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Prevenção de Acidentes na Infância e Adolescência

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Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
SEGURANÇA NO AMBIENTE DOMÉSTICO 
➢ Maior número de eventos traumáticos até o fim da 
idade escolar → próprio domicílio. 
➢ 50% das mortes consideradas acidentais em menores 
de 15 anos ocorrem em casa. 
o Metade dessas por asfixia e 1/3 por afogamento 
➢ No Brasil, 6% de todas as hospitalizações de crianças 
até 9 anos foram por causas externas, e as quedas 
foram responsáveis por 39% desses casos (4x maior que 
o das internações por traumatismos de trânsito e por 
choque elétrico; 10x mais do que por queimaduras e 
intoxicação; e correspondem a cerca de 2/3 dos 
atendimentos de emergência). 
➢ Por idade: 
o 1º ano: Asfixias e quedas → queimaduras → 
aspiração de corpo estranho. 
o 2 a 5 anos: Quedas → asfixias → queimaduras → 
afogamentos. 
o Pré-escolares: Atropelamento → queimaduras → 
intoxicações. 
- As asfixias e quedas vão ser as principais causas de 
acidentes no primeiro ano, principalmente nos trocadores e 
camas (não deixar crianças sozinhas no trocador em 
qualquer idade ou situação). 
- De 2 a 5 anos a principal causa vai ser as quedas, 
principalmente pela curiosidade da criança de querer subir 
nas coisas. As asfixias também são causa, e deve ter 
cuidado com sacos, por conta da curiosidade. Sobre os 
afogamentos, tomar cuidado com baldes, banheiras e 
caixas d’água (independente da idade, não deixar 
crianças sozinhas na banheira → não precisa de muita água 
para levar a um afogamento, só o suficiente para cobrir o 
nariz já pode levar a uma asfixia). 
- O local de maior acidente na casa é a cozinha, seguido 
de banheiro, escadas e corredores, quarto, salas, 
elevadores, lavanderias, piscinas, etc. 
- Acidentes por falta de vigilância (como por exemplo nos 
elevadores) são considerados crimes de negligência, pois 
criança não pode andar sozinha, no mínimo até 10 anos. 
➢ Orientação na conscientização dos pais sobre 
mudanças no seu comportamento (supervisão); 
apoio da comunidade; vantagens econômicas no 
acesso a produtos seguros; melhoria 
socioeconômica-cultural como um todo. 
➢ Pediatra ou os agentes de saúde: Orientações de 
segurança que sejam realistas; combinação de 
conhecimentos e riscos, supervisão de riscos, 
adaptações da casa e aprendizado a partir de 
histórias reais de outras famílias. 
- A medida mais eficaz é orientar mudança de 
comportamento, deixando a criança sempre sob 
supervisão, e eliminar todos os riscos possíveis dentro de 
casa. 
- É necessário ter o apoio da comunidade e mostrar para o 
poder público que vai ter mais vantagens (inclusive 
econômica) se houver um investimento na segurança das 
crianças. 
- No pré-natal, já pode orientar aos pais sobre as mudanças 
que vão ser necessárias após o nascimento do bebê 
(tomadas protegidas, portas com travas, qualidade dos 
produtos que está usando → Deve adequar às habilidades 
da criança). 
- O pediatra deve combinar a informação aos pais sobre os 
riscos, a necessidade de uma maior vigilância, as 
possibilidades da casa e o ensino de medidas de segurança 
para as crianças. 
- Uma das orientações é virar o cabo da panela para a 
parte de dentro e de preferência usar as bocas mais 
traseiras do fogão, para evitar acidentes na cozinha. 
➢ Proteção passiva: Eficácia documentada; 
equipamentos de segurança → (eliminação dos 
riscos dentro de casa) 
➢ Limitações: Casas alugadas; famílias pobres que 
podem não dispor de ambientes. 
- Em casas com escadas, deve ter proteção na escada (na 
parte de cima e de baixo); também é necessário grades de 
proteção na entrada da cozinha e lavanderia. 
- Deve aconselhar sobre colocar proteção em todas as 
quinas da casa, e colocar travas nas janelas e portas de 
correr. É necessário também colocar protetores de tomadas 
(de preferência em forma de chave, para evitar que a 
criança aprenda a retirar). 
PARA PREVENIR ASFIXIA: 
➢ Alimentar a criança sentada à mesa ou em cadeira 
alta 
➢ Não permitir brincar ou correr durante as refeições 
➢ Cortar os alimentos em pedaços pequenos 
➢ Ter cuidado com objetos muito pequenos, como 
grãos de cereais, caroços de frutas, gomas de 
mascar, balas duras, botões, moedas, etc. 
➢ Brinquedos devem ser apropriados para cada idade 
e não devem destacar partes pequenas 
➢ Não usar talco perto de crianças 
➢ Não usar cordão ou presilha de chupeta ao redor do 
pescoço 
➢ Não deixar sacos plásticos ao alcance das crianças 
➢ Usar lençóis, mantas e cobertores bem presos ao 
colchão 
- Deve orientar os pais a só oferecerem comida para as 
crianças sentadas (à mesa), e deve evitar cortar a comida 
em pedaços muito pequenos (deve ser o suficiente para a 
criança segurar na mão). Ter cuidado com coisas pequenas 
como amendoim, balas, etc. 
Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
- É preciso ter cuidado com brinquedos pequenos ou que 
tenham a capacidade de se soltar (observar a permissão 
para a faixa etária). 
- Não se usa mais talco na criança, e não deve ser utilizado 
perto das crianças (só se for em gel ou em creme), pois a 
névoa pode causar asfixia na criança. 
- Não se usa nada no pescoço da criança, nem mesmo 
aquelas para segurar chupeta, pois pode prender em 
alguma coisa e levar ao sufocamento. Não é recomendado 
nenhum tipo de corrente. 
- Evitar colocar muitas coisas no berço da criança, e tudo 
deve ser bem preso – por isso, não deve usar cobertas, e sim 
vestir a criança de forma adequada para a temperatura. 
Protetores de berço não são recomendados, pois o bebê se 
mexendo de noite não tem capacidade o suficiente de 
machucá-lo, e os berços de acordo com as normas da ABNT 
não deixam espaço suficiente para ficar saindo braços e 
pernas pela grade. Os travesseiros não são muito indicados, 
mas podem ser utilizados em algumas situações. 
PARA PREVENIR AFOGAMENTOS: 
➢ Jamais deixar a criança sozinha durante o banho, 
principalmente quando estiver usando banheira 
➢ Nunca deixar baldes, bacias ou tanques com água 
ao alcance das crianças 
➢ Frequentar piscinas somente com vigilância contínua 
PARA PREVENIR QUEDAS: 
➢ Banir o uso de andadores 
➢ Instalar grades ou redes de proteção nas janelas de 
andares altos 
➢ Instalar portões com trancas em escadas 
- O grande problema do andador não são as alterações 
ortopédicas, e sim o grande número de traumas que as 
crianças sofriam por quedas em andadores (apesar de que 
o uso do andador também altera o DNPM, por ser crânio-
caudal, não sendo indicado em nenhuma situação). 
- O jumper roll tem uma idade específica para ser utilizado, 
e a criança precisa ter pelo menos capacidade de sentar 
sozinha. Por ele ser fixo, o risco de queda é muito baixo, mas 
tem que estar atento à idade da criança para fazer uso. 
PARA PREVENIR QUEIMADURAS: 
➢ Testar a temperatura da água do banho com o 
cotovelo 
➢ Sempre verificar a temperatura de mamadeira e 
outros alimentos quentes 
➢ Não manusear líquidos ou alimentos quentes com a 
criança no colo 
➢ Esconder fósforos, velas e isqueiros 
➢ Evitar o uso de roupas de tecido sintético que sejam 
facilmente inflamáveis 
➢ Não fumar dentro de casa 
PARA PREVENIR CHOQUES ELÉTRICOS: 
➢ Não deixar vários aparelhos em uma mesma tomada 
➢ Não deixar soquete sem lâmpada 
- Não deve manipular nenhum alimento quente com a 
criança no colo (por conta do reflexo), deixar fósforos fora 
do alcance, não fumar perto da criança, não deixar o 
soquete (o “bocal”) da lâmpada à mostra, sem lâmpada. 
PARA EVITAR INTOXICAÇÕES: 
➢ Não utilizar medicamentos sem orientação médica 
➢ Nunca utilizar produtos clandestinos 
➢ Seguir as orientações do fabricante para o uso 
adequado dos produtos 
➢ Preferir produtos químicos que tenham embalagens 
com tampa de segurança para crianças 
➢ Manter os produtos em sua embalagem original e 
nunca reutilizar frascos 
➢ Evitar o uso indiscriminado de inseticidas 
➢ Conhecer bem as plantas ornamentaisda casa e dos 
jardins e não manter dentro de casa plantas que são 
tóxicas, como comigo-ninguém-pode, costela-de-
adão, saia branca, espada-de-são-jorge, etc. 
PARA EVITAR FERIMENTO POR ARMA DE FOGO: 
➢ Não ter armas de fogo em casa 
➢ Caso tenha, armazenar em armário trancado, longe 
da munição, que deverá estar em um outro armário 
trancado. 
- Não deixar medicamentos ao alcance de crianças 
- Os produtos “clandestinos” são aqueles que não foram 
fiscalizados, que muitas vezes são feitos em casa, como os 
sabões caseiros. 
 
Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
- O ministério da saúde tem alguns sites com orientações 
para os pais, e com checklists para confirmar esses cuidados 
para a criança. 
- O telefone de emergência do SAMU 192 deve estar sempre 
de fácil acesso, para situações de emergência. 
SEGURANÇA NO AMBIENTE DOMÉSTICO: 
 
 
 
 
SEGURANÇA NO TRÂNSITO 
➢ Mais de 1 milhão de mortes e cerca de 10 milhões de 
lesões incapacitantes e permanentes 
➢ Os pedestres e crianças são os grupos mais 
vulneráveis 
➢ Os riscos de passageiros de veículos aumentam 
acentuadamente ao longo da adolescência 
➢ Energia mecânica, com transmissão de energia 
cinética maior do que a capacidade da criança de 
absorvê-la, além do impacto do corpo contra 
superfícies rígidas do automóvel ou do solo → lesões 
acontecem em diferentes graus de intensidade. 
Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
➢ Fatores de aumento do número de mortes: Aumento 
progressivo do número de automóveis circulantes; 
crescimento urbano e industrial da população; falta 
de cultura popular voltada para a segurança; 
impunidade; falta de legislação efetiva; más 
condições das vias de circulação 
- O crescimento urbano e industrial favorece para os 
acidentes, e a cultura de impunidade (mesmo com leis 
como a lei seca), também dificultam para essa segurança. 
➢ Risco de atropelamentos: Meninos; faixa etária de 3 a 
12 anos; número de ruas que a criança atravessa; 
atravessar a rua fora da faixa de pedestres; horários 
escolares; moradias sem quintal ou áreas de 
recreação. 
➢ Fase pré-escolar: Baixa estatura prejudica a visão do 
trânsito pela criança e pelo motorista; incapacidade 
total de autoproteção; dificuldade para localizar de 
forma precisa os sons que ouve no tráfego; ausência 
de capacidade de lidar com mais de um fato ou uma 
ação de cada vez. 
- A impulsividade é maior nos meninos, mas não deve 
considerar que só os meninos apresentam um maior fator de 
risco. 
- Deve perguntar para os pais quantas ruas a criança 
atravessa, para saber se ela atravessa alguma fora da faixa 
de pedestres. 
- Brincar na rua é um fator de risco, inclusive porque quando 
a criança ouve uma buzina, ela não vai associar 
rapidamente, e sim procurar primeiro de onde vem o 
barulho. 
➢ Pré-escolares: Impulsivos 
➢ Escolar: Capaz de compreender riscos do trânsito; a 
visão periférica ainda é diminuída; comportamento 
imprevisível; necessita de maior tempo para 
processar as informações; dificuldade em julgar a 
distância de um objeto nas vias de tráfego e de 
avaliar a velocidade dos carros antes dos 11 anos de 
idade. 
➢ Adolescente: Atitudes de desafio a regras e 
comportamento influenciável; uso de patins e skates 
constitui um fator adicional de risco; ingestão de 
bebidas alcoólicas, assim como outras drogas, leva a 
um risco cada vez maior. 
➔ Crianças são impulsivas e ainda não desenvolveram 
as habilidades para julgar a distância que um carro 
está e qual sua velocidade de aproximação, 
geralmente desenvolve-se de forma gradual e isso 
não está dominado antes de, pelo menos, 10 anos. 
- Nos escolares, começa a ter um entendimento maior a 
respeito do trânsito, mas a visão periférica ainda não é boa, 
e a noção de velocidade também pode ser perigosa (a 
criança acha que um carro está longe, mas na verdade não 
está). 
- O acesso a bebidas alcoólicas está acontecendo cada 
vez mais cedo, e isso é um fator de risco para acidentes no 
trânsito. 
- Antes dos 10 anos, não deve ser permitido que as crianças 
andem sozinhas na rua. 
 
- As ruas de mão única facilitam para que as crianças não 
precisem prestar atenção em dois sentidos ao mesmo 
tempo, facilitando o cuidado. 
➢ Transporte seguro de crianças em automóveis: 
Manter toda criança com menos de 13 anos de 
idade no banco traseiro do automóvel; usar um 
dispositivo de contenção em toda viagem; usar 
dispositivo de contenção apropriado à idade e ao 
tamanho da criança; instalar o dispositivo de 
contenção da maneira correta. 
- Com 1,45m é quando tem a altura adequada para uso de 
cinto de segurança. Antes disso, não é permitido que a 
criança ande no banco da frente. 
 
Luíza Barreto – Medicina 2020.1 
 
 
 
 
SEGURANÇAS DE BRINQUEDOS E ÁREAS DE LAZER 
 
- Tem que saber escolher, manter e armazenar os 
brinquedos. 
- Para escolher, tem que seguir a indicação para a idade 
- Deve avaliar periodicamente possíveis danos aos 
brinquedos (evitar peças soltas e quebradas) 
- Deve ensinar a criança desde pequena a arrumar os 
brinquedos sempre quando terminar. 
ÁREA DE LAZER: 
➢ S.A.F.E → 
S – Supervisão; A – Adulto; F – Falls (quedas); E – 
Equipamento 
 
- A criança deve estar sempre sob supervisão de um adulto. 
- Os equipamentos devem ter manutenção periódica, e o 
adulto deve sempre analisar se o uso está adequado, se é 
adequado para a idade para a criança, e se está em um 
bom estado de conservação. 
 
- Brinquedos com imã e metais pesados (baterias) precisam 
de uma supervisão ainda maior.

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