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Miíases e moscas

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→ Responsáveis pelos casos de “bicheira”, em 
humanos e animais. Muitas espécies de moscas 
também são vetores de outras doenças, como 
helmintos, fungos, bacterianas e protozoários. 
→ Filo: Arthropoda, classe insecta, ordem díptera 
(subordem nematocera (mosquitos), e brachycera 
(moscas e mutucas, e infra ordem – muscomorpha e 
cychlorrapha). 
→ Família: clliphoridae – moscas varejeiras - Espécies: 
cochiomya hominivorax – mosca das bicheiras (muito 
importante, se alimenta de tecidos vivos). 
→ Família: oestridae – Espécie: dermatobia e hominis 
– mosca do berne. 
→ Miíases são causadas pelas larvas, as moscas têm 
vida livre e vivem no ambiente. 
C A L L I P H O R I D A E 
→ Família das moscas varejeiras. 
→ Larvas de várias espécies causadoras de miíases no 
homem e em animais domésticos, com alto índice de 
sinantropia (afinidade pelos ambientes transformados 
pelos seres humanos), adultos de várias espécies 
veiculadores de agentes patogênicos, mas também 
tem papel ecológico de decomposição de matéria 
orgânica. 
→ Ciclo biológico: fêmeas põem ovos em massa 
(colados uns aos outros) nas carcaças, matéria orgânica 
e margem de feridas contendo tecidos vivos sem 
infecção ou necrosadas. 
✓ Em ferida asséptica: moscas só vão produzir 
problemas, doença miíase. 
 
✓ Se for em feridas necrosadas: as larvas podem 
ajudar na cicatrização e recuperação dos processos 
necróticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: hospedeiros intermediários de alguns helmintos. 
→ As larvas típicas dos muscóideos são vermiformes, 
ápodas e com cabeça muito reduzido (pseudocéfalo). 
→ Tem região anterior com cavidade oral, dotada de 
esqueleto cefálico para raspar os substratos, regurgita 
saliva, liquefaz o substrato e se alimenta. Utiliza 
bactérias na sua dieta, razão pela qual a larvas podem 
ser usadas para desbridar feridas. 
→ Região posterior mascada por 2 espiráculos 
respiratórios, voltado para fora do substrato. 
 
a) pseudo-céfalo; b) espiráculo anterior; c) área 
espinhosa ventral; d) espiráculo posterior; e) 
tubérculos anais; f) placa espiracular. 
Os espiráculos tem vários formatos diferentes, mais 
retilíneos representam moscas varejeiras. 
→ Gêneros: 
1) Chrysomya: c. albiceps, c. megacephala, c. putoria 
(são pragas vetores de viroses e outras doenças, por 
frequentarem ambientes ricos em matéria orgânica). 
2) Cochliomyia: c. macellaria (pode ser usada em 
larvoterapia) e c. hominivorax. Só se criam em tecidos 
vivos. 
3) Phaenicia ou Lucilia: p. eximia ou L. eximia, P. 
cuprina ou L. cuprina, P. sericata ou L. sericata. 
→ Sexo: feminino (discópticos) quando os olhos são 
afastados e masculino (olópticos) quando são juntos. 
Ovos 
L 1
L 2
L 3
Pupa
Adultos
São maduras tendem a 
abandonar o substrato 
e vão ao solo, se 
enterram ou não, e dão 
origem as pulpas. 
Referências: Rey 4° Ed 
→ Aparelho bucal do tipo sugador, regurgita saliva, 
liquefaz e suga, nesse momento veicula várias doenças. 
→ Miíases: myia = mosca; iasis = doença. 
“É a infestação de vertebrados vivos por larvas de 
dípteros (moscas) que, pelo menos durante certo 
período se alimentam dos tecidos vivos ou mortos do 
hospedeiro, de suas substâncias corporais líquidas 
(sangue, linfa etc), ou do alimento por ele ingerido”. 
→ Se forem tecidos vivos, a larva de mosca é parasita 
obrigatória, e se forem necrosados a larva de mosca é 
parasita facultativa. 
→ São classificadas clinicamente pela localização 
anatômica: 
✓ Cutâneas: furunculosas (causadas pela mosca do 
berne – dermatobia hominis, só uma larva); 
rasteiras (varejeiras, não destroem, se alimentam 
superficialmente, ação traumática), ulcerosas ou 
traumáticas (varejeiras, habitam feridas abertas). 
 
✓ Cavitárias: oestrus ovis e varejeiras, as larvas 
habitam cavidades nasais, orelhas. 
 
✓ Orgânicas: gasterophillus sp., habitam 
gastrointestinal. 
→ Ou classificadas pelo comportamento (etológica): 
✓ Pseudomiíases: bicho da goiaba (anastrepha sp.), 
passa pelo trato gastrointestinal, mas não produz 
nenhuma lesão. 
 
✓ Miíases semiespecificas, facultativas ou 
secundárias (necrobiontófagas): as larvas se 
alimentam, principalmente de tecidos necróticos 
do hospedeiro, usadas em larvoterapias. 
 
✓ Miíases especificas obrigatórias ou primárias 
(biontófagas): se alimentam de tecidos vivos do 
hospedeiro, como berne e a hominivorax. 
→ Principais espécies: 
✓ Cochllomyla honivorax – miíase primária ulcerosa; 
ciclo biológico de 20 dias (10 no hospedeiro), e 
longevidade de 25 dias no macho e 35 nas fêmeas. 
 
✓ Cochllomyla macellaria – miíase secundária 
ulcerosa; ciclo biológico de 10 a 12 dias, e 
longevidade de 45 dias. 
 
✓ Phaenicia eximia, Ph cuprina, Ph. sericata -miíase 
secundária ulcerosa; utilizada em larvoterapia: 
ciclo biológico de 12 dias, longevidade de 40 dias 
em machos e 50 dias em fêmeas. 
 
✓ Chrysomya megacephala - miíase secundária 
ulcerosa: ciclo de 10 dias, com longevidade de 60 
dias ou 120 dias em laboratório. 
→ As varejeiras são moscas de porte médio, corpo 
curto e grosso, cores metálicas brilhantes (azuis, verdes 
ou cúpreas). 
→ No gênero Cochliomyia estão C. hominivorax e C. 
macellaria. C. hominivorax é parasito obrigatório na 
fase larvária (larvas biontófagas) e, portanto, 
produtora de miíases. 
→ Os adultos apresentam aparelho bucal do tipo 
lambedor, alimentando-se de matéria orgânica animal. 
→ As fêmeas medem 8-10 mm e põem 20 a 400 ovos 
na margem de feridas, arranhões etc. Em menos de 24 
horas as larvas eclodem e passam a nutrir-se 
vorazmente de tecidos vivos. Após 6 a 7 dias, caem ao 
solo para pupar. No laboratório podem viver 65 dias. 
→ As larvas de C. macellaria e de outras espécies da 
família são necrobiontófagas: alimentam-se sobre 
cadáveres e animais mortos, sendo de interesse para a 
Medicina Legal. Há um potencial para a sua utilização 
em larvoterapia 
→ A cochliomyla hominivorax (miíase primária), a 
mosca das bicheiras é nosso alvo principal: 
 
Podem provocar hemorragias, dor intensa, odor 
(atrativo para outras fêmeas que se aproximam e põem 
mais ovos, levando até óbito dos pacientes). 
✓ Ovos (14 a 18 horas) → eclosão → larvas se 
alimentam nas bordas das feridas e se 
desenvolvem em 4 a 10 dias atingindo 17 mm. 
 
✓ Abandona a ferida → solo → pupa (1 semana no 
verão e 3 semanas no inverno) → adulto. 
 
✓ Adultos recém-eclodidos se alimentam de néctar 
das flores ou de substâncias açucaradas das 
plantas. 
 
Massas de ovos
Ovipositada 
sobre margens 
de feridas
larvas se 
alimentam de 
carne e sangue
miíase cutânea
larvas 
abandonam o 
hospedeiro
pupas
enterradas no 
solo --> adultos
se alimentam e 
vivem cerca de 
1 mês
✓ Fêmeas acasalam uma única vez → após 5 a 10 dias 
→ depositam seus ovos. 
 
✓ Fêmea fecundada se alimenta de sangue ou 
exsudatos presentes nas feridas. 
Ciclo demora de 21 a 60 dias, podem ocorrer de 12 a 13 
gerações/ano. 
 
 
 
 
 
 
 
→ Remoção: ao borrifar solução fisiológica, ou outra 
substância que sufoque os espiráculos respiratórios, a 
larva vai tentar sair para respirar. Com uma pinça é 
possível retirar uma por uma. 
→ Existem duas faixas negras na região posterior do 
corpo, que correspondem as traqueias. 
→ Ação: traumática, tóxica (processo inflamatório que 
gera edema), dolorosa. 
→ A cochliomyia mecellaria pode produzir miíases 
secundárias, então não é um parasita obrigatório. 
→ A chrysimya megacephala, praga e vetor, mas as 
larvas são usadas em larvoterapias, pois causam miíase 
secundária (não são obrigatórias). 
→ Larvoterapia: usa-se larva de moscas para desbridar 
feridas necróticas, na miíase secundária as larvas 
podem se aproveitar desses tecidos, removendo as 
partes necrosadas, através de indução são inoculadas 
nas feridas dos pacientes e vão produzir 
desbridamentos de lesões que não respondem a 
antibióticos. As larvas estimulam neoformação e 
proliferação de tecidos e combatem bactérias. Não 
pode ser usada em áreaspróximas de vasos calibrosos, 
em indivíduos alérgicos a compostos como amônia 
(excreta de larvas). 
✓ Usada em pacientes diabéticos, com amputação, 
feridas, queimaduras. Tudo seguindo protocolos 
de segurança. 
 
O E S T R I D A E 
 → Família da mosca do berne, dermatobia hominis 
(miíase furuncular primária, larvas são parasitas 
obrigatórias). As moscas adultas não se alimentam, 
vivem livremente e após a cópula vão pôr os ovos. 
→ Não são capazes de fazer postura de ovos sobre o 
corpo do animal hospedeiro, usa outras moscas e 
insetos (como a lambedora de suor – comum 
doméstica) para carregar seus ovos. Para controlar a 
mosca do berne, é necessário controlar outras moscas, 
como a dos estábulos, do chifre, a doméstica. 
→ São capazes de sobrepujar outros insetos e fazer a 
postura de ovos sobre eles. Quando esse inseto pousa 
sobre um animal de sangue quente (mamífero) as 
larvas vão ser estimuladas a sair do ovo e penetrar 
ativamente na pele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Não pode espremer, risco de romper a larva e 
infectar (gerando necrose e purulência). Deve obstruir 
o orifício, cessando a passagem de ar, causando o recuo 
da larva parcialmente ou totalmente e com uma pinça 
retira a larva de forma intacta. Se a larva morrer pode 
ser preciso extração cirúrgica com anestesia local. 
Massa de ovos
ovipositada 
sobre outros 
dipteros
larvas em 
orificios na pele
miíase 
furuncular (35 -
40 dias)
Larvas maduras 
abandonam o 
hospedeiro
pupas 
enterradas no 
solo (1 a 2,5 
meses)
Adultos se 
formam
Não se 
alimentam e 
vivem por 4-12 
dias
→ Podem chegar a 1,3 cm de comprimento. 
→ Patologia e tratamento: 
✓ Ao penetrar, as larvas podem produzir sensação de 
picada ou prurido, que soem passar 
despercebidos. 
 
✓ Em torno delas surge infla- mação e a formação de 
uma cápsula fibrosa. 
 
✓ Externamente a lesão parece um furúnculo, em 
cujo vértice há pequeno orifício onde, com uma 
lupa, pode-se ver a placa espiracular. 
 
✓ Cada lesão corresponde a uma larva, podendo 
haver uma ou mais. 
 
✓ Além da tumoração local, os hospedeiros 
apresentam dores agudas, como ferroadas, e 
sentem os movimentos da larva. 
Tratamento: ivermectina e clozantel.

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