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Fisiologia Renal

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Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
1 
 
Os rins desempenham duas funções principais: 
1. Excretam a maior parte dos produtos terminais 
do metabolismo corporal → filtram o sangue, 
retirando substâncias indesejáveis como a 
ureia e a creatinina (derivadas do metabolismo 
dos aa e da cratina-fosfato), e assim formam a 
urina 
2. Controlam as concentrações da maioria dos 
constituintes dos líquidos orgânicos → 
controlam a concentração plasmática de sódio 
e, consequentemente, a pressão arterial, além 
da concentração de H+, participando da 
regulação do pH sanguíneo (equilíbrio ácido-
base) 
*Também participam da manutenção da 
osmolaridade plasmática e têm capacidade de 
controlar a eritropoiese, uma vez que são 
responsáveis pela síntese do hormônio 
eritropoietina 
 
Formação da Urina pelos Rins 
I - Fluxo Sanguíneo Renal, Taxa de Filtração 
Glomerular e seu Controle 
Anatomia Fisiológica do Rim 
 
Fisiologicamente, a medula renal apresenta uma 
hiperosmolaridade em relação ao plasma e um 
gradiente crescente, ou seja, quanto mais interno 
no rim, maior o valor de osmolaridade da medula 
renal. A região do córtex possui uma osmolaridade 
de cerca de 300 miliosmoles/L, enquanto a medula 
possui um valor de osmolaridade maior que 300 e, 
na sua região mais interna, a osmolaridade chega a 
1200 miliosmoles/L → informação importante para 
a compreensão do processamento do filtrado 
Suprimento Sanguíneo Renal 
 
Os rins recebem o suprimento sanguíneo da artéria 
renal, que está ligada à artéria aorta abdominal → 
sangue chega nos rins com alta pressão, fator que 
favorece a filtração glomerular 
 
A artéria renal se ramifica, dando origem às 
artérias segmentares, que também se dividem 
dando origem às artérias interlobares. Essas se 
dividem e originam as artérias arqueadas, que se 
ramificam nas arteríolas aferentes, que dão origem 
aos capilares glomerulares. Esses se coalescem e 
dão origem às arteríolas eferentes, que originam 
os capilares peritubulares, que se coalescem e dão 
origem aos componentes do sistema venoso. 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
2 
 
*O sistema renal apresenta duas redes de 
capilares: os glomerulares, que são responsáveis 
pela filtração, e os peritubulares, que são 
responsáveis pela nutrição das células do nefron 
(fornecimento de oxigênio e remoção de gás 
carbônico) 
Néfron: Unidade Funcional do Rim 
 
A filtração glomerular acontece nos capilares 
glomerulares. Uma vez que o sangue é filtrado, 
quem recolhe o filtrado é a cápsula de Bowman, o 
primeiro segmento do néfron. Em seguida, esse 
filtrado percorre o túbulo proximal e a Alça de 
Henle 
*A Alça de Henle possui subdivisões: segmento 
descendente, que entra em contato com regiões 
da medula renal de alta osmolaridade; porção fina 
do segmento ascendente, porção espessa do 
segmento ascendente. 
Posteriormente, o filtrado percorre o túbulo distal, 
o túbulo conector e o túbulo coletor. 
*O túbulo coletor recebe sobrenome de acordo 
com a região que ele atravessa: cortical, que 
percorre o córtex renal, ou medular, segmento que 
passa pela medula renal. 
Da junção de túbulos coletores, surge o ducto 
coletor. 
*Há uma região do túbulo distal que faz conexão 
com as arteríolas aferente e eferente (células 
diferenciadas, chamadas de células da Mácula 
Densa) → nessa região, está localizado o aparelho 
justaglomerular, importante na regulação a longo 
prazo da pressão arterial 
Néfron Cortical de Justamedular 
Existem dois tipos de néfron: o cortical, que possui 
Alça de Henle curta e estão, em sua maior parte, 
localizados no córtex renal, e o justamedular, que 
possui Alça de Henle maior, indo até as regiões 
mais internas da medula renal. 
 
*Além dos capilares peritubulares, os néfrons 
justamedulares possuem outro segmento vascular 
denominado Vasa recta (vasos retos), vasos que 
acompanham a Alça de Henle até as regiões mais 
internas da medula 
 
A formação da urina resulta da filtração 
glomerular, reabsorção e secreção tubular 
 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
3 
 
Uma vez que o sangue chega pela arteríola 
aferente, ocorrerá filtração glomerular. No 
entanto, nem tudo que foi filtrado irá entrar na 
composição da urina → algumas substâncias 
retornam para a corrente circulatória, processo 
chamado de reabsorção. 
*Algumas substâncias podem passar pelos 
capilares glomerulares e não serem filtradas, 
continuando nos capilares peritubulares e, 
posteriormente, atingindo o túbulo renal através 
da secreção 
Dessa forma, o que será excretado pelo organismo 
é aquilo que foi filtrado, menos o que foi 
reabsorvido, mais o que foi secretado. 
Os termos reabsorção e secreção são também 
importantes para a farmacologia → aqueles 
fármacos que forem filtrados pelo sistema renal e 
sofrerem reabsorção, ficarão mais tempo na 
corrente circulatória, permitindo que esse fármaco 
tenha uma janela terapêutica maior 
*Os fármacos que sofrem secreção são eliminados 
mais rapidamente do organismo → janela 
terapêutica menor 
Todas as substâncias presentes na corrente 
sanguínea sofrem filtração? Não. Os rins não são 
capazes de filtrar os elementos figurados, a 
exemplo das hemácias. O que tem chance de ser 
filtrado está no plasma, mas nem todas as 
substâncias presentes no plasma são filtradas, a 
exemplo das proteínas. 
A composição do filtrado é similar à composição do 
plasma, exceto por não conter quantidades 
significativas de proteínas 
Os rins recebem 22% do débito cardíaco, ou seja, 
1100 mL de sangue por minuto → fluxo sanguíneo 
renal. 
No entanto, o fluxo renal plasmático é de 652 mL 
por minuto (aproximadamente metade do fluxo 
sanguíneo renal). 
O volume de plasma que chega aos capilares 
glomerulares não é filtrado em uma única 
passagem → os rins possuem uma taxa de filtração 
glomerular de 125 mL por minuto (20% do volume 
de plasma recebido) 
 FSR = 1100mL/min 
 FPR = 625mL/min 
 TFG = 125mL/min 
 Fração de filtração (FF) = (TFG x 100) 
dividido pela FPR = 20% 
O rim filtra 180 litros por dia, mas o corpo não 
elimina 180 L por dia, o que mostra a importância 
da reabsorção. Dos 125mL de filtrado, o que entra 
na composição da urina é 1mL, ou seja, 124mL/min 
de reabsorção (99,2%) 
 
 
A Formação da Urina 
Cada substância da corrente sanguínea terá um 
determinado comportamento no sistema renal. 
Algumas substâncias, como as hemácias, não são 
capazes de sofrer filtração. 
A) Entre as substâncias que são filtradas, existem 
aquelas que não têm capacidade de sofrer 
reabsorção e a quantidade que está na 
corrente sanguínea não é capaz de sofrer 
secreção → toda a quantidade filtrada vai para 
a composição da urina 
B) Substância que é filtrada, mas sofre reabsorção 
parcial, como no caso da ureia → a quantidade 
que vai para a composição da urina é menor do 
que a quantidade filtrada 
C) Substância livremente filtrada, mas totalmente 
absorvida, a exemplo da glicose → não entra 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
4 
 
na composição da urina de indivíduos 
fisiologicamente normais 
D) Substâncias livremente filtradas e que, além 
disso, sofrem uma alta taxa de secreção 
(fármaco para-amino-hipúrico) → a corrente 
sanguínea fica praticamente livre da substância 
 
Reabsorção ao Longo do Néfron 
 O túbulo proximal é responsável por cerca de 
65% da reabsorção do filtrado. 
 O ramo espesso da Alça de Henle reabsorve 
cerca de 20 a 25% do filtrado 
 Os túbulos distais reabsorvem cerca de 3 a 4% 
do filtradoCada segmento do rim tem uma característica que 
possibilita a reabsorção de uma determinada 
substância. Existem segmentos renais que são 
permeáveis à água, como o túbulo proximal. 
Outros, como a Alça de Henle descendente, são 
impermeáveis à água 
*Existem segmentos renais capazes de se tornar 
permeáveis à água, dependente da sinalização 
hormonal (túbulo distal final e túbulo coletor) 
 
 
A Filtração Glomerular 
Acontece nos capilares glomerulares. 
No endotélio do capilar glomerular, as células 
estão frouxamente acopladas, dando origem às 
fenestras → o sangue chega ao rim com alta 
pressão e encontra um capilar fenestrado, o que 
favorece a filtração 
Abaixo do endotélio, está a membrana basal, que 
possui colágeno e proteoglicanos → proteínas que 
são carregadas negativamente 
Em seguida, abaixo da membrana, existe o epitélio, 
composto por células chamadas de podócitos e por 
proteínas, ou seja, presença de carga negativa 
 
Entre as células endoteliais, existem as células 
mesangiais, que podem liberar fatores capazes de 
controlar o estado de vasoconstrição e 
vasodilatação do endotélio. 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
5 
 
Devido a presença das fenestras, é possível dizer 
que o tamanho da molécula influencia na sua 
filtrabilidade. 
 
*A albumina, apesar do elevado peso molecular, 
possui tamanho que consegue passar pelas 
fenestras → não é filtrada pois é uma proteína que 
possui cargas negativas, havendo repulsão entre a 
membrana e a albumina. 
Efeito do tamanho e da carga elétrica da dextrana 
na capacidade de filtração dos capilares 
glomerulares: dextranas são polissacarídeos que 
podem ser sintetizados de forma neutra ou 
carregada, com pesos moleculares diferentes 
 
*O raio e a carga influenciam na filtrabilidade das 
moléculas, sendo que moléculas menores e 
carregadas positivamente (o que evita repulsão) 
são mais filtradas 
A seletividade das fenestras é dada pelo tamanho 
do poro e pelas cargas negativas 
*Se o indivíduo desenvolver uma glomerulonefrite 
(inflamação no glomérulo) que perturbe a 
membrana de cargas negativas, a albumina passará 
a ser filtrada → proteinúria 
 
Determinantes da Filtração Glomerular 
 
Kf (coeficiente de filtração glomerular) é o produto 
da condutividade hidráulica e da área de superfície 
dos capilares glomerulares 
Os indivíduos que apresentam uma patologia que 
promove a redução do número de capilares 
glomerulares funcionais, apresentaram uma 
redução no coeficiente de filtração glomerular → 
consequentemente, a filtração glomerular será 
menor 
Os indivíduos que apresentam uma patologia que 
aumenta a espessura da membrana, terão uma 
menor condutividade hidráulica → menor 
coeficiente de filtração glomerular 
 
Pressão Líquida de Filtração 
Além desse coeficiente, a filtração glomerular 
também é definida pela pressão efetiva de filtração 
 
 
As forças responsáveis pela pressão líquida de 
filtração são as forças de Starling → pressão 
hidrostática glomerular, pressão oncótica 
glomerular e pressão na cápsula de Bowman 
*As forças favorecem ou dificultam a filtração: ver 
imagem 
*A pressão oncótica glomerular é dada pela 
capacidade de certas substâncias, entre elas as 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
6 
 
proteínas, de atrair água na sua direção → 
desfavorável à filtração 
 A pressão oncótica plasmática não é a mesma 
ao longo do capilar glomerular → aumenta à 
medida que acontece a FG, pois as proteínas 
vão se concentrando 
 
 
*O tanto que as proteínas vão se concentrar 
também tem relação com a fração de filtração → 
se a fração de filtração diminui, o aumento da 
pressão oncótica será menor (e vice-versa) 
 
 
 
O valor de pressão oncótica que sai do capilar 
glomerular em direção à arteríola eferente é o 
mesmo que chega nos capilares peritubulares → se 
houver aumento na FF, a pressão oncótica 
aumenta no capilar glomerular (proteínas 
concentradas) e nos capilares peritubulares 
 
O equilíbrio nas forças de Starling determina a taxa 
de reabsorção 
O aumento na fração de filtração gera: redução da 
pressão hidrostática e aumento da pressão 
oncótica no capilar peritubular → aumento nas 
forças que favorecem a reabsorção do túbulo 
proximal para o capilar peritubular, já que o túbulo 
proximal possui junções de baixa resistência – 
reabsorção de água e solutos, principalmente o 
Na+, possibilitando ao rim regular a pressão 
arterial 
Efeito da mudança da resistência da arteríola renal 
aferente e eferente na TFG e FSR 
 
A taxa de filtração glomerular e o fluxo sanguíneo 
renal são controlados pela resistência da arteríola 
aferente e eferente 
 Aumento da resistência (vasoconstrição) da 
arteríola aferente: redução do FSR e redução 
da pressão hidrostática glomerular → entra 
menos sangue e tudo que entra sai, 
dificultando a FG 
 Aumento da resistência da arteríola eferente: 
redução do FSR e aumento da pressão 
hidrostática glomerular → dificulta a saída do 
fluxo e o sangue fica estagnado no capilar 
glomerular, o que favorece a TFG 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
7 
 
 
*se a vasoconstrição na arteríola eferente for 
muito intensa, pode haver redução da TFG, uma 
vez que a passagem de proteínas fica mais 
dificultada que a passagem de líquido (aumento de 
pressão oncótica maior que o aumento de pressão 
hidrostática), podendo haver rompimento do 
capilar glomerular? 
Independente da intensidade da vasoconstrição da 
arteríola eferente, sempre vai haver aumento na 
fração de filtração. – promove aumento da pressão 
oncótica nos capilares peritubulares, favor que 
favorece a reabsorção no túbulo proximal 
 
Controle fisiológico da Filtração Glomerular e do 
Fluxo Sanguíneo Renal 
1. Sistema Nervoso Simpático: noradrenalina → o 
SNS, através da noradrenalina, é capaz de 
promover vasoconstrição 
 
2. Hormônios: adrenalina, noradrenalina, 
angiotensina II → hormônios liberados pela 
medula da suprarrenal, assim como a 
angiotensina II, também podem regular a 
resistência das arteríolas, promovendo 
vasoconstrição 
 
*O efeito da angiotensina II é maior na 
arteríola eferente do que na aferente 
 
3. Controles de feedback intrínsecos aos rins → 
controlam TFG e FSR e FPR, mesmo se houver 
muita variação da pressão arterial, por meio do 
Aparelho Justaglomerular 
 
Estrutura do Aparelho Justaglomerular 
 
O aparelho justaglomerular está localizado na 
região do túbulo distal que faz contato com as 
arteríolas aferente e eferente. As células do túbulo 
distal que fazem esse contato são células 
diferenciadas, chamadas de células da Mácula 
Densa. 
Quando chega uma menor quantidade de sódio na 
Mácula Densa, libera renina, um hormônio que 
participa da síntese da angiotensina II, o mais 
potente agente vasoconstritor do organismo, que 
encontra receptores principalmente na arteríola 
eferente. → promove uma vasoconstrição de 
eferente, agindo para normalizar a pressão 
hidrostática 
Em situações de queda da pressão arterial, essa 
queda promove a redução da pressão hidrostática 
no capilar glomerular, fator que reduz a TFG. → 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
8 
 
chega menos sódio na mácula densa, liberando a 
renina. 
A renina estimula a produção de angiotensina II, 
que por sua vez promove vasoconstrição na 
arteríola eferente → provoca 
aumento/normalização da pressão hidrostáticaglomerular, regulando a TFG 
 
 
Auto-regulação da FSR 
Mecanismo Miogênico: a pressão arterial, ao 
sofrer elevação, distende a parede da arteríola, o 
que, por sua vez, provoca a contração secundária 
da arteríola – vasoconstrição rebote. 
Esse processo diminui o FSR até seu valor normal, 
opondo-se, assim, ao efeito da elevação da pressão 
arterial no sentido de aumentar o fluxo. 
 
 
Processamento Tubular do Filtrado Glomerular 
Os rins recebem 22% do débito cardíaco, um 
volume de sangue de 1100mL/min. Desse volume, 
625mL são constituídos de plasma, ou seja, a 
porção sanguínea que tem potencial de ser filtrado 
→ a TFG é 125mL/min, ou seja, dos 100% de fluxo 
plasmático renal que chega aos rins, 20% são 
filtrados, corresponde à fração de filtração. 
O processamento do filtrado é o conjunto de 
processos que modificam o filtrado, envolvendo 
filtração, reabsorção e secreção. 
A reabsorção tubular pode acontecer por duas vias, 
sendo elas: 
1. Via Paracelular: algumas substâncias 
retornam para a corrente sanguínea 
passando ao lado das células 
2. Via Transcelular: algumas substâncias 
encontram transportadores na membrana 
apical/luminal, são transportados para o 
meio intracelular e posteriormente, 
encontram transportadores nas 
membranas basolaterais. 
 
Essas vias, paracelular ou transcelular, permitem 
ao rim fazer a reabsorção de forma passiva ou 
ativa, variando de acordo com a substância a ser 
transportada. 
 
 
Cada segmento do néfron possui um determinado 
tipo celular. Existem células com alta densidade 
mitocondrial, sendo capazes de promover 
transporte ativo, e existem células com baixa 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
9 
 
densidade de mitocôndrias, realizando apenas 
transporte passivo → cada segmento do néfron 
tem capacidade de absorver ou de secretar uma 
determinada substância. 
As células tubulares renais diferem bastante 
entre si, conforme o segmento do néfron, no 
que diz respeito à natureza dos sistemas 
apicais (cotransporte sódio-glicose; contra-
transporte sódio-hidrogênio; canais de sódio), 
à densidade da bomba sódio-potássio ATPase 
basolateral e à permeabilidade à água 
 
Reabsorção e Secreção ao Longo das Diferentes 
Porções do Néfron 
TÚBULO PROXIMAL 
 Túbulo proximal: reabsorção com característica 
isosmótica ou isotônica. 
 
Na membrana luminal do túbulo proximal, temos 
um transportador sódio-glicose. Esse transportador 
leva a glicose para o meio intracelular acoplado ao 
gradiente de sódio. No entanto, a concentração de 
sódio intracelular não pode se elevar. O sódio 
então é lançado no interstício por ação da bomba 
Na-K-ATPase → cotransporte sódio-glicose, 
transporte ativo secundário. 
Após atingir o meio intracelular, a glicose será 
lançada no interstício pelo transportador GLUT2 
por difusão facilitada – 90% da glicose retorna 
utilizando esse transportador, localizado no 
primeiro segmento do túbulo proximal, e 10% 
utiliza o SGLT1 nos segmentos finais do túbulo 
proximal, também configurando um transporte 
ativo secundário. A glicose vai para o interstício 
usando o transportador GLUT 1. 
 
O transporte de glicose no túbulo proximal pode 
atingir uma velocidade máxima, que é dependente 
da concentração de glicose presente no filtrado 
tubular. 
 
*Quando o transportador atinge sua capacidade 
máxima, vai haver presença de glicose na urina. 
O túbulo proximal também faz reabsorção de 
aminoácidos por co-transporte com o sódio 
(transporte ativo secundário). O aminoácido 
posteriormente sai para o interstício pela 
membrana basolateral, processo que se dá por 
difusão facilitada. 
Além disso, o túbulo proximal faz contratransporte 
de H+ → o H+ será lançado no lúmen acoplado ao 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
10 
 
gradiente de sódio, ou seja, quanto ocorre influxo 
de sódio. Também utiliza a bomba Na-K-ATPase 
para levar o sódio para o interstício, configurando 
transporte ativo secundário 
 
O H+ que está sendo secretado é sintetizado no 
meio intracelular pela enzima anidrase carbônica. 
O CO2 pode ser proveniente do filtrado. 
 
*Ocorre secreção de H+ e reabsorção de HCO3- 
Quando o filtrado atinge a Cápsula de Bowman, 
sua osmolaridade é semelhante à osmolaridade do 
plasma, cerca de 300mOms/L. Quando ocorre 
reabsorção de solutos, a osmolaridade do filtrado é 
reduzida, o que gera um gradiente osmótico que 
permite a reabsorção de água pela via paracelular. 
 
No túbulo proximal, sendo que ocorre reabsorção 
de soluto e de solvente na mesma proporção, a 
reabsorção é considerada isotônica. 
A reabsorção de água, cloreto e ureia está 
acoplada à reabsorção de sódio! 
 
A diferença de potencial elétrico (causada pelo 
influxo de Na+) e a diferença de concentração 
(excesso de Cl- luminal pela reabsorção de água) 
geram um gradiente eletroquímico que permitirá a 
reabsorção passiva de Cl-, pela via paracelular. 
A reabsorção de água também promove a 
concentração da ureia, que possibilita reabsorção 
passiva de ureia. 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
11 
 
 
*A osmolaridade e a concentração de sódio são 
constantes pois a reabsorção de soluto e solvente 
ocorre na mesma proporção 
A redução na glicose e nos aminoácidos indica que 
praticamente todas essas moléculas são 
reabsorvidas no túbulo proximal. 
 
Secreção de Ácidos Orgânicos 
O túbulo proximal também faz secreção de vários 
ânions e fármacos. 
 
Na membrana basolateral do túbulo proximal, 
temos um transportador para ácidos orgânicos. 
Esse transportador funciona como 
contratransporte com o α-KG. À medida que o 
ácido orgânico atinge o meio intracelular, o α-KG 
está sendo jogado no interstício. Posteriormente, 
ele retorna para o meio intracelular pelo 
cotransporte com o sódio. Como a concentração 
de sódio não pode aumentar no meio intracelular, 
é necessária a ação da bomba Na-K-ATPase → 
processo de gasta energia indiretamente. 
 
Uma vez que o ácido orgânico atinge o meio 
intracelular, ele é secretado para o fluido tubular 
por uma proteína (ou pela proteína associada a 
resistência à multifármacos ou por um 
transportador de ácido orgânico, que também faz 
contra-transporte com o α-KG) 
 
Secreção de Cátions no Túbulo Proximal 
O túbulo proximal também faz secreção de alguns 
cátions: 
 
Na membrana basolateral do túbulo proximal, 
existe o transportador para cátions orgânicos. 
Assim, o cátion pode ser secretado por difusão 
facilitada ou de forma passiva. 
Na membrana luminal, o cátion orgânico será 
lançado no fluido tubular por contra-transporte 
com o H+ (o H+ é reabsorvido e o cátion orgânico é 
lançado na luz tubular) ou pela proteína MDR1, 
também chamada de fosfoglicoproteína 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
12 
 
 
 
ALÇA DE HENLE DESCENDENTE 
A alça de Henle descendente entra em contato 
com a medula renal, que é hiperosmótica em 
relação ao plasma e possui um gradiente crescente 
→ quanto mais interno na medula renal, maior o 
valor de hiperosmolaridade da medula. 
Isso gera um gradiente osmótico. O filtrado deixa o 
túbulo proximal em direção à alça de Henle com 
um valor de osmolaridade de cerca de 300mOsm/L 
e encontra uma medula renal hiperosmótica → 
gradiente osmótico permite a reabsorção de água 
de forma passiva 
*Na curvatura da alça de Henle, o valor de 
osmolaridade será equivalente ao valor de 
osmolaridade damedula renal que aquela região 
entrou em contato. 
 
 
ALÇA DE HENLE ASCENDENTE 
O ramo fino ascendente da alça de Henle é 
impermeável à água e é permeável à solutos 
(sódio, cloreto... – menor permeabilidade à ureia). 
Como a saída de cloreto de sódio supera a entrada 
de ureia, o fluido tubular vai se diluindo à medida 
que se distancia da papila, acompanhando a queda 
correspondente da osmolaridade intersticial. 
À medida que a alça de Henle vai para a região 
mais externa da medula renal, o valor de 
osmolaridade vai se reduzindo, o que gera 
gradiente para que o filtrado tubular na alça de 
Henle ascendente comece a perder soluto. 
Portando, alça de Henle ascendente (ramo fino) é 
chamada de segmento diluidor. 
 
O ramo espesso da alça de Henle também é 
considerado segmento diluidor. Promove 
reabsorção de sódio, cloreto, potássio, magnésio, 
bicarbonato e cálcio, e promove secreção de H+. 
Como resultado, o filtrado ficará hiposmótico e 
será diluído. 
 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
13 
 
O ramo espesso da alça de Henle possui, na sua 
membrana luminal, um transportador que permite 
a reabsorção de um potássio, um sódio e dois 
cloretos. 
 
Dessa forma, esse transportador é isoelétrico, 
permitindo a reabsorção de duas cargas positivas e 
duas negativas. 
Esse transportador é alvo de ação de diuréticos 
(diuréticos de alça são os mais potentes), 
sendo inibido por eles → furosemida, ácido 
etacrínico, bumetanida. 
O transportador lança na medula renal sódio e 
cloreto, contribuindo para a hiperosmolaridade 
da medula. Sendo assim, se esse transportador 
não está funcionando, a medula renal será 
menos hiperosmótica, provocando a redução 
do gradiente para a reabsorção de água → 
aumento do volume urinário 
Esse transportador faz transporte ativo secundário. 
Ele está acoplado ao gradiente de sódio. 
O sódio sai da célula pela bomba Na-K-ATPase. O 
cloreto sai da célula por um canal iônico específico, 
localizado na membrana basolateral. Por sua vez, o 
potássio pode sair da célula pela membrana 
basolateral, por um canal específico, assim como a 
membrana luminal possui um canal específico para 
potássio, permitindo que ele retorne para o lúmen. 
Se o potássio retorna para o lúmen, ele devolve 
uma carga positiva para o lúmen e gera uma 
diferença de potencial entre ele e o líquido 
intersticial de 8mV → permite a reabsorção de íons 
carregados positivamente (pelo transporte passivo 
na via paracelular) 
O ramo espesso da alça de Henle também 
promove secreção de H+→ transporte ativo 
secundário. 
 
 
TÚBULO DISTAL INICIAL 
Ocorre absorção de sódio, cloreto, cálcio e 
magnésio. Existe na membrana luminal um 
transportador específico para sódio e cloreto 
(transporte ativo secundário) → o sódio sai da 
célula pela bomba Na-K-ATPase e o cloreto possui 
um canal iônico específico. 
 
Dessa forma, cloreto e sódio atingem o interstício e 
retornam para a corrente circulatória, sendo 
reabsorvidos 
 
Esse transportador é inibido por ação dos fármacos 
tiazídicos, que constituem a segunda classe mais 
potente de diuréticos. 
 
TÚBULO DISTAL FINAL E TÚBULO COLETOR 
O túbulo distal final e túbulo coletor possuem 
células principais e células intercaladas do tipo A e 
B. 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
14 
 
 As células principais são responsáveis pela 
reabsorção de NaCl e pela secreção de 
potássio. Na presença de ADH, as células 
principais também são responsáveis pela 
reabsorção de água. 
 
 As células intercaladas do tipo A são 
responsáveis pela reabsorção de bicarbonato e 
potássio e pela secreção de H+. 
 
As células principais do túbulo distal final e túbulo 
coletor são alvo de ação da aldosterona, hormônio 
esteroide sintetizado pelo córtex da adrenal. 
 
Esse hormônio tem capacidade de atravessar a 
membrana plasmática das células do túbulo distal 
final e do túbulo coletor, se associando com 
receptores de mineralocorticoides no interior da 
célula. Dessa forma, ocorre regulação da expressão 
genica e aumento da síntese de canais de sódio, 
que serão inseridos na membrana luminal, de 
componentes mitocondriais e da bomba Na-K-
ATPase 
*A reabsorção de sódio pelas células principais 
sofre regulação da aldosterona → a aldosterona 
promove reabsorção de sódio e secreção de 
potássio. 
Existem fármacos que são antagonistas da ação da 
aldosterona, como a espirolactona. Ela também 
está na classe dos diuréticos, mas é um diurético 
poupador de potássio → não haverá reabsorção de 
sódio e, consequentemente, não haverá secreção 
de potássio. 
O canal de sódio pode ser bloqueado também por 
alguns fármacos, que também terão efeitos 
diuréticos. 
 
As células intercaladas do tipo A secretam H+ por 
ação de uma bomba H+ATPásica e de uma bomba 
H+-K+-ATPásica → é possível secretar H+ e 
reabsorver potássio. Esse potássio posteriormente 
é lançado no interstício e corrente circulatória 
devido a presença de um canal de potássio na 
membrana basolateral. O H+ que é secretado é 
proveniente da reação da anidrase carbônica. 
 
O lançamento do HCO3- no interstício ocorre por 
contra-transporte com o cloreto. Assim, as células 
intercaladas também são capazes de secretar 
cloreto, pois o cloreto que entrou na célula 
encontra um canal iônico específico na membrana 
luminal. 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
15 
 
A célula intercalada do tipo B, por sua vez, 
apresenta, na membrana luminal, contra-
transporte HCO3- e Cl-, sendo capaz de secretar 
íons bicarbonato (também sintetizado na ação da 
anidrase carbônica) e reabsorver cloreto. 
*O H+, por sua vez, será lançado na corrente 
sanguínea. 
 
 
O ducto coletor medular também reabsorve NaCl, 
ureia e bicarbonato e também secreta H+. Na 
presença de ADH, também é capaz de reabsorver 
água. 
 
Osmolaridade do Filtrado 
 
*Na presença de ADH, o túbulo distal final e o 
túbulo coletor se tornarão permeáveis à água e 
ocorrerá uma alteração no valor de osmolaridade 
da urina – ela fica menos diluída 
 
Métodos de Depuração para Quantificar a Função 
Renal 
Depuração = clearance → volume de plasma que 
fica livre de determinada substância por minuto 
(mL por min) 
Determinação da TFG 
Pode-se usar a depuração de inulina para estimar a 
taxa de filtração glomerular. 
É uma substância livremente filtrada, que 
não sofre reabsorção nem secreção → a 
quantidade de inulina presente na urina é 
igual a quantidade filtrada. 
 
Também pode-se utilizar o clearance de creatinina 
para determinar a TFG. 
 Rhayra Villa – Fisiologia renal 
 
16 
 
É mais utilizado pois a creatinina é produto 
do metabolismo de creatina-fosfato, ou 
seja, uma substância endógena. 
Entretanto, a creatinina sofre uma 
pequena taxa de secreção, o que não 
impede o uso do seu clearance para 
estimar a TFG. 
 
Existe uma relação inversa entre concentração 
plasmática de creatinina e taxa de filtração 
glomerular → quanto menor a taxa de TFG, maior 
será a concentração de creatinina plasmática 
Concentração plasmática de creatinina 
aumentada pode ser um indicativo de 
disfunção renal! 
Entretanto, sendo produto do 
metabolismo, existem outros fatores que 
podem levar a esse aumento. 
 
Determinação do FPR 
Através dos métodos de depuração, também pode-
se determinar o fluxo plasmático renal. 
Para isso, utiliza-se o clearance do para-amino 
hipúrico(PAH), pois ele é um fármaco livremente 
filtrado e altamente secretado, de forma que a 
quantidade que chega na arteríola eferente será 
igual à quantidade excretada na urina. 
 
Embora a secreção do PAH seja altamente elevada, 
a veia renal não ficou totalmente livre. Assim, é 
necessário corrigir o clearance do PAH pela sua 
taxa de excreção. 
10% do PAH ainda permanece no sistema 
venoso, ou seja, a taxa de excreção é 0,9. 
 
Comparando-se o clearance de inulina com o 
de outras substâncias livremente filtradas, 
podemos estimar se elas sofrem reabsorção 
ou secreção 
 
 Valor inferior: reabsorção 
 Valor superior: secreção

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