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Oficina Temática: Famílias Material Teórico A Família e a Sociedade II Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Mauricio Vlamir Ferreira Revisão Técnica: Prof a. Me. Elisângela Pereira de Queiros Mazuelos Revisão Textual: Prof a. Me. Luciene Oliveira da Costa Santos • A Evolução Social e Histórica da Família no Ocidente; • Conceituação Teórica das Famílias; • As famílias no Brasil: Classes Sociais, Relações de Geração e Gênero na Família; • Os Novos Desafios Enfrentados pelas Famílias na Contemporaneidade; • Revisão. · Explicar de que forma a evolução histórica das famílias contribuiu para o desenvolvimento das relações humanas e da sociedade; · Identificar de que forma as famílias no Brasil se constituíram desde os tempos da colônia, até os dias atuais; · Evidenciar as diferentes formas de arranjos familiares; · Elucidar de que forma a contemporaneidade influi nas famílias e quais os desafios enfrentados por elas nos dias atuais. OBJETIVO DE APRENDIZADO A Família e a Sociedade II Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE A Família e a Sociedade II Contextualização O termo “família” é uma expressão comum e muito difundida ao longo do processo histórico-social, ocorrendo tanto em relação ao aspecto popular como nos conceitos de estudos científicos e acadêmicos. As linhagens e parentescos paternos e maternos formaram as unidades parentais, criando-se as parentelas ou amplitude familiar, sendo maiores ou menores os seus vínculos de acordo com tradições, cultura e vivência social. A evolução das famílias em seus aspectos teóricos, dentro das experiências sociais vividas, trazem novos arranjos e ampliam a concepção contemporânea das famílias. Dessa forma, novos conceitos, valores e características específicas acabam por dar novas identificações às famílias contemporâneas, uma vez que não existem mais um modelo único a ser seguido. Os diferentes arranjos e tipos de família não se igualam, sendo um organismo diferente e com características próprias dentro do cosmo social. Os núcleos familiares podem ser constituídos pela ligação consanguínea, afetiva, ou em convívio, em períodos que possibilitem uma subjetividade única e comum constituída entre os seus sujeitos. Atualmente, os modelos da monoparentalidade ainda sonham em obter, pelo menos perante a sociedade, o ideal da família burguesa, ainda que exista na sociedade contemporânea superficialmente. As mulheres, na atualidade, travam a batalha para se apropriar por direito de sua capacidade reprodutiva, lutando pela igualdade de condições em diversos aspectos na sociedade, como no trabalho. A vivência do cotidiano é que vai influenciar e definir os rumos das famílias, uma vez que o homem é a peça fundamental de suas experiências subjetivas, o que tor- na o universo das famílias uma das formas mais complexas das relações humanas. Também se faz necessário abordar a questão que, em muitas famílias, é vivida e que, por muitas vezes, acaba por fragilizar vínculos, como casos de drogadição na família e violência doméstica – leis como a Lei Maria da Penha são importantes para assegurar a proteção contra mulheres vítimas de violência em família. Por fim, é importante salientar que viver em família é fundamental para que o homem aprenda a viver em sociedade e que a contemporaneidade faz com que muitos tabus e preconceitos acabem por gerar novas formas de convivência, que podem favorecer o avanço das relações para a convivência e o respeito entre os diversos tipos de famílias. 8 9 A Evolução Social e Histórica da Família no Ocidente Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images O termo “família” é uma expressão comum e muito difundida ao longo do processo histórico-social, ocorrendo tanto no aspecto popular como nos conceitos de estudos científicos e acadêmicos. O estudo das famílias exige a compreensão histórica do desenvolvimento humano no mundo ocidental, e tem em Roma a solidez da instituição que traduz o “servir”, pois considerava a família o conjunto de funcionários, escravos, englobando a casa de uma maneira geral. O homem, como o senhor, era o dono das posses e dono inclusive das vidas existentes em sua propriedade, era o ser dominante, feitor da linha paterna de futuras gerações. As linhagens e parentescos paternos e maternos formaram as unidades parentais, criando as parentelas ou amplitude familiar, sendo maiores ou menores os seus vínculos de acordo com as tradições, cultura e vivência social. Durante as transformações históricas, sociais e econômicas, o processo de vivência familiar se adaptou aos mais diversos modos e conceitos culturais de vivências impostas. Sobre este aspecto, a sobrevivência em sociedade deve muito à adaptação das famílias em torno das novas mudanças ocorridas dentro do processo histórico, uma vez que, em comunidade, a conservação e os cuidados são maiores, assim como as relações afetivas podem ser a chave para as uniões familiares e, assim, manter a preservação dos vínculos. 9 UNIDADE A Família e a Sociedade II A sociedade, portanto, ao longo do processo histórico, constituiu-se or meio da manutenção das famílias, mesmo em períodos de epidemias, guerras, crises econômicas e períodos de fome. As mudanças sociais desencadeadas no poder para a formação do Estado centralizado e forte, que, no decorrer dos séculos, evoluiu para formas de participação social e democrática no mundo ocidental, desencadeou transformações dos núcleos familiares em sua condição existencial. A família romana patrícia passou a ser família europeia comunal e, posterior- mente, feudal, baseada no campesinato. Da opressão cultural, social e econômica, a família passou a se constituir em modelo de interação e evolução intelectual, racional e, sobretudo, cada vez mais em protagonista das decisões locais e nacionais, conforme o período democrático foi fortalecendo os núcleos familiares. Esse processo evolui à medida que as relações do sistema capitalista no mundo ocidental ampliam a condição de participação das famílias no mercado e no poder de tomada de decisões, até atingir a obtenção da cidadania e da garantia de direitos, como preconiza a atualidade da vida em sociedade nos dias atuais.Apesar da diversidade de pensamento, do aumento das relações de mais dife- rentes formas, a família possui grande capilaridade entre as mais diversas formas de relações, relacionamentos e formação. No continente europeu, os diferentes modelos de famílias têm formado uma construção ampla social desde o período medieval. Em algumas regiões, o modelo mais tradicional de famílias é o de ramificação em troncos, enquanto, em outras regiões, a formação familiar é originária do mo- delo nuclear. Essas ramificações familiares variam de acordo com as tradições regionais, as necessidades de agrupamento em maior e menor número e a necessidade de um maior ou menor contato de relação social regional. Esse aspecto também está ligado ao fator de desenvolvimento rural e urbano, uma vez que a necessidade de famílias nucleares em centros urbanos é mais usual, devido a fatores como o custo de vida, as taxas de impostos e a participação dos familiares no mercado de trabalho. Assim, a capacidade de adaptação aliada à resistência e à sobrevivência das famílias perante os novos arranjos sociais é que vão definir as formas de organização das famílias do mundo ocidental. As formas da transição e do desenvolvimento das nações europeias, nos períodos de ampliação do comércio, das grandes navegações e da produção industrial, a partir da Revolução Industrial, vão formando os arranjos familiares de acordo com a necessidade socioeconômica de desenvolvimento familiar. 10 11 A natalidade e a mortalidade, no decorrer da Idade Média, principalmente, no continente europeu, alteravam-se conforme as condições precárias de sobrevivência de sua população. As consequentes guerras, como a “Guerra dos Cem Anos” entre França e Inglaterra, afetou diretamente natalidade e mortalidade não apenas de recém- nascidos, como a dizimação de famílias inteiras nos campos e nas cidades. Outro fator que contribuiu para o alto número de mortalidade da população foram as epidemias, como a “peste negra”, atualmente conhecida como peste bubônica, originada dos ratos, como hospedeiros roedores que se alimentavam do lixo não recolhido que se espalhava nas cidades e também no campo. Passados os períodos medievais, e com a ascensão do sistema capitalista como fator de dominação da classe trabalhadora, as famílias passaram a se concentrar em centros urbanos, abandonando o campo e constituindo pequenos núcleos com pai, mãe e filhos, advindo, assim, a família nuclear, que trabalharia por horas a fio nas fábricas dos países europeus. A partir do crescimento do sistema capi- talista, a população começa a aumentar nos centros urbanos, e a cultura do individualis- mo se expande entre as famílias, ausentando cada vez mais o senso de solidariedade. Os filhos passavam a ser encorajados cada vez mais a sair do núcleo familiar e constituir novas famílias, principalmente na Inglaterra do século XVIII, valori- zando apenas o primogênito, como herdeiro principal da família, sendo poste- riormente discutidas as formas de partilhas de bens de acordo com o aumento demográfico populacional. Em outros lugares menos industrializados da Europa, existiam as famílias tronco, sendo considerado o herdeiro, o filho de maior confiança, independente de ele ser o mais velho dentro do seio familiar. Em nossa sociedade contemporânea, a complexidade familiar acentua as novas formas de organização dos núcleos, podendo haver a correlação entre dois núcleos ou mais, possibilitando a integração entre pais e filhos de diferentes núcleos. Atualmente, nos novos arranjos familiares um cônjuge pode ter filhos, e o(a) seu (sua) companheiro(a) pode ou não ter filhos de outros núcleos. Sabemos que, atualmente, a família é importante para a integração social de indivíduos, bem como a sua identidade. A família é o espelho de seus componentes, norteando as relações sociais mais amplas, onde se desenvolve a comunicação que será responsável pela integração com lado externo do lar. A alta taxa de mortalidade, somado aos grandes impostos, também foram aspectos importantes para a concentração mínima das famílias. 11 UNIDADE A Família e a Sociedade II Porém, conforme visto, a família não fica em um modelo sólido eternamente, não havendo a possibilidade de se criar um estereótipo comum na sociedade de apenas um núcleo familiar ou de um modelo correto. Para uma maior compreensão sobre o tema tratado aqui, recomendamos que você assista aos vídeos: Retratos de Família; A família contemporânea em cena, o qual aborda também as novas identidades sexuais, e os novos pais. Os links podem ser encontrados no material complementar para atividades d e aprofundamento. Ex pl or Conceituação Teórica das Famílias A evolução das famílias em seus aspectos teóricos dentro das experiências so- ciais vividas trazem novos arranjos e ampliam as suas concepções contemporâneas. Dessa forma, novos conceitos, valores e características específicas acabam por dar novas identificações às famílias contemporâneas, uma vez que não existe mais um modelo único a ser seguido. Este fenômeno não é identificado apenas em uma região de uma cidade ou país, mas vem de forma global, de modo que o modelo tradicional se adaptou rapidamente às novas necessidades orgânicas dos componentes familiares. Os novos tipos de relações, as novas responsabilidades das mulheres, através de sua importância considerável, atualmente, no trabalho, na casa, na vida política e social, faz com que as famílias sejam um reflexo dos novos tempos. Os diferentes arranjos e tipos de família não se igualam, sendo um organismo diferente e com características próprias dentro do cosmo social. Os núcleos familiares podem ser constituídos pela ligação consanguínea, afetiva ou em convívio em períodos que possibilitem uma subjetividade única e comum constituída entre os seus sujeitos. 0 10 20 30 40 50 60 70 Unipessoal Casal sem �lhos Casal com �lhos Mulher sem cônjuge com �lhos Outros tipos 1992 2002 7,3 9,3 12,9 14,1 59,4 52,8 15,1 17,9 5,2 5,7 Distribuição das famílias por tipo - Brasil - 1992-2002 Figura 2 12 13 O gráfico acima demonstra um crescimento nas últimas décadas de famílias, sendo constituídas de diversas formas e modelos, se contraponto à tradicional união de casais com filhos. Assim, podemos identificar as famílias na contemporaneidade das seguintes formas: · Família nuclear – formada por dois responsáveis adultos de sexos opostos, constituída de filhos naturais ou adotados, sendo um dos modelos mais antigos dentro do processo histórico das relações humanas. · Uniões de fato – semelhante ao casamento, porém, não existindo um contrato formal por escrito, apenas acordos informais. · Uniões livres – convívio estável, porém, sem nenhum tipo de contrato, acordo formal ou informal. · Famílias recompostas – famílias formadas após separações e divórcios, podendo existir novas composições de filhos de outros casamentos no novo arranjo, passando a serem meio-irmãos. · Famílias monoparentais – famílias lideradas por mães ou pais com filhos, advindas de divórcio, ou da morte de um dos cônjuges. Também podem ser monoparentais as famílias constituídas de mães, ou pais solteiros, bem como pai ou mãe com filhos adotados, ou ainda aquele pai ou mãe que decidiu ter seu filho através de reprodução assistida. Em muitas famílias monoparentais, os filhos podem ter tido a origem de vários pais ou mães de parceiros ou parceiras diferentes. · Famílias homossexuais – são constituídas por pessoas do mesmo sexo, que podem ou não ter filhos em sua configuração. A contemporaneidade e a complexidade das famílias não significam que as relações se perdem dentro delas, mas que as relações interpessoais é que passam a condicionar seu desenvolvimento e sua identificação sociocultural. De toda maneira, é preciso ressaltar que todas as famílias possuem regras que internamente devem ser respeitadas em favor do convívio harmônico de respeito e convivência mútua. Cada membrodentro de uma família tem suas responsabilidades e seu desenvolvimento depende da forma como este convívio se dará em relação às mudanças das relações da sociedade e como cada família se adapta às mudanças dentro de seu ambiente de convívio social. A experiência do casal em convívio com os ciclos de relação começa com a chegada dos filhos e se desenvolve de acordo com o convívio comum nas fases de crescimento deles, desde a natalidade, passando pela infância, adolescência, até a chegada à fase adulta e a saída dos filhos para a constituição de novas famílias, havendo a possibilidade de aumento das relações entre os novos arranjos familiares a serem formados. 13 UNIDADE A Família e a Sociedade II As dificuldades de adaptação de qualquer uma das fases vividas com os cônjuges, com os filhos, ou até netos, pode ocasionar uma crise de convivência familiar, oca- sionando dificuldades de relação e problemas de convivência mútua, possibilitando o enfraquecimento e até mesmo o rompimento dos vínculos familiares. As Famílias no Brasil: Classes Sociais, Relações de Geração e Gênero na Família A história das famílias no Brasil retrata fielmente os movimentos sociais brasilei- ros desde a chegada dos portugueses e os seus primeiros contatos com os índios. Esta troca cultural, quase nunca benéfica para os índios colonizados e posteriormente também com os negros escravizados, acaba por chegar ao final do século XIX em uma população diversa étnico-racial. Isso significa dizer que muitas famílias no Brasil foram criadas e originadas fora das relações formais, sendo muitos filhos, frutos da dominação dos senhores exploradores e desbravadores do interior brasileiro, dentro das invasões às tribos indígenas, ou mesmo em fazendas coloniais, onde o senhor da casa grande impunha suas vontades sexuais às escravas da senzala, e que muitas vezes eram trazidas ao lar do seu dono como serviçais domésticas de dia e exploradas sexualmente à noite, numa forma de concubinato, até o momento da abolição da escravatura. A formação dessas famílias em nada tinha de formalidades da composição familiar europeia e, portanto, eram configurações limitadas às relações paternas não oficiais com os filhos. Após a abolição, e com o advento da República, o distanciamento étnico e social acabou por criar uma situação de afastamento entre as famílias aristocratas e as famílias libertas e empobrecidas de ex-escravos. A miscigenação, isto é, a mistura de raças que origina o povo brasileiro foi a base da integração das famílias já no período republicano, uma vez que as famílias oriundas da Europa e do Japão no início do século XX também formariam a base complementar para as diferentes etnias que iriam dar a amálgama à população do Brasil. Diferenças culturais, de língua, de alimentação, foram sendo deixadas de lado e passaram a se complementar, formando novas famílias integradas com as peculiaridades rurais e urbanas do Brasil do século XX. 14 15 O crescimento da produção industrial, a partir da década de 1930, trouxe a família nuclear como conceito para a classe trabalhadora, e a família burguesa constituída nos clãs oligárquicos rurais e industriais, que passariam a compor a nova classe dominante brasileira, dentro de um modelo de Estado forte durante a Era Vargas. O modelo de consumo do capitalismo se ampliou com o desenvolvimentismo, e tem o seu ápice no período do Governo de Juscelino Kubitschek, fazendo emergir uma classe média e a família consumidora, dentro de uma perspectiva que faria mudar as relações entre pais e filhos, acentuando-se, assim, a caraterística do individualismo nas relações da família nuclear, seguindo-se a imposição sociocultural imposta pela influência dos Estados Unidos da América. A década 1960 colocou a revolução sexual e a descoberta da pílula anticoncepcional como avanços importantes para os novos arranjos familiares, assim como o papel da mulher, que passou a assumir o seu protagonismo, como parceira e não apenas como integrante subserviente da família. As lutas dos movimentos feministas pelos direitos de igualdade das mulheres, e também a importante participação feminina no mercado de trabalho impulsionaram a mulher como parte equivalente à figura masculina na composição familiar, com a divisão de responsabilidades e tarefas. A criação dos filhos, por exemplo, deixou de ser apenas uma responsabilidade da mulher, mas igualmente como responsabilidade do companheiro, e a mulher passou a decidir sobre o futuro do lar, uma vez que também passou também a contribuir economicamente para o sustento familiar. Porém, diferenças ainda são perceptivas, uma vez que em muitos aspectos a participação social do homem é permissiva, mas em relação à mulher o campo decisório ainda permaneceria socialmente proibido. Para a sociedade, seria compreensivo o homem ter filhos em uma relação extraconjugal, não valendo o mesmo juízo moral para a mulher que tivesse filhos em uma outra relação, sendo muitas vezes violentada pelo marido. A crise econômica mundial de 1973 acabou por trazer graves consequências econômicas às famílias brasileiras, onde a classe média começou a sentir os efeitos da recessão, da inflação e do desemprego. O empobrecimento das famílias chega aos anos 1980 e a dependência econômica fazem as famílias ampliarem suas relações com os avós, primos, tios e, assim, diversos e complexos novos arranjos familiares surgem como forma de se adaptar aos novos tempos do modelo econômico neoliberal. 15 UNIDADE A Família e a Sociedade II Figura 3 Fonte: Correio Braziliense A informalidade da inserção eco- nômica como estratégia de so- brevivência da classe trabalhadora também acabam por agregar as famílias, independentemente da formalização de sua união oficial. Para uma maior compreensão sobre o tema tratado aqui, recomendamos que você assista ao vídeo: Contraponto – Novos Arranjos Familiares. O vídeo em forma de programa de entrevistas questiona o modelo tradicional de família, formado por pai, mãe e fi lhos, o qual vem sofrendo alterações ao longo do tempo. As transformações resultaram em novos arranjos familiares, com núcleos formados, por exemplo, por casais homoafetivos que decidem adotar ou ter fi lhos biológicos, casais que vem de outros relacionamentos trazendo os fi lhos e decidem ter mais fi lhos juntos, entre outros exemplos. Para discutir o assunto, o programa recebe a professora universitária e advogada especialista em Direito de Família, Flávia Brandão, e a psicóloga e psicanalista Glenda Almeida Pratti. O link deste vídeo pode ser encontrado no material complementar para atividades de aprofundamento. Ex pl or 16 17 Os Novos Desafios Enfrentados pelas Famílias na Contemporaneidade As famílias no período contemporâneo não conseguem ser identificadas em apenas um modelo rígido estruturado. Isso acontece pelo fato de as relações da contemporaneidade serem complexas, tecidas por também complexos eixos comunicativos e mutáveis conforme a necessidade dos sujeitos em suas ações coletivas ou individuais. Porém, em contraponto às mudanças sociais das famílias, o sistema capitalista tenta definir, e impor, um modelo fixo e ideal em propagandas e também nas tendências comportamentais dentro de uma linha estática que sugere o que as famílias devem vestir, comer, consumir, interagir culturalmente, dentro de um modelo padronizado de consumo e relações. Assim, a família burguesa é até hoje moldada nos interesses da classe dominante, no sentido da obtenção da educação dentro da divisão de funções sociais, no sentido da obtenção de seres competitivos, almejando o controle dos negócios e, por consequência, o controle do clã familiar. Atualmente, os modelos da monoparentalidade ainda sonham em obter pelo menos perante a sociedade, o ideal da família burguesa, ainda que superficialmente exista na sociedade contemporânea. As mulheres na atualidade travam a batalha para se apropriar por direito de sua capacidadereprodutiva, lutando pela igualdade de condições em diversos aspectos na sociedade, como o trabalho. Seu tempo para a convivência com os filhos é escasso, porém, ao mesmo tempo, a sua importância econômica de mantenedora da família acaba por superar a antiga dependência do seu companheiro. Figura 4 Fonte: iStock/Getty Images 17 UNIDADE A Família e a Sociedade II A divisão de tarefas possibilita tam- bém a divisão responsável pela manutenção da família, dividindo- -se, assim, até os afazeres domésti- cos, antes relegados às funções das chamadas “donas de casa”. O poder familiar aos poucos constituiu novas relações de equilíbrio das responsabilidades dos núcleos familiares, em substituição ao patriarcado existente, e, dessa forma, o conceito burguês de família vai sendo ultrapassado. Questões como a estabilidade financeira estão mais presentes do que nunca em muitas famíias, se sobrepondo inclusive ao verdadeiro interesse de união conjugal, sendo que em muitas das vezes os anseios e desejos individuais dão forma a inte- resses coletivos. A questão é que, ao se negar a vontade do indivíduo, os componentes familiares nem sempre conseguem a reciprocidade e, por muitas vezes, acabam se sentindo frustrados em relações infelizes em nome da estabilidade familiar. Esse fenômeno acaba por alterar a vida cotidiana das famílias, e reflete inclusive nas relações internas e externas, impactando na formação da identidade dos componentes familiares. Em nosso tempo atual, a organicidade das famílias é um ponto totalmente mutável e definido pelas suas relações de adaptação às diferentes necessidades do cotidiano, uma vez que uma gama de possibilidades e formas de dar conti- nuidade às relações, que podem ser construídas e reconstruídas de acordo com a realidade imposta. Em nosso país, a instituição do casamento nos dias atuais vai dando cada vez mais espaço às novas formas de união, principalmente posteriormente à regulamentação do divórcio na década de 1970. Os novos arranjos familiares cada vez mais acabam por se fazer presentes, porém, nos dias atuais, nem sempre é fácil o reconhecimento de certos arranjos familiares perante a sociedade. A diversidade das relações acaba, muitas vezes, a trazer à tona o preconceito velado ou explícito perante as diversas formas de união. Além disso, significados e nomeações simples como os termos “madrasta”, “meio-irmão”, ou, ainda, “enteado” acabam por ter um sentido pejorativo perante o meio social em que os sujeitos das famílias vivem. É necessária uma reflexão sobre as formas de preconceito que a sociedade impõe sobre as pessoas que vivenciam tal realidade, e que a sociedade esteja preparada para aceitar a diversidade das famílias, bem como que respeite a sub- jetividade das pessoas. 18 19 Hoje em dia, é comum que se confunda o tipo de família em sua estrutura, com a sua forma de relação interna e externa, sendo construída uma caricatura, ou seja, um estereótipo no imaginário coletivo de como seja a relação de determinado tipo de família. Sobre esse aspecto, é necessária a compreensão de que as famílias seguem sempre as mudanças da sociedade, e que, por sua vez, determinam novas formas de relações entre os sujeitos, dentro de sua perspectiva histórica e socioeconômica. Assim, em dias de consumismo exacerbado, a chamada ostentação e a busca por status acabam por significar algo maior do que os valores pessoais inerentes aos sujeitos. A partir do reconhecimento da monoparentalidade pela Constituição de 1988, a valorização e o respeito pelas relações de gênero começam a evidenciar um novo entendimento de relação entre as lideranças familiares, uma vez que não existe a figura compartilhada do pai e da mãe, havendo a necessidade da compreensão e o diálogo entre os componentes deste arranjo familiar no sentido de possibilitar a coexistência familiar. Porém, um aspecto importante que pode alterar as formas de configuração familiar e inclusive enfraquecer os vínculos é a desigualdade social, pois influencia na sobrevivência e na unidade das famílias. Fatores como a negação de direitos básicos, como o acesso à saúde, educação, assistência social, emprego e renda, podem ser um dos fatores de desmobilização e desagregação das famílias, principalmente em regiões agrárias sem perspectivas de prosperidade econômica, onde é comum o chefe da casa abandonar a esposa e os filhos por, muitas das vezes, constituir novas famílias nos centros urbanos. Dessa forma, a monoparentalidade feminina supera a masculina, no sentido de que a mulher passa a ter a responsabilidade de garantir a condição de sobrevivência dos filhos na ausência da referência paterna. Em muitos casos, as necessidades e não as vontades da família é que vão possibilitar escrever a sua trajetória. Nessa perspectiva, a família está diretamente ligada à conjuntura social, uma vez que depende dos avanços da sociedade e do Estado para dar condições aos componentes familiares. A família, portanto, deve ser mais vivenciada do que idealizada, uma vez que a complexidades de suas relações é que as define, e não a imposição exterior de um modelo pronto e definido. Suas especificidades, sua forma única e, ao mesmo tempo, complexa de ser é que fazem da família um organismo vivo para a sociedade. E a capacidade de evolução das famílias é que impulsiona a sociedade. 19 UNIDADE A Família e a Sociedade II Apesar da vivência cotidiana, a percepção humana de sua existência dentro de um núcleo familiar é importante para o seu desenvolvimento sociocultural. Por isso a família tem importância fundamental e mesmo que haja crises na sua constituição, a família exerce um papel vital na construção de novas formas de aprimoramento da coexistência entre os sujeitos sociais. A vivência do cotidiano é que vai influenciar e definir os rumos das famílias, uma vez que o homem é a peça fundamental de suas experiências subjetivas, o que tor- na o universo das famílias uma das formas mais complexas das relações humanas. Para tanto, as famílias devem assumir cada vez mais o compromisso de propor- cionar a educação básica de seus filhos dentro de seu núcleo, não esperando que a sociedade se encarregue de moldar os novos cidadãos, uma vez que as primeiras regras de cidadania devem surgir dentro do lar. Também se faz necessário abordar a questão que, em muitas famílias, é vivida e que por muitas vezes acaba por fragilizar vínculos: a drogadição. O uso de drogas lícitas ou ilícitas pode refletir o momento vivido pela desconstrução dos laços fraternos e na falta de compreensão entre os componentes das famílias. Os aspectos do uso de drogas podem es- tar ligados ao hábito dos pais de fumarem ou beberem na frente dos filhos pequenos, ou muitas das vezes a ausência do diálogo entre os componentes da família tpodem acarretar uma grave situação de busca fora da família, com amigos que acabarm por mostrar o uso de drogas como uma possí- vel substituição à falta do diálogo familiar. O uso de drogas acaba por dispersar o relacionamento vital das famílias, tensionando as relações e criando fatores de desarmonia dentro delas, gerando consequências como separações e até crises com consequência de casos de violência familiar. Os casos de violência contra a mulher são também fatores que levam à separação de famílias. É importante salientar que mesmo separadas dos ex-companheiros, muitas mulheres acabam sofrendo violência doméstica e, mesmo assim, não denunciam esses homens. A Lei Maria da Penha1 torna-se em nosso tempo contemporâneo uma das mais importantes garantias de proteção à mulher em relação às situações de violência doméstica. 1 Fonte: Lei Maria da Penha. In: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm 20 21 Por fim, é importante salientar que viver em família é fundamental para que o homem aprenda a viver em sociedade e que a contemporaneidade faz com que muitos tabus e preconceitos acabem por estabelecer novas formasde convivência, que podem acarretar o avanço das relações para a convivência e o respeito entre os diversos tipos de famílias. Viver em família, seja qual for a sua configuração, é principalmente participar do avanço da vida em sociedade. Para uma maior compreensão sobre o tema tratado aqui, recomendamos que você assista ao vídeo: JUSTV -- A Pluralidade da Família do séc. XXI -- Justiça em Foco. O vídeo em forma de programa de entrevistas aborda a pluralidade das famílias brasileiras do século XXI é o tema dessa edição do Justiça em Foco. Não é difícil perceber o redimensionamento que assumiu a família brasileira ao longo das últimas décadas. O número de casados diminuiu, o total de divórcios aumentou. Mais de 37% dos lares no país são providos pelas mulheres. Os arranjos matrimonias que fogem do tradicional são cada vez maiores, como os homossexuais assumidos que dividem o mesmo teto em 60 mil domicílios, conforme dados do IBGE. E, afi nal, o que é o poliamorismo e a união poliafetiva? E a união homoafetiva, já alcançou ampla legitimidade social? Os temas foram esclarecidos pelo advogado Salomão Resedá, a psicóloga Selma Evangelista, especializada em causas da família, e o professor da Universidade Católica de Salvador, doutor em Ciências Sociais na contemporaneidade, Giancarlo Petrini. O link desse vídeo pode ser encontrado no material complementar para atividades de aprofundamento. Ex pl or Revisão O termo “família” é uma expressão comum e muito difundida ao longo do processo histórico social, se dando tanto no aspecto popular, como nos conceitos de estudo científico e acadêmico. As linhagens e parentescos paternos e maternos formaram as unidades parentais, criando-se as parentelas ou amplitude familiar, sendo maiores ou menores os seus vínculos de acordo com as tradições, cultura e vivência social. Durante as transformações históricas, sociais e econômicas, o processo de vivência familiar se adaptou aos mais diversos modos e conceitos culturais de vivências impostas. A evolução das famílias em seus aspectos teóricos, dentro das experiências so- ciais vividas, trazem novos arranjos e ampliam a concepção contemporânea delas. Dessa forma, novos conceitos, valores e características específicas acabam por dar novas identificações às famílias contemporâneas, uma vez que não existe mais um modelo único a ser seguido. 21 UNIDADE A Família e a Sociedade II Os diferentes arranjos e tipos de família não se igualam, sendo um organismo diferente e com características próprias dentro do cosmo social. Os núcleos familiares podem ser constituídos pela ligação consanguínea, afetiva, ou em convívio em períodos que possibilitem uma subjetividade única e comum constituída entre os seus sujeitos. Atualmente, os modelos da monoparentalidade ainda sonham em obter pelo menos perante a sociedade, o ideal da família burguesa, ainda que superficialmente exista na sociedade contemporânea. As mulheres na atualidade travam a batalha para se apropriar por direito de sua capacidade reprodutiva, lutando pela igualdade de condições em diversos aspectos na sociedade, como o trabalho. A vivência do cotidiano é que vai influenciar e definir os rumos das famílias, uma vez que o homem é a peça fundamental de suas experiências subjetivas, o que tor- na o universo das famílias uma das formas mais complexas das relações humanas. Para tanto, as famílias devem assumir cada vez mais o compromisso de proporcionar a educação básica de seus filhos dentro de seu núcleo, não esperando que a sociedade se encarregue de moldar os novos cidadãos, uma vez que as primeiras regras de cidadania devem surgir dentro do lar. Também se faz necessário abordar a questão que, em muitas famílias é vivida e que, por muitas vezes, acaba por fragilizar vínculos, como casos de drogadição na família e violência doméstica. Por isso leis como a Lei Maria da Penha são importantes para assegurar a proteção contra mulheres vítimas de violência em família. Por fim, é importante salientar que viver em família é fundamental para que o homem aprenda a viver em sociedade e que a contemporaneidade faz com que muitos tabus e preconceitos acabem por estabelecer novas formas de convivência, que podem acarretar o avanço das relações para a convivência e o respeito entre os diversos tipos de famílias. 22 23 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Recomeçar: família, filhos e desafios Autora: Nayara Hakime Dutra Oliveira. Família na contemporaneidade: mudanças e permanências Autora: Carolina M. B. de Souza https://goo.gl/o3VFPy Vídeos Retratos de Família (A familia contemporânea em cena: novas identidades sexuais, novos pais) https://youtu.be/J0xcCszAlqc Contraponto - Novos Arranjos Familiares https://youtu.be/AFcbI8Iz0ZI JUSTV -- A Pluralidade da Família do séc. XXI -- Justiça em Foco https://youtu.be/p952Ab-i2Nc Leitura Família em situação de vulnerabilidade social: uma questão de políticas públicas Autoras: Mônica Araújo Gomes e Maria Lúcia Duarte Pereira. https://goo.gl/zgmISA 23 UNIDADE A Família e a Sociedade II Referências ARIES, P. História Social da Criança e da Família. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2006. BRASIL. Lei Maria da Penha. In: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm BRASL. IBGE. Síntese de Indicadores Sociais 2000. In: http://empreende. org.br/pdf/Programas%20e%20Políticas%20Sociais/Síntese%20de%20 Indicadores%20Sociais%20-%202000%20IBGE.pdf CARVALHO, M. C. B. A Família Contemporânea em Debate. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2002. ENGELS, F. A Origem da Família da Propriedade Privada e do Estado. Trad. José Silveira Paes. 3 ed. São Paulo: Global, 1984. Família e trabalho social: intervenções no âmbito do Serviço Social. Florianópolis, v. 13, n. 1, 2010. In: http://www.scielo.br/pdf/rk/v13n1/15 GOMES. M. A.; PEREIRA, M. L. D. Família em situação de vulnerabilidade social: uma questão de políticas públicas. In: http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n2/ a13v10n2.pdf IBDFAM – A trajetória do divórcio no Brasil: A consolidação do Estado Democrático de Direito. In: http://ibdfam.jusbrasil.com.br/noticias/2273698/ a-trajetoria-do-divorcio-no-brasil-a-consolidacao-do-estado-democratico-de- direito OLIVEIRA, N. H. D. Recomeçar: família, filhos e desafios [online]. São Paulo: Editora UNESP. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 236 p. ISBN 978-85-7983- 036-5. Available from SciELO Books. In: http://books.scielo.org/id/965tk/pdf/ oliveira-9788579830365-03.pdf SANICOLA, L. As Dinâmicas de Rede e o Trabalho Social. São Paulo: Veras, 2008. SARTI, C. A. A Família Como Espelho: Um Estudo Sobre a Moral. 6. ed. , v. 1. Campinas: Autores Associados, 2010. UFPE. Universidade Federal de Pernambuco. Família, gênero e poder no Brasil do século XX. In: https://www.ufpe.br/fagesufpe/images/documentos/ Livros_Fages/famlias%20brasileiras%20poderes%20desigualdades%20e%20 solidariedades.pdf Referências ARIES, P. História Social da Criança e da Família. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2006. BRASIL. Lei Maria da Penha. In: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm BRASL. IBGE. Síntese de Indicadores Sociais 2000. In: http://empreende. org.br/pdf/Programas%20e%20Políticas%20Sociais/Síntese%20de%20 Indicadores%20Sociais%20-%202000%20IBGE.pdf CARVALHO, M. C. B. A Família Contemporânea em Debate. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2002. ENGELS, F. A Origem da Família da Propriedade Privada e do Estado. Trad. José Silveira Paes. 3 ed. São Paulo: Global, 1984. Família e trabalho social: intervenções no âmbito do Serviço Social. Florianópolis, v. 13, n. 1, 2010. In: http://www.scielo.br/pdf/rk/v13n1/15 GOMES. M. A.; PEREIRA, M. L. D. Família em situação de vulnerabilidade social: uma questão de políticas públicas. In: http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n2/ a13v10n2.pdf IBDFAM – A trajetória do divórcio no Brasil: A consolidaçãodo Estado Democrático de Direito. In: http://ibdfam.jusbrasil.com.br/noticias/2273698/ a-trajetoria-do-divorcio-no-brasil-a-consolidacao-do-estado-democratico-de- direito OLIVEIRA, N. H. D. Recomeçar: família, filhos e desafios [online]. São Paulo: Editora UNESP. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 236 p. ISBN 978-85-7983- 036-5. Available from SciELO Books. In: http://books.scielo.org/id/965tk/pdf/ oliveira-9788579830365-03.pdf SANICOLA, L. As Dinâmicas de Rede e o Trabalho Social. São Paulo: Veras, 2008. SARTI, C. A. A Família Como Espelho: Um Estudo Sobre a Moral. 6. ed. , v. 1. Campinas: Autores Associados, 2010. UFPE. Universidade Federal de Pernambuco. Família, gênero e poder no Brasil do século XX. 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