
procura de emprego pelos profissionais, que mesmo possuindo graduação não 
conseguem espaço no mercado de trabalho.
8
9
O Mercado de Trabalho e o Contexto 
de Precarização
Considerando o contexto do mercado de trabalho, inúmeras profissões estão 
sofrendo com a precarização da prática profissional e com o aumento das taxas 
de desemprego, o que não é um privilégio apenas dos assistentes sociais, pois 
estão todos expostos aos movimentos e mudanças do mundo do trabalho. Como 
descreve Iamamoto:
O problema da insegurança do trabalho ou da redução de postos de 
trabalho não é peculiar ao Assistente Social: o seu enfrentamento exige, 
ao contrário, ações comuns que fortaleçam a capacidade de articulação 
e organização mais ampla de coletivos de trabalhadores, contrarrestando 
a desarticulação política e sindical, amplamente estimulada pelas políticas 
de cunho neoliberal. (IAMAMOTO, 2015, p. 118-119)
Diante da desregulamentação do trabalho, como legado da expansão neoliberal, 
além da fragilização de direitos sociais, as diversas áreas profissionais estão se 
reinventando em diferentes aspectos para sobreviverem no mercado de trabalho.
Observamos que esse situação de desemprego e a formação de um grande exérci-
to de reserva formam um contexto de crise, pois vivemos um momento de retração 
do Estado como garantidor de direitos sociais transferindo suas responsabilidades 
para outras instituições que devem oferecer os serviços sociais para a população.
Assim, temos o cenário atual: as multifaces da questão social se expandindo, 
em conjuntura nacional e mundial, em alguns aspectos. Observamos o aumento da 
miséria, da pobreza de investimentos na educação, na saúde e em outros campos 
que poderiam fomentar a transformação desse contexto.
Observamos um dilema, pois ao mesmo tempo em que o trabalho figura como 
condição de sobrevivência dos trabalhadores assalariados, nem todos são absorvidos 
por ele. Mas vivenciamos uma mudança que de alguma forma era prevista, 
principalmente pelo desenvolvimento tecnológico e consequente modernização 
dos meios de trabalho, que já não oferece espaço para todos os profissionais, 
exigindo uma especialização da mão de obra antes ignorada ou não necessária. 
O trabalhador se vê diante de um impasse, pois a força de trabalho é o que pode 
vender em troca de sua subsistência.
Ao mesmo tempo em que se restringem as oportunidades de trabalho, 
o acesso ao trabalho continua sendo uma condição preliminar de 
sobrevivência da maioria da população, alijada de outras formas de 
propriedade que não seja sua capacidade de trabalho. (IAMAMOTO, 
2015, p. 87)
9
UNIDADE O Trabalho do Assistente Social na Contemporaneidade
Iamamoto ressalta que o trabalho vivo foi potencializado pelo desenvolvimento 
tecnológico e científico, houve um avanço das forças produtivas, mas ao mesmo 
tempo é esse mesmo avanço que torna algumas práticas profissionais descartáveis 
e temporárias, pois mudou também o período em que se mantém o emprego, 
percebido que a rotatividade nos espaços de trabalho torna-se característica 
deste momento.
Fonte: iStock/Getty Images
Presenciamos a informalização do trabalho e a massificação dos gêneros de 
trabalho, ou seja, através da preocupação dos trabalhadores em se tornarem 
polivalentes, que surge como exigência do mercado de trabalho atual, as divisões em 
áreas profissionais surgem como um aspecto que não é mais primordial, observamos 
um movimento contraditório em que a formação acadêmica é um diferencial para 
o profissional e, ao mesmo tempo, dispensável diante da flexibilização da práxis.
Antunes descreve que o mundo do trabalho sofre mutações que estão relacionadas 
à reestruturação produtiva do capital, que foi se modificando junto aos diferentes 
processos de organização financeira, principalmente, aos quais os trabalhadores 
sucumbem. Portanto, essas mutações estão intrinsecamente conectadas ao:
[...] processo de reestruturação produtiva do capital, no qual as grandes 
empresas, por meio da flexibilização dos regimes de trabalho, da 
subcontratação e da terceirização, procuram aumentar sua competitividade 
fraturando e fragmentando inda mais a classe-que-vive-do-trabalho. 
(ANTUNES, 2011, p. 133)
Outro aspecto abordado por Antunes é o surgimento de profissionais conectados 
ao desenvolvimento tecnológico e que vivem a informatização do trabalho, o 
que pode trazer ganhos e ao mesmo tempo perdas para o trabalho em si, pois 
se desenvolve a informalização do trabalho, em campos de atuação em que a 
flexibilização e a subcontratação avançam rapidamente, o que o autor também 
define como cyberproletariado.
Estamos presenciando a época da informalização do trabalho, caracteri-
zada pela ampliação dos terceirizados, pela expansão dos assalariados dos 
call centers, dos subcontratados, dos flexibilizados, dos trabalhadores em 
tempo parcial e dos teletrabalhadores, pelo cyberproletariado. (ANTUNES, 
2011, p. 133)10
11
Porém, nesse sentido, é importante aprofundarmos nosso debate sobre a 
otimização tecnológica que ocorre nos espaços sócio-ocupacionais do assistente 
social. A informática apontou na década passada como o grande diferencial para os 
tempos vindouros surgiu como um divisor de águas entre os processos de trabalho 
já existentes e em como se desenvolveriam a partir dela.
Fonte: iStock/Getty Images
Pensar em um profissional cibernético, já não é mais algo atípico, pois como 
já citamos, é uma exigência de alguns espaços de trabalho. Já não é mais possível 
sobreviver profissionalmente sem conhecer minimamente os recursos que um 
computador oferece. Saber lidar com a tecnologia torna-se um diferencial para 
os profissionais. 
É importante ressaltar que o profissional não precisa se tornar um programador, 
ou um desenvolvedor tecnológico, mas precisa se manter atualizado sobre os 
avanços da modernidade.
Leia as reportagens abaixo:
https://goo.gl/U2mXyG
A reportagem acima traz exatamente o contexto que estamos tentando compreender de forma 
mais aprofundada que é a crise do trabalho e o avanço de novas formas de atuação profi ssional.
Observe que a divulgação da reportagem foi em 2009 Há cinco anos se debatia como o uso da 
informática causaria grandes transformações no cotidiano das pessoas e em diversos contextos,
Considerando o que você leu, na sua opinião, quais os aspectos positivos e negativos trazidos 
pelo avanço tecnológico? Causou impacto em sua vida? E para o Serviço Social, o que acha 
que signifi ca?
Guarde suas refl exões para nossos próximos debates...
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UNIDADE O Trabalho do Assistente Social na Contemporaneidade
Os Espaços de Trabalho e 
a Atuação Profissional
O assistente social aparece como profissional que possui certa independência em 
sua atuação profissional, seja na esfera pública ou privada, essa é uma característica 
dessa categoria.
Porém, essa independência e autonomia são cerceadas pelos limites institucionais 
dos locais de trabalho, além de ser um trabalhador assalariado também e incluso 
no mundo do trabalho como qualquer profissional que busca por oportunidades de 
emprego, claro, dentro de suas competências e atribuições.
Fonte: iStock/Getty Images
Ou seja, mesmo perante a possibilidade de uma prática profissional dotada de 
certa liberdade, a condição de trabalhador oferece os mesmos mecanismos de 
garantia de direitos e formas de trabalho que oferece a outros trabalhadores.
Verifica-se uma tensão entre projeto profissional, que afirma o assistente 
social com um ser prático-social dotado de liberdade e teleologia, capaz 
de realizar projeções e buscar implementá-las na vida social; e a condição 
de trabalhador assalariado, cujas ações são submetidas ao poder dos 
empregadores[...] (IAMAMOTO, 2009: 8)
Percebemos que os assistentes sociais podem trabalhar em diferentes contextos 
profissionais. Nesse sentido, vamos destacar alguns espaços em que a atuação 
desse profissional se faz presente. 
1. Esfera pública/ Estatal
2. Esfera Privada/ Empresarial
3. Terceiro Setor
12
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Inicialmente, vamos pensar na atuação na esfera pública, no assistente social 
como servidor público, ou como atuante nesse campo através do trabalho com 
Organizações Não Governamentais (ONGs) que mantêm vínculos em âmbito 
municipal ou estadual para prestação de serviços públicos.
Iamamoto (2009) descreve que o setor público é o que mais emprega assistentes 
sociais, mas que essa esfera vem sofrendo uma crise também, pois houve uma 
redução dos concursos públicos, além da falta de incentivos à formação continuada 
dos profissionais e da precarização das condições de trabalho inerentes ao 
sistema econômico excludente, no qual estamos inseridos e vivenciamos seus 
rebatimentos diariamente.
Os assistentes sociais funcionários públicos vêm sofrendo os efeitos 
deletérios da Reforma do Estado no campo do emprego e da precarização 
das relações de trabalho, tais como a redução dos concursos públicos, 
demissão dos funcionários não estáveis, contenção salarial, corrida à 
aposentadoria, falta de incentivo à carreira, terceirização acompanhada 
de contratação precária, temporária, com perda de direitos etc. 
(IAMAMOTO, 2015 p. 123-124)
A esfera pública ainda figura como espaço privilegiado para os assistentes 
sociais, o que é uma característica que marca historicamente a profissão. A Saúde 
e a Assistência Social são os maiores empregadores dos profissionais de Serviço 
Social: o assistente social é o profissional formado para lidar com as expressões 
da questão social que se manifestam socialmente. Nesse sentido, o trabalho com 
o Sistema Único de Saúde (SUS) e com o Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS) são a matéria-prima de atuação desse profissional.
Sistema Único de Saúde (SUS) 
Disponível em: https://goo.gl/bJfSnt
Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
Disponível em: https://goo.gl/xkWUwV
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Os assistentes sociais trabalham com o esclarecimento da população com relação 
aos seus direitos e deveres e em como acessá-los e executá-los. São ações que 
possuem um caráter de orientação e prevenção. Além disso, no campo público, 
os profissionais precisam desenvolver novas formas de atuação, principalmente no 
que diz respeito ao controle social. 
É uma característica que leva em conta principalmente o monitoramento e 
fiscalização de serviços públicos que são prestados por ONGs, uma vez que as 
responsabilidades estatais são passadas para essas instituições. Além da execução 
de políticas públicas, os assistentes sociais também podem atuar na elaboração, 
avaliação e monitoramento das mesmas.
Os assistentes sociais estão sendo chamados a atuar na esfera da formula-
ção e avaliação de políticas e do planejamento, gestão e monitoramento, 
13
UNIDADE O Trabalho do Assistente Social na Contemporaneidade
inscritos em equipes multiprofissionais. Ampliam seu espaço ocupacional 
para atividades relacionadas ao controle social à implantação e orientação 
de conselhos de políticas públicas, à capacitação de conselheiros, à ela-
boração de planos e projetos sociais, ao acompanhamento e avaliação de 
políticas, programas e projetos. (IAMAMOTO, 2009: 31)
Como indicação para aprofundamento do assunto, no link abaixo você encontra o documento 
“Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social”. É um texto 
importante para estudo da prática profissional.
https://goo.gl/oWgHG1
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Seguindo o debate sobre os diferentes espaços de trabalho dos assistentes 
sociais, vamos analisar então a esfera privada/empresarial como empregadora da 
força de trabalho dos profissionais.
Considerando o contexto de desregulamentação das leis trabalhistas, flexibili-
zação do trabalho e consequente precarização da prática profissional, segundo 
Amaral e Cesar (2009), é a partir das décadas de 1970 e 1980 que os assistentes 
sociais começam a ocupar, de forma significativa cargos em empresas. 
É nesse período, também, que as empresas iniciam um novo olhar sobre a 
produção indo para a sustentabilidade através de práticas sociais embutidas 
nas características da empresa, com o simples intuito de formar uma imagem de 
responsabilidade social, aumentando sua credibilidade e produção. Nessa direção, 
o assistente social é chamado para atuar.
De modo análogo, as corporações empresariais passam a difundir a 
retórica da “responsabilidade social corporativa”, articulada à ideia de 
um “compromisso ético” como o “desenvolvimento sustentável”, ao 
tempo em que discursam sobre a “ineficiência” do Estado na solução dos 
“problemas sociais” do país e defendem a substituição dos sistemas de 
proteção social pelas ações focalizadas na pobreza. (AMARAL; CESAR, 
2009, p. 2)
Fonte: iStock/Getty Images
14
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As frentes de trabalho que surgiram para os assistentes sociais foram focalizadas 
na saúde e bem-estar do quadro de recursos humanos nas empresas, pois a força 
de trabalho precisa ser mantida para não interferir no processoprodutivo. Os 
interesses do capital prevalecem nesse sentido.
Fonte: iStock/Getty Images
Com relação ao Serviço Social, a década de 1980 representa um marco 
na mudança de postura profissional dos assistentes sociais que a partir do pro-
cesso de ruptura com as bases conservadoras construídas historicamente ama-
dureceram sua criticidade. É esse profissional que começa a ser absorvido pelas 
empresas privadas.
Porém, a esfera privada exige um profissional com algumas características como: 
o entendimento de informática, a experiência com grupos, formação e gestão de 
recursos humanos, além da habilidade de falar em público, liderança, entre outras.
Para o ingresso na esfera empresarial têm sido exigidos requisitos que 
extrapolam o campo de conhecimentos para abranger “habilidades e 
qualidades pessoais” tais como: experiência, criatividade, desembaraço, 
versatilidade, iniciativa e liderança, capacidade de negociação e 
apresentação em público, fluência verbal, habilidade no relacionamento 
e “capacidade de sintonizar-se com as rápidas mudanças no mundo dos 
negócios” (IAMAMOTO, 2015, p. 130)
O que foi identificado nesse contexto foi a intervenção dos assistentes sociais 
para mediar conflitos entre o capital e os trabalhadores e a manutenção da força 
de trabalho, como citado anteriormente. Ou seja, o profissional exercia um papel 
de “apaziguador” que deveria manter o status quo das empresas para que os 
trabalhadores não reivindicassem direitos que já estavam fragilizados.
Para os donos das empresas essa ação dos assistentes sociais permitia que os 
trabalhadores fossem controlados e disciplinados de acordo com as metas a serem 
alcançadas pelo empresariado. E nesse mesmo contexto que o assistente social 
15
UNIDADE O Trabalho do Assistente Social na Contemporaneidade
pode, através das mediações, construir uma intervenção e práticas profissionais de 
acordo com a análise de conjuntura do espaço de trabalho.
Importante!
Leia o trecho abaixo:
O grande capital, ao investir nos serviços sociais, passa a demonstrar uma 
“preocupação humanitária”, coadjuvante da ampliação dos níveis de rentabilidade 
das empresas, moralizando sua imagem social. Trata-se de um reforço à necessidade 
de transformar propósitos de classes e grupos sociais específicos em propósitos de 
toda a sociedade: velha artimanha, historicamente assumida pelo Estado, e que hoje 
tem a mídia como importante aliada nesse empreendimento. (IAMAMOTO, 2009)
A partir da leitura do trecho acima, qual a sua opinião sobre os projetos de sustentabili-
dade das empresas? Você conhece algum projeto assim? Se sim, qual?
Trocando ideias...
Finalmente chegamos à esfera do trabalho no terceiro setor, conhecido por 
assumir as demandas que seriam estatais através da prestação de serviços públicos 
em todos os âmbitos para a população.
A expansão neoliberal e a crise do Estado de Bem-Estar Social reduziram o 
sistema de seguridade social a práticas assistencialistas e imediatistas em detrimento 
da acumulação capitalista, as manifestações da questão social surgem a partir da 
precarização do trabalho, do desemprego estrutural, das problemáticas ambientais, 
das multifaces da violência e dos diversos tipos de discriminação.
É nesse contexto que o assistente social é chamado para atuar em ONGs que suprem 
a falta de respostas que deveriam ser dadas pelo Estado para as demandas sociais.
A tendência de desregulamentação, por parte do Estado, de atividades 
até então sob sua responsabilidade direta acentuam a transferência de 
funções de Estado para a Sociedade Civil, atribuindo-lhe funções de 
caráter público. (IAMAMOTO, 2015: 132)
O trabalho do assistente social no terceiro setor adquire caráter eventual 
em determinados aspectos, pois historicamente se agrega a esse espaço de 
trabalho as ações filantrópicas e de benemerência, que apenas forma um grupo 
de voluntariado.
A prática profissional vivenciada de forma crítica pode influenciar em qualquer 
área de atuação do serviço social, pois o que irá determinar os avanços ou 
retrocessos são as mediações realizadas pelos profissionais.
16
17
Quando analisamos esse processo de transferência de responsabilidades do Estado 
para a sociedade civil, e em como os direitos sociais estão sendo desconsiderados 
em prol da acumulação capitalista, percebemos que a profissão assiste social está 
consequentemente fragilizada também.
Se os direitos mínimos de cidadania estão sendo violados ou fragmentados, o 
assistente social é impulsionado por esse movimento a procurar outros espaços 
sócio-ocupacionais, e o terceiro setor torna-se um grande empregador dessa mão 
de obra.
Por outro lado, observa-se que, com a tendência de redução do Estado, 
tem-se a diminuição do espaço profissional do assistente social mediante 
os processos de diminuição das despesas estatais na órbita da esfera social, 
acarretando a racionalização dos gastos sociais com as políticas sociais, com 
implicações nos postos de trabalho para o assistente social na esfera pública, 
com a diminuição de demandas, sucateamento do aparato organizacional e 
institucional, a precarização das condições de trabalho, principalmente em 
face do perigo da terceirização. (ALENCAR, 2009, p. 12)
Trabalhar com projetos sociais exigem competências profissionais diferenciadas, 
pois o assistente social deve ser capaz também de atuar nos campos de consultoria e 
assessoria, que é uma demanda que ONGs apresentam perante o desconhecimento 
de ferramentas importantes para o conhecimento da Política de Assistência Social, 
como os principais marcos regulatórios que norteiam a profissão. O conhecimento 
da legislação é imprescindível para a intervenção profissional.
No que se referem às atribuições profissionais, os assistentes sociais 
estão sendo demandados nestes novos espaços profissionais para atuar 
na Gestão de programas sociais, o que implica o desenvolvimento de 
competências no campo do planejamento, formulação e avaliação de 
políticas sociais. (ALENCAR, 2009, p. 13)
Outro viés do trabalho com o terceiro setor é a inserção do assistente social em 
empresas com o discurso pautado na sustentabilidade de suas ações, com o intuito 
de transmitir a ideia de responsabilidade social e ambiental.
Outra perspectiva do trabalho com ONGs são as parcerias firmadas entre as 
organizações e o poder público para a execução dos serviços sociais, sejam em 
caráter municipal ou estadual, o que cria as políticas de atendimento focalizadas 
para as demandas específicas da questão social.
São serviços que atendem a população em torno da garantia e efetividade de 
direitos, e que possuem profissionais que acabam executando quase as mesmas 
funções que os profissionais admitidos pelos concursos públicos.
17
UNIDADE O Trabalho do Assistente Social na Contemporaneidade
Reflexões sobre a Práxis
Os assistentes sociais figuram como profissionais diferenciados frente ao trabalho 
com a questão social. 
Os profissionais, não apenas assistentes sociais, estão sendo impulsionados à 
qualificação profissional dinâmica que a contemporaneidade exige para a inserção 
dos trabalhadores no mercado de trabalho.
O Serviço Social forma trabalhadores assalariados que analisam criticamente 
esse contexto em que estão inseridos. Em qualquer espaço sócio-ocupacional, os 
assistentes sociais irão se deparam com as disparidades geradas pela dualidade 
capital X Trabalho.
A mercantilização da força de trabalho, pressuposto do estatuto 
assalariado, subordina esse trabalho de qualidade particular aos ditames 
do trabalho abstrato e o impregna dos dilemas da alienação, impondo 
condicionantes socialmente objetivos à autonomia do assistente social na 
condução do trabalho e à integral implementação do projeto profissional. 
(IAMAMOTO, 2009, p. 8)
Outro aspecto fundamental que merece atenção da categoria profissional é a 
necessidade de reciclagem profissional e suas atualizações para se manterem no 
mercado de trabalho, ou serem inseridos em campos diferenciados detrabalho.
O uso da informática, que surgiu como uma tendência e atualmente determina 
que está apto ou não para lidar com o contexto contemporâneo do mercado de 
trabalho, além de outras competências que são exigidas, como a liderança, a boa 
fluência verbal, a versatilidade do profissional em lidar com as mudanças no mundo 
dos negócios . 
O assistente social possui uma característica diferencial para a atuação em 
qualquer campo de trabalho, que é a atuação direta com as expressões da questão 
social e ser capaz de realizar leituras aprofundadas e com níveis de criticidade que 
fogem ao senso comum.
Portanto, considerando esse potencial crítico e a relativa autonomia 
teórica, ética, política e técnica do assistente social, é possível direcionar o 
exercício profissional para os interesses fundamentais dos trabalhadores, 
em contraposição aos interesses de lucratividade e rentabilidade dos 
empresários no circuito da reestruturação capitalista, trabalhando o 
campo de mediações presentes na ordem burguesa, necessário à 
identificação de estratégias de ação que se articulem ao projeto 
ético‐político da profissão. (AMARAL; CESAR, 2009, p. 18)
18
19
Os desafios postos a intervenção profissional dos assistentes sociais são 
repercussões da modernidade, desenvolver a capacidade de resolução de conflitos e 
principalmente de decifrar o que ocorre cotidianamente através de formas criativas 
que acompanhem as mutações no mercado, compõem competências profissionais 
exigidas pelas esferas de trabalho. 
Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente é 
desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas 
de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir 
de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional 
propositivo e não só executivo. (IAMAMOTO, 2015, p. 20)
Fonte: iStock/Getty Images
Durante esta unidade, estudamos:
Importante!
• O mercado de trabalho na contemporaneidade e suas modifi cações para todos 
os profi ssionais;
• A mudança no perfi l dos profi ssionais e em suas formas de atuação frente às 
exigências do mercado de trabalho;
• Os espaços sócio-ocupacionais em que os assistentes sociais podem ser inseridos; 
• Algumas refl exões sobre a práxis dos profi ssionais.
Em Síntese
19
UNIDADE O Trabalho do Assistente Social na Contemporaneidade
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Serviço Social na Cena Contemporânea
IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na Cena Contemporânea. In: Serviço Social: 
Direitos e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/UNB, 2009.
Disponível em: https://goo.gl/5IvpjI
O trabalho do assistente social nas organizações privadas não lucrativas
ALENCAR, M. M. T. O trabalho do assistente social nas organizações privadas não 
lucrativas. In: Serviço Social: Direitos e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/
UNB, 2009.
Disponível em: https://goo.gl/3CVAsR
O trabalho do assistente social nas empresas capitalistas
CESAR, M. J.; AMARAL, A. S. O trabalho do assistente social nas empresas capitalistas. 
In: Serviço Social: Direitos e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/UNB, 2009.
Disponível em: https://goo.gl/hdjbDG
Política Social e Serviço Social: os desafios da intervenção profissional
MIOTO, R. C. T.; NOGUEIRA, V. M. R. Política Social e Serviço Social: os desafios 
da intervenção profissional. R. Katál, Florianópolis, v. 16, n. esp., p. 61-71, 2013.
Disponível em: https://goo.gl/u6W3No
20
21
Referências
ANTUNES, R. O Continente do Labor. São Paulo: Boitempo, 2011.
IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e 
formação profissional. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2015.
21

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