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Amanda Lima – Med UFES 103 LIVRO CONTRATILIDADE MIOCÁRDICA o Há três tipos de células musculares no organismo humano o 2 referentes a cardíaca e esquelética → possuem disposição organizada do material contrátil em seu interiro o O terceiro tipo são as células musculares lisas → material contrátil em diferente organização ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO o Conjunto de mecanismos que são desencadeados pela excitação elétrica gerada pelo potencial de ação e promovem a contração o Acoplamento entre esses processos dependem do ion Ca++, ele é o mensageiro que ativa o processo contrátil DISTRIBUIÇÃO DE CALCIO NAS CELULAS o Para amater as concentrações intracelulares em níveis adequados → existência de bombas e canais o Em baixa concentração, o Ca++ não precipita, permanecendo em solução no mioplasma o O potencial de ação, ao excitar uma célula, promove o aumento do cálcio mioplasmatico o No miocárdio, o potencial de ação promove o influxo de cálcio na fibra, durante a despolarização o O Ca++ está compartimentalizado em uma série de locais dentro e fora da célula → as modificações de sua concentração resultam na modulação da atividade contrátil COMPARTIMENTO A o É o cálcio ionizado liquido extraceluar o Se aumentar, cresce a força de contração. o Pode ser elevado por ações diretas de sais de cálcio ou hiperparatireoidismo o Se diminuir, reduz a força de contração → agentes quelantes podem diminuir sua concentração COMPARTIMENTO B o É o Ca++ ligado nos sítios aniônicos do revestimento externo de glicocálix o Durante a excitação, penetra na célula pelos canais iônicos o Na+ e o Ca+ competem nos sítios aniônico → o aumento de Na+ desloca Ca++ desses sítios e consequentemente reduz a contração. o A diminuição de Na+ extracelular pode desencadear uma contração COMPARTIMENTO C o Passa a existir durante uma contração → é o cálcio que penetra na célula via sarcolema o Controle desse canal lento --. Relacionado com as concentrações de AMPc o Catecolaminas e xantinas → aumentam o AMPc → aumento da corrente de Ca++ e da contração o Acetilcolina → ativa a proteína G → aumento de GMPc → diminui o AMPc → diminui a contração o Variação na concentração de K+ extracelular atuam via potencial de membrana → sua diminuição excessiva ou seu aumento discreto pode acarretar em despolarização das células miocardiacas Amanda Lima – Med UFES 103 COMPARTIMENTO D o É o Ca++ ligado à face interna da membrana o A afinidade do Ca++ varia com o estado de polarização da célula. o Grade afinidade → quando a célula está polarizada o Menor afinidade → durante a despolarização o Assim. Libera cálcio para o mioplasma durante o potencial de ação COMPARTIMENTO E o Ca++ ligado ao reticulo o Acumula Ca++ por um processo ativo. → essa ação é parcialmente responsável pelo processo de relaxamento do musculo o O Ca++ acumulado é levado para as vesículas laterais das tríades → depois disso, o Ca++ pode ser novamente liberado para o mioplasma. Seja pela despolarização a partir dos túbulos transversos, ou por mecanismos de liberação de cálcio o Essa liberação de Ca++ dos retículos é feita por diversos mecanismos o São descritos dois tipos de canais: o Receptores de Rianodina (RyR) → são ativados por Ca++, sofrem ativação por meio de vários fármacos (cafeína, heparina e rianodina). O numero de receptores de rianodina se reduz com a isquemia. o A modulação dos RyR é realizada por varias proteínas. A CaM liga-se a ele e afeta a abertura do canal, diminuindo sua sensibilidade ao Ca++. o A PKA fosforila o RyR e acelera a liberação de cálcio do reticulo o Receptor de IP3 COMPARTIMENTO F o Corresponde al cálcio mioplasmatico → atua sobre a troponina e desencadeia interação entre as proteínas contrateis. o O cálcio mioplasmatico constitui o pont de convergência final dos demais locais o A capacidade das células de tamponar o cálcio mioplasmatico é limitada → pode ser vencida pelo excesso de cálcio INFLUENCIA DA TROCA SODIO-CALCIO NA CONTRATILIDADE o A interação de Na+ e Ca++ mostra um aumento de força de contração ventricular o A diminuição da concentração de Na+ aumenta a quantidade de locais aniônicos livres → isso acarreta no influxo de cálcio, porém, após alguns minutos, a força declina o Em células miocárdicas em repouso, a troca Na+/Ca++ criaria uma corrente despolarizante o Durante a despolarização, a troca de Na+/Ca++ se inverte e contribui para a elevação do Ca++ o Com a repolarização, o Ca++ passa a ser retirado da célula e contribui para a sua diminuição ALTERAÇÃO DO Na+ INTRACELULAR E VARIAÇÃO DE FREQUÊNCIA o Depende do mecanismo de troca de Na+/Ca++ → causa efeito ionotropico positivo → aumento de frequência cardíaca o O numero de despolarizações por unidade de tempo depende da entrada da Na+ → isso provoca a elevação do sódio intracelular e reduz a velocidade da troca Na+/Ca++ → aumenta o cálcio mioplasmatico o O aumento de Na+ intracelular faz crescer a força desenvolvida e diminui parâmetros temporais da contração. Amanda Lima – Med UFES 103 AUMENTO DE SODIO INTRACELULAR POR INIBIÇÃO DA BOMBA DE Na+/K+ o Determina o aumento da Na+ pois a extrusão do sódio diminui ou cessa. o Com o crescumento da Na+ intracelulat, reduz-se a troca Na+/Ca++ → resulta em um aumento da força desenvolvida o Queda do K+ extracelular reduz a atividade da bomba e provoca o aumento do Na+ → força se eleva devido ao aumento do Ca++ TROCA Na+/Ca++ COMO GERADORA DE CORRENTE DESPOLARIZANTE NA GÊNESE DE MARCA-PASSOS ECTOPICOS o Calcio elevado no mioplasma estimula a troca de sódio e cálcio o Essa troca é eletrogenica e gera correntes despolarizantes o Pesquisas indicam que essa troca pode ser responsável pela gênese de marca passos ectópicos durante uma sobrecarga intracelular de Ca++ o O excesso de Ca++ estimularia a troca dessa bomba e geraria correntes despolarizantes que, atingindo magnitude adequada, disparariam a atividade marca-passo. o Mecanismos fisiopatológicos podem ter como base a troca dessa bomba. o Atenção especial deve ser dada a medicamentos que alteram as concentrações intracelulares de Na+ e Ca++ MECANISMOS ENVOLVIDOS NA REGULAÇÃO DA CONTRATILIDADE MIOCARDICA o Existem 3 maneiras de modular a força de contração: o Pela alteração de Ca++ livre intracelular o Pela mudança da sensibilidade dos miofilamentos contrateis ao cálcio o Pela mudança na força máxima ativada por cálcio o Podem ser ativados ao mesmo tempo ou isoladamente o A elevação do Ca++ pode trazer prejuízo funcional para a célula e até mesmo a sua morte. o O aumento desse ion pode levar a uma sobrecarga de cálcio → provoca uma sobrecarga no reticulo sarcoplasmático e causa liberação espontânea de Ca++ no mioplasma → colabora com o surgimento de correntes arritmogênicas o O aumento da concentração intracelular de cálcio promove um crescimento da força de contração → é responsável pela elevação do consumo metabólico → aumenta o consumo de energia no miocárdio o Considerando a energia metabólica consumida, é mais vantajoso para aa célula aliar maior produção de força a menores modificações nos níveis de Ca++ o Existem evidencias de que algumas intervenções ionotropicas são capazes de melhorar a eficiência da maquinaria contrátil → assim, o aumento de força não requer necessariamente maior consumo de energia o Uma possível desvantagem dos agentes que aumentam a sensibilidade do sistema contrátil ao Ca++ é o crescimento da tensão e demorando no processo de relaxamento → isso pode prejudicar o enchimento ventricular Amanda Lima – Med UFES 103 ASPECTOS MOLECULARES DA MODULAÇÃO DA SENSIBILIDADE DOS MIOFILAMENTOS AO CALCIO PELA AFINIDADE DA TROPOMIOSINA C o A modulação da sensibilidade dos miofilamentos ao cálcio pode ocorrer de duas maneiras: o No filamento fino, pela modificação na afinidade da TnC o No filamentogrosso, pela fosforilação da cadeia leve fosforilável da miosina FILAMENTOS FINOS o Não são meros escravos dos níveis citoplasmáticos de Ca++ o Estão envolvidos ativamente no controle da função cardíaca por meio de mecanismos neurais, hormonais e via mecanismo de Frank-Starling o Esse mecanismo gera uma condição que aumenta a sensibilidade da maquinaria contrátil ao Ca++ o Outras situações podem diminuir a sensibilidade → acidose, aumento do fosfato inorgânico intracelular, hipóxia, anoxia e elevação de proteinoquinases (PKA) o Isso demonstra a ampla capacidade de determinadas intervenções fisiológicas ou fisiopatológicas para modularem a responsividade do sistema contrátil ao Ca++ o Mudança na sensibilidade ao cálcio: o Aumento na sensibilidade ao Ca++ →provocam maior força para dada concentração. O relaxamento fica prejudicado, pois para as menores (?) concentrações de cálcio, a ligação da TnC é maior o Redução da sensibilidade → diminuem a força para determinada concentração de Ca++. Aceleram a velocidade de relaxamento o A alteração na ocupação da TnC pelo cálcio parece ser o mecanimo mais conhecido para alterar a sensibilidade a este ion INTERVENÇÕES QUE AFETAM A RESPONSIVIDADE MIOFIBRILAR AO CALCIO o Estimulação alfa e beta adrenérgico o Mudança na isoenzima da miosina o Fosfato inorgânico o pH intracelular o hipóxia e isquemia o sensibilizadores naturais e sinestésicos o estiramento ESTIMULAÇÃO ALFA E BETA ADRENERGICA o Agentes ionotropicos como os agonistas beta adrenérgicos → aumentam o AMPc → ativam a PKA → fosforilam a TnI o Esse mecanismo envolve interações alostericas entre as proteínas do filamento fino e reduz a afinidade d TnC pelo cálcio o Agonistas desses receptores são capazes de promover efeito ionotropico positivo pela entrada de cálcio o Isso acontece pela fosforilação de canais de cálcio voltagem-dependentes → também ocorre aumento de frequência cardíaca o Mais cálcio vai entrar a célula durante o processo de acoplamento excitação-contração, porém mais cálcio terá que ser expulso em um menor período de tempo o Aumento de AMPc tem uma serie de efeitos sobre o coração: aumenta a força de contração, aceleram o relaxamento muscular, aumentam a velocidade de condução do impulso elétrico e elevam a frequência cardíaca o Os alfa adrenérgicos além de aumentarem o cálcio intracelular, via subida de IP3 também aumentam a afinidade do sistema contrátil ao cálcio Amanda Lima – Med UFES 103 FOSFATO INORGÂNICO o O Pi é mantido em concentrações baixas, apesar de estar continuamente sendo produzido pela quebra de ATP. o O Pi é um dos maiores reguladores da produção de ATP mitocondrial → se o Pi aumenta, a produção de ATP a partir de ADP + Pi se acelera o Sistemas reguladores internos mantêm certa constância nos níveis, por exemplo, quando o trabalho cardíaco dobra, o Pi se eleva, porém, a eficiência do sistema circulatório torna-se falha durante a isquemia cardíaca. o Durante a formação das pontes cruzadas e geração de força muscular, a miosina se liga ao monômero de actina, havendo liberação de Pi. o A presença de mais Pi deslocaria o equilíbrio no sentido contrario da produção da força. → resulta na redução do numero de pontes cruzadas passiveis de gerar força muscular MUDANÇA NO pH INTRACELULAR o O transporte transmembranal de H+ regula o pH intracelular o O pH pode variar em certas condições de acidose o A causa da acidose pode ser fisiológica, farmacológica ou mesmo patológica o Essas variações podem afetar muitos sistemas celulares, incluindo as bombas e os canais iônicos de membrana o Durante a acidose, não apenas o numero de pontes cruzadas está reduzido, mas também reduz a eficiência da contração muscular em termos de força produzida por molécula de ATP consumida EFEITOS DA HIPOXIA E DA ISQUEMIA o Deve-se ao aumento dos níveis de cálcio subsequente à acidose o Durante a primeira exposição à anoxia → quebra dos estoques de glicogênio eleva a produção de acido lático e a acidose resultante aumentaria o cálcio o Em exposições repetidas → diminui os estoques de glicogênio e reduz o acido lático, caindo a acidose e o cálcio. A depleção do glicogênio reduz a duração dos PAs e isso também diminui a concentração de Ca++ o A afinidade da troponina ao cálcio está diminuída na acidose SENSIBILIZADORES NATURAIS E SINTETICOS o Cafeína é um agente sensibilizador dos miofilamentos ao cálcio → ela mimetiza a ação de substancias endógenas o Compostos que aumentam a sensibilidade do sistema contrátil ao cálcio geralmente dispõem-se também de outras ações. o Sulmazol → afeta tanto a concentração do cálcio quanto a responsividade dos miofilamentos MECANISMO DE FRANK-STARLING o Desenvolve a função de uma bomba ejetora com capacidade de regular seu debito o É capaz de controlar seu estado contrátil dentro de uma larga escala o Se baseia na propriedade fundamental do musculo de variar sua capacidade de encurtar e desenvolver tensão em função de seu comprimento de repouso o Esse conceito estabelece que o volume sanguíneo que entra para a cavidade ventricular será ejetado, garantindo que o retorno venoso seja igual ao debito cardíaco o Esse mecanismo pode ser considerado como uma resposta adaptativa funcional a curto prazo, onde a dilatação causada pelo aumento do retorno venoso eleva a contratilidade miocárdica Amanda Lima – Med UFES 103 MECANISMOS ENVOLVIDOS NA GENESE DA FORÇA MUSCULAR FATORES FISICOS o O comprometimento muscular governa o formato das fibras e a disposição das estruturas internas o A redução da força contrátil é devida à interações inadequadas entre os miofilamentos. Também pode ser decorrente do surgimento de forças internas despertadas pelos conflitos entre filamentos finos que se opõem à força que se estabelece no sentido da contração EFEITOS DA ATIVAÇÃO o A ativação do sistema contrátil depende do comprimento muscular em repouso. o A força de contração pode ocorrer de duas maneiras principais: o Liberação de cálcio no mioplasma dependente de estiramento o Mudanças na sensibilidade dos miofilamentos ao cálcio LIBERAÇÃO DE CALCIO DEPENDENTE DE ESTIRAMENTO o Com o estiramento, poderia ocorrer variação na magnitude do transiente rápido de cálcio, iniciando uma contração muscular. Um possível mecanismo que explicaria as alterações estiramento-dependentes poderia ser devido ao efeito do estiramento nas propriedades físicas das estruturas da membrana sarcolemal. A deformação destas dobras foi obtida com o aumento do comprimento muscular, o que poderia levar a alterações no estado funcional de canais, bombas, carreadores e receptores contidos nas cavéolas, ativando mecanismos que poderiam mediar o efeito do estiramento sobre o fluxo iônico transarcolemal. MUDANÇAS NA SENSIBILIDADE DIS MIOFILAMENTOS AO CALCIO o há evidências de que a redução da ativação das miofibrilas pelo Ca2+, decorrente da diminuição do comprimento do sarcômero em repouso, deve-se à concomitante redução na sensibilidade das miofibrilas para este íon. o Este fenômeno representa uma propriedade intrínseca da miofibrila cardíaca e é extremamente importante na relação comprimento-tensão do sarcômero. o Mais recentemente, uma teoria com grande aceitação propõe que o comprimento do sarcômero interfere na sensibilidade ao cálcio → devido a mudanças no espaço entre os filamentos finos e grossos. → aumentando a probabilidade de formação de fortes pontes actomiosínicas CONTRAÇÃO ISOMETRICA o O musculo tem suas extremidades fixas, e ao ser estimulado contrai-se, gerando força. Mas o músculo não se encurta. o Os sarcômeros encurtam-se sem haver o encurtamento externo CONTRAÇÃO ISOTONICA o É uma contração em que o músculo faz contra uma carga constante. o A força gerada torna-se igual à carga. O musculo encurta-se, movimentando a carga → o encurtamento diminui com o aumento dacarga suportada pelo músculo. o Também se observa que a velocidade máxima de encurtamento se reduz com o aumento de carga
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