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Mycobacterium Tuberculosis: Características e Transmissão

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Rafaela Amaral Tuberculose MEDICINA – FPME - 2°P 
O gênero Mycobacterium, único da família Mycobacteriaceae, é constituído por: 
bacilos retos ou ligeiramente curvos, imóveis (não possui flagelos) e não 
formadores de esporos ou cápsulas. As bactérias desse gênero são caracterizadas 
principalmente por apresentarem um tempo de geração longo, 3 horas para as espécies de 
crescimento rápido e 18 horas, em média, para as espécies de crescimento lento. 
Bacilos Álcool Ácido Resistentes (BAAR) pois, ao contrário das bactérias de 
outros gêneros, sua parede permanece corada em rosa pela fucsina após o 
tratamento da lâmina com uma solução de 3% de HCl em etanol. 
As células de algumas espécies podem se unir formando agregados longos como se 
fossem cordas (de sisal nas quais os fios se encontram um ao lado do outro). 
As paredes celulares são muito complexas em termos químicos, com forte caráter 
hidrofóbico, apresentando ácidos micólicos em sua superfície. 
• As micobactérias são aeróbias. 
• São consideradas facultativamente intracelulares, pois resistem à morte no 
interior dos fagócitos do sistema imunológico. 
• Toleram baixas tensões de oxigênio no interior das células do sistema 
imunológico 
• Apresentam versatilidade nutricional e metabólica. 
• Podem tolerar a acidez. 
 
Um fator importante na patogênese da micobactéria é o fato de que o ácido micólico 
da parede celular estimula bastante a resposta inflamatória no hospedeiro 
TRANSMISSÃO 
• Reconhecimento da transmissão por via aérea, sendo que há um agente vivo 
eliminado pelos doentes. 
• Revelação que partículas maiores tendem a se depositar no chão, misturando-
se com a poeira, enquanto as menores levitam no ar 
Das que levitam, nem todas são contagiantes, apenas as que se ressecam e 
apresentam características aerodinâmicas semelhantes a dos gazes. Tais 
partículas, com um ou dois bacilos viáveis, alcançam os alvéolos, onde os 
germes se implantam. Outras não ressecadas, com grumos de bacilos, 
depositam-se no trajeto da árvore brônquica e são eliminadas pelo sistema 
mucociliar, digeridas e eliminadas pelo sistema digestivo. 
Nas gotículas suspensas, apenas 1% dos bacilos presentes conseguem 
sobreviver por algumas horas, desde que estejam em locais sem ventilação e 
não expostos à luz solar, fatal para o bacilo. O tempo de exposição necessário 
para uma infecção bem-sucedida foi calculado por probabilidade, entre 100 e 
200 horas, dependendo das características do foco e a intensidade do contato: 
quanto mais demorada a convivência, maior a possibilidade de transmissão, 
daí a necessidade de investigar os contatos mais próximos no rastreamento da 
doença. 
LESÃO INICIAL 
As vias respiratórias são a principal porta de entrada do Mycobacterium 
tuberculosis. Uma vez inalados, a maioria dos bacilos fixa-se no trajeto 
bifurcado da árvore traqueobrônquica, especialmente quando em 
grumos, sendo eliminados pelo sistema de defesa mucociliar. Partículas que se 
comportam como gases vencem essa barreira e localizam-se no trato 
respiratório inferior, especialmente no interior dos alvéolos onde, 
facilitadas por ambiente propício, com temperatura, umidade e aporte de 
substâncias nutrientes, multiplicam-se livremente, caracterizando a fase 
simbiótica ou de crescimento livre. A capacidade de o agente infeccioso 
sobreviver no pulmão dependerá de fatores relacionados à sua virulência e à 
habilidade das células do hospedeiro em eliminá-lo. Os macrófagos são 1ª linha 
na defesa contra a bacteria. 
• Compreender a morfofisiologia da Mycobacterium Tuberculosis 
• Esquematizar como se dá infecção pela Mycobacterium tuberculosis 
• Descrever a resposta imune contra a tuberculose 
 
 
 
 
 
 
 
@resumeairafa 
Rafaela Amaral Tuberculose MEDICINA – FPME - 2°P 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O bacilo poderá ser eliminado por uma interação entre macrófagos, linfócitos e 
citocinas. O processo envolvido na fagocitose inclui a ligação da bactéria ao 
macrófago, a internalização dentro do fagossoma e morte ou inibição do 
crescimento do bacilo. O controle sobre o crescimento bacteriano ou a lise do M. 
tuberculosis acontece com a fusão do lisossoma com o fagossoma, agora 
lisofagossoma, em que a bactéria sofre a ação dos grânulos liberados e de uma 
série de outros produtos tóxicos produzidos pelos macrófagos. Os mais 
importantes são o peróxido de hidrogênio, o ânio superoxido e óxido nítrico. A 
atividade do macrófago pode ser ampliada pela ação de citocinas que estimulam 
fagocitose, a capacidade lítica dos lisossomos e favorecem sua fusão ao 
fagossoma com destruição dos bacilos. 
Resposta ineficaz: os bacilos poderão deixar o interior dos macrófagos e 
disseminar para a corrente linfática até os linfonodos regionais. Os 
linfonodos hilares enfartam-se, constituindo o complexo primário 
tuberculoso, composto pelo cancro de inoculação, a linfangite e a 
adenomegalia hilar. A partir dos linfonodos hilares, os bacilos se disseminam 
para linfonodos paratraqueais e vertebrais e, via ducto torácico, alcançam a 
corrente sanguínea, podendo se alojar nas regiões superiores do pulmão ou em 
diversos órgãos, como rins, cérebro e ossos, ou onde encontrarem um ambiente 
favorável à sua implantação: satisfatória oferta de oxigênio associada a uma 
baixa perfusão local, dificultando o aporte de células de defesa 
A M. tuberculosis desenvolve mecanismos para romper a parede do fagossoma, 
crescendo livremente dentro do macrófago (parasitismo intracelular 
facultativo), inibir a fusão lisossomal e impedir novas fagocitoses. Um desses 
mecanismos estaria relacionado com a própria estrutura da parede bacteriana 
que produz substâncias que impedem a ligação do macrófago à 
bactéria - são capazes de produzir amônia que, alcalizando o conteúdo dos 
lisossomos, impediria a sua ligação ao fagossoma. 
A tosse, o sintoma mais evidente da 
infecção pulmonar, também espalha 
a infecção pelas bactérias nos 
aerossóis. O escarro pode se tornar 
sanguinolento quando os tecidos são 
lesionados, e algumas vezes os vasos 
sanguíneos podem se tornar tão 
erodidos que se rompem, resultando 
em hemorragia fatal. A infecção 
disseminada é denominada 
tuberculose miliar. As defesas 
restantes do corpo são suplantadas, e 
o paciente apresenta perda de peso, 
tosse e uma perda geral de vigor. 
 
@resumeairafa 
Rafaela Amaral Tuberculose MEDICINA – FPME - 2°P 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resposta imune: 
Indivíduos com sistema imunológico íntegro acúmulo de macrófagos e linfócitos 
T ativados, na região do parênquima pulmonar em que os bacilos se instalaram, 
compondo o granuloma - responsável por conter a disseminação da bactéria. A 
formação do granuloma é muito importante nos primeiros dias após a infecção e 
resulta tanto da resposta do hospedeiro como pode ser estimulado pelo 
próprio agente agressor. A lesão inicial constitui o chamado cancro de 
inoculação. 
Indivíduos cuja resposta imunológica foi suficiente para conter o M. tuberculosis 
desenvolverão uma forma clínica de infecção caracterizada como infecção latente, em 
que os bacilos permanecerão nesse estado por tempo indeterminado (anos ou 
décadas), o que explicaria o aparecimento da tuberculose pulmonar ou 
extrapulmonar, quase sempre, como uma reativação de um foco primário contido em 
seu início. O risco do desenvolvimento da doença é maior nos primeiros dois anos 
após a infecção. 
IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS 
Macrófagos - importante função como células apresentadoras de antígenos. Os 
macrófagos ativados apresentam a linfócitos T antígenos bacterianos associados as 
moléculas do complexo de histocompatibilidadeprincipal (MHC). Moléculas da 
classe I e II são reconhecidos por linfócitos T CD8+ e T CD4+, respectivamente. 
Consequentemente, citocinas produzidas por células T ativadas modularão 
a função dos macrófagos. 
 
Caracterização dos linfócitos T CD4+ em 
duas subpopulações, Th1 e Th2, ambas 
derivando da classe Th0. A diferenciação 
desse precursor estaria sobre o controle de 
citocinas. Fenotipicamente, células Th1 são 
caracterizadas, sobretudo, pela produção de 
interferon-gama (IFN-γ) e interleucina-2 
(IL-2), e sua função seria a ativação de 
outras células inflamatórias e fagocíticas 
responsáveis pela inibição do crescimento 
bacteriano. Células Th2 produziriam 
citocinas como IL-4, IL-5 e IL-10. Além do 
IFN-γ, citocinas como a IL-12 e o fator de 
necrose tumoral alfa (TNF-α) são 
considerados importantes na 
imunopatogênese da tuberculose. O TNF-a 
é relacionado a resistência a formação do 
granuloma. 
 
As micobactérias produzem vários lipídeos e glicolipídeos incomuns que 
não são produzidos pelas células humanas. Na resposta à infecção por 
micobactérias, esses lipídeos incomuns servem como antígenos-alvo para 
células T CD4 e células T CDS efetoras que expressam um amplo leque de 
receptores. O que esses receptores possuem em comum é o reconhecimento 
dos antígenos lipídicos apresentados por CD1a, Cd1b, ou Cd1c, um grupo 
de glicoproteínas semelhantes ao MHC de classe I. 
 
Com o surgimento da hipersensibilidade do tipo retardado, macrófagos 
infectados no interior de granulomas morrem. Os bacilos tendem a se 
localizar no centro do granuloma e a periferia torna-se fibrótica 
e caseosa. A necrose tecidual que ocorre na tuberculose tem alto teor de 
gorduras liberadas pelo metabolismo bacilar, apresentando um aspecto 
denso e espesso, conhecido como necrose de caseificação. 
 
 
A expressão de CD1a, CD1b e CD1c é restrita para os tipos celulares que são 
infectados por micobactérias, como células dendríticas e monócitos 
ativados, e para timócitos corticais. A expressão nos timócitos permite que 
as células T com receptores que se ligam muito fortemente a CDl sejam 
eliminadas no timo por seleção negativa. Como as micobactérias ingeridas 
se alojam nas vesículas intracelulares, os lipídeos micobacterianos 
normalmente estarão presentes nos endossomas. 
 
 
A doença: 
• Na infecção inicial, devido a um número excessivo de bacilos e/ou fatores 
que diminuem a capacidade de resposta imune do hospedeiro. Nesse caso, 
o equilíbrio não chega a ocorrer e se estabelece uma tuberculose primária; 
• Posterior à infecção inicial, uma forma de tuberculose pós-primária, pela 
quebra do equilíbrio parasita versus hospedeiro. Por reativação endógena, 
com rebaixamento da resposta imune local ou sistêmica e/ou provável 
aparecimento de cepas mutantes de bacilos mais virulentas com maior 
capacidade de multiplicação. Por reinfecção exógena, com um número 
excessivo de bacilos, associada ou não à imunodeficiência. 
 
@resumeairafa 
Rafaela Amaral Tuberculose MEDICINA – FPME - 2°P 
 
 
 
 
 
@resumeairafa

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