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Ativ complementar: aquíferos, lençol freático, geologia forense

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1 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
INSTITUTO DE CIENCIAS EXATAS E NATURAIS/ICEN 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABRIELA DUMONT DOMINGUES SILVA 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rondonópolis 
2018 
 
 
 
 
 
2 
 
 
GABRIELA DUMONT DOMINGUES SILVA 
 
 
 
 
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de 
Geologia e Paleontologia, do Curso 
de Ciências Biológicas, Bacharelado, 
para obtenção da avaliação do 1º 
semestre. 
 
 
 
 
Docente responsável pela disciplina: Profª Dra. Alessana F. Schlichting 
 
 
 
 
 
 
 
Rondonópolis 
2018 
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
1. AQUÍFEROS .............................................................................................................. 4 
1.1 O que são? .............................................................................................................. 4 
1.2 Formação................................................................................................................. 4 
1.3 Função no meio ambiente ......................................... Erro! Indicador não definido. 
1.4 Distribuição no Brasil e no mundo ............................................................................ 6 
1.5 Como são detectados/mapeados e verificados ........................................................ 7 
1.6 Importância .............................................................................................................. 7 
1.7 Curiosidades ............................................................................................................ 8 
2. LENÇOL FREÁTICO .................................................................................................. 8 
2.1 O que são? .............................................................................................................. 8 
2.2 Formação................................................................................................................. 9 
2.3 Função no meio ambiente ........................................................................................ 9 
2.4 Distribuição no Brasil e no mundo e como são detectados/mapeados e 
verificados ................................................................................................................... 10 
2.5 Importância ............................................................................................................ 10 
2.6 Curiosidades .......................................................................................................... 10 
3. GEOLOGIA FORENSE ............................................................................................ 11 
3.1 Definição ................................................................................................................ 11 
3.2 Uso de geologia forense na resolução de crimes ................................................... 12 
3.3 Estudo de caso utilizando geologia forense ........................................................... 13 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 13 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. AQUÍFEROS 
1.1 O QUE SÃO? 
Um reservatório de água subterrânea, também designado por aquífero, pode 
ser definido como toda a formação geológica com capacidade de armazenar e 
transmitir a água e cuja exploração seja economicamente rentável. 
 
 
 
1.2 FORMAÇÃO 
É formado quando a água da chuva se infiltra no solo e percola nos espaços 
entre as rochas, escorrendo muito devagar em direção ao fundo da Terra. À medida 
que vai penetrando no solo a água vai sendo filtrada, perde turbidez, cor e fica cada 
vez mais limpa; pode levar décadas para caminhar algumas centenas de metros; ao 
encontrar rochas impermeáveis compactas a água forma o lençol freático. 
A formação desses aquíferos subterrâneos pode ocorrer de formas 
variadas: com centenas de metros de espessura, quilômetros de extensão, poucos 
ou centenas de metros de profundidade e até mesmo entre camadas de rochas 
pouco permeáveis – os aquíferos confinados. 
Existem essencialmente dois tipos de aquíferos: 
1.Aquífero livre 
Formação geológica permeável e parcialmente saturada de água. É limitado 
na base por uma camada impermeável. O nível da água no aquífero está à pressão 
atmosférica. 
2.Aquífero Confinado 
Formação geológica permeável e completamente saturada de água. É 
limitado no topo e na base por camadas impermeáveis. A pressão da água no 
aquífero é superior à pressão atmosférica. 
 
Se as formações geológicas não são aquíferas então podem ser definidas 
como: 
Aquitardo: Formação geológica que pode armazenar água, mas que a transmite 
lentamente não sendo rentável o seu aproveitamento a partir de poços. 
Aquicludo: Formação geológica que pode armazenar água, mas não a transmite (a 
água não circula). 
5 
 
Aquífugo: Formação geológica impermeável que não armazena nem transmite 
água. 
 
 
Na natureza as camadas impermeáveis nem sempre se apresentam como as 
observas na acima. Elas podem ser descontínuas e irregulares (figura abaixo) e do 
mesmo modo confinarem os aquíferos. 
 
 
1.3 FUNÇÃO NO MEIO AMBIENTE 
Além de suprir água suficiente para manter os cursos de águas superficiais 
estáveis (função de produção), os aquíferos também ajudam a evitar seu 
transbordamento, absorvendo o excesso da água da chuva intensa (função de 
regularização). Na Ásia tropical, onde a estação quente pode durar até 9 meses e 
onde as chuvas de monção podem ser bastante intensas, esse duplo serviço 
hidrológico é crucial. 
Os aquíferos também proporcionam uma forma de armazenar água doce sem 
muita perda pela evaporação - outro serviço particularmente valioso em regiões 
quentes, propensas à seca, onde essas perdas podem ser extremamente altas. Na 
África, por exemplo, em média, um terço da água extraída de reservatórios todo ano 
perde-se pela evaporação. Os pântanos, habitats importantes para as aves, peixes e 
outras formas de vida silvestre, nutrem-se, normalmente, de água subterrânea, onde 
o lençol freático aflora à superfície em ritmo constante. Onde há muita exaustão de 
água subterrânea, o resultado é, frequentemente, leitos secos de rios e pântanos 
ressecados. 
Portanto, os aquíferos podem cumprir as seguintes funções: 
6 
 
Função de produção: corresponde à sua função mais tradicional de produção de 
água para o consumo humano, industrial ou irrigação. 
Função de estocagem e regularização: utilização do aquífero para estocar 
excedentes de água que ocorrem durante as enchentes dos rios, correspondentes à 
capacidade máxima das estações de tratamento durante os períodos de demanda 
baixa, ou referentes ao reuso de efluentes domésticos e/ ou industriais. 
Função de filtro: corresponde à utilização da capacidade filtrante e de depuração 
bio-geoquímica do maciço natural permeável. Para isso, são implantados poços a 
distâncias adequadas de rios perenes, lagoas, lagos ou reservatórios, para extrair 
água naturalmente clarificada e purificada, reduzindo substancialmente os custos 
dos processos convencionais de tratamento. 
Função ambiental: a hidrogeologia evoluiu de enfoque naturalista tradicional 
(década de 40) para hidráulico quantitativo até a década de 60. A partir daí, 
desenvolveu-se a hidroquímica, em razão da utilização intensa de insumos químicos 
nas áreas urbanas, indústrias e nas atividades agrícolas. Na década de 80 surgiu a 
necessidade de uma abordagem multidisciplinar integrada da geohidrologia 
ambiental. 
Função transporte: o aquífero é utilizado como um sistema de transporte de água 
entre zonas de recarga artificial ou natural e áreas de extração excessiva. 
Função estratégica: a água contida em um aquífero foi acumulada durante muitos 
anos ou até séculos e é uma reserva estratégicapara épocas de pouca ou nenhuma 
chuva. O gerenciamento integrado das águas superficiais e subterrâneas de áreas 
metropolitanas, inclusive mediante práticas de recarga artificial com excedentes da 
capacidade das estações de tratamento, os quais ocorrem durante os períodos de 
menor consumo, com infiltração de águas pluviais e esgotos tratados, originam 
grandes volumes hídricos. Esses poderão ser bombeados para atender o consumo 
essencial nos picos sazonais de demanda, nos períodos de escassez relativa e em 
situações de emergência resultantes de acidentes naturais, como avalanches, 
enchentes e outros tipos de acidentes que reduzem a capacidade do sistema básico 
de água da metrópole em questão. 
Função energética: utilização de água subterrânea aquecida pelo gradiente 
geotermal como fonte de energia elétrica ou termal. 
Função mantenedora: mantém o fluxo de base dos rios. 
 
1.4 DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO 
Praticamente todos os países do mundo fazem uso da água subterrânea, que 
abastece cerca de 1,5 bilhão de pessoas. Destacam-se entre os países que mais 
utilizam esse recurso hídrico a Alemanha, França, Rússia, Dinamarca, Arábia 
Saudita, Líbia e Austrália. Cerca de 57% das áreas irrigadas em 17 países, 
totalizando 150 milhões de hectares, utilizam água subterrânea. Entre eles 
destacam-se a Índia (50%), USA (43%) e China (27%). Na América Latina, o número 
de pessoas abastecidas ultrapassa 150 milhões de habitantes. 
No Brasil as reservas de água subterrânea são estimadas em 112.000 km³, 
até uma profundidade de 1.000m e estão distribuídas em 10 Províncias 
Hidrogeológicas. Essas águas são aproveitadas por fontes ou por poços, que podem 
alcançar profundidades de mais de 1.500m. As vazões obtidas variam de quase zero 
até cerca de 1.000m³/hora. A exploração da água subterrânea requer uma 
autorização emitida por um órgão oficial estadual credenciado, denominada de 
outorga, além da Licença Ambiental. 
7 
 
Cerca de 61% da população brasileira é abastecida para fins domésticos por 
águas subterrâneas, sendo 6% por poços rasos, 12% por fontes e 43% por poços 
profundos. Em torno de 15,6% dos domicílios utilizam exclusivamente água 
subterrânea. Em vários Estados, muitas cidades são abastecidas total ou 
parcialmente por água do subsolo como ocorre em 80% das cidades do Piauí, 70% 
no Maranhão, Rio Grande do Norte, com destaque para Natal e Mossoró; 
Pernambuco (Recife), Amazonas (Manaus), Pará (Belém), Ceará (Fortaleza). Em 
São Paulo, cerca de 71,6% dos municípios são total ou parcialmente abastecidos 
por água subterrânea, onde se destacam Ribeirão Preto, Pradópolis e São José do 
Rio Preto. Nos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul, essa cifra ultrapassa 70%. 
Outros exemplos também ocorrem em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas 
Gerais, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal. Para o abastecimento de 
comunidades de pequeno porte ou de áreas situadas no Polígono das Secas, as 
águas subterrâneas, mesmo algumas vezes salobras, são parte importante da 
solução. 
Na indústria nacional é forte o incremento do uso da água de subsolo. A 
indústria de bebidas, com destaque para a de água mineral e de cerveja, é uma forte 
usuária desse bem natural. Por exemplo, 95% das indústrias em São Paulo são 
abastecidas por água de poço. Na agricultura, como em Mossoró (RN), Vale do 
Gurgéia (PI), Janaúba e Araguari (MG), há grandes projetos de irrigação com o 
emprego exclusivo de água subterrânea. Na pecuária é frequente a dessedentação 
de animais com água subterrânea. Merece destaque também a importância das 
águas termais no setor de turismo, como em Caldas Novas (GO), Caldas da 
Imperatriz (SC), Araxá e Poços de Caldas (MG). 
Do ponto de vista ambiental, além da contribuição para manutenção do 
equilíbrio dos ecossistemas, é importante ser destacado que a contribuição das 
águas subterrâneas à descarga dos rios nacionais varia entre 25 a 30%, porém, com 
valores inferiores a 10% na região semi-árida. Em muitos casos, como no Distrito 
Federal, essas águas asseguram a perenidade das drenagens superficiais. 
 
1.5 COMO SÃO DETECTADOS/MAPEADOS E VERIFICADOS 
No Brasil, o marco na formação de pessoal especializado em água 
subterrânea ocorreu na década de 60, com o início da formação acadêmica de 
geólogos e de hidrogeólogos. Mas, o grande laboratório prático foi a 
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Atualmente, 
destacam-se no setor alguns órgãos e entidades governamentais, tais como a 
CPRM-Serviço Geológico do Brasil e a Agência Nacional de Águas (ANA), assim 
como algumas empresas privadas com capacidade técnica certificada pela 
Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS). 
 
1.6 IMPORTÂNCIA 
Os aquíferos desenvolvem várias funções, tais como armazenamento; 
regularização de fluxo hídrico; filtragem; transporte, conduzindo água de uma área 
de recarga (infiltração) para outra de extração; produção energética (água quente); 
estratégica e ambiental. 
Em 30% da área continental do planeta, excluindo a Antártica, ocorrem 
aquíferos de significativa possança. 
Um quinto de toda água doce existente no planeta Terra encontra-se no 
Brasil. O Brasil possui uma reserva subterrânea com mais de 111 trilhões de metros 
cúbicos de água. Apenas um dos reservatórios subterrâneos encontrados na região 
8 
 
Nordeste do país possui um volume de 18 trilhões de metros cúbicos de água para o 
abastecimento humano. Isso é suficiente para abastecer a população brasileira atual 
por, no mínimo, 60 anos. 
1.7 CURIOSIDADES 
▪ O esgotamento das águas subterrâneas, já provocou o afundamento dos solos 
situados sobre os aquíferos. Nas cidades do México, Califórnia, em outras 
regiões dos Estados Unidos, assim como em outros países. 
▪ 29,9% de toda a água do Planeta é encontrada nos aquíferos. 
▪ Um grupo de pesquisadores brasileiros apresentou um estudo, dizendo que o 
Aquífero Alter do Chão na Amazônia, pode possuir o maior volume de água 
potável do mundo. 
▪ Segundo projeções da ONU, em 2025 cerca de 2/3 da população mundial 
viverão em locais onde o consumo de água doce ultrapassará a quantidade 
disponível. 
 
2. LENÇOL FREÁTICO 
 
2.1 O QUE SÃO? 
Dá-se o nome de lençol freático aos reservatórios subterrâneos de água doce, 
onde a chuva que se infiltra no solo fica armazenada a uma profundidade 
relativamente pequena, até se deparar com um maciço rochoso ou com um solo 
praticamente impermeável. 
Dependendo da forma e a proximidade com a superfície, o lençol freático 
pode chegar a formar uma nascente. Esses reservatórios normalmente são 
constituídos de água bastante limpa, devido ao processo de filtração que ela passa 
até chegar à parte subterrânea. A água passa pelo solo poroso, que serve como um 
“filtro” natural. 
No entanto, por serem rasos (próximos à superfície), os lençóis freáticos são 
suscetíveis à poluição. Na cidade ou no campo, o solo sofre com processos 
químicos provenientes de lixões e agrotóxicos, o que prejudica a qualidade da água 
dos lençóis. 
 
 
https://www.todoestudo.com.br/biologia/agrotoxicos
9 
 
2.2 FORMAÇÃO 
A chuva e a neve são responsáveis pela precipitação de água sobre a Terra, 
e quando isso acontece, parte desse líquido infiltra-se no solo até ser detido por uma 
camada de rocha impermeável. Assim são formados os lençóis freáticos, depósitos 
subterrâneos nos quais a água ocupa os espaços existentes entre os grãos que 
formam as rochas do solo e por isso são chamados de zonas saturadas. 
Mas como isso não ocorre uniformemente, já que em outras áreas do subsolo 
a retenção hídrica é apenas parcial e nelas grandes espaços permanecem sempre 
vazios, esses dois níveis têm sua profundidade alterada pelas variações climáticas, 
pela topografia da região e ainda pela facilidade com que as rochas são 
atravessadas. No momento em que a capacidade de armazenamento nesses 
depósitos é completada, o excesso passa a ser transferido para a superfície, onde 
irá alimentar os córregos e ribeirões. 
Quandoos lençóis freáticos são confinados, a água ali armazenada fica 
encerrada entre duas camadas impermeáveis, sofrendo fortes pressões. Por isso, 
sempre que esses depósitos são atingidos pelos trabalhos de perfuração de um 
poço artesiano, o líquido nele contido é impulsionado para cima e acaba jorrando 
com força na superfície. Outro sistema de exploração dos lençóis freáticos são as 
cisternas, cujo uso foi registrado em todos os povos antigos, mas embora o 
aproveitamento dos reservatórios naturais subterrâneos seja vital para a população 
de outras regiões do mundo, o abastecimento de água potável no Brasil é feito 
basicamente com o aproveitamento de rios e lagos. 
 
 
2.3 FUNÇÃO NO MEIO AMBIENTE 
São importantes fontes de abastecimento os quais tem a função de equilibrar 
a natureza, mantendo a quantidade de água subterrânea e da superfície. 
Uma outra forma de utilização dos lençóis freáticos são as fontes, que 
dependendo da composição das rochas vizinhas a eles podem oferecer 
determinadas propriedades extremamente benéficas ao organismo humano. 
Conhecidas como “minerais”, elas são encontradas em inúmeras cidades brasileiras, 
tais como Caxambu, Cambuquira, São Lourenço e Lambari, em Minas Gerais, e 
Lindóia, Águas da Prata e Águas de São Pedro, em São Paulo. Já as fontes termais 
são aquelas que têm suas águas aquecidas em regiões profundas e por isso 
emergem com temperaturas elevadas. Na cidade de Poços de Caldas, em Minas 
10 
 
Gerais, e Caldas Novas, em Goiás, a temperatura da água de algumas dessas 
fontes chega a atingir 40° centígrados. 
 
2.4 DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO E COMO SÃO 
DETECTADOS/MAPEADOS E VERIFICADOS 
Para quantificar a água armazenada nos dois primeiros quilômetros da 
superfície da Terra, Gleeson e sua equipe combinaram extensas bases de dados e 
modelos computacionais. 
Foram analisados, entre outros fatores, a permeabilidade de rochas e do solo, 
sua porosidade e características dos lençóis freáticos. 
A chave para determinar a idade de toda a água armazenada foram medições 
feitas com trítio, uma forma radioativa de hidrogênio que surgiu na atmosfera há 50 
anos como resultado de testes de bombas termonucleares. 
A partir desse elemento químico, os cientistas puderam identificar toda a 
chuva que chegou ao subsolo desde então. 
 
O mapa acima mostra a distribuição da água moderna presente no subsolo ao 
redor do mundo. As manchas em azul escuro mostram onde ela é renovada 
rapidamente. Em tom mais claro, a água mais antiga, que em sua maioria está 
estagnada e não pode ser renovada. 
O estudo destaca ainda como elas estão distribuídas de forma desigual no 
planeta. 
 
2.5 IMPOTÂNCIA 
Elas formam um importante recurso natural, pois em muitos casos abastecem 
as sociedades em maior quantidade do que os rios. 
O lençol freático é uma importante fonte de água doce para aproveitamento 
humano sendo, em muitos casos, a principal fonte dela. Na irrigação ocupa também 
papel essencial. A forma mais comum de se obter água do lençol é a abertura de 
poços. Uma das maiores reservas de águas subterrâneas do mundo é o famoso 
aquífero Guarani, que ocupa o subsolo do nordeste da Argentina, centro-sudoeste 
do Brasil, noroeste do Uruguai e sudeste do Paraguai. 
 
2.6 CURIOSIDADES 
▪ Somente 28 litros em cada 1 (um) milhão de litros de água do planeta 
correspondem a água doce, ou seja, 84 latinhas de cerveja em uma piscina 
olímpica. Desse total, apenas 0,1 litro, exatamente!, 0,1 litro(menos de meio 
copo) está disponível para consumo imediato, sob a forma de águas superficiais- 
11 
 
rios, represas, açudes. Porém, 6,17 litros(17 latinhas de cerveja) encontram-se 
disponíveis sob a superfície da Terra- as água subterrâneas. 
▪ A cada 100 metros de profundidade, a temperatura do solo sobe 3 graus 
Celsius. Assim, a água lá do fundo fica aquecida. 
▪ O planeta Terra tem 70,7% de sua superfície coberta pela água. Desse total, ou 
seja, 100% dos 70,7%, 95% são impróprios ao consumo humano. Resultando 
apenas 2,5 de água potável que se distribui da seguinte forma: 68,9% 
encontram-se nas geleiras, calotas polares ou regiões montanhosas; 0,9 integra 
a umidade do solo e os pântanos; 29,9 é o que chamamos de águas 
subterrâneas; 0,3 restante é o que está presente em rios, nascentes e lagos. As 
interações ambientais e geológicas, que ocorrem debaixo de nossos pés, entre 
solo, rochas, águas subterrâneas e outros organismos, afetam diretamente o 
ambiente em que vivemos. Uma contaminação no solo, desde resíduos sólidos 
até uma radiação, interfere em todo o restante do meio ambiente: polui lençóis 
freáticos, rios, lagos, e, conseqüentemente, contamina vegetação e fauna. 
 
 
 
 
 
3. GEOLOGIA FORENSE 
 
3.1 DEFINIÇÃO 
A Geologia Forense está relacionada com a utilização de princípios, práticas e 
procedimentos geológicos no âmbito da investigação criminal. Para o efeito, um 
geólogo forense identifica, analisa e compara materiais geológicos, tais como o solo, 
rochas, minerais e fósseis encontrados num receptor (e.g. um suspeito, um veículo 
ou outro meio de transferência, tal como a água) para possíveis áreas de origem 
(e.g. uma cena de crime ou um local de álibi). O objectivo deste tipo de 
comparações é estabelecer o grau de probabilidade do local de origem do material; 
e assim, associar ou desassociar uma pessoa ou objecto com determinada 
localização. Noutros casos, a comparação dos materiais geológicos ou seus 
derivados é utilizada para determinar o tempo, a causa ou a responsabilidade dum 
incidente. Daí que a geologia forense seja uma excelente ferramenta auxiliar da 
investigação criminal e, como tal, todas as subdisciplinas das geociências têm uma 
potencial aplicação forense. Porém, a sedimentologia, a mineralogia, a petrologia, a 
geoquímica, a paleontologia e a geofísica, foram as que deram maiores contributos 
até este momento. Os métodos de prospecção geofísica têm sido amplamente 
utilizados por arqueólogos forenses para localizar e caracterizar sepulturas 
clandestinas e objectos enterrados, tais como drogas e armas. Contudo, a aplicação 
mais amplamente reconhecida da geologia forense é o uso dos materiais geológicos 
12 
 
como vestígios que podem ser utilizados para ligar um suspeito a uma cena de 
crime. 
Nas últimas duas décadas, a importância da geologia forense aumentou de 
forma constante, sendo aplicada não só para ligar suspeitos a casos criminais, mas 
também para rastrear a procedência das drogas ou mercadorias contrabandeadas, 
incluindo a fauna, explosivos e reconstruir e desvendar os crimes de guerra, bem 
como as possíveis aplicações para detectar atentados contra o ambiente. Outra 
nova área de desenvolvimento da geologia forense é a sua utilização no domínio da 
“intelligence”. Uma pessoa pode afirmar, por exemplo, que nunca foi a um 
determinado local, mas depois é encontrada com sedimentos desse ponto, o que a 
vai ligar a uma localização geográfica. Quem não se lembra do afloramento que 
existia atrás de Osama Bin Laden na TV, após o 11 de Setembro? Qual era a 
localização? Um geólogo que fizesse trabalho de campo nessa área facilmente seria 
capaz de localizar o afloramento, e isso atualmente já acontece, por exemplo, o 
geólogo John Shroder foi capaz de identificar a região onde Bin Laden havia sido 
avistado no Afeganistão em 2001. 
 
3.2 USO DE GEOLOGIA FORENSE NA RESOLUÇÃO DE CRIMES 
Em toda a parte, porque os tamanhos, tipos e distribuição dos materiais 
terrestres são tão variados, a probabilidade de um material geológico ser de um local 
único é elevada, portanto, o valor probatório destes materiais é de extrema 
importância na maioria dos casos. Tal valor está directamente relacionado com o 
número quase ilimitado de tipos de materiais e com o grande número de medições e 
observações que se podem efectuar sobre estes materiais, pois existe uma grande 
variedade de minerais, rochas e fósseis que são identificáveis, reconhecíveis e que 
podem ser caracterizados. É esta diversidade demateriais geológicos, combinada 
com a capacidade de medir e observar os diferentes tipos, que fornece o poder da 
discriminação forense. 
Existem muitas questões/situações em que as técnicas, procedimentos e os 
dados geológicos podem ser aplicados no âmbito forense, nomeadamente: 
• Se esteve presente um determinado indivíduo, ou veículo, ou item num 
determinado local (por exemplo, cena de crime); 
• Qual foi a sequência e, se possível o tempo, da visita a esse local e 
provavelmente a outros; 
• A localização de objetos enterrados (por exemplo, cadáveres, armas, drogas, 
etc.); 
• A fonte de itens importados/contrabandeados; 
• A causa da morte (especialmente em casos de um possível afogamento ou 
asfixia); 
• A origem geográfica de restos humanos não identificados; 
• A duração de tempo que um organismo está num determinado local e a duração 
do intervalo post-mortem. 
Os fragmentos de rocha, sedimentos, solos e poeiras podem estar presentes em 
toda uma variedade de itens de interesse, mas os mais frequentemente submetidos 
a laboratório para exame de um crime são: roupas, calçados, veículos, materiais 
para pisos, utensílios de escavação, filtros para máquinas de lavar, sacos de 
polietileno em que os itens tenham sido armazenados, armas de fogo, facas, etc. As 
amostras associadas com o corpo humano também são às vezes sujeitas a exame, 
nestas incluem-se raspagem dos dedos e das unhas, lavagens do cabelo, 
passagens nasais, traqueia e pulmões, o conteúdo do trato gastrointestinal e fezes. 
13 
 
3.3 ESTUDO DE CASO UTILIZANDO GEOLOGIA FORENSE 
A vítima era uma costureira, que foi encontrada morta em uma plantação, 
estrangulada com sua própria echarpe. O suspeito era um cara estranho que insistia 
em dizer que não tinha nenhuma relação com o crime, e que estava longe do local 
quando ele ocorreu. Como um detetive provou o que aconteceu neste crime de 
1904? Com um pouco de terra. 
No século passado, as pessoas não eram tão espertas a ponto de remover 
todas as evidências em uma cena de crime. Por essa razão, detetives em Frankfurt 
(Alemanha) examinaram a área próxima ao corpo de Eva Disch e encontraram um 
lenço com muco do assassino. Não se sabia, porém, se o lenço teria sido colocado 
lá após o crime, o que não ajudaria a achar um suspeito — isso é, até o químico 
George Popp ir até a cena do crime. 
Popp examinou o lenço e descobriu que o muco presente estava cheio de 
rapé (tabaco em pó), pó de carvão e resquícios do mineral horneblenda. Este último 
é um componente que forma vários tipos de rocha, incluindo o granito. 
Uma visita pela vizinhança fez com que a investigação chegasse a Karl 
Laubach, que trabalhava em um gasômetro, onde carvão era constantemente 
queimado. O local ficava em uma pedreira, onde se encontra o mineral. Enquanto 
eles levavam o suspeito para responder umas perguntas, os detetives verificaram as 
unhas dele e acharam todos os componentes do lenço. 
Eles não conseguiram uma confissão do crime: Laubach insistiu que ele não 
esteve próximo à cena do crime. Infelizmente para ele, a barra da calça estava sem 
bainha e juntou terra. O detetive Popp averiguou toda a vestimenta e, a princípio, 
não parecia nada encontrado na plantação: havia uma camada fina de mica, 
material que não foi encontrado no local do crime. Mas, abaixo dessa camada, havia 
todos os minerais que Popp encontrou próximo à mulher assassinada. 
O que era a camada externa de terra? Popp observou ao redor e 
descobriu que o caminho entre o campo e a casa de Laubach tinha um tipo 
particular de mica. Ou seja, não só a geologia ajudou Popp a provar que Laubach 
assassinou Disch, mas também mostrou a rota que Laubach fez no caminho de volta 
após o crime. 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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