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PRESSÃO ARTERIAL O que é pressão arterial? Pressão exercida pelo sangue nas paredes arteriais. Quais os mecanismos de regulação a curto e longo prazo da pressão arterial? Pressão baixa decorrente de pouco sódio na corrente sanguínea faz com que o sangue fique hipotônico. Assim, líquido sai do vaso e vai para o interstício e o rim passar a reter água Regulação rápida: regulação nervosa (SNA) e regulação local Regulação lenta: regulação humoral (rim e hormônios) Quando ocorrerá a pressão sistólica e a pressão diastólica? Pressão máxima: 120mmHg; ventrículo em sístole/contração, muito sangue é ejetado para a artéria, valva semilunar abre, artérias expandem/relaxam e armazenam pressão nas paredes elásticas e luz aumenta. Pressão mínima: 80mmHg; ventrículo em diástole/relaxamento, pouco sangue é ejetado para a artéria, valva semilunar se fecha, artérias elásticas contraem e luz reduz. A contração elástica das artérias mantém a pressão de propulsão durante a diástole ventricular. REGULAÇÃO NERVOSA O que são barorreceptores? Qual sua localização? Quais nervos aferentes emergem destas estruturas? Barorreceptores: células epiteliais diferenciadas que servem como sensor de volemia. Ativados pelo estiramento ou constrição dos vasos. No estiramento/dilatação a volemia aumenta. Na constrição a volemia diminui. No seio carotídeo, o nervo glossofaríngeo (aferente) leva o impulso do barorreceptor ao bulbo. No arco aórtico, o nervo vago (aferente) leva o impulso do barorreceptor ao bulbo. O que é centro vasomotor? Qual sua localização e funções? Centro vasomotor/cardiovascular: grupo de neurônios localizados no bulbo que controlam a pressão arterial. Centro vasomotor identifica a mensagem do barorreceptor e aciona as fibras simpáticas ou parassimpáticas, dependendo da necessidade. As fibras eferentes do SNA vão passar a informação para o nó sinoatrial e vasos por meio da liberação de neurotransmissores. Em qual situação o centro vasomotor acionará os nervos simpáticos? Descreva como estes nervos regulam a pressão arterial. Em uma situação de queda da PA o SNA Simpático é acionado para que haja um aumento da pressão. Neurotransmissores catecolaminas provocam alterações: Nó sinoatrial: receptor adrenérgico do tipo beta 1; efeito cronotrópico positivo (aumento da frequência cardíaca) Ventrículo: receptor adrenérgico do tipo beta 1; efeito inotrópico positivo (aumenta contratilidade) Arteríolas: receptor adrenérgico do tipo alfa 1; ocorre vasoconstrição e aumento da resistência vascular. Artérias e veias: receptor adrenérgico do tipo beta 1 e beta 2; vasodilatação. Músculo esquelético: receptor adrenérgico do tipo beta 2 Tecido adiposo: receptor adrenérgico do tipo beta 3 Em qual situação o centro vasomotor acionará os nervos parassimpáticos? Descreva como estes nervos regulam a pressão arterial. Em uma situação de aumento da PA o SNA Parassimpático é acionado para que haja redução da pressão Neurotransmissor acetilcolina provoca alterações: Nó sinoatrial: receptor muscarínico M2; cronotropismo negativo (bradicardia) Vasos sanguíneos: receptor muscarínico M3; relaxamento vascular. CASO CLÍNICO Estenose: estreitamento do vaso Afasia: falta da fala Hemiparesia: alterações motoras de um lado do corpo Cateterismo: coloca-se um cateter monitorizado por um visor para poder ver o vaso Angioplastia: procedimento cirúrgico em que um cateter é colocado perto do ateroma e é insuflado. Ao desinsuflar, restará um stent, que é uma rede metálica de cobre e cobalto que dará suporte ao vaso, distendendo-o. Qual a relação da implantação de um stent na bifurcação da carótida com a manifestação da bradicardia? Colocada do stent causou um estiramento/dilatação tão grande do vaso que o barorreceptor interpretou que a pressão estava muito alta, ou seja, que muito sangue estava passando. Barorreceptor mandou informação para o centro vasomotor. O centro vasomotor estimulou o SNA parassimpático, reduzindo a pressão arterial REGULAÇÃO HUMORAL sistema renina-angiotensina-aldosterona CASO CLÍNICO Como o medicamento maleato de enalapril trata a hipertensão arterial? Por meio da inibição da enzima conversora da angiotensina (ECA). Assim, impede a formação do hormônio angiotensina II, um dos responsáveis pelo controle da pressão arterial O medicamento anti-hipertensivo tem relação com a tosse seca desenvolvida pela paciente? Sim. A tosse é ocasionada devido a inibição de uma enzima análoga à ECA chamada cininase, responsável pela degradação da bradicinina no trato respiratório. A bradicinina é um vasodilatador e broncoconstritor (causa tônus nos músculos pulmonares, o que é importante para a passagem de ar de forma adequada). IECA (fármacos inibidores da ECA) causam ausência funcionamento da cininase, ocorrendo acúmulo de bradicinina (passa a ser inflamatória) Quem tem asma/rinite tem naturalmente produção em excesso da bradicinina Losartana é um anti-hipertensivo que fecha o receptor AT1 da angiotensina II Qual disfunção irá acionar a liberação da renina? A redução da pressão arterial. Qual o substrato da renina? Angiotensinogênio. Qual a localização e a função da enzima conversora de angiotensina (ECA)? Localizada no endotélio vascular do pulmão, a enzima ECA tem como função catalisar a conversão da angiotensina I (pré-hormônio) em angiotensina II (hormônio). Pressão baixa: indivíduo fica pálido devido à pouca circulação de sangue, inclusive no rim Isquemia renal: rim tenta compensar a disfunção para tentar aumentar a pressão. Mácula densa (túbulo nefrótico) e células justaglomerulares (arteríola aferente) estão presentes no néfron Mácula densa percebe a ausência de sódio, estimulando as células justaglomerulares, que percebem a isquemia e liberam a enzima renina na corrente sanguínea. Fígado: produz proteína chamada angiotensinogênio. A renina que vem do rim converte o angiotensinogênio através do sangue em um pré-hormônio angiotensina I, que irá passar por vasos sanguíneos no pulmão. O endotélio do vaso pulmonar possui uma enzima chamada ECA (enzima conversora de angiotensina) que tem como função transformar a angiotensina I em angiotensina II (forma ativa). A angiotensina II é um hormônio que sinaliza o córtex da adrenal (possui receptores AT1, da angiotensina 2) para que ele libere aldosterona. Quais as funções dos hormônios angiotensina II e aldosterona? Como estes hormônios regulam a pressão arterial? Provocar o aumento da pressão arterial. Angiotensina II: age no SNA Simpático; possui ações variadas de acordo com o órgão-alvo: Córtex da adrenal: Ang II se liga aos receptores AT1, para que haja liberação de aldosterona. Vasos: Ang II causa vasoconstrição Neuro-hipófise: Ang II causa a liberação do hormônio ADH (vasopressina). Esse hormônio causa a retenção de água pelo rim. Aldosterona: sai do córtex da adrenal, chega no rim e faz com que ele devolva sódio para a corrente sanguínea, fazendo com que também haja passagem de água do néfron para o sangue. Rim retém sódio e água, aumentando volemia e reduzindo a diurese. Qual a origem dos hormônios peptídeos natriuréticos? Como estes irão regular a pressão arterial? Produzidos pelo coração, os hormônios peptídeos natriuréticos (ANP e BNP) são liberados em situações de sobrecarga cardíaca. São liberados no sangue e chegam até a adrenal, provocando a inibição da liberação da aldosterona (feedback negativo) Pressão alta: ANP e BNP são hormônios peptídeos natriuréticos (aumentam a excreção de sódio pela urina) produzidos pelo coração quando ele está em sobrecarga. Átrio libera ANP e ventrículo libera BNP. Eles caem no sangue, chegam à adrenal e fazem com que ela reduza a liberação de aldosterona. REGULAÇÃO LOCAL Microcirculação local: Arteríola: Grande quantidade de fibras musculares; Metarteríola: Fibras musculares lisas com fibras em pontos intermitentes; Capilares: Esfíncteres pré-capilares; Vênulas. Mecanismos regulatórios locais: Abertura ou fechamento dos esfíncteres pré-capilares; Contração da musculatura lisa Vasodilatação e vasoconstrição das arteríolas e metarteríolas.CONTROLE AGUDO Rápidas variações: segundos ou minutos. Liberação de mediadores que causam vasodilatação ou vasoconstrição de arteríolas, metarteríolas e esfíncteres pré-capilares; Vasodilatação: quanto maior a intensidade do metabolismo, menor será a oferta de oxigênio. Assim, o organismo vai ficar mais intenso e os Demanda de oxigênio: na oferta de oxigênio o músculo vai relaxar; o relaxamento gera dilatação dos vasos, aumentando o fluxo sanguíneo O aumento da atividade metabólica do órgão causa redução da disponibilidade de oxigênio e aumento da concentração de metabólitos no fluido intersticial do órgão. Isso faz com que os tecidos liberem vasodilatadores para aumentar a irrigação sanguínea. O esfíncter pré-capilar, as metarteríolas e arteríolas se dilatam e ocorre aumento do fluxo sanguíneo. Mediadores liberados pelo tecido: adenosina, dióxido de carbono, histamina, íons de hidrogênio e potássio. Mediadores liberados pelo endotélio: óxido nítrico O AUMENTO DA TAXA METABÓLICA TECIDUAL GERALMENTE ELEVA O FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAl O metabolismo aumenta e causa a redução dos nutrientes do sangue. Só será possível um novo aumento metabólico caso haja elevação do fluxo sanguíneo suficiente para fornecer os nutrientes necessários da nova demanda A REDUÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE OXIGÊNIO AUMENTA O FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAL Ex: altitudes elevadas, na presença de pneumonia ou na intoxicação por monóxido de carbono O AUMENTO DA DEMANDA POR OXIGÊNIO E NUTRIENTES ELEVA O FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAL as arteríolas, metarteríolas e esfíncteres pré-capilares relaxam, diminuindo, assim, a resistência vascular e permitindo mais fluxo para os tecidos O ACÚMULO DE METABÓLITOS VASODILATADORES AUMENTA O FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAL Metabólitos vasodilatadores: adenosina, compostos de fosfato de adenosina, dióxido de carbono, ácido lático, íons potássio e hidrogênio A FALTA DE OUTROS NUTRIENTES PODE CAUSAR VASODILATAÇÃO Ex: deficiência de glicose, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas... EXEMPLOS ESPECIAIS DO CONTROLE METABÓLICO Hiperemia reativa: ocorre após o bloqueio do fluxo sanguíneo para um tecido por um curto tempo. Nessa situação, metabólitos vasodilatadores teciduais acumulam-se nos tecidos e a deficiência de oxigênio se desenvolve. O desbloqueio aumenta o fluxo em até 7 vezes e dura tempo suficiente para restituir a deficiência de oxigênio tecidual e remover os metabólitos vasodilatadores acumulados. Hiperemia ativa: ocorre quando as taxas metabólicas aumentam. Ocorre aumento do fluxo sanguíneo devido à dilatação dos vasos locais, o que permite que o tecido receba os nutrientes adicionais necessários à manutenção de seu novo nível funcional. “Autorregulação” do fluxo sanguíneo durante as variações da PA Teoria metabólica: quando a pressão arterial aumenta o fluxo sanguíneo torna-se muito grande. O excesso de fluxo sanguíneo fornece oxigênio e nutrientes em excesso para todos os tecidos, fazendo com que os vasos se contraiam e o fluxo volte ao normal, apesar da pressão ter aumentado. Teoria miogênica: estiramento súbito dos vasos, passando maior volume de sangue (maior fluxo) e aumentando a pressão arterial. Mecanismo de contração miogênica faz com que o músculo liso contraia a parede vascular, reduzir o fluxo e reduzir a pressão arterial e evitar hemorragia CONTROLE DO FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAL PELOS FATORES DERIVADOS DO ENDOTÉLIO Qual a importância do endotélio para o controle local da pressão sanguínea? Endotélio: Controla o tônus da musculatura lisa vascular pela produção de mediadores que podem produzir vasodilatação ou vasoconstrição. Qual a origem e a função dos mediadores óxido nítrico e endotelina-1 ? Óxido nítrico: Vasodilatador liberado pelas células endoteliais saudáveis. Endotelina: Vasoconstritor liberado pelo endotélio danificado. Como o óxido nítrico e a endotelina-1 regulam a pressão arterial local? Tensão de cisalhamento: sangue vai esfregar célula endotelial para que ela libere o óxido nítrico. Ocorre em situações de policitemia, tabagismo. O óxido nítrico é sintetizado a partir da oxidação do aminoácido L-arginina, reação mediada pela óxido nítrico sintase (eNOS), com formação simultânea de L-citrulina. A síntese da eNOS é ativada por diversos agonistas, como acetilcolina, catecolaminas e angiotensina, e estímulos físicos, como o estresse de cisalhamento, os quais, via trifosfato de inositol (IP3), causam liberação de Ca2+ intracelular, que se une à calmodulina. O NO causa relaxamento da musculatura lisa vascular e vasodilatação, estimulando a guanilato ciclase solúvel, com o conseqüente aumento da produção de monofosfato de guanosina cíclico (GMPc) e ativação da proteinocinase dependente do GMPc (PKG)14,15. A elevação dos níveis intracelulares de GMPc reduz o influxo de Ca2+ através do sarcolema A PKG pode ativar canais de K+, induzindo hiperpolarização, ou estimular a saída de Ca2+ do citoplasma, levando à vasodilatação. Ativação da enzima óxido nítrico sintetase. Em presença de oxigênio e arginina, ocorre a produção do NO catalisada por essa enzima. NO vai ativar a enzima guanilato ciclase solúvel que irá se converter em guanosina monofosfato cíclica que irá ativar a PKG, ativando a vasodilatação. endotelina liberada por conta de lesão Endotelina: Vasoconstritor liberado pelo endotélio danificado. As células endoteliais sintetizam um precursor, a pré-pró-endotelina, que sofre clivagem proteolítica (endopeptidase), gerando uma forma intermediária inativa, pró-endotelina A endotelina atua em receptores específicos das células musculares lisas vasculares e ativa canais de cálcio dependentes de voltagem por meio de proteínas Gi, aumentando o influxo de cálcio extracelular. Ademais, a endotelina estimula a fosfolipase C (PLC), que hidrolisa fosfatidil-inositóis da membrana celular, liberando trifosfato de inositol (lP3) e diacilglicerol (DAG). lP3 e DAG promovem elevação dos níveis intracelulares de cálcio e ativam a proteinocinase C (PKC). O cálcio, ligado à calmodulina, ativa a miosinacinase de cadeia leve, que contribui para a fosforilação das miosinas (miosinas-P), induzindo a contração da musculatura lisa vascular. CONTROLE A LONGO PRAZO Variações lentas: dias, semanas ou meses Alterações do tamanho físico e do número de vasos sanguíneos que suprem os tecidos Se o metabolismo de um tecido aumenta durante períodos prolongados, o tamanho físico dos vasos no tecido aumenta; sob algumas condições, o número de vasos também aumenta. Um dos principais fatores que estimula essa elevação da vascularização é a baixa concentração de oxigênio Angiogênese: mecanismo de crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes. Regulada pelo metabolismo. Ocorre em resposta à presença de fatores angiogênicos liberados de tecidos isquêmicos, tecidos em crescimento e tecidos com altas taxas metabólicas Em pessoas mais velhas a neovascularização é mais desenvolvida (é menos prejudicial ter um infarto)
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