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SEMINÁRIO DE PORTUGUÊS - MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS Alunas: Dayane Costa, Isadora Mengarda, Micaelly Schutz e Vanessa Prim Turma: 6090421 RESUMO Memórias de um sargento de milícias, é um livro que conta a história da vida de um Sargento, chamado Leonardo, filho de Leonardo Pataca e de Maria da Hortaliça. E a história dele começou assim: Leonardo Pataca, vendedor de roupas de tecido barato, em Lisboa, sua pátria, veio para o Brasil. Aqui chegando alcançou o emprego de Meirinho (funcionário da justiça). Porém veio com ele no mesmo navio, uma certa Maria da hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa. Leonardo fingiu que passava distraído por Maria, e com o ferrado sapatão assentou uma pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu envergonhada do gracejo (graça), e deu também em ar de disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Quando saltaram em terra Maria começou a sentir enjoos e foram os dois morar juntos, sete meses depois teve a Maria um filho, menino. Nosso personagem principal, de quase três palmos de comprimento, gordo, vermelho, cabeludo, esperneado e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. A criança era uma criança faladeira, rasgava tudo o que pegava na mão, e além de traquina era gulosa, quando não traquinava comia. E Assim chegou aos 7 anos. O pai de Leonardo, notou algumas vezes que alguns homens passavam muitas vezes pela sua casa e possuía olhares curiosos. E um dia de manhã entrou sem ser esperado pela porta adentro; alguém que estava na sala abriu precipitadamente a janela, saltou por ela para a rua, e desapareceu. O homem ficou cego de ciúme. Enquanto Maria apanhava, o filho assistiu a toda essa cena com imperturbável sangue-frio ocupando-se tranquilamente em rasgar as folhas. O compadre, barbeiro e padrinho do nosso protagonista, já suspeitava da verdade. Sentado no fundo de sua loja de frente para a casa de Leonardo, o compadre presenciara os passeios dos homens pela casa de Leonardo. O barbeiro convenceu Leonardo de ir conversar com Maria. Chegando em a sua sala estava vazia. O compadre procurou Maria pela casa toda, quando teve certeza, avisou que Maria não estava mais ali, Leonardo sem responder saiu. E então o compadre compreendeu tudo. Viu que o Leonardo abandonava o filho, uma vez que a mãe já o tinha abandonado. No outro dia sabia-se por toda a vizinhança que a moça do Leonardo tinha fugido para Portugal com o capitão de um navio que partira na véspera de noite. O padrinho adotou o pequeno, e criou um laço de amizade cega e apaixonada pela criança, ele queria que o menino fosse padre, mas o garoto era travesso, e não gostava de missas. Depois de muito esforço o padrinho conseguiu com que Leonardo voltasse a frequentar a escola, porém Leonardo começa a gazear a aula para ir a Igreja da Sé e faz amizade com um coroinha. No dia da procissão, o que significava dia de agitação, era um grande evento da cidade. As casas eram enfeitadas com cada qual buscava ostentar mais. D. Maria era uma senhora gorda, rica, devota e com um bom coração. Como ela era rica era uma das que mais ostentava. No dia da procissão encontrava-se a comadre, o compadre com Leonardo (filho) e sua vizinha na casa de D. Maria, que pareceu simpatizar com o menino. O narrador corre alguns anos na história. Leonardo não se endireita, não se torna padre. Leonardo Pataca se arranjou com a sobrinha de da comadre. D. Maria envelheceu sofrivelmente e recentemente ganha a guarda de uma sobrinha que havia ficado órfã. Numa das visitas a casa de D. Maria, Leonardo viu a sobrinha feia e esquisita que lhe chamou atenção, porém lhe dava vontade de rir. Há uma festa do Divino Espírito Santo. Leonardo e seu padrinho vão até a casa de D. Maria. Quando entraram viram a sobrinha, que desta vez não lhe deu vontade de rir, pois estava com seus cabelos arrumados para a festa, mas mesmo assim continuava feia e esquisita. No entanto Leonardo não tirava os olhos a menina, ocorrendo as vezes uma troca de olhares. Ao final da visita combinaram de mais tarde irem juntos ver os fogos de artifício. Leonardo estava animadíssimo para ir ao campo. Chegaram super rápido para buscar D. Maria e sua sobrinha. Chegaram ao local e viram os fogos, ficando maravilhados. Leonardo vendo Luisinha, já sabia que a amava. Porém no dia seguinte passou por uma grande contrariedade, Luisinha se fechou novamente, não falava e nem o olhava. E assim, seguiram as visitas dessa mesma forma, para o desespero de Leonardo. Certo dia estava na casa de D. Maria um novo visitante, José Manuel, que Leonardo e seu padrinho não simpatizaram por perceberem um certo interesse dele em D. Maria e Luisinha, pois ela era rica e Luisinha era sua herdeira, o que seria uma ótima esposa. Para ajudar o Leonardo, o compadre falou com a comadre para formarem uma “aliança” contra o José Manuel. Visitando a D. Maria, a comadre percebeu que José era uma pessoa de má índole, então sempre fazia comentários à D. Maria para alertá-la. Leonardo, mesmo que seus padrinhos estivessem o ajudando, percebeu que talvez mesmo que conseguissem a saída de José, Leonardo assim, decidiu se declarar para Luisinha. Após muito pensar no que dizer e passar pela decisão de finalmente falar, disse “Eu lhe quero... Muito bem.” Assim que ouviu as palavras, Luisinha envergonhada saiu andando. Apesar disso parecer negativo, Leonardo percebeu que ela gostou de sua declaração Com a morte do padrinho, Leonardo vai morar com o pai e a madrasta. No entanto, o convívio com ele torna-se insuportável e ele abandona a casa, o que o fará reencontrar um velho amigo. Esse amigo apresenta-lhe, então, um novo amor, Vidinha, que também possuía dois primos interessados nela. Os rivais de Leonardo arranjam uma forma de ele ser preso pelo Major Vidigal, mas ele consegue escapar. O Major, por sua vez, jura vingança por ter perdido a chance de prender Leonardo por malandragem. Para livrá-lo da acusação, a madrinha consegue um emprego para Leonardo na ucharia-real, emprego que ele logo perderia por ter tido um flerte com uma das criadas do rei. Vidinha, ao saber do ocorrido, vai até a ucharia fazer escândalo; Leonardo tenta convencê-la do contrário, mas acaba, dessa vez, preso por Vidigal, que fará dele um soldado (granadeiro) de sua patrulha. AUTOR E DADOS DO LIVRO ● Manuel Antônio de Almeida nasceu no Rio de Janeiro no dia 17 de novembro de 1831 e faleceu, vítima de naufrágio, no dia 28 de novembro de 1861. ● Ficou órfão de pai com 10 anos de idade. ● Entre 1854 e 1855, Manuel Antônio de Almeida reúne suas histórias e lança, em dois volumes, o romance “Memórias de um Sargento de Milícias”, sua única obra publicada. MOVIMENTO LITERÁRIO ● Pertence ao terceiro momento do romantismo, possuindo características como focar nas críticas ou abordagens sociais, tentando fugir da segunda parte do romantismo onde havia muitas histórias macabras e fantasiadas. ● E pertence também ao início do realismo que teve início em 1881, como o livro foi publicado em 1853 o escritor estava na transição de um período para o outro. As características que o realismo possui, e o livro também, são características como o ambiente social e cenários urbanos, temática social e cotidiana críticas à realidade, representação mais fiel da realidade, oposição ao romantismo, personagens comuns e sem idealização. ● Os fatos narrados no livro acontecem por volta de 1810 (começo do século XIX), período de chegada da corte portuguesa no Brasil. Por isso, o romance tem início com a expressão “Era no tempo do rei”, referindo-se ao rei português dom João VI. TEMPO/ÉPOCA LUGAR/CENÁRIOS ● Rio de Janeiro - cenário principal, palco das aventuras do Leonardo. ● Navio de Lisboa-Brasil - trouxe os pais de Leonardo para o Brasil. ● Casa da família deLeonardo-Pataca - onde o protagonista viveu até a separação dos seus pais, quando ele tinha apenas sete anos de idade. ● Casa do compadre - local onde Leonardo mora por um tempo após sair da casa de seu pai. ● Casa de Dona Maria - nesta residência Leonardo conhece Luisinha. ● Casa de Vidinha - localizada na Rua da Vala. ● Ucharia Real - despensa do rei, onde Leonardo trabalha. TEMAS URBANOS, SOCIAIS E COTIDIANOS ● O espaço apresentado na obra é o meio urbano brasileiro do século XIX. A história se passa no Rio de Janeiro, e descreve seus principais pontos, como igrejas, principais ruas; descreve também pontos não tão comuns nos romances da época, como acampamentos de ciganos e bares. Neste trecho, um acampamento cigano é descrito: “Viviam em quase completa ociosidade; não tinham noite sem festa. Moravam ordinariamente um pouco arredados das ruas populares, e viviam em plena liberdade. As mulheres trajavam com certo luxo relativo aos seus haveres: usavam muito de rendas e fitas; davam preferência a tudo quanto era encarnado, e nenhuma delas dispensava pelo menos um cordão de ouro ao pescoço; os homens não tinham outra distinção mais do que alguns traços fisionômicos particulares que os faziam conhecidos.” TEMAS URBANOS, SOCIAIS E COTIDIANOS ● O autor retrata as classes média e baixa existentes na época, contrariando muitos românticos que retratavam a aristocracia. Quase em nenhuma parte, o livro retrata um ambiente aristocrático (Grupo social com grande poder econômico e político) ● No trecho a seguir, sobre o batizado da irmã de Leonardo, pode-se observar como era retratado o meio social: “Estavam todos sentados, e o Teotônio em pé no meio da sala olhava para um, e apresentava uma cara de velho; virava-se repentinamente para outro, e apresentava uma cara de tolo a rir-se asnaticamente; e assim por muito tempo mostrando de cada vez um tipo novo. Finalmente, tendo já esgotado toda a sua arte, correu a um canto, colocou-se numa posição que pudesse ser visto por todos ao mesmo tempo, e apresentou a sua última careta. Todos desataram a rir estrondosamente apontando para o major.” JEITINHO BRASILEIRO, A MALANDRAGEM ● O compadre conseguiu um trabalho como médico dentro de um navio. No entanto o capitão do navio passa mal e antes de morrer pede para o compadre enviar todo seu dinheiro para sua filha, porém, ele não faz isso e pega o dinheiro para si. ● Leonardo havia sido preso pelo major Vidigal, então a D. Maria e a comadre lembram-se de uma antiga amiga, a Maria Regalada, que é uma ex paixão do major. Elas conseguem fazer um suborno com o major, fazendo com que Maria Regalada falasse que se casaria com ele caso Leonardo fosse solto. ● Leonardo sempre dava um "jeitinho para tudo". Depois de tanta reviravolta na história, ele quer enfim se casar com Luisinha, porém um sargento não poderia se casar. Só que com o Major feliz, Leonardo troca de posto (tropa de linha) e passa a ser um sargento de milícias e finalmente ele pode se casar com Luisinha. JEITINHO BRASILEIRO, A MALANDRAGEM CRÍTICA SOCIAL ● Este livro tem o intuito de criticar os valores burgueses, os problemas sociais, políticos, econômicos e culturais, os sistemas judiciário e educacional, a polícia, os imigrantes portugueses, o sistema de proteção e empenho, etc. ● Como exemplos: a pobreza, as diferenças sociais, o egoísmo, a falsidade, os adultérios, o casamento por interesse, entre outros. ● O casamento por interesse; ● José Manuel tenta conquistar Luisinha apenas por interesse ao seu dinheiro, herança deixada à ela por seu pai. ● Ele inventa diversas mentiras para conseguir casar-se com Luisinha e colocar a mão em sua herança. CRÍTICA SOCIAL “Saibam os leitores que, passada a lua-de-mel, em que tudo foram rosas, o nosso José Manuel pusera, como se costuma dizer, as mangas de fora, e tais coisas fez, que em poucos meses estava tudo em guerra aberta; tinha-se ele com sua mulher Luisinha mudado de casa de D. Maria, [...] herança daqui, herança dali, [...] tinha-se José Manuel tornado para Luisinha um verdadeiro marido-dragão, [...]. Depois que se havia mudado de casa de D. Maria, nunca mais Luisinha vira o ar da rua senão às furtadelas, pelas frestas da rótula: então chorava ela aquela liberdade de que gozava outrora;” CRÍTICA SOCIAL ● Crítica aos valores burgueses, mostrando a realidade da maioria da população que vivia no Rio de Janeiro na época. ● No livro, vemos a sociedade dividida em classes (alta, média e baixa); D. Maria representava a classe dos ricos, por possuir uma grande herança; a classe média é representada por personagens como: o Leonardo, o Vidigal, o Compadre, a Comadre, o José Manuel, etc; e os mais pobres são representados por Chico-Juca, os Ciganos, a Vidinha, etc; “Ser valentão foi em algum tempo ofício no Rio de Janeiro; havia homens que viviam disso: davam pancada por dinheiro, e iam a qualquer parte armar de propósito uma desordem, contanto que se lhes pagasse, fosse qual fosse o resultado. Entre os honestos cidadãos que nisto se ocupavam, havia, na época desta história, um certo Chico-Juca, afamadíssimo e temível. [...]” CRÍTICA SOCIAL ● Abuso de Poder ● A prisão de Leonardo filho e a soltura de Leonardo Pataca CRÍTICA SOCIAL ● Abandono e traição por parte dos pais de Leonardo e como isso influenciou na vida do menino LINGUAGEM: CULTA DESCRITIVA E DETALHADA ● A linguagem é culta, bem difícil de ser compreendida. ● Extremamente descritiva, o autor sempre descreve costumes da época, como as pessoas viviam e se comportavam naquele tempo. O trecho descreve quem eram os mestres-de-reza, que José Manuel procura para conquistar Luisinha. “O mestre-de-reza era tão acatado e venerado naquele tempo como o próprio mestre de escola; além do respeito ordinariamente tributado aos preceptores, dava-se uma circunstância muito notável, e vem a ser que os mestres-de-reza eram sempre velhos e cegos. Não eram em grande número, por isso mesmo viviam portanto em grande atividade, e ganhavam sofrivelmente. Andavam pelas casas a ensinar a rezar aos filhos, crias e escravos de ambos os sexos. O mestre-de-reza não tinha traje especial: vestia-se como todos, e só o que o distinguia era ver-se-lhe constantemente fora de um dos bolsos o cabo de uma tremenda palmatória, de que andava armado, compêndio único por onde ensinava a seus discípulos. Assim que entravam para a lição reunia em um semicírculo diante de si todos os discípulos; puxava do bolso a tremenda férula, colocava-a no chão, encostada à cadeira onde se achava sentado, e começava o trabalho. Fazia o mestre em voz alta o pelo-sinal, pausada e vagarosamente, no que o acompanhavam em coro todos os discípulos. Quanto a fazerem os sinais era ele quase sempre logrado, como facilmente se concebe, porém pelo que toca à repetição das palavras, tão prático estava que, por maior que fosse o número dos discípulos, percebia no meio do coro que havia faltado esta ou aquela voz, quando alguém se atrevia a deixar-se ficar calado. Suspendia-se então imediatamente o trabalho, e o culpado era obsequiado com uma remessa de bolos, que de modo nenhum desmentiam a reputação de que goza a pancada de cego. Feito isto, recomeçava o trabalho, voltando-se sempre ao princípio de cada vez que havia um erro ou falta. Acabado o pelo-sinal, que com as diversas interrupções que ordinariamente tinha gastava boa meia hora, repetia o mestre sozinho sempre e em voz alta e compassada a oração que lhe aprazia; repetiam depois o mesmo os discípulos do primeiro ao último, de um modo que nem era falado nem cantado; já se sabe, interrompidos a cada erro pela competente remessa de bolos. Depois de uma oração seguia-se outra, e assim por diante, até terminar a lição pela ladainha cantada.” JUSTIFICATIVA DO NOME DA OBRA • O livro tem esse nome, porque conta a história da vida, ou as memórias, de umsargento de milícia (milícias é o nome de tropas auxiliares em casos de guerra) onde o personagem principal trabalha. LEONARDO → Protagonista da obra, vadio, malandro, adora criar problemas, fazer sacanagem ou molecagem, é mulherengo. LEONARDO-PATACA → Era rotunda e gordíssima personagem de cabelos brancos e carão avermelhado, era o decano da corporação, o mais antigo dos meirinhos que viviam nesse tempo. A velhice tinha-o tornado moleirão (mole) e pachorrento (lento), com sua vagareza atrasava o negócio das partes. Passava os dias sentado na sua cadeira, com as pernas estendidas e o queixo apoiado sobre uma grossa bengala. MARIA DA HORTALIÇA → Era quitandeira das praças de Lisboa, uma moça saloia (camponesa) rechonchuda e bonita. Esposa de Leonardo Pataca e mãe de Leonardo. MAJOR VIDIGAL → Autoridade que prende Leonardo. Um homem alto, não muito gordo, com ares de moleirão, tinha o olhar sempre baixo, os movimentos lentos. O major Vidigal tinha o árbitro supremo (decisão dependente apenas da vontade) de tudo que dizia respeito a esse ramo de administração, era o juiz que julgava e distribuía a pena, e ao mesmo tempo o guarda que dava caça aos criminosos, ele resumia tudo em si, a sua justiça era infalível, não havia apelação das sentenças que dava, fazia o que queria, e ninguém lhe tomava contas. PADRINHO → Também chamado de compadre, referente ao Leonardo pai e a Maria. Barbeiro de profissão, cria Leonardo, protege o garoto, e acaba deixando uma herança que surrupiou do comandante de um navio para Leonardo. MADRINHA → Também chamada de comadre, referente ao Leonardo e a Maria. Era parteira, uma mulher baixa, excessivamente gorda, ingênua ou tola até um certo ponto, vivia do trabalho de parteira, que atribuiu por curiosidade, e benzia, todos a conheciam por muito beata e pela mais papa-missas da cidade. D. MARIA → D. Maria era uma mulher velha, muito gorda; devia ter sido muito formosa no seu tempo, porém dessa formosura só lhe restavam o rosado das faces e alvura dos dentes. D. Maria tinha bom coração, era benfazeja (quem faz bem, e pratica o bem), devota e amiga dos pobres. Tia de Luizinha. LUISINHA → Uma mulher desenvolvida, que já tinha perdido as graças de menina, porém ainda não tinha resquícios a beleza de moça. Era alta, magra e pálida. Andava sempre com o queixo enterrado nos peitos e com as pálpebras baixas. Tinha os braços finos e compridos, cabelo cortado, como trazia sempre a cabeça baixa, o cabelo sempre tampava a maior parte do rosto. Leonardo se encantou por ela na primeira vez no Domingo do Espírito Santo onde encontrou a moça com os cabelos arrumados, durante a noite eles trocam olhares e então se inicia a história de amor deles. JOSÉ MANUEL → Um homenzinho nascido em dias de maio, de pouco mais ou menos 35 anos de idade, magro, narigudo, de olhar vivo e penetrante, vestido de calção e meias pretas, sapatos de fivela, capote e chapéu armado. Entre todas as suas qualidades possuía uma que infelizmente o caracterizava ,era ser fofoqueiro. Debaixo do mais fútil pretexto tomava a palavra, e enfiava um discurso de duas horas sobre a vida de fulano ou de beltrano. Amigo da família de Luizinha, interessado na fortuna deles, casou-se com Luisinha por influência da D Maria, por um breve momento. CURIOSIDADES ● Major Vidigal foi um personagem que existiu mesmo: Miguel Nunes Vidigal, chefe da Guarda Real, criada pelo rei em 1809, para policiar o Rio de Janeiro. Ainda jovem alistou-se num dos regimentos da cavalaria de milícias daquela capitania. Foi promovido a alferes em dezembro de 1782, a tenente em 1784, a capitão de 1790, a sargento-mor em 1797, a tenente coronel em 1808, a coronel em outubro daquele mesmo ano e a brigadeiro em 1824. Com a criação da Divisão Militar da Guarda Real da Polícia em 1809, embrião da atual PM do Rio de Janeiro Miguel se tornou major. ● “Memórias de um Sargento de Milícias” surgiu como um romance de folhetim, ou seja, em capítulos, publicados semanalmente no jornal Correio Mercantil, do Rio de Janeiro, entre junho de 1852 e julho de 1853. Os folhetins não indicavam quem era o autor. A história saiu em livro em 1854 (primeiro volume) e 1855 (segundo volume), com autoria creditada a “Um Brasileiro”. CURIOSIDADES ● A produção de Manuel Antônio de Almeida não possui uma grande produção literária, sendo composta por duas obras: ● Memórias de um Sargento de Milícias (1854/1855) ● Dois Amores (1861) CURIOSIDADES ● A rua do Ouvidor e da Quitanda ainda existem no Rio de Janeiro
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