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UNIESI – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAPIRA ELLEN CRISTINE DE OLIVEIRA PAESE EFEITOS QUE O LASER DE BAIXA INTENSIDADE PROPORCIONA NO TECIDO NA FASE PÓS-OPERATÓRIA ITAPIRA 2021 ELLEN CRISTINE DE OLIVEIRA PAESE EFEITOS QUE O LASER DE BAIXA INTENSIDADE PROPORCIONA NO TECIDO NA FASE PÓS-OPERATÓRIA Artigo apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de ensino superior em Fisioterapia para o Centro Universitário de Itapira – UNIESI. Orientadora: Prof ª. Ma. Bruna Bergo Nader. ITAPIRA 2021 (verso da folha de rosto – ficha catalográfica) ELLEN CRISTINE DE OLIVEIRA PAESE EFEITOS QUE O LASER DE BAIXA INTENSIDADE PROPORCIONA NO TECIDO NA FASE PÓS-OPERATÓRIA Trabalho de conclusão de curso para a obtenção do título de Graduação em Fisioterapia apresentado ao Centro universitário de Itapira – Uniesi Orientadora: Prof ª. Ma. Bruna Bergo Nader. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA _______________________/__/___ Prof. Ma. Alessandra Varisco Centro Universitário de Itapira – Uniesi _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Centro Universitário de Itapira – Uniesi _______________________/__/___ Prof ª. Ma. Bruna Bergo Nader Centro Universitário de Itapira – Uniesi Dedico esse trabalho aos meus pais Nelson e Matilde, as minhas irmãs Evelin e Caroline e aos meus sobrinhos Cauê e Isadora por terem me acompanhado durante esta jornada, pois sem eles eu não teria conseguido. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus e a Nossa senhora Aparecida, por ter atendido minhas orações. Aos meus pais, que apesar de todas as dificuldades acreditaram em mim e me ajudaram na realização de mais um sonho. Aos meus dindos Neri e Veronilce, que com toda a compreensão, amor e carinho também me apoiaram. A minha família e meus amigos que estiveram ao meu lado em todos os momentos. À minha orientadora Profª. Ma. Bruna Bergo Nader, que sempre soube transmitir calma e serenidade, além de todo seu conhecimento, orientando da melhor forma possível e com muita paciência; À Profa. Ms. Monica Furquim de Campos, coordenadora do curso de Fisioterapia, por toda sua dedicação e por compartilhar todo o seu conhecimento conosco; À Profa. Ma. Alessandra G. Varisco, por compartilhar seus conhecimentos e por incentivar a realização deste trabalho; A todos os professores que passaram por todos esses anos, vocês foram corresponsáveis pelo meu crescimento intelectual. Agradeço a instituição por me privilegiar o conhecimento, me proporcionarem dias ricos de aprendizagem; À toda equipe e a todos os funcionários da Uniesi, que sempre me trataram muito bem e sempre deixaram a instituição impecável. E por fim agradeço a faculdade por me dar de presente as minhas amigas Bianca Carvalho, Bianca Rege, Flavia Matioli e Leticia Godoy, agradeço por estarem sempre comigo em todos os momentos, sendo eles de muita alegria, obrigada por me acompanharem nessa jornada amo vocês. Muito obrigada! “Todas as grandes conquistas humanas vieram daquilo que parecia impossível.” (Charles Chaplin.) RESUMO Este estudo tem como objetivo geral descrever o caminho do laser no pós- operatório imediato de feridas cutâneas com o trabalho de estudar a intensidade do infiltrado inflamatório agudo, com coerência de parâmetros do laser de baixa intensidade. Este estudo adota como problemática a seguinte questão: “Qual efeito o laser de baixa intensidade pode causar no tecido na fase pós-operatória?”. O laser de baixa intensidade foi empregado de início no processo de regeneração e de recuperação funcional das lesões periféricas no ano de 1980, trabalhos realizados com o laser terapêutico promovem melhora funcional precoce. O laser tem uma atuação na derme profunda, onde se localiza as glândulas sebáceas. Frente ao exposto, tem-se como método propor e revisar, de forma atualizada, as formas de uso do laser de baixa intensidade na cicatrização de feridas, trazendo benefícios a área da saúde. Para compreender toda característica do Laser é necessário que se entenda os mecanismos da formação da luz. A luz apresenta características especiais que diferem de uma luz comum, o aparelho precisa conter uma substância radioativa para que ocorra a radiação (cristal de Rubi ou Hélio-neônio). O reparo tecidual é um processo que é responsável por substituir os tecidos que são lesionados por elementos sadios e elementos novos. Isto acontece por meio da neoformação e da proliferação de tecido conjuntivo, que é vascularizado e denominado de cicatrização. Pesquisadores estudaram os efeitos de vários lasers com relação a cicatrização de feridas em animais com diabetes, foi encontrado uma grande porcentagem de colágeno e macrófagos no fechamento de feridas nos animais diabéticos e não diabéticos. O fisioterapeuta tem uma principal importância quando se fala de instalação de úlcera no pé do diabético, como ajudar na reabilitação, tendo como um dos recursos principais a aplicação do Laser para que ajude no processo de cicatrização tecidual. Palavras-chave: Laser., feridas cutâneas., pós-operatório., diabetes. ABSTRACT This study has the general objective of describing the laser path in the immediate postoperative period of cutaneous wounds with the work of studying the intensity of the acute inflammatory infiltrate, with coherence of low intensity laser parameters. This study adopts the following question as a problem: "What effect can low intensity laser have on the tissue in the postoperative phase?". The low-level laser was initially used in the process of regeneration and functional recovery of peripheral injuries in the year 1980, works carried out with the therapeutic laser promote early functional improvement. The laser acts on the deep dermis, where the sebaceous glands are located. In view of the above, the method used is to propose and revise, in an updated way, the ways of using low-level laser in wound healing, bringing benefits to the health area. To understand every characteristic of the Laser, it is necessary to understand the mechanisms of light formation. The light has special characteristics that differ from ordinary light, the device must contain a radioactive substance for radiation to occur (Ruby or Helium-neon crystal). Tissue repair is a process that is responsible for replacing tissues that are injured by healthy elements and new elements. This happens through neoformation and the proliferation of connective tissue, which is vascularized and called healing. Researchers studied the effects of various lasers with respect to wound healing in animals with diabetes, a large percentage of collagen and macrophages were found in wound closure in diabetic and non-diabetic animals. The physiotherapist has a main importance when it comes to the installation of ulcers in the diabetic's foot, as helping in rehabilitation, having as one of the main resources the application of the Laser to help in the process of tissue healing. Key-words: Laser., cutaneous wounds., post-operative., diabetes.. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................... 10 2. OBJETIVO GERAL ............................................................................ 12 3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................12 4. METODOLOGIA ................................................................................ 13 5. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................ 14 5.1 LASER: Introdução e aspectos históricos .......................................... 14 5.2 Efeitos biológicos da interação Laser e tecidos ................................. 17 5.3 Laser no processo de reparo tecidual ................................................ 20 5.4 Laser de baixa potência referente a cicatrização de feridas cutâneas em diabéticos. ............................................................................................ 23 6. DISCUSSÃO...................................................................................... 26 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 28 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 29 10 1. INTRODUÇÃO À primeira vista, parece difícil acreditar que o laser seja uma luz como todas as outras, apenas com propriedades muito particulares; porém, é isto mesmo que ele é, ou seja: uma fonte de luz, mas muito peculiar, que devido à forma com que gera radiação eletromagnética, acaba tendo propriedades que o caracterizam de forma muito específica. O laser advém de alguns aspectos da interação da radiação com os átomos ou moléculas que constituem os meios materiais (BAGNATO, 2008). O laser de baixa potência tem sido empregado amplamente em algumas áreas da saúde, pois tem um importante processo de reparo tecidual e ação biomodeladora muito importante e vem sendo atribuído efeitos analgésicos, estimulantes no processo da cicatrização e anti-inflamatórios. A sigla “LASER” significa Light Amplification by the Stimulated Emission of Radiation, sendo uma das principais características destes tratamentos sua maneira seletiva de agir no tecido, isto é, atingem apenas o local que se quer tratar, sem agredir os tecidos vizinhos e sem queimar a pele superficialmente (TILMANN, 2016). O laser é um dispositivo que emite um feixe de luz corrente e extremamente estreito. Sua frequência (cor) dependerá do elemento emissor (SAWAYA, 199). Em 17 de maio de 1960 foi produzido o primeiro laser por Theodore Mainan, o qual utilizou um cristal de Rubi, mas o laser revolucionou a medicina em 1983 após a teoria da fototermólise seletiva, proposta pelos dermatologistas Rox Anderson e John Parrish, que levou ao desenvolvimento de lasers pulsados de alta energia, capazes de destruir seletivamente células e suas organelas. Nas últimas três décadas o laser vem sofrendo inúmeras transformações e uma das mais relevantes ocorreu de novo graças a Rox Anderson em 2004 publicando um novo conceito de tratamento de pele denominado fototermólise fracionada, obtida pela aplicação de microfeixes de luz os quais produzem zonas de tratamentos térmicos (KALIL; CAMPOS, 2016). Os antigos deuses do sol, como Baal (dos fenícios e hebreus) e Helios (dos gregos), também eram relacionados à saúde e cicatrização, no ano de 1877, Downws e Blunt descobriram que havia um efeito antibactericida com a luz do sol, 11 esses achados levaram à utilização da radiação ultravioleta que existe até hoje. (MIKAIL, 2009). O laser de baixa intensidade foi empregado de início no processo de regeneração e de recuperação funcional das lesões periféricas no ano de 1980, trabalhos realizados com o laser terapêutico promovem melhora funcional precoce. O laser tem uma atuação na derme profunda, onde se localiza as glândulas sebáceas. Entre recursos mais utilizados, a Laser terapia de baixa intensidade auxilia também na cicatrização de feridas por meio dos seus efeitos biomoduladores, onde o processo de recuperação tecidual interage em três fases, sendo elas: fase inflamatória ocorrendo fotobiomodulação celular, ou seja, reduz o número de células inflamatórias e ao mesmo tempo estimula sua funcionalidade, dando então início a segunda fase: que ocorre a neoformação dos vasos sanguíneos pela foto estimulação das células endoteliais e consequentemente a proliferação dos fibroblastos e uma deposição de colágeno que automaticamente colabora com uma maior formação do tecido granulativo. Já na terceira fase: ocorre um processo de reparação, onde há remodelagem do tecido e uma reorganização das fibras de colágeno e dos vasos sanguíneos. Estrela (2018) entende que, por definição, o problema de pesquisa é a lacuna ou dúvida do conhecimento que merece ser investigada dentro de determinada linha de pesquisa. Ele deve ser revestido por relevância, teórica ou prática, para que respalde a elaboração da pesquisa e passe a contribuir como conhecimento original. Este estudo adota como problemática a seguinte questão: “Qual efeito o laser de baixa intensidade pode causar no tecido na fase pós- operatória?”. 12 2. OBJETIVO GERAL A justificativa deste estudo deve-se ao fato de que, o laser vem sendo cada vez mais utilizado no pós-operatório de feridas cutâneas e imediato diante de diversos benefícios os quais este estudo visa apresentar. 3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Descrever o caminho do laser no pós-operatório imediato de feridas cutâneas com o trabalho de estudar a intensidade do infiltrado inflamatório agudo, com coerência de parâmetros do laser de baixa intensidade, e também quais parâmetros de modulação são indisponíveis para a reprodução do estudo, parâmetros dosimétricos que são suficientes para serem reproduzidos. 13 4. METODOLOGIA Frente ao exposto, tem-se como método propor e revisar, de forma atualizada, as formas de uso do laser de baixa intensidade na cicatrização de feridas, trazendo benefícios a área da saúde. O método adotado é um estudo qualitativo para o desenvolvimento deste, através de artigos originais entre 2000 e 2011. Segundo Santos e Candeloro (2006), a Revisão Bibliográfica é também denominada de Revisão de Literatura ou Referencial Teórico. É uma parte de um projeto de pesquisa, que revela explicitamente o universo de contribuições científicas de autores sobre um tema específico. Essa pode ainda ser solicitada por um professor como um trabalho a ser entregue em final de semestre letivo sobre um determinado tema. Para que a pesquisa seja bem-sucedida, é importante já tenha um conhecimento prévio desse assunto. Sendo assim objetivo da revisão dessa literatura seria, então, a utilização e integração do conhecimento; esta deve incluir tanto autores que dão suporte ao estudo como também aqueles que contradizem as suas afirmações hipotéticas. Dependendo do paradigma que orienta o pesquisador, quantitativo ou qualitativo, pode variar a situação dos resultados do levantamento bibliográfico. (GRESSLER, 2004). Para o desenvolvimento do estudo serão selecionados artigos nas bases de dados Pubmed e Scielo além de teses, monografias e alguns livros, os quais abordem aspectos relevantes sobre o tema em questão, especialmente no que se refere à utilização do laser na fisioterapia. As palavras-chave utilizadas para a pesquisa foram: “Laser”, “feridas cutâneas”, “pós operatório”, “diabetes”. 14 5. REFERENCIAL TEÓRICO 5.1 Laser: Introdução e aspectos históricos O Laser de baixa intensidade só surgiu na década de 1970, onde se tem a utilização de instrumentos terapêuticos com finalidade regenerativa, recuperação funcional de lesões nervosas e periféricas e melhora funcional precoce, sendo comum na fisioterapia desde 1980. É bastante usado para estimulação de cicatrização tecidual de feridas e ulceras abertas (ROCHA JÚNIOR et al., 2006) Para compreender toda característica do Laser é necessário que se entenda os mecanismos da formação da luz. Aluz apresenta características especiais que diferem de uma luz comum, o aparelho precisa conter uma substância radioativa para que ocorra a radiação (cristal de Rubi ou Hélio-neônio). São classificados, também, pela potência, dividindo em Laser de alta potência que são mais usados em casos cirúrgicos ou de baixa potência que são para uso terapêutico, este não produz efeito térmico, pois emite no máximo 500mW (milliwatts) de potência (GUIRRO; GUIRRO, 2004; BAGNATO; PAOLITTO, 2014). Os equipamentos de Laser que possuem substâncias radioativas de diodo, como alumínio e Arseneto de gálio, estes possuem o mecanismo que são um pouco diferentes da maioria dos outros aparelhos, sendo coerente, porque todos os fótons são emitidos no mesmo comprimento de onda ou seja, essas ondas caminham em fases, sendo então sincrônicas no tempo e no espaço não correndo colisão dos fótons durante a trajetória evitando uma grande perda de energia, onde a mesma sai do aparelho e chega rapidamente ao tecido. Quando o Laser é colimado deve-se ao fato de que os feixes são paralelos, pois sua luz possui apenas um comprimento de onda sendo apenas de uma única cor, todos os fótons caminham na mesma direção, ou seja, acabam possibilitando o foco em diâmetro bem pequeno sem que haja perda da intensidade conforme a sua distância. (SCHAWLOW; TOWNES, 1958) Quando essa energia é liberada pelo aparelho acontece uma absorção nos tecidos, esta absorção acontece por meio de receptores primários e secundários. Os primários são os cromóforos naturais com o pigmento da hemoglobina. Já os secundários são estruturas que absorvem a energia do tecido por intermédio de 15 campos eletromagnéticos, alterando cargas especificas na membrana e nas proteínas da superfície (BAGNATO; PAOLITTO, 2014). O laser de baixa potência é um tipo particular de radiação eletromagnética, tendo como propriedades terapêuticas que são utilizadas para acelerar os processos reparativos do tecido duro e do tecido mole e que são estudadas desde 1917 por Einstein, tem função de ativar ou inibir os processos fisiológicos metabólicos e bioquímicos, onde promove efeitos que são terapêuticos para a redução do edema, permeabilidade vascular e aumento da microcirculação local. Ele vem sendo utilizado como modalidade terapêutica com objetivo de acelerar a cicatrização, diminuir a inflamação, promover a regeneração tecidual e aliviar a dor. Tem também ação principalmente nas organelas celulares, em especial na membrana, lisossomos e nas mitocôndrias, onde gera um aumento de ATP pela glicose e fosforilação oxidativa. (BAGNATO; PAOLITTO, 2014). Recentemente o Laser de baixa intensidade tem mostrado efeitos sobre diversos tecidos, estimulando a síntese de colágeno e a cicatrização, porém encontra-se uma divergência com relação a dose que é definida de acordo com a quantidade de radiação oferecida ao tecido, nas terapias os raios se situam na faixa do vermelho com comprimento de onda entre 620 e 780nm, a irradiação de 628nm, tem como função estimular o crescimento celular, já no modo infravermelho o comprimento de onda é 780 a 1400nm, vale ressaltar que a dosagem da irradiação é o parâmetro mais importante na terapia do Laser de Baixa Potência podendo ser pulsado ou continuo, as doses mais baixas são as mais recomendadas e devem ter um espaço entre 1 a 7 dias entre as sessões. Porém, existem diversos parâmetros e é necessário saber a dose ideal de tratamento (BAGNATO; PAOLITTO, 2014). Quando há liberação dos feixes de luz do laser ocorre no pequeno orifício na ponta da caneta, sendo útil para tratar as áreas pequenas. Existem dois tipos de técnicas para a aplicação do Laser de baixa potência, elas podem ser combinadas ou isoladas, são elas: pontual onde a caneta deve ficar em contato com a pele e de maneira perpendicular à área a ser tratada, sendo necessário para evitar reflexão dos raios na superfície da pele, reduzindo a quantidade de energia que é enviada ao tecido, o que consequentemente gera a eficácia do tratamento (CAVALCANTI et al., 2011). 16 É recomendado que os pontos tenham uma distância de 1 a 2 centímetros, de forma que seja necessário irradiar vários pontos para abranger toda lesão. Quando se trata de feridas, pode-se utilizar um plástico filme entre a superfície, para obter um melhor contato entre a pele e o aparelho. Já a técnica de varredura não há contato da ponta da caneta do Laser com a área irradiada, o ideal é que haja uma distância de 0,5 centímetros entre eles, o movimento é lento, continuo sobre toda a superfície da área a ser tratada depositando de maneira uniforme a energia no local, a caneta deve estar perpendicular ao paciente para evitar reflexão, sendo indicado nas lesões dermatológicas como as úlceras de decúbito e diabéticos (WALT, 2004). A metodologia de tratamento pode ser a pontual e a local associada à pontual e sobre os linfonodos. O comprimento de onda infravermelho é de (780 ou 808nm) e sob dose em torno de 70,0J/cm² ou 2,8J no caso seria 70mW por 40 segundos, se usar 105,0J/cm² ou 4,2J pode ser 70mW por 60 segundos por ponto, mas tudo isso depende da gravidade do edema ou da presença de infecção no local operado (WALT, 2004). Independente da técnica escolhida para tratamento, a mesma, deve estar limpa e livre de medicamentos. Recomenda-se evitar a aplicação do laser nas regiões do nervo vago, tumores, gânglios simpáticos, placa epifisária, útero gravídico, gônadas e região dos olhos (CAVALCANTI et al., 2011) Na cicatrização de feridas cutâneas o Laser tem mostrado efeitos positivos na proliferação de fibroblastos, aumento na deposição de queratina, colágeno e células endoteliais. Para uma abordagem mais lógica o Laser de baixa potência quando está no modo vermelho ou infravermelho podem ser mais eficientes em diferentes profundidades do tecido vivo, Albert Einstein afirmou que, quanto maior a frequência mais energia em um único `quantum´. O laser pode proporcionar um recurso terapêutico com vantagens de eficiência comprovadas no tratamento pós cirúrgico, levando então mais conforto ao paciente e menor risco de distúrbios como queloide ou alargamento da cicatriz (Einstein, 1905) Tem como efeito terapêutico: analgesia, reparo tecidual, anti-inflamatório (desempenham papel importante no processo inflamatório gerando um estimulo a microcirculação garantindo o transporte de nutrientes e substâncias de defesa na região tratada) e manutenção ao potencial da membrana. Uma das formas de 17 justificar a analgesia é proporcionando o equilíbrio energético local junto ao bioplasma pela ação do Laser de baixa potência (Einstein, 1905). O laser não produz efeito térmico, caso haja um aumento da temperatura local será por conta do aumento do metabolismo celular e da vasodilatação provocada na região que está sendo tratada (Einstein, 1905). 5.2 Efeitos biológicos da interação Laser e tecidos O Laser pode ser classificado com relação à sua potência, os lasers que são operados em potência acima de 1,0 W podem então ser classificados como lasers de alta potência. Já os que são operados abaixo de 1,0 W são classificados como de baixa potência. As intensidades dos equipamentos do laser podem variar produzindo diferentes efeitos no tecido biológico, o laser de baixa intensidade por exemplo, pode ser utilizado para aquecer suavemente o tecido, gerando então alterações metabólicas, enquanto o laser de alta potência produz efeitos ópticos não lineares, o que leva a destruição dos tecidos (CAVALCANTI et al., 2011). A interação do feixe de luz com os tecidos vai depender de todas as propriedades ópticas dos tecidos e de todo comprimento de onda do laser. As aplicações são divididas em: Fatores inerentes ao tecido, onde essas propriedades ópticas tem ação coeficiente de reflexão, espelhamento e absorção, enquanto que a propriedade térmicatem uma condutibilidade térmica e capacidade térmica. Já os fatores inerentes ao laser para que ocorra absorção coeficiente do tecido deve corresponder ao comprimento de onda do laser. A energia aplicada, área localizada, potência e tempo de exposição. A interação laser-tecido vai variar de acordo com a transformação da energia que é absorvida (KARU, 1988). Efeitos não térmicos se refere ao laser de baixa potência, sendo biomodular, anti-inflamatório reduzindo a habilidade de linfócitos que reagem aos estímulos antigênicos, analgésico gerando um aumento da microcirculação local, na síntese e liberação de opiáce endógenos (endorfina e encefalina), aumento da síntese de serotonina e prolactina, e terapia fotodinâmica. As moléculas absorvem a energia que é emitida pelo laser e tem como definição das propriedades ópticas da pele, sendo descritas a baixo: 18 Absorção: Cede sua energia para a molécula ou para o átomo, também são conhecidos como estrutura alvo ou cromóforo. Reflexão: A luz atinge a pele de um ângulo obliquo, uma vez que isso acontece a proporção dela se solta dessa superfície sendo então direcionada para uma direção diferente. 5% dessa luz atinge a superfície. Dispersão: Importante fenômeno na derme que ocorre quando o fóton muda de direção e propagação. Transmissão: A luz não foi absorvida será transmitida para tecido mais profundo além da estrutura ou tecido alvo. De um modo geral, luz de maiores comprimentos de onda e um tamanho maior transmite mais profundo nos tecidos. (DE MAIO; ZEZELL, 2011; FRANCK; HENDERSON; ROTHAUS, 2016; SISTER, 2011). Já os efeitos térmicos eles podem ser classificados de acordo com a faixa de temperatura e o efeito produzido no tecido biológico (BOECHAT, 2017) O metabolismo das células aumenta quando a temperatura está entre 37° a 43° C, tendo como estimulo e contração das fibras de colágeno. É um efeito pequeno podendo ser reversível. Quando a temperatura apresenta 44° a 45° C pode haver um aumento grande na aceleração do metabolismo celular, o que leva a alterações proteicas e neocolagenase. Aplicações longas geram hipertermia levando a morte celular, por isso deve-se tomar cuidado. Já a temperatura entre 50° a 70°C causa desnutrição proteica, ruptura de membranas celulares e coagulação das fibras de colágeno. Entre 90° a 100°C gera evaporação de líquido e formação de vacúolos extracelulares. E Acima de 100°C vaporização do tecido e carbonização. (BOECHAT, 2017) Quando é relacionado com estética é observado que na prática vem se difundindo rapidamente com equipamentos que combinam o laser vermelho e infravermelho, LEDs azul e amarelo, com baixa intensidade de energia e baixo risco para os pacientes. As terapias têm características individuais do tecido alvo, dosimetria e condição clinica que são indicados para cicatrização de feridas, na eliminação de manchas, tratamento de queloides, cirurgia no modo geral, edemas, controle da dor e cicatrizes hipertróficas (ANDRADE, 2014). A luz azul alcança somente a epiderme, tendo função bactericida, com uma grande utilização no tratamento da acne. É também capaz de destruir ligações 19 químicas da melanina e consequentemente produzindo um efeito de clareamento (SMITH, 1991). A luz vermelha já atua na derme, ativando os fibroblastos e células de reorganização firmando a pele. Aumenta a deposição de colágeno, pode-se descrever que a ação deste comprimento de onda modela a energia celular, podendo estar associado a redução de hematomas em pós cirúrgicos gerando um efeito não-inflamatório (SMITH, 1991) (SMITH, 1991). A luz infravermelha age desde a derme profunda até a camada muscular, onde se faz a ativação dos fibroblastos e analgesia temporária. Possui também efeito antiedematoso (SMITH, 1991). Uma observação de como tudo que é relacionado ao laser vem crescendo na estética sobre o mecanismo de ação do ILIB que nada mais é que uma técnica de aplicação intravascular de laser, essa técnica foi desenvolvida nos anos 70, onde consistia em introduzir uma fibra óptica na veia e deixar ela agir por exatamente uma hora na Rússia, já no Brasil (INCOR) vem sendo então conhecida como ILIB modificado, que consiste na aplicação direta e continua na região da artéria radial com finalidade de combater os radicais livres de oxigênio. Quando se associa o ILIB com o laser vermelho de 630 a 660nm pode promover vascularização já que aumenta toda perfusão sanguínea aumentando a oxigenação e nutrição. Vale ressaltar que o ILIB deve ser usado apenas após a cirurgia, pois se usar antes ocorre um aumento da fluidez sanguínea (ANDRADE, 2014). Em tratamentos estéticos pode-se obter também resultados bastante satisfatórios na eliminação de edemas, na prevenção do envelhecimento, na flacidez tissular, na melhora da cicatrização em processos pós-cirúrgicos. O laser infravermelho é bastante usado em tratamentos pós-cirúrgicos sendo indicado também nos tratamentos de revitalização cutânea. O laser vermelho tem inserção menor que o infravermelho e é infiltrado dentro da célula pelos lisossomos e pela mitocôndria (GARCEZ et al., 2012). Uma das ações do laser é estimular a proliferação celular, deve-se tomar cuidado com lesões pré-cancerígenas e neoplasias, para se evitar a progressão do tumor. É importante ressaltar que é fundamental ter uma ficha de anamnese bastante completa e ao mesmo tempo, deve-se tomar cuidado ao manusear o 20 aparelho de laserterapia, seguir sua totalidade as recomendações de uso manutenção e operação (GARCEZ et al., 2012). Sendo assim o Laser de baixa potência é considerado uma técnica não invasiva e bem segura, porém cuidados são de extrema importância e necessários durante a aplicação como o uso de óculos, tanto para o paciente quanto para o terapeuta ou qualquer um que esteja no local quando o mesmo for aplicado, o paciente deve remover qualquer objeto metálico que possa refletir o laser (DAMANTE et al., 2008; PEPLOW et al., 2010). 5.3 Laser no processo de reparo tecidual O reparo tecidual é um processo que responsável por substituir os tecidos que são lesionados por elementos sadios e elementos novos. Isto acontece por meio da neoformação e da proliferação de tecido conjuntivo, que é vascularizado e denominado de cicatrização. Essa regeneração se restitui a função e integridade de alguns tipos de agressão que o tecido sofre e epitelização das feridas. A cicatrização é o tipo mais comum de um reparo tecidual e pode estar ocorrendo junto com a regeneração da pele. (AMARAL, 2013). Alguns estudos mostram que o laser de baixa potência é eficaz para a cicatrização de feridas por atuar como fotobioestimulador nas lesões teciduais (DAMANTE et al., 2008; PEPLOW et al., 2010), a utilização do laser vem com um grande objetivo no auxílio de reparo tecidual (MESTER, 1967). Consegue acelerar o processo no reparo tecidual, com efeitos que são analgésicos (SILVA et al., 2010) e modular o processo inflamatório (BJORDAL et al., 2006). Essa irradiação tem um efeito no comprimento extracelular e sobre a organização. As feridas que são tratadas com laser incluem a redução da quantidade de infiltrados inflamatórios, gerando aumento na formação dos tecidos de granulação, bem como o aumento da síntese dos componentes da matriz extracelular como no aumento da proliferação fibroblastica. Os benefícios da cicatrização de feridas são explicados diante de vários mecanismos biológicos, fatores de crescimento, indução de citocinas, que acabam sendo responsáveis pelas fases da cicatrização (GARCEZ et al., 2012). 21 O laser de baixa intensidade também regula citocinas que são responsáveis pela estimulação da proliferação e migração de fibroblastos (GARCEZ et al., 2012), promove também um aumento dos fatores de crescimento como o VEGF (Vascular Endothelial Growth Factor (Fator de Crescimento EndotelialVascular) que nada mais é responsável pela neovascularização, o TGF- (Transforming Growth Factor Beta (Fator de Crescimento Transformante Beta) é responsável por encaminhar os fibroblastos a produzirem colágeno, isso é regulado pelo laser de baixa intensidade (KHANNA et al., 1999). Pereira et al. (2010) observaram através de uma análise que o processo inflamatório agudo, tem uma resposta vascular e o comportamento de mastócitos sob a influência do laser em feridas cutâneas. Foi realizado um procedimento cirúrgico no dorso de 60 ratos de raça Wistar os mesmos foram divididos em grupos para maior controle. Visto que o laser de baixa intensidade (670 nm) foi aplicado após a cirurgia, com a dose de 4 J/cm², por exatamente 124 segundos. As analises celular, morfológica e imuno-histoquímica foram realizadas. Esse tratamento resultou em um aumento da resposta inflamatória aguda em tecidos irradiados que consequentemente apresentaram um maior número de mastócitos, células polimorfonucleares e vasodilatação. Diante disto o laser mostrou que teve um maior desempenho de VEGF (Vascular Endothelial Growth Factor (Fator de crescimento endotelial vascular)), de 6 a exatamente 24 horas após o tratamento, então foi concluído que a terapia com laser foi capaz de aumentar esse processo inflamatório agudo durante essas primeiras horas, após o procedimento cirúrgico ao grupo que foi submetido à terapia. Araújo et al. (2007) durante um estudo que foi realizado para avaliar a eficácia do laser de baixa potência em cicatrização de feridas com uma espessura parcial produzidas em ratos, foi demostrado que o laser vermelho tem capacidade de acelerar a cicatrização das feridas por meio da estimulação de atividades das fibras do colágeno. Arruda et al. (2007) foi aplicado o laser de baixa intensidade para tratamento lesões tendineas em ratos com o objetivo de observar e avaliar toda organização das fibras de colágeno com a dose de 3 J/cm² nos comprimentos de onda de 670 nm e 904 nm usados em associação e separadamente. 22 Divididos em grupos A, B e AB; no grupo A foi irradiado laser de GaAs de diodo no comprimento de onda de 904nm, já no grupo B foi a irradiação do laser de AlGaInP diodo no comprimento de onda de 670nm e no terceiro grupo AB foi recebido irradiação de ambos os comprimentos de onda, tanto de 670 nm, como de 904 nm. O grupo de controle não recebeu irradiação. Foi realizado 12 sessões nos animais e, em seguida procedeu a eutanásia. Após ser realizado um processamento histológico e análise estática onde mostrou que as fibras de colágeno obtiveram uma melhor organização e uma melhor qualidade de reparo em todos os grupos irradiados. Obtiveram melhores resultados quando houve uma associação dos comprimentos de onda. Colombo et al. (2013) durante estudos foi feita uma investigação sobre a angiogênese em feridas cutâneas no dorso dos ratos tratados com o laser de baixa intensidade (660 nm), foi observado que os números de vasos sanguíneos recém-formados foram maiores nos animais irradiados comparados ao grupo de controle. Channual et.al, aplicou como tratamento o laser de baixa intensidade com um comprimento de onde de 585nm e uma dose de 7J/cm² sobre feridas cutâneas de ratos, visto que os resultados obtidos foram uma maior proliferação vascular permanente após a quinta sessão. Melo et al. (2011) e Bossini (2007) tiveram um baseamento de que a radiação laser apresenta uma capacidade grande de promover angiogênese e um aumento do fluxo sanguíneo, foi analisado também que esse recurso tem uma viabilidade de retalhos cutâneos em ratos. De acordo com os estudos, quando há aplicação precoce do laser sobre as feridas cutâneas, é observado uma aceleração no fechamento das mesmas, com efeitos tanto na fase proliferativa quanto nas fases inflamatórias. Visto que, o laser tem como função no processo de cicatrização e ao mesmo tempo influência no aspecto estético da cicatriz. (TATARUNAS et al., 1998; ELWAKIL, 2007). Terapeutas e pesquisadores se questionam sobre os benefícios clínicos do laser de baixa intensidade, devido há resultados que são encontrados e relacionados a carência da padronização metodológica. (FUKUDA e MALFATTI,2008). As propriedades ópticas teciduais são variadas conforme as características como localização do tecido alvo e pigmentação (LINS et al., 2011). 23 Quando se aplica o laser de baixa intensidade automaticamente ele passa barreira da pele, independentemente do tipo de pele. SILVA et al. (2013) explicou que a ação do laser com relação à redução de tempo no período da cicatrização afirmou que quanto mais rápido for na fase inflamatória, mais rápido vai se iniciar a fase de reparação tecidual e se dará por completo. Diante disto, pode-se dizer que a intervenção precoce no tratamento com laser em feridas cirúrgicas modula uma resposta inflamatória favorecendo a cicatrização, prevenindo infecções e reduzindo inflamações com menos tempo de hospitalização, fazendo com que o paciente retorne às suas atividades diárias. 5.4 Laser de baixa potência referente a cicatrização de feridas cutâneas em diabéticos. Hoje em dia, estudos estão sendo realizados, buscando métodos terapêuticos para minimizar e resolver as falhas de reparação tecidual em pacientes com diabetes mellitus. As técnicas com o laser de baixa intensidade realizam efeitos terapêuticos diferentes em tipos de tecido biológicos que são extensos. Pesquisadores estudaram os efeitos de vários lasers com relação a cicatrização de feridas em animais com diabetes, foi encontrado uma grande porcentagem de colágeno e macrófagos no fechamento de feridas nos animais diabéticos e não diabéticos (AL-WATBAN, et al. 2012). Kahn et. al. (2003), relata que a Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome que é caracterizada pela hiperglicemia crônica e por distúrbios no metabolismo dos carboidratos e lipídios onde temos as proteínas associadas a deficiência/ação da secreção de insulina. Segundo Rubin et. al. (2007), a úlcera no pé de uma pessoa com diabetes é a principal causa de amputação não-traumática, visto que muitos fatores contribuem para que essa úlcera se forme, podemos incluir a perda da sensibilidade e uma alta pressão plantar. O fisioterapeuta tem uma principal importância quando se fala de instalação de ulcera no pé do diabético, como ajudar na reabilitação, tendo como um dos recursos principais a aplicação do Laser para que ajude no processo de cicatrização tecidual. O processo de cicatrização da diabetes de mellitus é modificado por conta de vários fatores e reações inflamatórias, alteração na proliferação de 24 queratinócitos, diminuição da angiogênese, células endoteliais e fibroblastos, tendo um aumento do apoptose de queratinócitos e células endoteliais que diminuem toda migração dos fibroblastos, com isso gera defeitos da deposição de colágeno e uma queda na produção de fatores de crescimento (YO et al. 2013). Ochoa 2015, o recrutamento dos glóbulos brancos para os tecidos lesados gera um desempenho e um papel importante no processo normal da cicatrização de feridas. A cicatrização nos pacientes com diabetes é acompanhada pela diminuição e infiltração precoce das células inflamatórias, porém a persistência dos neutrófilos e dos macrófagos em feridas crônicas levam a não cicatrização. Mudanças assim fazem com que o recrutamento de células inflamatórias ocorra em conjunto com devidas alterações no fator de crescimento das células. Além dos leucócitos, outros tipos de células diferentes, incluindo as células endoteliais, queratinócitos e fibroblastos são responsáveis por produzirem e responderem a quimiocinas que são capazes de controlar a migração e a residência de células imunes, essas interações acabam sendo alteradas em feridas diabéticas. As quimiocinas podem ter ambos efeitos diretos que são mediados porinflamação, em alguns aspectos diferentes da cicatrização de feridas em diabéticos. Schildl et.al. (1999), relatou um caso com um paciente de 66 anos apresentando diagnostico de diabetes melittus tipo I, onde o paciente estava apresentando no pé esquerdo uma ulcera no hálux. Foi utilizado o laser de diodo com uma potência de 250mW, gerando ondas continuas com comprimento de onda de 670nm e uma intensidade de 60 mW/cm², apresentando uma densidade de 30J/ cm², realizando esse procedimento três vezes por semana. Com isso foi verificado que a terapia com o laser a úlcera tinha sido cicatrizada totalmente com 16 aplicações. Segundo Zanotti et. al. (2011), em estudos a terapia com o laser tem como objetivo de promover uma melhora na resolução dos processos inflamatórios, visto que se tem uma diminuição significativa da dor, evitando a ocorrência de edema e ao mesmo tempo preserva os tecidos de nervos adjacentes. Reddy et. al. (1998), em estudos observaram que o laser acelera o processo de cicatrização de feridas no dorso de ratos diabéticos, os ratos estavam com dois cortes pequenos no dorso de tamanho de 6mm, o lado direito serviu de controle enquanto o lado esquerdo foi tratado com o laser de baixa intensidade de 25 He-Ne com uma dose de 1 J/cm², sendo aplicado cinco vezes por semana, até que cicatrizassem por completo. Hawkins et. al. (2006), em estudos obtiveram uma análise com os efeitos da aplicação do laser de He-Ne em uma cultura de células de fibroblastos, na pele humana, onde foi induzida diabetes através da tripsina. Através de uma pipeta estéril, foi induzido os ferimentos. No ferimento foram aplicadas diferentes doses: 0.5 J/cm² entre 2 minutos e 45 segundos, 2.5 J/cm² entre 13 minutos e 45 segundos, 5 J/cm² entre 27 minutos e 30 segundos, 10 J/cm² entre 55 minutos e 16 J/cm² por 88 minutos. Foi observado que a cultura de células que foram tratadas com a dose de 16 J/cm² apresentou um efeito inibitório quando comparadas com a dose de 5 J/cm² onde apresentou uma grande taxa de migração dos fibroblastos. As doses maiores que 10 J/cm² e a dose de 16 J/cm² revelaram uma grande diminuição da proliferação celular, visto que as doses entre 0.5 J/cm² e a dose de 2.5 J/cm² não foram suficientes para inverter esses danos que foram causados pelo ferimento na célula. Então, os resultados mostraram que a dose de 5 J/cm² é capaz de estimular a normalização da função da célula, podendo aumentar a proliferação celular e promovendo a cicatrização tecidual com uma maior proporção do que as doses de 0.5 J/cm², 2.5 J/cm², 10 J/cm² ou 16 J/cm². Podemos dizer que a aplicação do laser tenha sido um sucesso sobre os sintomas referentes a diversas doenças inclusive diabetes. 26 6. DISCUSSÃO Para promover um efeito biológico, o laser de baixa intensidade deve gerar uma absorção do seu feixe de luz entre o tecido-alvo. Entretanto, para atingir a camada tecidual, depende do tipo de laser, do comprimento de onda, de sua potência e do tempo que será irradiado. Porém, de acordo com Almeida-Lopes et, al . (2002), que realizou um experimento relatando que independentemente do comprimento de onda que é utilizado, não interfere no processo de reparo tecidual. Concordantemente Kreisler et, al . (2001), também considera que o tempo de exposição é importante para o estimulo de proliferação dos fibroblastos, sendo relevante que a radiação do laser de baixa intensidade é apropriada. Barros et, al . (2008), explica que dependendo do comprimento de onda que se é utilizado no laser, podem ocorrer diferentes efeitos na síntese de colágeno, porém os lasers de Ga-As e He-Ne elevam a produção de colágeno enquanto o de alta potência que é o de Nd: YAG pode reduzir a síntese do mesmo. Dentre as intervenções para a resolução no processo inflamatório e álgico, o laser de baixa intensidade mostra uma alternativa promissora, diante de estudos, visto que tanto o processo inflamatório quanto o de reparo tecidual, muitos tipos de laser Ga-Al-As e He-Ne, pode ser utilizado com diferentes parâmetros, ou seja, regimes terapêuticos ou comprimento de onda (BELKIN, 1989). De acordo com grande parte do estudo em trabalhos encontrados na literatura, foi revelado que o laser de baixa intensidade acelera o processo de cicatrização de feridas cutâneas. Tal fato pode ser observado que durante um estudo que foi realizado por Minatel et.al. (2009), a aplicação do laser em pacientes diabéticos onde a terapia mostrou-se eficaz no processo de cicatrização de úlceras. Schildl et.al. (1999), entende-se que com o aumento da produção de colágeno que ocorre através dos mecanismos por foto estimulação, sobre certas doses/frequências pode atuar, assim é modulado a proliferação de células e ao mesmo tempo eleva uma quantidade de fatores de crescimento dos fibroblastos. Segundo Colombo et.al (2013), alguns estudos onde foram tratados processos inflamatórios presentes no dorso dos ratos tanto com anti-inflamatório 27 quanto com a laserterapia de baixa intensidade, foram observados efeitos benéficos na preservação dos tecidos e dos nervos adjacentes, efeitos excelentes foram observados tanto na dose com três quanto na dose de 30J/cm², visto que a última dose, foi associada a menor potência e teve um tempo de dez minutos na aplicação mostrou-se bem mais eficiente na diminuição da área dolorosa, isso ao longo das 120 horas desde o início do tratamento. Tais efeitos são encontrados entre comprimentos de onde de 600 e 1000nm com potências de 1mW a 5W/cm². Reddy et. al. (1998), mediante a análises biomecânicas dos ferimentos que foram realizados nos ratos, mostraram que as feridas que foram tratadas com o laser obtiveram um aumento de 16% na carga de esforço máximo, 27% na de tensão, 47% com absorção de energia e 84% em rigidez, comparados ao grupo de controle. No grupo tratado com o laser, foi observado que a quantidade de colágeno estava mais elevada do que ao grupo de controle, a aplicação do laser em si promoveu estabilidade nos tecidos e acelerou a produção de colágeno fazendo com que as feridas dos ratos com diabetes cicatrizassem. Embora o laser tenha sido aplicado sobre diversos sintomas e com muito sucesso em diversas doenças, alguns estudiosos apontam que células malignas quando são irradiadas no melanoma pelo laser de Índio-Gálio-Alumínio-Arsênio- Fósforo, com comprimento de onda de 660nm e uma dose de 1050J/cm², podem piorar o estado comportamental da doença, por isso o laser é contra indicado em casos onde se tem tumor maligno irradiado ou localizado (COLOMBO, 2013). Schildl et.al. (1999), os estudos realizados constataram que a eficácia da aplicação do laser em acelerar o processo de cicatrização em feridas e cultura de células diabéticas, não foi observado efeito adverso algum diante a aplicação da terapia, sugere então que o laser pode ser eficaz no tratamento de úlceras em pacientes com feridas no pós-operatório quanto em pacientes com diabetes. 28 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se que grande parte dos experimentos apresentados neste trabalho demonstra que o laser de baixa intensidade pode ser aplicado com segurança, tendo o poder de promover a aceleração no processo de reparo tecidual em feridas cutâneas; porém, ele é intimamente ligado a diferentes tipos de lasers com diferentes tipos de comprimento de onda, frequência, potência, comprimentos de onda, densidades e tempo de exposição. A aplicação do laser merece estudos adicionais, com finalidade de melhor conhecimento diante do processo de reparo tecidual frente à radiação que é emitida pelo laser. 29 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA-LOPES, L; MASSINI, R.J. Laserterapia - Conceitos e Aplicações. CD room. São Carlos: NUPEN/DMC,2002. AL-WATBAN FA, Zhang XY, Andres BL. Low-level laser therapy enhances wound healing in diabetic rats: a comparison of different lasers. Photomed Laser Surg. 2007;25(2):72-7. 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