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Canal de Suez

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Canal de Suez
O Canal de Suez é a principal rota comercial marítima do mundo. Ele está localizado no Egito, em uma região chamada de Península do Sinai, na confluência entre a África e a Ásia e muito próximo da costa da Europa. Foi inaugurado em 1869 e sua história está atrelada à influência das nações imperialistas europeias e seus respectivos interesses comerciais. O canal foi nacionalizado pelo Egito em 1956. Desde então se consolidou como uma rota de comércio importante entre a Ásia e a Europa. A sua principal característica é a rápida navegabilidade, uma vez que não há a presença de eclusas.
A importância do Canal de Suez está atrelada ao elevado trânsito de mercadorias que passam pelo canal todos os dias. A localização marítima estratégica, entre um importante mercado exportador, a Ásia, e um grande centro consumidor, a Europa, reflete-se na concentração de atividades comerciais no canal. O petróleo, por exemplo, é um dos principais produtos escoados por essa via marítima. Nos últimos anos, o Egito tem investido na modernização do canal, projeto que ficou conhecido como “Novo Canal de Suez”. O referido projeto pretende fomentar ainda mais as trocas comerciais pela região.
História do Canal de Suez
O Canal de Suez é uma ligação artificial entre os mares Mediterrâneo e Vermelho. Ele está localizado no Egito, mais precisamente na Península do Sinai, região de ligação entre o Norte da África e o Oriente Médio. Foi construído com o objetivo de interligar por via marítima os continentes europeu e asiático. A nova rota criada com o Canal de Suez evitaria assim a necessidade de contorno de todo o continente africano para acessar a Europa por via marítima partindo da Ásia. Desse modo, o Canal de Suez se consolidou como uma das mais importantes rotas marítimas de comercialização de produtos no mundo.
A construção do Canal de Suez foi promovida pelo francês Ferdinand de Lesseps. A obra começou em 1859 e terminou em 1869, ou seja, teve uma duração total de 10 anos. Além da participação efetiva do Egito, país onde o canal foi construído, o empreendimento contou ainda com a colaboração da França e do Reino Unido. A participação francesa foi efetivada por meio do apoio técnico; já a britânica, por meio do apoio financeiro. Além disso, franceses e ingleses controlaram grande parte do comércio realizado no canal ao longo dos anos.
Em 1956, o Canal de Suez foi nacionalizado pelo Egito. O objetivo do governo egípcio, que na época possuía uma forte visão nacionalista, era assumir o controle do canal. Porém, França e Reino Unido, com o apoio de Israel, não aceitaram o processo de nacionalização e declaram guerra ao Egito, invadindo a região do Canal de Suez.
A Guerra de Suez, iniciada em 1956, teve como derrotado militarmente o Egito. Mesmo assim, a atuação diplomática dos Estados Unidos e da Organização das Nações Unidas (ONU), assim como o temor da participação da União Soviética, atual Rússia, a favor do Egito, resultou na retirada das tropas invasoras e no controle absoluto do Egito sobre o canal.
Características do Canal de Suez
O Canal de Suez possui 193 quilômetros de extensão, 24 metros de profundidade e 365 metros de largura. A capacidade atual de transportes de cargas no canal é de 240 mil toneladas. Ele faz a ligação entre as cidades litorâneas de Suez e Porto Saíde, localizadas no Mar Vermelho e no Mar Mediterrâneo, respectivamente. Esse canal não possui eclusas, uma vez que os mares Vermelho e Mediterrâneo possuem o mesmo nível altimétrico. Essa característica facilitou o processo de construção do canal e ainda promoveu maior agilidade na sua travessia. A construção da via contou ainda com os lagos Manzala, Timsah e Amargos, que possibilitaram uma maior navegabilidade.
Importância do Canal de Suez
O Canal de Suez é considerado a principal rota marítima do mundo. Conforme estimativas conservadoras, pouco mais de 10% do comércio mundial utiliza a ligação artificial criada por meio do canal. Logo, a importância do Canal de Suez está atrelada ao seu protagonismo no cenário mundial, como uma das principais vias de comércio do globo. Desse modo, há uma dependência muito grande de países e empresas das trocas comerciais realizadas pelo canal.
A interligação entre o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo promoveu a maior agilidade e o menor custos das transações comerciais, assim como desenvolveu a economia da região. Além disso, o Canal de Suez possibilitou, com maior facilidade, o escoamento da produção de grandes centros manufatureiros do mundo, como a China e o Sudeste Asiático, para a Europa, um dos mais importantes mercados consumidores do planeta.
São exemplos de produtos que passam pelo Canal de Suez máquinas e equipamentos exportados pela China e petróleo proveniente do Oriente Médio. O canal possui ainda uma grande importância geopolítica, visto que está localizado nas proximidades da região conflituosa do Oriente Médio, grande produtora de combustíveis fósseis. Ademais, o Canal de Suez é uma das principais vias de escoamento da produção de petróleo e gás natural, bens energéticos estratégicos, dos quais vários países do globo são dependentes.
Novo Canal de Suez
O projeto chamado de “Novo Canal de Suez” diz respeito a obras realizadas pelo governo do Egito com o objetivo de expandir e duplicar partes do antigo canal. As obras, que se iniciaram em 2015 e estão previstas para serem finalizadas em 2023, vão possibilitar a travessia simultânea de embarcações em ambos os sentidos do canal.
Conforme estimativas do governo egípcio, a modernização do canal aumentaria a sua capacidade de travessia de embarcações, mais precisamente de 49 para 97 navios de carga. Além disso, há uma expectativa de que as obras diminuam o tempo de trânsito no canal, assim como o de espera para que as embarcações possam acessá-lo. A modernização do Canal de Suez é vista como uma demonstração de força política e econômica do governo do Egito, que levantou recursos internos para a reformulação da estrutura do canal.
O país quer ampliar o seu poder econômico e político na região, sendo o Canal de Suez uma importante ferramenta para a consolidação do país como uma potência regional. Ademais, de acordo com expectativas oficiais do governo do Egito, o “Novo Canal de Suez” possibilitará o maior desenvolvimento econômico do país, por meio do aumento da geração de emprego e renda para a população local.

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