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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO
MARIA DO SOCORRO MAIA CARDOSO
RESOLUÇÃO DE CASO / NS1:
O Brasil ratificou e internalizou o tratado internacional multilateral para redução de emissão de gases de efeito estufa e cooperação para o desenvolvimento de tecnologias de energia renovável; no entanto, alguns anos após a concretização do tratado e diante das mudanças na política ambiental do país, o Brasil pretende se desvincular desse instrumento. Diante desse cenário, responda a seguinte questão: pode o Brasil desobrigar-se do tratado internacional anteriormente ratificado, internalizado e, portanto, incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro? Justifique sua resposta.
RESPOSTA JUSTIFICADA
Sim. Caso o Brasil queira desobrigar-se do tratado internacional anteriormente ratificado, internalizado e, portanto, incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro, ele pode fazê-lo por meio da denúncia. 
Conforme o princípio do pacta sunt servanda, os sujeitos de direito público internacional, submetem-se as regras de um tratado internacional e adquirem obrigações por um ato de sua vontade, portanto, também podem desobrigar-se de um tratado por um ato de vontade, desde que respeitadas as regras do próprio tratado, do direito público internacional e até mesmo do ordenamento jurídico interno do Estado (MAZZUOLI,2019).
Partindo dessa premissa, é perfeitamente possível que o Estado brasileiro se retire desse compromisso. A retirada unilateral dos tratados, recebe o nome de denúncia e, via de regra, pode ocorrer caso um Estado entenda que determinado compromisso não é mais interessante para ele. Nesse caso, não haverá necessidade de autorização do Congresso Nacional, pois o próprio Presidente da República poderá denunciar sem a necessidade de passar pelo referendo parlamentar (REZEK,2018), a não ser que ocorra algum impedimento justificável. Por exemplo, se o Presidente da República quiser denunciar um tratado da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e este versar sobre direitos fundamentais, o STF pode considerar inconstitucional a denúncia (MIGALHAS,2009). 
Cabe destacar que a denúncia não é único meio para que haja a extinção de um tratado, mas é a de maior relevância para suprir a situação do caso proposto. Assim, o Brasil pode desobrigar-se da situação descrita, caso o tratado não corresponda mais aos seus interesses, pode fazer isso parcialmente e se desligar apenas de partes específicas do tratado ou se retirar integralmente (REZEK,2018). O denunciante também deve obedecer ao art. 56, parágrafo 2º da Convenção de Viena, o qual determina que deve haver um aviso prévio de 12 meses, tempo que o tratado permanece com sua validade e a denúncia deve ser feita por escrito. Portanto, o Brasil poderá desobrigar-se do tratado internacional anteriormente ratificado, internalizado e incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro.
REFERÊNCIAS
MAZZUOLI. V. de O. Curso de Direito Internacional Público. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019.
MIGALHAS, Redação do. STF discute a retirada unilateral do Brasil da Convenção 158 da OIT. 2009. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/quentes/86229/stf-discute-a-retirada-unilateral-do-brasil-da-convencao-158-da-oit. Acesso em: 07 jun. 2021.
REZEK, José Francisco Direito internacional público: curso elementar / Francisco Rezek. – 17. ed. – São Paulo: Saraiva, 2018. Bibliografia. 1. Direito internacional público I. Título.

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