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Prévia do material em texto

Oficina Temática: 
Famílias
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Mauricio Vlamir Ferreira
Revisão Técnica:
Prof a. Me. Elisângela Pereira de Queiros Mazuelos
Revisão Textual:
Prof a. Me. Luciene Oliveira da Costa Santos
EAT Famílias 
• A Importância da Família na Sociedade;
• Conceitos de Família;
• A Vida Familiar na Sociedade Atual e a sua Relação com o
 Sistema Capitalista;
• Revisão.
 · Explicar de que forma os modelos de família se constituíram e foram 
importantes para o desenvolvimento histórico das sociedades;
 · Identificar como as famílias vão se adaptando aos processos de 
mudanças sociais, culturais e econômicas no mundo;
 · Evidenciar a adaptação das famílias às condições de realidade social 
no mundo e no Brasil;
 · Elucidar a compreensão de como a constituição de 1988 conseguiu 
garantias importantes em relação à proteção e avanços das famílias 
em seus vários aspectos e constituições;
 · Conferir como o capitalismo influencia nas relações das famílias 
dentro e fora de seu núcleo, e como a diferença entre ricos e pobres 
faz com que as famílias dependam cada vez mais do Estado, para o 
atendimento a suas necessidades básicas.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
EAT Famílias
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE EAT Famílias
Contextualização 
A origem da família vem antes da descoberta da escrita, no período Pré-Histórico, 
e foi um tema cientificamente estudado por Engels. A análise da origem da família 
começa nas relações de matriarcado.
O primeiro momento é o Estado Selvagem, 
quando a aquisição de produtos da natureza, 
prontos para serem utilizados, foi aproveitada pelo 
homem que aprendeu a cozinhar e a modificá-los. 
O segundo momento é chamado de Barbárie, 
em que a criação de gado e o cultivo agrícola 
fazem surgir a produção de agricultura, com o 
início do incremento da produção, a partir da 
natureza, pelo trabalho humano.
O terceiro momento compreende o início da civilização a partir da descoberta 
do trabalho de fundição do minério de ferro, além da descoberta da escrita 
alfabética, onde o homem amplia seus conhecimentos e pode ampliar a capacidade 
de elaboração e modificação dos produtos naturais, criando a manufatura e as 
manifestações artísticas.
Com o passar do tempo, até a era pré-moderna, a família era um núcleo fechado 
que sustentava a organicidade e as relações sociais. 
Praticamente todos os tipos de relações religiosas, econômicas, sexuais, políticas 
eram organizados dentro da composição familiar.
Após a Revolução Industrial, já no século XIX, muitas famílias se viram obrigadas 
em sua composição a participarem da atribuição de sustento conjunto, pois os 
integrantes dos núcleos, desde as crianças até os chefes eram praticamente obrigados 
a trabalhar nos turnos das fábricas, garantindo assim a precária sobrevivência 
família, ocorrendo transformações de costumes, valores, hábitos e relações da 
então chamada família nuclear.
Apesar de, nos últimos anos, as políticas sociais terem desenvolvido um grande 
esforço no sentido da inclusão das famílias. A oposição à inclusão de famílias 
nos programas de distribuição de renda gerou fortes protestos pela classe média, 
influenciada pela minoria economicamente dominante das famílias ricas no Brasil.
Quando uma família é abandonada pelo Estado, havendo assim uma condição 
explícita de injustiça social, ela se torna mais vulnerável a perder os pais para o 
desemprego, os filhos para o abandono e para a violência e, assim, a condição de 
enfraquecimento dos vínculos é uma ameaça potencial e real.
Pensar um país sem a importância das famílias é pensar na falência das relações 
sociais e no fim de toda uma civilização.
 
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
8
9
A Importância da Família na Sociedade
A sociedade contemporânea se baseia nas relações sociais necessárias para o 
estudo, o trabalho e o convívio diário.
O símbolo máximo das relações sociais é o convívio familiar, uma vez que 
através da família é que as informações, as experiências subjetivas, as trocas de 
informações e, principalmente, o processo evolutivo do ser humano acontecem.
Mas você já parou para pensar em como surgiu a família?
A origem da família vem antes da descoberta da escrita, no período pré-
histórico e, cientificamente, a análise da origem da família começa nas relações de 
matriarcado, de acordo com a obra “A Origem da Família da Propriedade Privada 
e do Estado” de Friederich Engels.
Engels foi buscar na organização dos clãs indígenas estadunidenses do século 
XIX as bases teóricas para a organização das sociedades primitivas, e definiu três 
momentos importantes da evolução das famílias.
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
O primeiro momento é o Estado Selvagem, quando a aquisição de produtos da 
natureza, prontos para serem utilizados, foi aproveitada pelo homem que aprendeu 
a cozinhar e a modificar estes produtos. 
O segundo momento é chamado de Barbárie, em que a criação de gado e o 
cultivo agrícola fazem surgir a produção de agricultura, com o início do incremento 
da produção, a partir da natureza, pelo trabalho humano.
O terceiro momento compreende o início da civilização a partir da descoberta 
do trabalho de fundição do minério de ferro, além da descoberta da escrita alfabé-
tica, onde o homem amplia seus conhecimentos e pode ampliar a capacidade de 
elaboração e modificação dos produtos naturais, criando a manufatura e as mani-
festações artísticas.
9
UNIDADE EAT Famílias
Segundo esta teoria, no período pré-histórico, não havia um lugar fixo de moradia, 
e os laços e vínculos familiares tinham como figura principal o matriarcado, onde a 
mulher era o símbolo máximo representativo e as uniões não eram estáveis.
Conforme a necessidade de fixação das famílias em territórios para a utilização 
da agricultura e a definição da propriedade privada e a necessidade de sua defesa, 
o homem passou a ser o chefe do núcleo familiar, mudando assim o conceito 
matriarcal para o patriarcado. 
Assim, a família patriarcal tinha algumas características, como uma vida de tra-
balho associada ao ambiente familiar, sendo a mulher dependente tanto nas rela-
ções econômicas como sociais.A família era extensa com muitas 
ligações parentais tinha um grande 
e forte vínculo, dominando a pro-
dução, possuindo grande influên-
cia social, que também era ligada 
à religiosidade.
Com o passar do tempo, até a era pré-moderna, a família era um núcleo fechado 
que sustentava a organicidade e as relações sociais. 
Praticamente todos os tipos de relações religiosas, econômicas, sexuais, políticas 
eram organizados dentro da composição familiar.
A figura do pai como provedor e da mãe como a cuidadora da família era a 
expressão máxima da organização familiar desse período histórico.
Qualquer outra configuração que diferenciasse esse tipo de modelo era tido 
como condenável, e as pessoas excluídas socialmente dos territórios vividos.
Conforme a civilização foi se expandindo, e com o surgimento da necessidade 
de governos resolverem questões para as novas sociedades que passavam a se 
fortalecer, o Estado surgia como o regulador da lei e da ordem vigente e passaria 
a desenvolver regras e políticas comuns, que passariam a valer também para a 
família patriarcal.
 Assim, grandes civilizações como a egípcia, grega e romana, entre outras, 
passariam a definir o patriarcado como forma representativa e de poder.
O pai passava a decidir o destino de seus familiares, incluindo o direito de seus 
familiares de viver ou morrer.
As famílias nessas sociedades antigas eram divididas entre a nobreza e 
os camponeses.
As famílias que herdavam a nobreza se constituíam como as donas das terras, e 
também faziam parte das relações de poder na Idade Antiga.
10
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Já os núcleos familiares compostos por camponeses, que apenas trabalhavam 
nas terras, ou que viviam nas cidades, formavam as famílias dos plebeus.
Nesse período, territórios e nações que perdiam guerras e eram subjugados 
pelos conquistadores, perdiam parte da população que era submetida à escravidão.
Na escravidão, muitos laços familiares se partiam, uma vez que famílias eram 
separadas e muitas levadas para regiões distantes de sua origem, e novas configu-
rações se formavam nos centros dos grandes impérios.
Após a queda do Império Romano, as comunas se formaram nas terras 
dominadas pelas tribos bárbaras, e brevemente a necessidade de sua defesa institui 
a proteção exercida pelo senhor feudal, dividindo-se novamente a sociedade entre 
os senhores das terras (senhores feudais), os vassalos que deviam algum favor em 
troca da proteção de seus senhores, e os servos que ocupariam e passariam a ceder 
grande parte de sua produção da lavoura para seus protetores.
Na formação dos reinos, após a Idade Média, a consanguinidade familiar era 
objeto de identificação e separação da nobreza, dos plebeus e dos burgueses. 
Isso acontecia como forma de preservação do poder dentro dos níveis de 
parentesco, havendo até guerras de algumas famílias para a chegada ao trono real, 
como na “Guerra das Duas Rosas” na Inglaterra do século XV.
O conceito de família nuclear (pai, mãe e filhos) é definido a partir do século 
XVIII, constituindo-se o pai como provedor e a mãe como cuidadora.
Porém, após a Revolução Industrial, já no século XIX, muitas famílias se viram 
obrigadas em sua composição a participarem da atribuição de sustento conjunto, 
pois os integrantes dos núcleos, desde as crianças até os chefes eram praticamente 
obrigados a trabalhar nos turnos das fábricas, garantindo assim a precária 
sobrevivência familiar, ocorrendo transformações de costumes, valores, hábitos e 
relações da então chamada família nuclear.
As guerras mundiais do século XX alimentaram a máquina industrial de armas 
e produtos de exportação para os campos de batalha, utilizando a mão de 
obra feminina. 
Figura 2
Fonte: www.nwhm.org
11
UNIDADE EAT Famílias
Assim, as mulheres, nesse período e até mesmo após a I e a II Guerras Mundiais 
foram bastante utilizadas pelas fábricas como trabalhadoras, conquistando novos 
direitos e, em muitos casos, na ausência dos homens, acabavam por se tornar as 
chefes de família de fato, pois seus companheiros que lutavam nos campos de 
batalha, não mais retornavam, mortos nas lutas de campo.
A partir da década de 1960, com a intensificação dos meios de produção 
industriais no Brasil através da política desenvolvimentista, a mulher conquista o 
seu espaço no mercado de trabalho, e por muitas vezes a remuneração da mulher 
acabaria por ser a principal provedora da família.
Na década de 1970, com as conquistas e a valorização das mulheres, a vida 
conjugal passa a ser mais compartilhada em direitos e deveres, sendo que os 
avanços sociais nos direitos dos casais também avançam no Código Civil Brasileiro.
No ano de 1977, a separação conjugal perante a sociedade ganha mais uma 
batalha.
A Lei do Divórcio foi instituída nesse ano e com isso muitos casais ganham o 
direito de ter a sua vida independente, constituir e assumir novos núcleos familiares.
Assim, acaba por existir dentro das famílias uma nova relação conjugal, na qual 
todas as partes devem ser ouvidas e respeitadas e as decisões devem ser tomadas 
de forma conjunta.
Acentuadamente a partir da década de 1980, a independência feminina e, muitas 
vezes, o abandono do companheiro também passa a formar o núcleo familiar das 
mães solteiras, e estas, por consequência, acabam por procurar o mercado de 
trabalho, sendo que, muitas vezes, os filhos acabam sendo criados pelos avós.
A partir da década de 1990, os avós passam a ter uma maior importância no 
núcleo familiar e, por muitas vezes, em épocas de crise econômica, suas aposenta-
dorias acabam por se tornar a condição econômica única das famílias.
Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images
12
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No começo do século XXI, os movimentos LGBT (sigla de Lésbicas, Gays, 
Bissexuais e Transexuais) vão intensificar a luta para garantir os direitos afirmativos 
e, também, para obterem os direitos de constituição e reconhecimento de suas 
famílias homoafetivas, dando, assim, um importante passo para a as garantias 
sociais entre estes núcleos familiares constituídos.
Para uma maior compreensão sobre o tema tratado aqui, recomendamos que você assista 
ao vídeo: “Café Filosófi co: A Evolução da Família”.
O vídeo traz o psiquiatra Joel Birman, que nos conduz por uma história da família e mostra 
como a relação entre pais, mães, fi lhos a avós se transformou ao longo do tempo. Da 
chamada família pré-moderna, que exibia uma estrutura rigidamente patriarcal, passando 
pela família moderna, na qual a mulher ganha um novo poder em seu papel de mãe, nós 
chegamos à família contemporânea, em que os papéis e as relações de poder ainda estão 
sendo defi nidos. Esse passeio nos ajuda a compreender a família de ontem e de hoje.
 O link desse vídeo pode ser encontrado no material complementar para atividades 
de aprofundamento.
Ex
pl
or
Conceitos de Família
O conceito de família tem sido entendido pela sociedade dentro do processo 
histórico de acordo com o avanço das relações sociais e dentro de fatores de 
interesse sociopolítico.
Através do direito romano, a concei-
tuação de família se ampliou para 
além dos laços de sangue e até sobre 
a autoridade, sendo a família tam-
bém compreendida pela sua impor-
tância de acúmulo patrimonial. 
A contemporaneidade define de forma ampla a constituição do núcleo familiar, 
que pode ter tanto uma ligação consanguínea, com um tronco de descendência 
linear pela hereditariedade, a família mais estrita formada pelo casal heterossexual 
ou homossexual, com laços de legitimidade ou convivência informal de filhos, 
legítimos, legitimados, ou adotivos e muitos trabalhadores domésticos (também 
considerados como entes familiares). 
O Código Civil Brasileiro cita a família para a classificação de bens, pessoas, 
cônjuges, entre outros sujeitos sociais em vários artigos. 
Veja os exemplos:
 “Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte 
de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos 
à curatela.
13
UNIDADE EAT Famílias
Art. 1.723. É reconhecida comoentidade familiar a união estável entre 
o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e 
duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família1.”
Já a Constituição Federal de 1988 cuida, em seu Capítulo VII do Título VIII, 
considerando os direitos à família, à criança, ao adolescente e ao idoso. 
O texto também determina a gratuidade do casamento civil e os efeitos civis do 
casamento religioso, trazendo avanços importantes nesta área.
 A Constituição Federal estabelece, no § 4º do seu art. 226 o entendimen-
to de que a entidade familiar é a comunidade formada por qualquer dos pais e 
seus descendentes.
Essa determinação, portanto, reconhece a família a partir da ligação parental, 
oportunizando inclusive a união estável como um facilitador para a consumação do 
casamento e fixa também a igualdade de condições de direitos e deveres comuns 
perante a união social dos cônjuges.
Após um ano da separação judicial, e após dois anos da separação de fato do 
casal, o divórcio pode ser concedido. 
Também é determinado conforme a lei 8.408 de 13 de fevereiro de 1992 que a 
mulher deve usar de volta o nome de família que possuía antes do casamento, em 
se consumando o divórcio, a não ser que acuse algum prejuízo, ou em caso de se 
distinguir o seu nome de família e dos filhos da união interrompida. 
 Segundo a lei, os direitos e as qualificações, tanto dentro como fora do casamen-
to que tiveram a geração de filhos e laços de parentesco, devem permitir os mesmos 
direitos aos filhos, sendo estes da relação do casamento ou não, mesmo aos ado-
tivos, e todos os apontamentos discriminatórios são proibidos para estas pessoas.
Um outro instrumento legal que aponta a família em seu precioso conteúdo é o 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nos seus artigos 26 e 41:
“Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos 
pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, 
por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer 
que seja a origem da filiação.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado com os mesmos 
direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo 
com pais e parentes salvo os impedimentos matrimoniais2.”
Dentro da perspectiva da identidade social, a família é o símbolo básico de 
transmissão de exemplos, valores e posturas dos sujeitos pertencentes ao nú-
cleo familiar.
1 Fonte: Código Civil Brasileiro. In: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm 
2 Estatuto da Criança e do Adolescente. In: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm
14
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Dentro das famílias, são dadas as primeiras relações entre pessoas e também é 
onde conhecemos as culturas a que pertencemos, criando-se, assim, uma identidade 
comum entre os entes, e dão as bases das relações em sociedade, por meio da 
identificação de seus vínculos comunitários.
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), dentro da resolução 145/04, 
define a família como uma instituição fundamental para o desencadeamento das 
ações das políticas da Assistência Social, uma vez que se encontra dentro de uma 
cadeia de relações privilegiadas e sem substituição, devendo estar sempre protegida 
e em estado constante de socialização dos cidadãos.
Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images
Assim, a família é a instituição responsável por cuidar de seus membros, sendo 
o Estado o responsável pela preservação e desenvolvimento do núcleo familiar.
Figura 5
Fonte: Foto Divulgação
Nesse ponto, o papel do Estado é garantir e dar condições para que a família não 
sofra desagregação social, e no caso de esse fato acontecer, o Estado deve intervir 
para a recomposição do núcleo familiar, de acordo com a Constituição brasileira.
15
UNIDADE EAT Famílias
Para uma maior compreensão sobre o tema tratado aqui, recomendamos que você assista 
ao vídeo: “O que é família?”.
O vídeo do canal saúde traz a resposta em um programa com muita informação e entrevistas.
 O link deste vídeo pode ser encontrado no material complementar para atividades 
de aprofundamento.
Ex
pl
or
A Vida Familiar na Sociedade Atual e a sua 
Relação com o Sistema Capitalista
A sociedade capitalista se desenvolve por meio das relações de produção e 
de consumo, e por isso as relações familiares nos dias atuais são marcadas pela 
inserção das famílias dentro da lógica do sistema capitalista.
As relações parentais inseridas nesse sistema devem contribuir segundo a lógica 
do capital, para que as famílias sejam alimentadoras e também deve ser alimentadas 
pelo capitalismo, criando uma relação que vá muito além das relações familiares.
O consumo dentro das relações 
familiares é um dos novos fatores 
determinantes na criação e manu-
tenção das famílias, que muitas das 
vezes buscam se impor através do 
acúmulo da riqueza, como argu-
mento principal para a manuten-
ção de seus vínculos.
Os modelos de organização das famílias, dentro de uma sociedade cada vez 
mais consumista, tendem a criar matizes diferentes de relações sociais, tanto nas 
relações familiares internas, como externamente entre outros núcleos familiares.
As relações familiares são marcadas pelas subjetividades de seus sujeitos, e assim 
como as pessoas, os desentendimentos e a tranquilidade das relações familiares se 
alternam, muitas vezes, de uma forma não linear, que, por diversas vezes, principalmente 
em uma sociedade capitalista podem ser influenciada pela relação individualista de 
consumo, decorrendo conflitos e desentendimentos entre os familiares.
As novas relações intrafamiliares desafiam homens e mulheres, marcadas pela 
pressão social e econômica, pelas novas condições de responsabilidade e divisão 
de tarefas da família, também evidenciam um maior conflito e desgaste de relações, 
ampliando, assim, as decisões de separação e divórcio nas famílias.
O posicionamento de respeito e tolerância fundamentado no respeito às indi-
vidualidades levou ao surgimento de novas características de famílias, em decor-
rência também das separações conjugais, que, muitas vezes, propicia o divórcio e 
também a ocorrência da gravidez indesejada, o abandono do pai e a constituição e 
liderança da família pela mãe.
16
17
A Constituição de 1988 e as políticas de defesa dos direitos humanos acabaram 
nos últimos anos a garantir o direito à formação das famílias, independente do tipo 
de núcleo familiar constituído.
Assim, dentro da realidade da sociedade capitalista, novos entrelaçamentos afe-
tivos vão perfazendo as relações de facilidade e dificuldade da manutenção dos vín-
culos familiares, o que acaba por formar relações complexas entre filhos, pai, mãe, 
padrastos, madrastas, tios, avós, enteados, com diversas relações afetivas e sanguí-
neas, em relações contínuas de amor, ódio, pertença, carência, ou de abandono.
A sociedade atual tolera relações extraoficiais, como os filhos fora do casamento, 
as novas composições familiares e as leis que colocam o respeito hierárquico para 
a liderança familiar, não importando se esta liderança seja masculina ou feminina, 
sendo contudo uma liderança que contribua efetivamente e economicamente para 
a unidade familiar.
Na nova configuração familiar, a autoridade do líder da família é mais flexível, 
pelo fato de a base do núcleo familiar não estar apoiado em uma direção sólida, 
tanto pela diferença nas relações atuais, como pelo enfraquecimento do poder 
econômico do chefe familiar.
Assim, peças importantes como os idosos tem grande importância na condição 
de sustentabilidade da família.
Essa alteração e a divisão de chefia na família acabam por dar espaço a novos 
modelos de sociabilização e ampliação das responsabilidades em criar os filhos/
netos, com uma diversidade maior de referências de vínculos morais, afetivos 
e sociais, criando maiores possibilidades de intervenção e mediação dos líderes 
familiares em relação aos componentes, seja dentro do núcleo familiar, seja nas 
relações com a sociedade e como Estado.
Porém, se por um lado os idosos ajudam a aumentar a composição familiar, os 
novos núcleos tendem a ter cada vez menos filhos em sua composição. 
Confira abaixo:
0
1
2
3
4
5
6
7
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2020
6,2 6,2 6,3
5,5
4,4
2,9
2,4
1,9
1,7
Número médio de �lhos por mulher (TFT)
Figura 6
Fonte: Artigo Trabalho e família: Articulações possíveis. http://www.scielo.br
17
UNIDADE EAT Famílias
As mudanças ocorridas decorrentes do processo de globalização, em suas di-
mensões sociais e culturais, acabaram por afetar os núcleos familiares em suas rela-
ções internas e externas, interferindo inclusive em sua capacidade de organização.
Os diferentes arranjos familiares em sua diversidade coexistem em relações 
fraternais, conflituosas ou ainda sob uma tolerância obrigatória diante de 
necessidades econômicas em que os familiares são obrigados a passar através dos 
momentos de desemprego e desaceleração da economia.
Assim a condição de existência de um núcleo familiar não é uma estrutura rígida, 
mas sim adaptável às mudanças socioeconômicas.
Cada núcleo familiar tem seu universo e suas dinâmicas próprias, que agregam 
valores, experiências e tradições tanto de seus antepassados, como em sua subjeti-
vidade decorrente da história a ser traçada pelos componentes do núcleo familiar.
De acordo com o gráfico acima, dentro de uma nova realidade, a mulher tem 
menos filhos nas novas configurações familiares, deixando a família com menos 
número de componentes.
Desta forma, a família vai se construindo através dos aspectos do cotidiano, 
formando aí sua experiência própria constituída, a partir da complexidade da teia 
de relações de seus membros.
Dentro da perspectiva do agravamento do quadro econômico no Brasil atual 
e para os próximos anos, a família é obrigada a depender de políticas públicas, 
tornando-se cada vez mais dependente do Estado.
O Estado, por sua vez, deve assegurar as condições para o desenvolvimento e 
o sustento dos núcleos familiares, principalmente no que diz respeito à proteção 
dos filhos.
O grande dilema e entrave acontece quando a política do Estado mínimo e o 
corte nas verbas de implantação das políticas sociais impedem o Estado de garantir 
as condições necessárias para o desenvolvimento do núcleo familiar.
Problemas como a distribuição de renda e os altos níveis de pobreza, acabam 
por deixar à margem do acesso econômico mínimo milhões de pessoas. 
Famílias inteiras que acabam por perder o acesso à condição da dignidade e 
da cidadania.
A previsão feita pelo governo atual brasileiro é que, nos próximos 20 anos, os 
gastos públicos sejam congelados.
Diante dessa lógica, há a reflexão de que setores da Assistência, da Educação, 
e da Saúde tenham uma diminuição sistemática de investimentos, havendo, assim, 
um desmonte de toda a articulação de políticas de combate à miséria e à pobreza 
no Brasil.
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19
Antes dos programas sociais de combate à pobreza como o Bolsa Família, a 
concentração de renda era ainda mais injusta e desigual.
As diferentes formas de surgimento 
da pobreza faz com que o acesso 
aos recursos básicos de sustento das 
famílias seja cada vez mais escasso.
Em seus novos desdobramentos, denominadas de “novas roupagens”, “novas 
expressões” em decorrência da história moderna, a “nova questão social”, contudo, 
é a ruptura da questão social que de nova não tem nada.
Apenas houve a modificação de suas bases históricas, que provocaram o des-
locamento da esfera pública, passando a privatizar a saúde, havendo mercantiliza-
ção nos atendimentos das necessidades básicas da população (descentralização e 
privatização das políticas sociais públicas), surgindo novas formas de sociabilidade, 
existindo agora um aumento da criminalização e violência.
Soma-se a esse fator o custo de vida de cidades que permitem um maior 
adensamento populacional em seu entorno periférico, onde a distância e o custo 
para o deslocamento dos meios de transporte interferem no bolso dos trabalhadores. 
Temos aí a cultura da subsistência e da desagregação familiar, que acaba por perder 
seus jovens componentes para maiores atrativos de sedução para o ganho fácil e 
rápido do dinheiro.
Com isso, as expressões da questão social afetam os processos de trabalhos e 
as formas de força de trabalho, atingindo a classe trabalhadora, base populacional 
da periferia, que vive do trabalho e que, por muitas vezes, enfrenta o desemprego, 
ou seja, o mercado que exige a redução de custos e o aumento da lucratividade. 
Essa forma de obtenção de ganho fácil e rápido de dinheiro tem nome e 
sobrenome: o tráfico de drogas.
Figura 7
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE EAT Famílias
A falta de intervenção e de políticas públicas na garantia de direitos aos 
adolescentes e suas famílias, tais como a ausência de equipamentos de cultura e 
lazer, de cursos profissionalizantes, de um bom atendimento de saúde, de escolas, 
acaba por fragilizar e expor cada vez mais os adolescentes em relação ao mundo 
das drogas. 
Isso se exemplifica pelo número de adolescentes fora da escola e do sistema 
produtivo, quando faltam modos de inserção social para a nossa juventude. 
Os programas sociais, muitas vezes, são criados para atender à adolescência, 
porém, seu público alvo, ou seja, os adolescentes, raramente são ouvidos. 
A sociedade atribui uma “infantilidade social” ao adolescente que os impede de 
participar quando se trata de definir ações sociais e políticas que lhes dizem respeito. 
Ao mesmo tempo, a panela de pressão social, muitas vezes ignorada, e muitas 
vezes manipulada pela mídia formal, que tende a crescer em escala geométrica de 
violência, acaba explodindo, em conflitos sociais, tanto nas periferias como nos 
centros urbanos.
Figura 8
Fonte: iStock/Getty Images
A exclusão social acaba por marginalizar as famílias mais pobres, impedindo-as 
de se organizarem para ter uma melhor qualidade de vida em seu território.
A ausência do Estado nessas áreas acaba 
por impedir as famílias, desde as compra 
mais simples, até as mercadorias anunciadas 
na propaganda dos intervalos das novelas, 
impedindo a aquisição do bem de produção. 
Sem novos compradores, a economia não acelera e impede que a produção 
industrial cresça, aumentando o desemprego, no comércio e atingindo as classes 
econômicas menos favorecidas.
A lógica da exclusão não permite 
que novos núcleos familiares aces-
sem o mercado do consumo.
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Portanto, é importante salientar que a economia é um fator preponderante 
para a estabilidade familiar, pois ao vivermos em uma sociedade de consumo, ter 
qualidade de vida significa ter poder de compra, e assim, haver uma interação 
social mais forte interna e externa das famílias.
É importante salientar que, em um país de dimensões continentais como o 
Brasil, a sua riqueza é diversa e o seu poder de produção econômica é vigoroso.
Sendo assim, por que existem muitas famílias em condição de vulnerabilidade 
socioeconômica no Brasil?
A alta vulnerabilidade socioeconômica no Brasil se dá pela má condição de 
distribuição de suas riquezas. 
A alta concentração de riquezas para um grupo mínimo de famílias abastadas 
é preponderante para que outros tantos milhões de famílias passem por graves 
necessidades financeiras e dependam dos programas e políticas sociais do Estado.
Portanto, a compreensão correta que devemos ter do Brasil é que este é um país 
rico, porém, desigual.
Ao mesmo tempo em que é gigante no movimento de produção econômica, o 
Brasil é um país de índices comparáveis a países africanos de um desenvolvimento 
bem inferior em escala mundial.
Apesar de, nos últimos anos, as políticas sociais terem desenvolvido um grande 
esforço no sentido da inclusão das famílias, a oposição à inclusão de famílias nos 
programas de distribuição de renda, gerou fortes protestos pela classe média, 
influenciada pela minoria economicamente dominante das famílias ricas no país. 
Essa mobilização acabou por derrubar um governo preocupadocom o desenvol-
vimento econômico e social menos injusto, entrando em seguida um governo que 
se preocupa em frear as condições de ascensão social das classes mais pobres do 
Brasil, através de uma política econômica neoliberal, privatizante e recessiva.
As políticas do atual governo de frear o crescimento econômico acabam por 
criar uma condição recessiva, na qual o salário dos trabalhadores e a renda de suas 
famílias caem, diante de um processo inflacionário que teima em seguir adiante.
Assim, o poder de compra da classe média e baixa diminui, e as dificuldades dos 
chefes de família só tendem a crescer nos próximos anos no Brasil.
A luta de uma família em estado 
de vulnerabilidade acaba por per-
mitir sua desagregação, havendo 
a desumana violação de direitos 
fundamentais de sobrevivência 
entre os sujeitos pertencentes ao 
núcleo familiar.
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UNIDADE EAT Famílias
O abandono, a mendicância, a exploração do trabalho infantil, a aproximação 
de crianças e jovens do trabalho no tráfico de drogas, e o consequente aumento 
da violência urbana acabam por fazer do cotidiano das famílias que vivem nas 
periferias, histórias melancólicas de mortes cada vez mais precoces de jovens que 
poderiam ter um futuro de crescimento e fortalecimento do vínculo familiar.
Nesta condição de sobrevivência, o respeito, o carinho e as relações afetivas 
acabam por se banalizar e enfraquecer, não havendo uma identificação clara das 
lideranças do núcleo familiar.
Esse afrouxamento do vínculo familiar acaba por desconstruir aos poucos a 
unidade familiar, sendo este um perigo real de desconstrução da organicidade social.
É por isso que se faz necessária a luta pelo fortalecimento das políticas sociais que 
efetivem de fato as condições de desenvolvimento das famílias e possibilitem o seu 
acesso às condições socioeconômicas que visem à sua independência e autonomia 
na condição de símbolo mais importante na construção de uma sociedade de 
oportunidades menos injustas no futuro.
Do contrário, o futuro das famílias em importância para a construção de um 
país menos desigual estará ameaçado, e sem famílias, a sociedade dificilmente se 
manterá em pé.
É necessário pensar sempre a família como a peça que impulsiona as relações 
sociais e também a economia e a produção da riqueza de nosso país.
Os valores culturais, sociais, intelectuais e de consumo das famílias é que dão a 
base estrutural para a solidificação do Estado.
Pensar um país sem a importância das famílias é pensar na falência das relações 
sociais e no fim de toda uma civilização, por isso é fundamental o país ter políticas de 
fortalecimento e valorização das famílias como avanço da sociedade contemporânea.
Para uma maior compreensão sobre o tema tratado aqui, recomendamos que você assista 
ao vídeo: “Capitalismo: uma história de amor”.
O vídeo traz a forma destrutiva da ação do capitalismo em nossos dias.
 O link desse vídeo pode ser encontrado no material complementar para atividades de 
aprofundamento.
Ex
pl
or
Revisão
A origem da família vem antes da descoberta da escrita, no período Pré-Histórico, 
e cientificamente estudado por Engels, a análise da origem da família começa nas 
relações de matriarcado.
O primeiro momento é o Estado Selvagem, em que a aquisição de produtos da 
natureza, prontos para serem utilizados, tendo o homem aproveitado este momento 
para aprender a cozinhar e modificar estes produtos.
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O segundo momento é chamado de Barbárie, em que a criação de gado e o 
cultivo agrícola fazem surgir a produção agricultura, com o início do incremento da 
produção, a partir da natureza, pelo trabalho humano.
O terceiro momento compreende o início da civilização a partir da descoberta do 
trabalho de fundição do minério de ferro além da descoberta da escrita alfabética, 
no qual o homem amplia seus conhecimentos e pode ampliar a capacidade 
de elaboração e modificação dos produtos naturais, criando a manufatura e as 
manifestações artísticas.
Conforme a necessidade de fixação das famílias em territórios, para a utilização 
da agricultura, a definição da propriedade privada e a necessidade de sua defesa, 
o homem passou a ser o chefe do núcleo familiar, mudando assim o conceito 
matriarcal para o patriarcado. 
Praticamente, todos os tipos de relações religiosas, econômicas, sexuais, políticas 
eram organizados dentro da composição familiar.
Conforme a civilização foi se expandindo, e com o surgimento da necessidade 
de governos que resolvam questões para as novas sociedades que passavam a se 
fortalecer, o Estado surgia como o regulador da lei e da ordem vigente e passaria 
a desenvolver regras e políticas comuns que passariam a valer também para a 
família patriarcal.
Após a Revolução Industrial, já no século XIX, muitas famílias se viram 
obrigadas, em sua composição, a participarem da atribuição de sustento conjunto, 
pois os integrantes dos núcleos, desde as crianças até os chefes, eram praticamente 
obrigados a trabalhar nos turnos das fábricas, garantindo, assim, a precária 
sobrevivência da família, ocorrendo transformações de costumes, valores, hábitos 
e relações da então chamada família nuclear.
Apesar de, nos últimos anos, as políticas sociais terem desenvolvido um grande 
esforço no sentido da inclusão das famílias, a oposição à inclusão de famílias nos 
programas de distribuição de renda gerou fortes protestos pela classe média, 
influenciada pela minoria economicamente dominante das famílias ricas no Brasil. 
Quando uma família é abandonada pelo Estado, havendo assim uma condição 
explícita de injustiça social, ela se torna mais vulnerável a perder os pais para o 
desemprego, os filhos para o abandono e para a violência e, assim, a condição de 
enfraquecimento dos vínculos é uma ameaça potencial e real.
Pensar um país sem a importância das famílias é pensar na falência das relações 
sociais e no fim de toda uma civilização, por isso é fundamental o país ter políticas de 
fortalecimento e valorização das famílias como avanço da sociedade contemporânea.
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UNIDADE EAT Famílias
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
A Origem da Família da Propriedade Privada e do Estado
Autor: Frienderich Engels.
https://goo.gl/5i5a0S
 Vídeos
Café filosófico: A Evolução da Família - Joel Birman
https://youtu.be/0et6BcO8ayY
Em Família - O que é família? (Apresentação Thiago Mendonça)
https://youtu.be/Vs7-Wj4PKNw
Capitalismo: uma história de amor
https://youtu.be/FDnbZpzsBI0
 Leitura
Família e proteção social.
Autores: Inaiá Maria Moreira de Carvalho; Paulo Henrique de Almeida.
https://goo.gl/HWCXEY
Refletindo sobre a nova e velha família
Autora: Maria Lúcia Boarini
https://goo.gl/Cxon7k
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Referências
ARIES, P. História Social da Criança e da Família. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros 
Técnicos e Científicos, 2006.
BILAC, E. D. Trabalho e família: articulações possíveis. Tempo soc. vol.26. 
nº.1 São Paulo Jan./June 2014.In: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-
20702014000100010
BRASIL. Código Civil Brasileiro. In: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/2002/L10406.htm
BRASIL.ECA – Estatuto da Criança e Adolescente. In: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm
BRASIL. Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa Direito de Crianças 
e Adolescentes. Conv. Fam. Com. Brasília: Secret. Direito Humanos e Soci, 2006.
BOARINI, M. L. B. Refletindo sobre a nova e velha família. Psicol. estud. vol.8 
no.esp Maringá 2003. In: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex-
t&pid=S1413-73722003000300001
CARVALHO, I. M. M. de C.; ALMEIDA, P. H. de A. Família e Proteção Social. 
São Paulo Perspec. vol.17, no.2 São Paulo  Apr./June  2003. In: http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392003000200012
CARVALHO, M. C. B. A Família Contemporânea em Debate. 4. ed. São Paulo: 
Cortez, 2002.
ENGELS, F. A Origem da Família da Propriedade Privada e do Estado. Trad. 
José Silveira Paes. 3 ed. São Paulo: Global, 1984.
Famíliae trabalho social: intervenções no âmbito do Serviço Social. Florianópolis, 
v. 13, n. 1, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rk/v13n1/15 >. 
Acesso em: 07 jan. 2013.
GOMES, M. A. / PEREIRA, M. L. D. Família em situação de vulnerabilidade 
social: uma questão de políticas públicas. In: http://www.scielo.br/pdf/csc/
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IBDFAM - A trajetória do Divórcio no Brasil: A consolidação do Estado Democrático 
de Direito.In:http://ibdfam.jusbrasil.com.br/noticias/2273698/a-trajetoria-do-di-
vorcio-no-brasil-a-consolidacao-do-estado-democratico-de-direito 
SANICOLA, L. As Dinâmicas de Rede e o Trabalho Social. São Paulo: Veras, 2008.
SARTI, C. A. A Família como Espelho: Um Estudo Sobre a Moral. 6. ed. , v. 1. 
Campinas: Autores Associados, 2010.
MARTINS, A. C. Família, Famílias: Práticas Sociais e Conversações Contem-
porâneas. , v. 1. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
MIOTO, R. C. T. Trabalho com famílias: um desafio para os assistentes sociais. 
Revista Textos & Contextos. Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 1-14.
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