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Processo de envelhecimento e alterações corporais

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Zeca Gonçalves - UNIFACS 
 
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E ALTERAÇÕES CORPORAIS 
 
1. ENVELHECIMENTO BIOLÓGICO: 
O envelhecimento biológico é caracterizado pela maior vulnerabilidade às agressões do 
meio interno e externo. Em condições normais, o idoso funciona não tão bem quanto o 
jovem. A diferença se encontra nas situações em que se torna necessária a utilização das 
reservas homeostáticas que, no idoso, não é tão preciso. Além disso, cada órgão ou 
sistema envelhece de forma diferente. Sendo assim à medida que envelhecemos nos 
tornamos mais diferentes por conta dessas falhas de equilíbrio corporal. 
Dentro do envelhecimento biológico, temos a senescência e a senilidade. A senescência 
é o envelhecimento fisiológico, enquanto senilidade é o envelhecimento patológico. A 
senescência pode ser dividida em bem-sucedida e usual. Na primeira o organismo 
mantem todas as funções fisiológicas de forma semelhante à idade adulta, já na usual há 
uma perda funcional progressiva e de forma lenta, que não provoca incapacidade, mas 
pode ocasionar em certa limitação. Além disso, pode-se encontrar idosos com alterações 
fisiológicas mais fortes, que podemos chamar de síndrome da fragilidade, essa síndrome 
pode ser confundida, muitas vezes, com a senilidade. 
 
2. QUAL É A RELAÇÃO ENTRE SAÚDE E ENVELHECIMENTO? 
O envelhecimento é o principal fator de risco para determinadas doenças. Doenças que 
se relacionam com a idade, as quais se associam com mais frequência ao 
envelhecimento, são chamadas doenças crônico-degenerativas, podendo ser agrupadas 
em neurodegenerativas, cardiodegenerativas, osteoarticulares, entre outras. Diversos 
fatores e agentes causais, como: hereditariedade, os fatores ambientais (estilo de vida) e 
as próprias alterações fisiológicas do envelhecimento (maior vulnerabilidade) são as 
variáveis que interagem para determinar o risco de doenças, deficiências ou 
incapacidades na velhice. 
 
3. EXISTE DIFERENÇA ENTRE AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA??? 
A autonomia tem uma relação direta com a aptidão mental da pessoa, sendo ela capaz 
de tomar decisões, planejar seus objetivos e seguir as próprias regras. Já a 
independência, tem relação com a habilidade física, capacidade de fazer suas atividades 
do dia a dia sem ajuda de terceiros, seja para se comunicar, ir ao banheiro e outras 
atividades do cotidiano. Então o idoso pode ser autônomo e independente, ou apenas um 
ou outro. 
 
 
 
 
4.ALTERAÇÕES CORPORAIS: 
Há uma redução de 20% a 30% da água corporal total. Então, essa desidratação crônica 
piora com a diminuição do reflexo da sede, fazendo com que os idosos tenham um risco 
maior de desenvolver uma desidratação aguda e reações a drogas adversas. 
Também teremos a sarcopenia, havendo redução de 20% a 30% da massa muscular e da 
massa óssea. Além disso, há uma redução dos níveis hormonais, da função renal e da 
vitamina D. Em contrapartida, há um aumento de 20% a 30% da gordura corporal total 
e da sua distribuição, tendo agora uma localização mais central, abdominal e visceral. 
A sarcopenia é o declínio da massa muscular, e suas consequências são: redução na 
força muscular, na mobilidade, no equilíbrio e fadiga muscular, maior tendência à 
redução do peso corporal da maioria dos órgãos, redução dos tecidos metabolicamente 
ativos com diminuição do metabolismo basal, anorexia e redução da ingestão alimentar 
e deficiência de micronutrientes, como vitamina D, magnésio, cálcio e zinco, 
diminuição da sensibilidade à insulina, comprometimento da resposta imunológica, e 
aumento da meia-vida das drogas lipossolúveis, principalmente nos idosos com 
polifarmácia. Essas drogas consequentemente permanecem mais tempo no organismo 
causando toxicidade ao organismo. Além disso, o próprio aumento da gordura causa 
doenças cardiovasculares (aterosclerose, AVE,). 
Temos também a redução de olfato e do paladar: redução nos botões e papilas gustativas 
sobre a língua, diminuição nas terminações nervosas gustativas e olfatórias, ambos 
comprometendo a palatabilidade dos alimentos. Alterações nas papilas gustativas e na 
condução neurossensorial ocorrem progressivamente com a idade, com tendência à 
elevação do limiar de percepção dos sabores doce e salgado, levando à sensação de que 
os alimentos estão amargos e azedos; aumento da necessidade proteica: diminuição da 
síntese e ingestão; redução da biodisponibilidade da vitamina D, levando à redução da 
absorção intestinal de cálcio; deficiência da utilização da vitamina B6; redução da 
acidez gástrica, levando a menor absorção de vitamina B12, ferro, cálcio, ácido fólico e 
zinco; insuficiência dos mecanismos reguladores de sede, fome e saciedade; aumento da 
toxicidade de vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E, K); maior dificuldade na 
obtenção, preparo e ingestão de alimentos; xerostomia (boca seca). 
Ao decorrer dos anos, ocorre a redução da estatura do idoso, cerca de 1cm (homens) a 
1,5cm (mulheres) por década, a partir dos 40-50 anos. 
A redução da massa óssea (osteopenia e/ou osteoporose), associada à hipercifose 
torácica, cifoescoliose e redução dos discos intervertebrais (achatamento) são os 
principais determinantes, particularmente nas mulheres. No cálculo do IMC, pode-se 
utilizar a altura do joelho para corrigir esta redução da estatura. O índice de massa 
corporal tende a se elevar com o envelhecimento, provavelmente pelo aumento 
progressivo da massa de gordura corporal, redução da atividade física, mudanças dos 
hábitos alimentares e alterações endócrinas. 
Segundo a OMS, para a população adulta, os limites da eutrofia situam-se entre 
18,5kg/m2 a 25kg/m2. Nos idosos, os pontos de corte do IMC são diferentes: 
 
Eutrofia= 22-27 
 
Subnutrição < 22 
 
Obesidade > 27 
 
A prevalência de obesidade e/ou sobrepeso em idosos brasileiros, medidos pelo IMC, 
varia de 30% a 50%. A obesidade representa importante fator de risco para hipertensão 
arterial, vasculopatia periférica, AVC, câncer de mama e de endométrio, insuficiência 
venosa, intolerância ao exercício, redução da mobilidade, osteoartrite, lombalgia, apneia 
do sono, diabetes mellitus, entre outros. Os únicos benefícios são a redução do risco de 
fratura de fragilidade e do risco de hipotermia. 
 
Os idosos apresentam um comprometimento na regulação da temperatura corporal e na 
capacidade de adaptação térmica. Esse fato deve-se, provavelmente, por mal 
funcionamento do hipotálamo, lentificação da resposta aos pirogênios, dificuldade da 
produção e conservação do calor (redução da gordurasubcutânea, lentificação da 
vasoconstricção periférica, entre outros). A temperatura basal dos idosos acaba sendo 
mais baixa que a dos jovens. Um fato importante é que a febre pode estar ausente nos 
processos infecciosos, deve-se investigar para possíveis patologias os idoso que 
apresentem temperatura axilar maior ou igual a 37,2ºC ou elevações de 2ºC na 
temperatura basal. Outro ponto relevante é o possível desenvolvimento de hipotermia 
(temperatura axilar < 35ºC) em resposta à infecção. 
 
Com o envelhecimento ocorre crescimento relativo das orelhas e do nariz. Os pelos da 
orelha tornam-se mais grossos, compridos e proeminentes. Redução de olfato e do 
paladar: redução nos botões e papilas gustativas sobre a língua, disfunção auditiva, 
prurido e zumbidos nos ouvidos. A disfunção auditiva pode ser neurossensorial ou 
condutiva. A hipoacusia neurossensorial caracteriza-se por uma perda bilateral lenta e 
progressiva da audição para tons de alta frequência 
 
 
5. ALTERAÇÕES POR FATORES NÃO FISIOLÓGICOS 
Há também fatores não fisiológicos que contribuem para a desnutrição nos idosos, 
como: Menor acesso ao alimento secundário a causas físicas (sequela de AVC, 
parkinsonismo, demência avançada) ou sociais (isolamento, institucionalização, baixo 
poder aquisitivo); uso de drogas que produzem inapetência (digoxina) ou alteram o 
sabor dos alimentos – Inibidores da EnzimaConversora de Angiotensina (IECA); 
depressão; medo exagerado de alimentos considerados “inadequados” (colesterol, carne 
vermelha, sal, açúcar); desordens da mastigação (dentaduras mal adaptadas, ausência de 
dentes, gengivite, candidíase oral) e/ou disfagia; diarreia e má absorção; doenças 
consumptivas; hipertireoidismo; alcoolismo; dentre outros. Entre seus principais fatores 
destacam-se: a ingestão deficiente de líquidos e fibras, a falta de atividade física 
(principalmente nos casos de imobilidade), a ingestão inadequada de energia, o menor 
número de refeições diárias, a depressão e fatores psicológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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