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AULAS 1 e 2 - GLOMERULOPATIAS

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PATOLOGIA ESPECIAL – PEPE (10/02)
AULA 1 – GLOMERULOPATIAS
· As doenças glomerulares são uma das mais importante de todas as doenças renais. As glomerulopatias são uma das causas mais comuns de doença renal crônica.
· De uma forma geral, vamos pensar que a avaliação patológica das doenças renais será realizada através de três exames diferentes. Existem muitas doenças renais que precisam da participação clínica, onde a clínica é indispensável para determinar um diagnóstico. Existem muitas doenças que após o diagnóstico clínico precisam de uma imagem histológica para definir o diagnóstico, então na patologia trabalha – se realizando a biopsia renal.
BIOPSIA RENAL
· A biopsia é realizada principalmente na região do córtex renal porque é a região onde será observado o glomérulo. Essa biopsia servirá para tratar os cortes histológicos através de três métodos diferentes – Técnicas histológicas convencionais, imunofluorescência e microscopia eletrônica. Veremos que após cada exemplo de doença glomerular, será mostrado as imagens histológicas convencionais (aquela coloração de hematoxilina e eosina), no entanto, em muitas doenças glomerulares essa técnica histológica convencional não é suficiente para estabelecer um diagnóstico, utilizando – se então a imunofluorescência, uma técnica imunohistoquímica para complementar o diagnóstico feito com a histologia convencional.
· Quando a técnica convencional e a imunofluorescência não consegue determinar o diagnóstico final, é necessário realizar uma microscopia eletrônica. 
A. Técnicas histológicas convencionais (não é suficiente para estabelecer um diagnóstico).
B. Imunofluorescência – Técnica que complementa o diagnóstico com a histologia convencional.
C. Microscopia eletrônica – Esse exame é mais difícil de ser realizado.
· Tudo isso associado as informações clínicas.
· As doenças glomerulares são variadas e para diagnóstico final são necessárias várias técnicas.
· Como regra geral, as respostas do rim a agressões por agentes de diferente natureza são limitadas: agressões e mecanismos patogenéticos distintos podem produzir uma mesma alteração morfológica.
· As respostas do rim a agentes de diferente natureza são limitadas, isso quer dizer que agressões distintas podem produzir a mesma alteração, pode ter duas doenças em que histologicamente vão ter a mesma alteração. Dessa forma, precisa ampliar os exames para se chegar no diagnóstico definitivo.
· As doenças podem ser enquadradas dentro de alguma síndrome presente dentro dessas cinco opções abaixo.
1. SÍNDROME NEFRÍTICA – Nessa síndrome a proteinúria é menor e aparece mais hematúria.
2. SÍNDROME NEFRÓTICA – As características principais são proteinúria, pode ter hematúria (não é tão importante quanto na síndrome nefrítica)
3. HEMATÚRIA MACROSCÓPICA
4. HEMATÚRIA E PROTEINÚRIA ASSINTOMÁTICAS – Não é observado exclusivamente com exame.
5. GLOMERULOPATIA RAPIDAMENTE PROGRESSIVA – Qualquer tipo de doença glomerular que leve à falência renal em um curto período de tempo. 
· As doenças glomerulares podem ser divididas em glomerulopatias primárias e glomerulopatias secundárias.
· Primária: Quando o glomérulo é o sítio principal da doença ou o único.
· Secundária: As alterações observadas no glomérulo são consequência de uma doença sistêmica (lúpus eritematoso sistêmico, diabetes).
1. SÍNDROME NEFRÓTICA
· Doenças de lesões mínimas.
· Glomeruloesclerose segmentar e focal.
· Nefropatia membranosa.
· Glomerulonefrite membranoproliferativa.
· Glomerulopatias de depósito.
2. SÍNDROME NEFRÍTICA
· Glomerulonefrite difusa aguda pós – estrepticócica.
· Glomerulopatia por IgA.
· Nefrite lúpica.
· Glomerulonefrite membranoproliferativa.
3. HEMATÚRIA MACROSCÓPICA
· Glomerulopatia por IgA.
· Doença de membrana fina.
· Glomerulopatias hereditárias.
4. HEMATÚRIA E PROTEINÚRIA ASSINTOMÁTICAS
· Glomerulopatia por IgA.
· Glomeruloesclerose segmentar e focal.
5. GLOMERULOPATIA RAPIDAMENTE PROGRESSIVA 
· Qualquer tipo que evolua rapidamente para uma insuficiência renal terminal. 
· Evolui para insuficiência renal terminal, independente do tipo histológico.
HISTOLOGIA 
· Para começar a conversar sobre os diferentes tipos de glomerulopatias, diversas doenças terão características similares, então podemos falar que existem algumas características histológicas que deverão ser consideradas quando nós avaliamos histologicamente um glomérulo. Para entender as alterações do glomérulo, é preciso lembrar a histologia normal do glomérulo. 
· O glomérulo está constituído por um enovelado de vasos capilares finos, inúmeros capilares que estão enovelados dentro dessa estrutura (foto). Uma característica importante desse capilar glomerular é que ele é um capilar fenestrado, isso quer dizer que ele não é totalmente impermeável. 
· Todo o conjunto de enovelado capilar é chamado de tufo glomerular, ele está dentro de uma estrutura que tem duas camadas de epitélio, nós chamaremos um deles de epitélio visceral (epitélio que está em contato, revestindo o tufo glomerular, em contato com as células endoteliais) e o outro de epitélio parietal (será aquele que conforma a parede da cápsula de Bowman). Explicando novamente: Entenda – se que existe associadas aos capilares glomerulares, a essa rede de capilares glomerulares, existe dois tipos de células epiteliais, uma denominada célula epitelial visceral (em contato com o capilar temos o epitélio visceral que podemos chamar também de podócito) e a outra denominada célula epitelial parietal (vem de parede, então é a camada que está por fora delimitando a cápsula de Bowman). 
· A célula endotelial será fenestrada e estará em contato com a célula epitelial visceral, a qual podemos chamar de podócito. Célula epitelial visceral ou podócito são a mesma coisa.
· SE PEGAR UMA PORÇÃO DO ENOVELADO (NÃO CONSEGUI A FOTO):
· Amarelo: Célula endotelial que constitui o capilar, é uma célula fenestrada (não é totalmente impermeável).
· Verde: Por fora da célula endotelial, do capilar, tem – se o podócito. Esse podócito tem prolongações denominadas de pedicelos ou pé de podócito.
· Cinza: Entre a célula endotelial e o podócito tem – se a membrana basal glomerular.
· Vermelho: Célula de suporte para o enovelado de capilares, aparentemente tem uma origem na musculatura lisa e essa célula é denominada de célula mesangeal, tem uma função de suporte e pode servir também para realizar fagocitose.
Observação: A membrana basal glomerular é uma estrutura ultramicroscópica, não consegue se ter uma observação direto dela na microscopia óptica. Muitas vezes, para observar as alterações nessa membrana é necessário a utilização da microscopia eletrônica. 
Observação: As células mesangiais, células endoteliais formando um enovelado, podócito e a célula epitelial parietal são as características de normalidade. As características que podem estar alteradas dentro do glomérulo são - hipercelularidade, espessamento da membrana basal, hialinose e esclerose.
ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS
· HIPERCELULARIDADE: 
· Eventualmente, uma das características que pode estar alterado dentro do glomérulo será denominada hipercelularidade (isso quer dizer o aumento do número de células). Quando se fala de um maior número de células, podem se referir a um maior número de células mesangiais, endoteliais ou até células inflamatórias (neutrófilos e raramente linfócitos). Então, essa hipercelularidade dentro do tufo glomerular pode ser de células mesangeais, células endoteliais e células inflamatórias. 
· A proliferação celular pode acontecer também na camada do epitélio parietal, quando existe um aumento de células, uma hipercelularidade na camada do epitélio parietal é denominado de formação de crescente (característico de alguns tipos glomerulopatias).
· ESPESSAMENTO DA MEMBRANA BASAL GLOMERULAR:
· Outra característica que pode ser observada discretamente na imagem histológica convencional é o espessamento da membrana basal glomerular. A membrana basal fica um pouco mais espessada.
· Essa característica é melhor observada nas lâminas coradas com PAS,quando se faz essa coloração, observa – se melhor a possibilidade de espessamento da membrana basal glomerular.
· Essa membrana basal glomerular é uma estrutura ultramicroscópica, não será facilmente visível na microscopia ótica.
· HIALINOSE E ESCLEROSE:
· Mais uma alteração histológica para considerar na análise do glomérulo é a formação de hialinose e esclerose. Essas duas alterações mesmo que visualmente a observação no microscópio possa ser uma lesão muito parecida uma com a outra, tem a origem diferente.
· Hialinose - É o depósito de proteínas que vem do sangue. Esse tipo de proteína não se sabe porque se juntam, mas elas formam uma área amorfa, eosinofílica e que não apresenta núcleo (não é uma formação celular). O conjunto de proteínas que chegam através do sangue e que se localizam extracelularmente em áreas que não apresentam núcleo. As proteínas vieram e ficaram, não tem lesão prévia.
· Esclerose - É o depósito de proteínas pelas células que estão presentes no tufo glomerular, por exemplo, células mesangiais podem depositar proteínas que vão formar a esclerose. Será tipo uma cicatriz que ficou após uma lesão.
· A glomerulopatia pode afetar um grupo de glomérulos do rim ou ela pode afetar todos os glomérulos do rim. Da mesma forma, considerando o glomérulo como uma unidade, a lesão pode afetar o glomérulo todo ou unicamente uma porção dele. Em cada uma dessas situações se consegue fazer uma descrição.
· Focal – Indica que menos de 50% dos glomérulos apresentam anomalias histológicas.
· Difusa – Indica que 50% ou mais dos glomérulos apresentam anomalias histológicas.
· Segmentar – Indica que apenas uma porção do tufo glomerular apresenta lesão histológicas.
· Global – Indica que todo o tufo glomerular está lesionado.
DEPOSIÇÃO DE COMPLEXOS IMUNOLÓGICOS
· Pouco se sabe sobre as glomerulopatias de forma geral, mas podemos falar que a maioria delas tem um fundo autoimune. Se verá muita reação antígeno-anticorpo, formação de imunocomplexos. Isso definirá muitas vezes a observação dentro da imunofluorescência. Entenda – se que na imunofluorescência nós temos que ter uma reação antígeno – anticorpo, tem a substância, a molécula que será considerada antígeno. Ela pode estar depositada (bolinhas da figura) em qualquer região do glomérulo e nós colocaremos um marcador que terá que estar associado a uma substância fluorescente, marcando e observando assim a imunofluorescência no microscópio. Explicando novamente – A maioria das lesões glomerulares tem um fundo imuno, terá uma reação antígeno – anticorpo, um encaixe chave – fechadura. O antígeno é aquilo que será considerado estranho, ele pode vir de algum microrganismo, ele pode ser depositado de forma errada por alguma célula nossa ou simplesmente o nosso corpo reconheceu alguma partícula própria como estranha. A junção antígeno – anticorpo chamará algum tipo de célula para tentar destruir o antígeno. 
· Dentro do glomérulo, nós temos situações diferentes de encontro desse antígeno com o anticorpo. 
· Circulante (A) – O imunocomplexo ele pode vir junto de algum outro local do corpo. Exemplo – reconhece ele no fígado e os dois juntos como um imunocomplexo viaja pelo sangue, chega no rim e ficam preso associados a membrana basal glomerular. O imunocomplexo era de outro local e foi parar no glomérulo, isso é um imuncomplexo circulante. 
· In situ (C) – Está no local, ele se forma no local. Veio do fígado, parou no glomérulo, passou um tempo, o anticorpo aparece, reconhece e forma o imunocomplexo. O antígeno chega primeiro e depois chega o anticorpo.
· In situ (B) – Quando o antígeno nasceu no glomérulo, faz parte da membrana basal glomerular, por algum motivo chega o anticorpo e reconhece como estranho. Não era para isso acontecer, mas aconteceu. Se forma também o imunocomplexo no local, no entanto, o antígeno é próprio. 
· Isso vai determinar que na imunofluorescência nós teremos uma observação diferente dos diferentes tipos de junção antígeno – anticorpo. Podemos observar um padrão granular na imunofluorescência ou um padrão linear na imunofluorescência
· Padrão granular na imunofluorescência: Normalmente, vamos observar esse padrão quando o imunocomplexo já vem formado e se deposita no glomérulo e quando o antígeno vem também de outro local e o anticorpo se junta a ele dentro do glomérulo. Nessas duas situações teríamos um padrão de imunofluorescência granular, por que? Porque não é uma disposição regular. No circulante será granular.
· Padrão linear na imunofluorescência: Será linear quando alguma estrutura do glomérulo, normalmente algum componente da membrana basal glomerular seja considerado como antígeno, aí teremos o padrão linear, por que? Porque a membrana basal glomerular é uma membrana, é uma estrutura bastante organizada, na hora de fazer a imunofluorescência fica em uma disposição mais homogênea. É o mesmo teste, o mesmo exame, o que mudou foi o tipo de imunocomplexo. Por exemplo, a glomerulopatia antimembrana basal glomerular com certeza terá um padrão linear.
· Terá uma lesão que não tem nada a ver com formação de imuncomplexo, faz a imunoflurescência e dará negativo e daí vai saber que essa glomerulopatia que está sendo pesquisada não está associada a uma resposta imune, a uma formação de imunocomplexo. 
· Esses depósitos de imunocomplexo podem estar localizados em diferentes pontos do glomérulo, associados, por exemplo, subjacentes aos pés de podócito, entre os pedicelos, subendotelial (embaixo do endotélio, entre a membrana basal glomerular e as células endoteliais), depósitos entre as células mesangiais. Existem glomerulopatias que existem depósitos em mais de um local.
· Corcovas subepiteliais, como na glomerulonefrite aguda, depósitos epimembranosos, como na nefropatia.
CONTINUAÇÃO – 17/02
Observação: Agora vamos ver as principais glomerulopatias. No ponto de vista anatomopatológico, como nós falamos que várias dessas glomerulopatias podem estar associadas com síndrome nefrótica, então o diagnóstico histopatológico tem o objetivo de orientar onde que o defeito está acontecendo. 
Observação: Vamos ver agora o diagnóstico de algumas das glomerulopatias. O diagnóstico normalmente na histologia com colorações convencionais não será suficiente para observar as anomalias, nós utilizando então dois tipos de técnicas a mais na parte de néfron. 
GLOMERULOPATIAIS PRIMÁRIAS
1. GLOMERULONEFRITE ANTIMEMBRANA BASAL GLOMERULAR (ANTI – MBG)
· Se eu estou falando de uma glomerulonefrite antimembrana quer dizer que acontece uma reação imune, a formação de imunocomplexos, no entanto, o que se está reconhecendo como estranho é o componente da membrana basal glomerular. 
· Qual dos componentes dessa membrana basal glomerular é aquela que está sendo reconhecida como estranha? Normalmente é o colágeno tipo IV presente nessa membrana e produzida pela própria célula mesangeal.
· O nome já indica, se tem uma glomerulonefrite antimembrana basal glomerular, o que está sendo reconhecido como estranho é a membrana basal glomerular no seu todo, um dos componentes dela.
· As características que precisam ser lembradas é que essa imunofluorescência se colocar um anticorpo que marque justamente aquele antígeno específico, ele será linear. Nesse caso específico, como o anticorpo já está disposto em toda a membrana, terá uma imunofluorescência linear (já dá o diagnóstico da glomerulonefrite antimembrana basal glomerular).
· Outra característica importante é que a formação de tipos específicos de colágeno não é exclusivamente no rim, pode ter esse tipo de colágeno em outras partes do corpo. Muitas vezes, terá a formação de síndromes porque tem a formação do imunocomplexo não unicamente no rim, podendo ter, por exemplo, no pulmão, no nível onde se forma colágeno tipo IV, determinando assim uma hemorragia pulmonar. A combinação da glomerulonefrite antimembrana basal glomerular e a hemorragia pulmonar determina a Síndrome de Goodpasture.
· A membrana basal glomerular não estará alterada na histologia, necessariamente precisa da imunofluorescência.
2. NEFROPATIAMEMBRANOSA
· A nefropatia membranosa estará associada a manifestações clínicas da síndrome nefrótica. A síndrome nefrótica acontecerá com proteinúria. Quer dizer que a proteína tem que sair, normalmente para que isso aconteça, os pedicelos da célula epitelial (podócito) estarão ausentes, estarão lesados porque esse pedicelo com o pedicelo do lado, eles formam áreas mais estreitas que impedem que passem a proteína. Além da membrana basal glomerular, também é importante o pedicelo na retenção da proteína. Em toda lesão que se comente que está associada a síndrome nefrótica, imediatamente tem que lembrar que o podócito perdeu esses pedicelos ou pelo menos os pedicelos estão de alguma forma lesados.
· Por que a nefropatia é denominada membranosa? Porque terá um espessamento da parede dos capilares, principalmente quando se faz uma coloração em PAS. Quando se faz essa coloração observa – se o espessamento da parede dos capilares e adicionalmente não existe hipercelularidade, não tem aumento das células. O aumento das células estará na maioria dos casos associados a lesões que corram com inflamação.
· A nefropatia membranosa é a causa mais comum de síndrome nefrótica primária em adultos caucasianos.
· Histologicamente, verá espessamento das paredes dos capilares (endotélio) e ausência de hipercelularidade.
· Na microscopia eletrônica é observada a deposição dos complexos imunes no nível da MBG.
· Na imunofluorescência tem – se uma área mais granular. A imunofluorescência vai contra o que? IgG e C3 (complemento). Os imunocomplexos se formam contra IgG e complemento (C3).
· CAUSAS ASSOCIADAS:
· Drogas (penicilamida, captopril, DAINES), 
· Tumores malignos (pulmão, cólon, melanoma) podem desenvolver a formação desses antígenos que vão se localizar na membrana basal glomerular.
· LES (lúpus eritematoso sistêmico).
· Infecções (hepatite B, hepatite C, sífilis, malária)
· 85% será idiopática, não será encontrada uma causa específica.
3. DOENÇAS DE LESÕES MÍNIMAS
· A doença de lesões mínimas não tem alteração de deposição de imunocomplexos, logo não se tem evidências na imunofluorescência.
· Ela é denomina como doença de lesões mínimas porque justamente na histologia normal não se observa nenhum tipo de alteração. 
· A doença de lesões mínimas é a causa mais comum de síndrome nefrótica em crianças pequenas. Normalmente será o relato de uma criança pequena que não tem alteração histológica no glomérulo, porém apresenta as características clínicas da síndrome nefrótica.
· Quando o paciente apresenta síndrome nefrótica, terá no mínimo uma alteração nos pedicelos porque se não fosse isso, não teria proteína passando. A alteração evidente da doença de lesões mínimas é unicamente na microscopia eletrônica onde se verá a perda dos pedicelos.
· A doença de lesões mínimas terá um diagnóstico por exclusão. Vai fazer uma imunofluorescência para IgG, pode fazer para IgA, pode fazer para complemento, no entanto, não vai encontrar respostas positivas, nenhuma alteração, paciente criança com síndrome nefrótica e então poderá encarar como essa doença de lesões mínimas. 
4. GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GESF) 
· É a causa mais comum de síndrome nefrótica em afro – americanos.
· Quando se fala segmentar quer dizer que pega – se uma parte do tufo glomerular, pega – se menos de 50% do tufo glomerular. Quando se fala focal quer dizer que menos de 50% do total de glomérulos, se o rim tem 50 glomérulos, pegou 15.
· As causas dessa doença são variadas, podem ser associadas a vírus, a vários tipos de doenças, porém normalmente acontece quando se tem uma lesão e a esclerose que se forma é uma área que cicatrizou, um aumento de deposição de colágeno. Muitas vezes, a doença que causou isso, o que fez na verdade foi lesar parte do rim e como resposta ele foi esclerosando parte dos glomérulos.
· Se fizer uma imunofluorescência procurando IgG, complemento, IgA, será que terá um resultado? Não, nessa doença não tem imunofluorescência positiva, ela será negativa.
· Por que não se chama de cicatriz ao invés de esclerose? Porque essa deposição de fibrose é realizada pela célula mesangeal e não por um fibroblasto, por isso é dado o nome de esclerose.
· É importante descartar outras doenças que possam produzir cicatrizes segmentares (esclerose). Exemplo – O paciente pega uma infecção por estreptococo e o resultado dessa infecção foi a esclerose em uma área, dessa forma, a doença não é uma glomeruloesclerose segmentar e focal, aí é uma esclerose secundária a uma doença. O primeiro que precisa se fazer é descartar alguma outra doença de base. 
· Como ela está associada a síndrome nefrótica, tem – se o desaparecimento dos pedicelos.
· Ela pode estar associada a uma glomerulopatias primária (a alteração é unicamente no glomérulo) ou glomerulopatias secundária (Exemplo: doença sistêmica – LES).
5. GLOMERULOPATIA POR IGA
· Ela está associada clinicamente à síndrome nefrítica, logo terá a perda dos pedicelos na célula epitelial? Não, porque a síndrome nefrítica não cursa com uma proteinúria significativa comparada com a síndrome nefrótica. Onde será depositado esse IgA? Esse IgA vai acontecer na região das células mesangiais, por conta disso a imunofluorescência é granular, no entanto, localizada unicamente na região de células mesangeais, sendo o anticorpo IgA.
· Na microscopia eletrônica verá as células epiteliais com os pedicelos normais, verá a célula endotelial normal, verá a membrana glomerular sem alteração e na região da célula mesangeal os depósitos de IgA.
6. GLOMERULONOFRITE DIFUSA AGUDA PÓS – ESTREPTOCÓCICA
· Também está associada à síndrome nefrítica. 
· Na histologia se verá hipercelularidade. Tem como característica o aumento no número de células, tanto células pertencentes ao glomérulo como um infiltrado de células inflamatórias, predominantemente neutrófilos. 
· Os sintomas da síndrome nefrítica acontecem uma ou duas semanas depois que o paciente teve uma infecção por estreptococos, normalmente uma faringite bacteriana. Quando não é estreptococos será chamada de glomerulonefrite difusa aguda pós infecciosa.
· Por que tem uma observação de imunofluorescência? A imunofluorescência será granular porque a presença do microrganismo e a resposta inflamatória associada levará a uma produção de complemento e maior produção de IgG.
· Como irá diferenciar da glomerulopatia membranosa? Vai diferenciar porque essa tem hipercelularidade e a história do paciente que teve uma infecção um tempo antes.
· Em que local são dispostos os imunocomplexos? Em todas as regiões (na região das células mesangeais, na região subepitelial, na região subendotelial). Explicando novamente – Entende que o encontro do nosso sistema imune com o microrganismo não necessariamente em um local, mas em alguma parte do corpo. Isso inicia a formação de anticorpo para reconhecer e tem também a ativação do complemento. A ativação dos imunocomplexos que chegam são imunocomplexos principalmente associados a IgG. Onde eles vão se depositar? Se depositam na região das células mesangeais, na região subepitelial, na região subendotelial.
7. GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA
· Há duas variantes principais:
· GNMP por formação de imunocomplexo.
· GNMP por glomerulopatias de complemento, onde o participante principal será o complemento C3. Acredita – se que a ativação do complemento esteja muito evoluída nessa glomerulonefrite.
· Por que se acredita que essa glomerulonefrite membranoproliferativa está muito associada ao complemento? Porque o paciente onde acontece a doença, ele terá deficiência de complemento, não encontrará complemento. Se não tem complemento à disposição quer dizer que já foi ou está sendo muito utilizado. A glomerulonefrite desse tipo terá uma deposição dos imunocomplexos em toda a região da membrana e essa membrana pode proliferar.
· Na microscopia eletrônica será observado a deposição dos imunocomplexos tanto na região mesangeal, tanto na região subepitelial, perto dos podócitos, ou seja, em todas as regiões. De uma forma geral, a membrana também seencontrará mais espessa.
· Doença de depósito denso (glomerulopatias C3) – Porque o posicionamento dos complexos imunes são justapostos à membrana basal glomerular, deixando a membrana muito mais densa. Essa doença será o depósito dos imunocomplexos do complemento na região eletro densa (região central) da membrana basal glomerular, deixando ela um pouco mais volumosa, parece que ela prolifera. Só se consegue ver em microscopia eletrônica. Essa glomerulopatia por complemento 3 passou a ser chamada de doença de depósito denso.
· O mecanismo patogênico envolve a ativação do complemento no interior dos glomérulos, resultando na mediação da inflamação.
8. GLOMERULOPATIAS HEREDITÁRIAS (SÍNDROME DE ALPORT)
· Nós temos entre as glomerulopatias hereditárias, a síndrome de alport (alteração do cristalino, pode levar a formação de catarata, entre as características dessa síndrome, pode se ter uma glomerulopatias)
· 85% das síndromes de Alport são ligadas ao cromossomo X.
· Essa glomerulopatia associada apresenta alterações na membrana basal.
· Qual a alteração? É a nível da membrana basal glomerular. A membrana basal glomerular fica em um local mais fina, em outro local mais espessa, essas alterações na conformação da membrana basal glomerular são associadas a essa síndrome de alport.
· Como tem defeitos na conformação da membrana basal glomerular, se você coloca uma imunofluorescência para ver a membrana basal glomerular, ela aparecerá apagada quando se compara com o normal. Verá o defeito na conformação da membrana basal glomerular porque a imunofluorescência fica apagada, isso porque não tem todas as proteínas que formam essa membrana, logo a imagem é muito diferente do que o normal.
· Quando associada a síndrome da hematúria familiar benigna chamará doença de membrana fina. Terá caracteristicamente a membrana basal glomerular vai ficar mais fina. A membrana fica fina por que? Pela alteração do colágeno, principalmente tipo IV que conforma a membrana basal glomerular.
Observação: Essas seriam as glomerulopatias primárias mais representativas tanto associada a síndrome nefrótica como síndrome nefrítica. Ainda temos as glomerulopatias secundárias que podem estar associadas a doenças como LES, diabetes.

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