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SEMIOLOGIA DAS ANEMIAS

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A anemia é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Apresentando 
uma maior incidência e prevalência nos países em desenvolvimento, sendo a anemia 
ferropriva a mais prevalente. 
Por definição, a anemia é uma condição na qual os níveis de hemoglobina no sangue 
encontram-se abaixo dos valores normais. E deve ser entendida como a manifestação 
de uma doença subjacente e não como um diagnóstico final, sendo de suma importância 
verificar a causa dessa anemia. 
Hb < 12 g/dL na mulher; Hb < 13 g/dL no homem; Hb < 11 g/dL na gestante e 
crianças 
É essencial que haja uma certa concentração 
de hemoglobina no sangue, uma vez que, é 
por meio desse componente dos 
eritrócitos/hemácias/glóbulos vermelhos 
que o oxigênio é transportado para os 
tecidos. 
A eritropoiese, processo de produção e 
maturação das hemácias, inicia com a 
produção do hormônio eritropoetina, nas 
células justaglomerulares dos rins. Uma vez que, esse hormônio atua controlando a 
produção de glóbulos vermelhos (hemácias) na medula óssea. Portanto, a capacidade 
funcional dos eritrócitos requerem basicamente três coisas: Função renal adequada, 
medula óssea normofuncional e suprimento nutricional adequado. Nesse sentido, um 
defeito ou falha em qualquer desses processos, resultará em anemia. 
 
 
 
 
 
 
 
As anemias podem ser classificadas em normocíticas, microcíticas e macrocíticas. 
• Normocíticas: Apresentam volume corpuscular normal e geralmente são 
normocrômicas. Anemia em estágio inicial e multicarencial (ferropriva e 
megaloblástica, sangramento agudo). 
• Microcíticas: Predomínio de hemácias de pequeno volume e pobre em 
hemoglobina, o que leva a hipocromia. Incluem as anemias ferroprivas, as 
síndromes talassêmicas e deficiência de cobre. 
SEMIOLOGIA DAS ANEMIAS 
SEMIOLOGIA 
Marchi Eduarda Marchi - 2025.1 
“Por que o paciente está com 
anemia? O paciente está com anemia 
devido a (causa). 
A anemia deve ser entendida como 
uma manifestação subjacente à 
alguma determinada doença. 
Portanto, o correto é dizer que o 
paciente tem anemia por (causa de). 
 
• Macrocíticas: Presença de hemácias de grande volume e normocrômicas. 
Anemia megaloblástica ou não megaloblástica (anemia Aplástica, 
hipotireoidismo). 
Volume corpuscular médio (VCM): Refere-se ao 
volume médio de um único eritrócito. 
Hemoglobina corpuscular média (HCM): Expressa a 
quantidade média (peso) de hemoglobina contida em 
um único eritrócito. 
Concentração hemoglobínica corpuscular média 
(CHCM): Expressa a quantidade (concentração) média 
de hemoglobina por eritrócito, independentemente de 
seu tamanho. 
RDW (Red cell distribution width): Amplitude de 
distribuição dos glóbulos vermelhos. Parâmetro da 
variabilidade de tamanho dos eritrócitos, traduzindo o 
grau de anisocitose numa amostra sanguínea. RDW > 
14 tem grande possibilidade de ser anemia ferropriva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na anamnese deve-se atentar ao tempo, detalhe da história, doença prévia, histórico 
de transfusão sanguínea, hábitos nutricionais (vegetariano restrito e veganos), hábitos 
intestinal (síndrome da má absorção intestinal) e diurese, história ocupacional 
(exposição a agentes mielotóxicos, chumbo, radiação, tintas, inseticidas, solvente 
orgânico), ingesta de álcool e drogas, presença de qualquer indício de sangramento, 
fator racial, consanguinidade dos pais, uso de medicamentos (uso crônico de AAS e 
outros AINES), grupo de risco para HIV e história de parasitose. 
Anemia e álcool: O álcool leva à desnutrição e à anemia (principalmente macrocítica), 
principalmente quando o uso é crônico, uma vez que o mesmo possui efeito tóxico 
direto sobre a eritropoiese. O achado mais comum é o aumento do eritrócito, 
frequentemente sem anemia, a chamada macrocitose do alcoolismo. 
Os principais sinais e sintomas são: Palidez cutânea, anorexia, irritabilidade, cefaleia e 
tontura, lipotimia, escotomas, insônia, fatigabilidade, dispneia de esforço, taquicardia, 
angina, ICC, sopro cardíaco (por hipercinese circulatória). 
 
 
Microcítica (VCM < 80 fℓ) 
Macrocítica (VCM > 100 fℓ) 
Normocíticas (VCM 80 a 
100 fℓ) 
 
Hipocrômica (HCM < 28 
g/dl) 
Hipercrômica (HCM > 34 
g/dl) 
Normocrômica (VCM 28 a 
34 g/dl) 
 
Normal (RDW 10-14%) 
Aumentado (RDW > 14%) 
Condições que provocam ou facilitam o aparecimento da anemia: Gravidez, fase de 
crescimento, hipotireoidismo, insuficiência renal e neoplasias. 
Exame clínico: Sinais de hipovolemia e hipóxia tecidual (indicadores mais confiáveis de 
gravidade da anemia, decorrentes de uma perda aguda de sangue), hipotensão postural 
e taquicardia, alterações tegumentares (perda do tônus e da elasticidade da pele, perda 
de brilho e afinamento do cabelo, unhas brilhantes e quebradiças), úlceras de membros 
inferiores (especialmente em pacientes com anemia falciforme) e sopros (sistólicos, de 
intensidade moderada e mais bem auscultados no foco pulmonar ou ápice. Ocorrem por 
aumento da velocidade do fluxo sanguíneo, pela redução da viscosidade e turbulência 
do sangue). 
Exame laboratorial: Hemograma completo (inclui dosagem da concentração de Hb, 
eritrócitos, dosagem do nº de plaquetas, cálculo do hematócrito, VCM); Contagem de 
reticulócitos (o seu aumento expressa hiperatividade da eritropoiese, que é uma 
resposta normal à anemia e à hipoxemia); perfil de ferro (inclui a dosagem de ferro 
sérico, CTLF e ferritina sérica). 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEMIA MICROCÍTICA 
Tipo de anemia mais comum, sendo causada por dieta deficiente de ferro, gestação e 
lactação, diminuição da absorção de ferro, perdas gastrointestinais e ginecológicas, 
sequestro pulmonar de ferro (hemossiderose), hemoglobinúria e ferritina sérica baixa. 
Perfil do paciente com anemia ferropriva: Ferritina sérica baixa (primeiro fator a ser 
identificado), capacidade total de ligação de ferro elevada e ferro sérico baixo. 
O paciente apresenta mucosa hipocorada (++/++++), VCM < 80 fℓ e Hb < 12 g/dl. 
São os casos da anemia ferropriva, doenças crônicas em fase avançada e das 
talassemias. 
Anemia ferropriva 
É anemia ferropriva é definida como o “estado mais avançado da deficiência de ferro”. 
Sendo a carência nutricional mais comum. Apresenta ferritina diminuída e capacidade 
total de ligação do ferro aumentada. 
 
 
Comumente observam-se astenia, lipotimia, anorexia e alterações tróficas da pele e 
anexos. Além disso, podem surgir glossite atrófica, perversão do apetite (pica), picofagia 
(desejo de comer gelo), disfagia, estomatite angular, cabelos finos e enfraquecidos, 
acloridria e gastrite. 
o Diagnóstico laboratorial (hemograma) 
• Hematoscopia: Microcitose e hipocromia; 
• Índices hematimétricos: Diminuição do VCM; 
• RDW aumentando > 15%; 
• Leucograma normal; 
• Contagem de plaquetas normal ou elevada. 
o Exames complementares: EPF, EDA, colonoscopia, cintilografia abdominal, urina 
rotina. 
 
 
 
 
Anemia de doença crônica 
É caracterizada pela redução do ferro sérico, baixa capacidade de ligação do ferro e pela 
ferritina sérica normal ou aumentada, em presença de estoques de ferro normal. 
Causada por atrite reumatóide, doença inflamatória crônica, infecção crônica, linfoma 
de Hodgkin, carcinoma de células renais. 
Talassemias 
São doenças hereditárias causadas por defeitos genéticos que se traduzem na 
diminuição ou ausência da síntese de cadeias de hemoglobina (α ou β). É considerada a 
doença genética mais comum no mundo e ocorre com maior frequência na região do 
mediterrâneo e sudoeste da Ásia. Os dois tipos mais frequentes são a α-talassemia e a 
β-talassemia (principal). Apresenta divergência entre o VCM (baixo) e a taxa de Hb (nem 
tão baixo). 
 
 
 
 
 
 
 
ANEMIA MACROCÍTICA 
É definida quando temos VCM>100 fℓ. Tendo como causa clássica a anemia 
megaloblástica (carência de folato e/o B12). 
Não necessariamente são causadas por deficiência de folato ou Vit. B12. Devemos 
excluir que a anemia seja secundária à toxicidade do álcool ou de medicamentos 
(hidroxiureia,metotrexato, sulfametoxazol e AZT). 
Outras causas incluem anemias hemolíticas, anemia pós sangramento, insuficiência 
hepática, hipotireoidismo e DPOC. 
A principal hipótese para a anemia macrocítica não induzida por substâncias ou 
deficiência nutricional é uma doença primaria de medula óssea (anemia Aplástica, 
síndrome mielodisplásica). 
Anemia megaloblástica 
As anemias megaloblásticas constituem um grupo de doenças caracterizadas pela 
presença de alterações morfológicas dos eritroblastos em desenvolvimento na medula 
óssea. A causa mais comum é a carência de folato e/ou cianocobalamina (vitamina B12). 
Apresenta VCM elevado (entre 100 - 140 fℓ), esfregaço sanguíneo normal, contagem de 
reticulócito diminuída e elevação de HDL. 
Os pacientes podem ser assintomáticos, e o diagnóstico é feito após um exame de rotina 
(hemograma com hemácias macrocíticas). As manifestações clínicas são as de anemia, 
associadas a anorexia, emagrecimento e alterações da função intestinal (diarreia ou 
constipação intestinal). Outros sintomas incluem glossite, queilite angular, icterícia e 
hiperpigmentação cutânea. 
 
ANEMIA NORMOCÍTICA 
A presença de VCM normal caracteriza a anemia normocítica, assim, a contagem de 
reticulócitos podem ajudar na determinação da etiologia da anemia normocítica. O 
achado de reticulose sugere uma resposta adequada da medula óssea à anemia, nesses 
casos, podemos pensar em anemia hemolítica e anemia pós sangramento. 
Frequentemente é causa por uma doença crônica não hematológica. E para o 
diagnostico deve ser feito triagem para: Insuficiência renal crônica, insuficiência 
hepática, Hipo/hipertireoidismo, aplasia de medula, neoplasia com infiltração medular 
e doença de addison. 
Entre as anemias hemolíticas, está a anemia falciforme (hemoglobinopatia SS), uma 
doença autossômica recessiva, cujas manifestações clínicas surgem em decorrência da 
HbS que polimeriza e promove a deformação do eritrócito que passa do formato 
bicôncavo para a forma de foice em situações de baixa tensão de oxigênio. E essa 
alteração estrutural se dá devido a substituição de um aminoácido, o ácido glutâmico, 
por valina, causando, o processo de falcização. 
 
 
 
EXAME FÍSICO RELACIONADO AO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
De acordo com o tipo de anemia, encontram-se sinais específicos no exame físico: 
Na deficiência de ferro observa-se coiloníquia 
(unhas em colher), queilite angular, glossite, atrofia 
papilar, disfagia e perversão do apetite. 
 
 
 
 
 
 
 Na anemia hemolítica observa-se a presença de icterícia e 
esplenomegalia. 
 
 
 
 
 
 
Úlceras de perna aparecem na anemia 
falciforme e outras anemias hemolíticas, e 
deformidades ósseas acontecem na 
talassemia maior. 
Na anemia aplásica ou leucemias agudas há 
manifestações hemorrágicas (ex: petéquias) 
e infecções. 
 
 
 
 
 
 
 
Q
U
ELITE A
N
G
U
LA
R
 
 
UNHAS EM COLHER 
 
 
ÚLCERAS DE PERNA 
 
PETÉQUIAS 
Dispepsia, pirose e dor epigástrica 
estão presente na anemia ferropriva 
secundária a hemorragia crônica de 
úlcera péptica. 
Parestesias e outras manifestações 
neurológicas ocorrem na anemia 
perniciosa.

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