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Macroscopia do Tronco Encefálico JALEKO

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Neuroanatomia 
MACROSCOPIA 
DO TRONCO 
ENCEFÁLICO 
 
 
 
 
 
 
VISTA GERAL DO TRONCO ENCEFÁLICO 
O tronco encefálico é a parte do sistema nervoso central (SNC) localizada entre 
o diencéfalo e a medula espinal. Encontra-se a frente do cerebelo e juntamente 
com ele delimita o IV ventrículo. 
Há simetria na anatomia do SNC, dessa forma, a maioria das estruturas citadas 
aparece tanto do lado direito quanto do lado esquerdo do tronco. 
Apesar de ser uma região pequena, é essencial para a manutenção da vida. 
Além disso, abriga os núcleos de 10 dos 12 pares de nervos cranianos – NC - 
(exceto nervos olfatório e óptico) e permite passagem de fibras nervosas 
ascendentes e descendentes, conectando áreas distantes do SNC. 
É dividido em três regiões: mesencéfalo, ponte e bulbo (medula oblonga). 
 
 
Referência: Grinberg LT, Rueb U and Heinsen H 
 
Marrom: telencéfalo e diencéfalo 
Laranja: mesencéfalo 
Verde: ponte e cerebelo 
Azul: bulbo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência: John A Beal, PhD, 2005. 
 
1. Telencéfalo | 2. Mesencéfalo | 3. Ponte | 4. Bulbo | 5. Cerebelo 
 
 
BULBO ou MEDULA OBLONGA 
O bulbo, a porção mais caudal do tronco encefálico, tem uma porção fechada, 
similar e contínua com medula espinal e uma porção superior aberta, com 
vários acidentes anatômicos. É limitado inferiormente pelo plano que passa 
acima do primeiro filamento radicular da medula espinal, no nível do forame 
magno e superiormente pelo sulco bulbo-pontino, que o separa da ponte. 
 
 
 
 
 
Na vista anterior, é possível observar as pirâmides bulbares, constituídas por 
fibras do trato corticospinal, responsáveis pela motricidade do corpo. Logo 
abaixo das pirâmides, parte dessas fibras cruza o plano mediano, apagando a 
fissura mediana anterior formando a decussação das pirâmides e se 
conectando como via final motora com o lado oposto da medula. A título de 
curiosidade, você já deve ter ouvido falar sobre acidentes vasculares 
encefálicos ou “derrames cerebrais” que geram paralisia do lado contralateral 
dos membros. Isso ocorre devido a este cruzamento das fibras no bulbo! 
Ao lado de cada pirâmide há a oliva, região com intensa densidade de 
neurônios do núcleo olivar inferior, essencial para a aprendizagem motora. 
Anteriormente à a oliva, no sulco pré-olivar surge o nervo hipoglosso (NCXII) e 
posteriormente a ela, no sulco retroolivar, emergem outros três nervos 
cranianos: de cima para baixo, nervos glossofaríngeo (NCIX), vago (NCX) e a 
raiz bulbar do nervo acessório (NCXI). 
Na vista posterior do bulbo, sua porção aberta forma a parte inferior do 
assoalho do IV ventrículo. Inferior e lateralmente ao assoalho há duas elevações 
no bulbo, o tubérculo do núcleo grácil mais medial e o tubérculo do núcleo 
cuneiforme mais lateral, que recebem as fibras ascendentes da medula dos 
fascículos grácil e cuneiforme. Parte das fibras provenientes dos tubérculos é 
direcionada para o cerebelo por meio do pedúnculo cerebelar inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VISTA POSTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO 
 
 
Referência: John A Beal, PhD; 2005. 
Tálamo B. Mesencéfalo C. Ponte D. Bulbo | 1. Estria terminal do tálamo 
2. Tálamo (pulvinar do tálamo) | 3. III ventrículo | 4. Haste da glândula pineal 
5. Trígono das habênulas | 6. Estria medular do tálamo | 7. Colículos superiores 
8. Braço do colículo superior | 9. Colículo inferior | 10. Braço do colículo inferior 
11. Corpo genicular medial | 12. Sulco mediano do IV ventrículo 
13. Pedúnculo cerebelar superior | 14. Pedúnculo cerebelar inferior 
15. Pedúnculo cerebelar médio 16. Tubérculo anterior do tálamo 
17. Óbex, área postrema, com os trígonos do vago e do hipoglosso 
imediatamente acima 
 
 
 
 
 
 
Ao seccionar o bulbo (corte transversal), seu formato é similar ao de uma 
borboleta. Observe as pirâmides e as olivas com os tortuosos núcleos olivares 
inferiores, na porção inferior da imagem. O assoalho do IV ventrículo é 
observado na região superior da imagem. 
 
Referência Kevin Dufendach, 2007. 
 
PONTE 
Na vista anterior, em toda a sua extensão, a ponte tem aspecto estriado devido 
à presença de fibras transversas, que seguem em direção ao cerebelo e formam 
o pedúnculo cerebelar médio. O nervo trigêmeo (V) emerge a frente do 
pedúnculo cerebelar médio constituído por uma raiz motora fina e uma grossa 
raiz sensitiva. Medialmente na ponte, há o sulco basilar que acomoda a artéria 
basilar. 
No sulco bulbo-pontino emergem de medial para lateral: nervo abducente (VI), 
nervo facial (VII) e nervo vestíbulo-coclear (VIII). O nervo facial é dividido em 
raiz motora e uma raiz sensitiva, chamada de nervo intermédio, na sua porção 
lateral. Acometimentos na região mais lateral do sulco bulbo-pontino levam à 
Síndrome do ângulo pontocerebelar, com sintomatologia ampla devido à lesão 
dos Nc VII e VIII. 
 
 
 
 
 
 
ASSOALHO DO IV VETRÍCULO (fossa romboide) 
Formado pela região posterior (dorsal) da ponte e do bulbo. Dentre os 
acidentes anatômicos, é importante identificar: 
• Locus ceruleus – com neurônios escuros (produtores de melanina) que 
nos despertam do sono para a vigília diurna. 
• Colículo facial – formado por fibras do nervo facial (joelho) que 
contornam o núcleo do nervo abducente, na ponte. 
• Área vestibular - contém neurônios que integram a via auditiva. 
• Trígono do nervo Vago - contém o núcleo posterior do vago, núcleo 
motor que promove o peristaltismo, por exemplo. 
• Trígono do Hipoglosso - contém o núcleo do nervo hipoglosso, que 
realiza a motricidade da língua. 
• Área postrema - relacionada ao reflexo do vômito. 
 
 
MESENCÉFALO 
É a porção superior do tronco encefálico. Na vista anterior é possível ver os 
pedúnculos cerebrais, constituídos pelas fibras descendentes motoras do trato 
corticospinal. Observe que esse trato nasce em áreas motoras do córtex 
cerebral, desce passando pelo pedúnculo cerebral, ponte, pirâmides bulbares e 
cruza parcialmente na decussação das pirâmides. 
Entre os pedúnculos cerebrais há a fossa interpeduncular, de onde emerge o 
nervo oculomotor (III), que movimenta o bulbo do olho em conjunto com os 
nervos troclear (IV) e abducente (VI). 
Na vista posterior, há os colículos superiores que integram a via auditiva e os 
colículos inferiores que integram reflexos visuais. O nervo troclear (IV) surge 
abaixo dos colículos inferiores e é o único nervo que emerge da região dorsal 
do tronco encefálico. 
 
 
 
 
 
Na vista transversal, o mesencéfalo é bem parecido com o Mickey Mouse. Não 
acha? 
 
 
Vista transversal do mesencéfalo. pedúnculo cerebelar (crus cerebri), fossa 
interpeduncular; substância negra; núcleo rubro; trato espinolatâmico e 
lemnisco medial; núcleo do nervo oculomotor, aqueduto do mesencéfalo (ou 
cerebral); colículo superior. Imagem retirada de Wikipedia.com 
 
 
Há um canal na porção interna, o aqueduto do mesencéfalo, que conecta o III 
ao IV ventrículo. Ao redor do aqueduto, está a substância cinzenta 
periaquedutal, importante para regulação da dor. 
Posteriormente ao aqueduto está a região do teto do mesencéfalo com os 
colículos superiores e inferiores. Todo resto a frente do aqueduto é chamado de 
pedúnculo cerebral que possui o tegmento, porção interna, e uma base 
protrusa composta do pedúnculo cerebral (crus cerebri) e substância negra, 
região escura devido à presença de neurônios produtores de melanina, que 
integram circuitos motores.

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