Buscar

446_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
432
foram aperfeiçoadas. Nessa nova versão, a capacidade de armazenamento do solo torna-se
variável e estabelecida em função de suas propriedades (capacidade de campo e ponto de
murcha permanente) na camada explorada pelas raízes das plantas nele presentes. Por outro
lado, a perda de água pelo solo, para atender à demanda evapotranspiratória, deixa de ser
linear (última hipótese). Em outras palavras: nessa nova versão do modelo, o solo passa a ofe-
recer resistência à secagem de modo que, quanto menos água existir no solo, mais difícil se
torna retirá-la. Essa resistência é expressa em termos de uma função exponencial e será co-
mentada mais adiante.
Mesmo aperfeiçoado, o modelo de balanço hídrico de Thornthwaite e Mather é ainda
bastante simplificado, pois, além das hipóteses restritivas apontadas, as perdas e reposições
de água do solo são estimadas em bases mensais. De fato, todos os parâmetros desse balan-
ço hídrico são estimados com base nos valores médios mensais de temperatura e total de pre-
cipitação, coletados durante um intervalo de tempo muito longo, em geral de 30 ou mais anos.
Isso impõe outra séria limitação ao modelo: os resultados obtidos constituem uma estimativa
média temporal e, portanto, não necessariamente refletem, com o desejável grau de fidedigni-
dade, o balanço hídrico (real) esperado num ano particular.
No caso específico da Região Tropical, deve-se ter em mente que a variação da tempe-
ratura média em um dado mês, ao longo de vários anos, é normalmente muito pequena, o que
tende a estabilizar as estimativas da evapotranspiração de referência (EPo), quando calculada
pelo método de Thornthwaite (em função apenas da temperatura média mensal). Mas isso não
necessariamente ocorre com o total de precipitação. De fato, no Trópico Semi-árido, em parti-
cular, observa-se uma flutuação interanual muito grande do total pluviométrico em um dado
mês. Do exposto depreende-se que os resultados fornecidos pelo balanço hídrico proposto por
Thornthwaite e Mather, em 1957, somente devem ser considerados como uma estimativa, por
vezes grosseira, da realidade física. Em geral, esses resultados não podem ser tomados como
valores absolutos, sendo, no entanto, bastante úteis, quando se desejam fazer comparações,
tal como mencionado.
A metodologia para elaboração do balanço hídrico pelo método de Thornthwaite e Ma-
ther, versão 1957, será abordada nos tópicos seguinte. Posteriormente será exemplificada sua
utilização para fins de zoneamento agroclimático.
7.1 - Roteiro para a elaboração do balanço.
A estimativa do balanço hídrico climático pelo método proposto, em 1957, por
Thornthwaite e Mather, pode ser feita com o auxílio de uma calculadora e de uma planilha
apropriada (Fig. X.11), ou utilizando um microcomputador (caso se disponha do software ou se
queira desenvolve-lo). No cabeçalho dessa planilha devem ser informados o nome da localida-
de, suas coordenadas geográficas, a capacidade de armazenamento do solo adotada e os pe-
ríodos de observação aos quais se referem as médias da temperatura do ar e dos totais pluvi-
ométricos mensais (Fig. X.12).
A capacidade de armazenamento (mm) do solo pode ser estabelecida através da se-
guinte expressão:
CA = ρa H (CC– PM)/10 (X.7.1)

Outros materiais