Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DA ___ VARA DO TRABALHO DE CAMPO GRANDE – RJ. IAN DA SILVA, brasileiro, solteiro, assistente administrativo, com carteira de trabalho 88773- série 160/RJ, com carteira de identidade 1111111-8, CPF.: 140.400.100-13, PIS.:1360000055, nascido em 03/09/1990, filho de Maria Inez, residente e domiciliado à Rua Oscar de Souza, 250, Cascadura, RJ, CEP: 20001-030, vem perante Vossa Excelência propor a presente: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face de HOPE RECURSO HUMANOS S/A, inscrita no CNPJ. 31.880.164.0001-84, situada na Rua Uruguaiana, 94, 8º andar, Centro, Rio de Janeiro, RJ, CEP.: 20.050-091, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir: 1. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA O reclamante alega não possuir condições de arcar com o pagamento das custas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, razão pela qual requer os benefícios da Justiça Gratuita, em conformidade com o Art. 790, § 3º da CLT, art. 5º, LXXIV da Constituição Federal, Arts. 98 e 99 do Código de Processo Civil e Lei n.º 1.060/50. 2. DOS FATOS O Reclamante foi admitido pela empresa na data 22/07/2020, tendo sido demitido, sem justa causa, no dia 05/02/2021, quando exercia a função de assistente administrativo. Obtendo um salário R$ 304,46 (trezentos e quatro reais e quarenta e seis centavos), laborava de segunda a sexta-feira das 10:00 às 19:00, com um intervalo para refeição e descanso. O Reclamante alega que foi demitido sem justa causa, sendo certo ter recebido o termo de rescisão do contrato de trabalho, onde não constou descrito o pagamento do saldo de salário no valor de R$ 304,46 (trezentos e quatro reais e quarenta e seis centavos), aviso prévio no valor de R$ 1.765,87 (um mil setecentos e sessenta e cinco reais e oitenta e sete centavos) e 13º salário proporcional 3/12 avos no valor de R$ 349,00 (trezentos e quarenta e nove reais). 2. 1 DO NÃO PAGAMENTO CORRETO DA MULTA DE 40% SOBRE O FGTS Conforme narrado anteriormente e tratando-se de contrato por prazo indeterminado, além dos pagamentos das verbas rescisórias normais, o Reclamante faz jus ao pagamento de Multa de 40% sobre saldo do FGTS. Desta forma, no ato da dispensa sem justa causa, a Reclamada deveria ter efetuado o pagamento da multa de 40% (quarenta por cento) sobre todo o saldo existente nas duas contas vinculadas (Empresa Hope Recurso Humano S/A), porquanto, embora fossem duas contas vinculadas, se relacionam ao mesmo contrato de trabalho. O Art. 18 da Lei 8.036/1990 estabelece que na ocorrência da rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais; enquanto o §1º dispõe sobre a multa. Acrescenta que, a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT versa em seu Art. 10 sobre a alteração na estrutura jurídica da empresa não afetar os direitos adquiridos por seus empregados, complementando a determinação nos Arts. 448 e 448-A. Dessa forma, se faz evidente o direito do Reclamante em obter o pagamento do valor da multa de 40% (quarenta por cento) sobre o saldo do FGTS referente a todo o período do contrato de trabalho e não apenas da data da alteração contratual da Reclamada em diante. Diante de todo o exposto, o Reclamante requer a procedência dos pedidos veiculados na presente Reclamação Trabalhista, com a condenação da Reclamada no pagamento da diferença da multa de 40% sobre todo o saldo do FGTS, conforme valores indicados nos pedidos. 2.2 DO CABIMENTO DA MULTA DO ART. 477 Considerando que o Reclamante não recebeu no prazo legal a multa de 40% (quarenta por cento) sobre o saldo do FGTS no prazo legal, resta configurada a multa do art. 477, § 8º, da CLT. A multa de 40% (quarenta por cento) sobre o FGTS decorre da ruptura imotivada do contrato de trabalho, e por isso tem natureza de verba rescisória, mesmo que não seja paga no TRCT. Desta forma, sendo caracterizada como “verba rescisória”, o não pagamento da citada multa em sua integralidade no prazo de 10 dias da ruptura contratual dá ensejo a aplicação da multa prevista no Art. 477, § 8º, da CLT. DA MULTA DO ART. 477 DA CLT. A teor do que dispõe o § 8º do Art. 477, da CLT (com redação anterior à Lei 13.467/17), é devida multa em valor equivalente ao salário do empregado quando o pagamento dos haveres rescisórios é feito a destempo, ou seja, em prazo superior ao dia seguinte ao término do aviso prévio trabalhado, ou, quando este for indenizado, em 10 dias a contar da data da notificação da demissão (alínea b, § 6º, Art. 477, CLT). DA MULTA DO ART. 467 DA CLT Tratando-se de verbas incontroversas, tem-se pelo devido pagamento da multa prevista no art. 467 da CLT, dispondo que nos casos de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento. Portanto, considerando que as verbas referentes a multa de 40% sobre o FGTS, não foram pagas corretamente ao final do contrato, devido o pagamento da multa de 50 DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA Nos termos do Art. 818 da CLT, é certo afirmar que o ônus da prova incumbe ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito, ocorre que o § 1º versa sobre: nos casos que estejam previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, o juízo poderá atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. Portanto, diante do nítido desequilíbrio na obtenção das provas necessárias, tem se a necessária inversão do ônus da prova. A inversão do ônus da prova é consubstanciada na impossibilidade de obtenção de prova indispensável por parte do Autor, sendo amparada pelo princípio da distribuição dinâmica do Ônus da prova implementada pelo Código de Processo Civil, em seu Art. 373. Dessa forma, considerando a busca pela equidade processual, bem como a situação hipossuficiente do consumidor, requer a inversão do ônus da prova, com base no Art. 818, § 1º da CLT e Art. 373, § 1º do CPC/15. DOS PEDIDOS Diante todo o exposto, requer: I - A concessão da Gratuidade de Justiça ao Reclamante; II - A citação/notificação do Réu, sob pena de confissão e revelia; III - a designação de audiência de conciliação ou mediação na forma do previsto no artigo 334 do NCPC; IV - A inversão do ônus da prova, determinando à Reclamada que disponibilize todos os documentos que dispuser para resolução célere da ação; V - A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a documental e testemunhal com a inversão do ônus da prova nos termos do Art. 818, § 1º da CLT; VI - A procedência dos pedidos da presente Reclamatória, condenando a Reclamada ao pagamento da diferença da multa de 40% (quarenta por cento) sobre saldo do FGTS recolhida a menor por ocasião da rescisão do contrato de trabalho; VII - A condenação da Reclamada ao pagamento da multa do artigo 477, § 8º, da CLT, pelo desatendimento ao prazo para efetivação e pagamento da verba rescisória; VIII - A determinação do pagamento imediato das verbas incontroversas, sob pena de aplicação da multa do artigo 467 da CLT; IX - A condenação ao pagamento dos honorários da procuradora do Reclamante na razão de 15% sobre o valor bruto da condenação, nos termos do Art. 791-A;X – A aplicação de juros e correção monetária até o efetivo pagamento das verbas requeridas. DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$ 5.000,00 (Cinco mil reais). Nestes termos, pede deferimento. Local, Data. Advogado/OAB
Compartilhar