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Mecanismos de Lesão Celular ----------------------------------J ú l i a M e n d o n ç a T X X I X -------------------------------- Tipos de agressões que podem causar o desequilíbrio homeostático da célula: Hipóxia: privação de oxigênio reduzindo a respiração oxidativa aeróbica. X Redução do fluxo sanguíneo (isquemia), insuficiência cardiorrespiratória, redução da capacidade de transporte de O2 pelo sangue (anemia) e perda de sangue. Agentes físicos: X Traumas mecânicos (facada, fratura), extremos de temperatura (queimaduras e frio intenso), alterações bruscas da pressão atmosférica, radiação e choque elétrico. Agentes químicos: X Poluentes ambientais, drogas sociais, drogas terapêuticas, inseticidas e herbicidas e perturbações do equilíbrio eletrolítico das células (glicose e sal). Agentes biológicos: X Vírus, bactérias, fungos e parasitas. Reações imunológicas: X Reações lesivas aos autoantígenos endógenos são responsáveis por doenças autoimunes. Alterações genéticas – doenças congênitas: X Lesão celular devido à deficiência de proteínas funcionais. Desequilíbrios nutricionais: X Deficiência e excesso nutricionais. Como os agentes agressores são capazes de causar lesão celular (TANTO LESÕES REVERSÍVEIS {SEM CAUSAR MORTE} QUANTO IRREVERSÍVEIS {CAUSAM MORTE} OCORREM DESSA FORMA): Mecanismos envolvidos que causam lesão celular- depleção de ATP, lesão mitocondrial, influxo de cálcio para o citosol e perda da homeostase de cálcio, acúmulo de radicais livres (EROS) e defeitos nas permeabilidades das membranas. Hipóxia e depleção de ATP: A depleção de ATP é a redução da quantidade de ATP, gerada pela falta de O2 (ATP é formado pela via aeróbica da respiração, ou seja, sem O2, sem ATP). A isquemia gerou hipóxia. Uma vez que isso ocorreu, outras moléculas estão com dificuldade de funcionar, dada a baixa quantidade de oxigênio. Assim, os canais iônicos dependentes de ATP passam a ser prejudicados. Desta forma, a homeostasia está prejudicada. A glicólise ocorrerá de forma anaeróbia, contribuindo para a menor produção de ATP. Canais iônicos prejudicados dada a baixa em ATP: X Bomba de Na+ (mais K dentro e menos Na fora) sofrerá um influxo de Sódio e um efluxo de potássio. Assim, a osmolaridade fica desregulada, causando uma turgidez na célula. Figura 1 Hipóxia e depleção de ATP X Canal de cálcio o cálcio danifica a membrana celular, perdendo suas ligações covalentes entre as macromoléculas. Desse modo, fosfolipase, proteases, endonucleases e ATPases são ativadas, proporcionando maiores danos à membrana. Assim, essa célula irá perceber que não consegue mais sobreviver. As mitocôndrias irão abrir seus poros de transição, ativarão a ação de enzimas como citocromo C e capazes, iniciando desse modo o processo de apoptose. Entretanto, se as mitocôndrias não liberarem a ação das enzimas, a célula irá morrer por necrose. Tudo isso não necessariamente ocorre nessa ordem perfeita, o que depende da intensidade do agente agressor, do tempo de agressor e da característica da célula. Ou seja, algumas células suportam mais agressões do que outras, então não necessariamente a morte vai ocorrer. Os processos não são necessariamente nessa ordem. Tudo ocorre junto e misturado. Radicais livres: Espécimes químicas altamente reativas e instáveis. O elétron não pareado na camada de valência reagem com macromoléculas, podendo danificar as membranas celulares, inativar enzimas e danificar o DNA. Quando tenho um aumento de radicais livres, tenho o que chamo de dano oxidativo, ou seja, a capacidade de neutralizar os radicais fica prejudicada, danificando membranas celulares. Figura 2 Influxo e perda da homeostase do cálcio Aumento na permeabilidade da membrana: A capacidade de permeabilidade seletiva fica danificada, permitindo a entrada ou escape de substâncias. A medida que as coisas vão acontecendo, a célula vai tendo a sua agressão mais potencializada. Mecanismos de lesão celular com correlação clínico-patológica: Lesão isquêmica-reperfusão: acontece quando reestabelecemos o fluxo sanguíneo em um tecido. Esse aumento exacerbado do metabolismo tem como tentativa de salvar as células, evitando que elas morram rapidamente. Assim, dado esse aumento metabólico, novas lesões acontecem, levando a morte de algumas células (pela liberação de EROs através do estresse oxidativo, sobrecarga de cálcio intracelular e inflamação, causando lesão tecidual adicional). Lesão química: É um tipo de lesão tóxica. Os compostos são considerados tóxicos pois interagem diretamente com as macromoléculas do corpo (como o Cloreto de mercúrio e o Cianeto, que são compostos que atuam no envenenamento). Já o CCl4, ou seja, Tetracloreto de carbono e o acetaminofeno (analgésico) são convertidos em metabólicos tóxicos, pois estimulam a produção de radicais livres. Lesões celulares reversíveis – DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA: Etapas da resposta celular ao estresse: Mecanismos endógenos ou exógenos agressores são capazes de promover a adaptação ou uma lesão celular, sendo que essa última acaba ocasionando em um conjunto de alterações bioquímicas e morfológicas que podem ocorrer quando o estado de homeostasia é perdido devido ao efeito de uma agressão. É dependendo do tipo de agressão e do quanto a célula aguenta que vai determinar se a célula vai sofrer uma lesão reversível (degenerações) ou irreversível (morte celular). OBS: Processo patológico geral – lesão reversível/lesão irreversível. Processo patológico específico – degenerações ou morte celular. OBS: Ponto de não retorno – momento em que as agressões que a célula sofreu impedem a sua sobrevivência, passando de uma lesão reversível para uma lesão irreversível. Degenerações: lesão celular reversível, secundária a alterações bioquímicas e ocorre acúmulo de substâncias no interior das células. X Classificação: É dada pelo o que a célula acumula. Pode ser Hidrópica (água e eletrólitos), gordurosa (esteatose e lipidoses), hialina e mucoide (proteínas) e glicogenoses e mucopolissacarídeos (carboidratos).
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