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N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 1 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 2 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Núcleo em Educação a Distância CODAI | UFRPE MARCELO BRITO CARNEIRO LEÃO REITOR GABRIEL RIVAS DE MELO VICE-REITOR MICHEL SATURNINO BARBOZA DIRETOR GERAL - CODAI LUANA GOMES DE ARAÚJO VICE-DIRETORA - CODAI ARGÉLIA MARIA ARAÚJO DIAS SILVA COORDENADORA - NEaD PAULO RICARDO SANTOS DUTRA COORDENADOR ADJUNTO - NEaD ANDRÉA CHAVES FIUZA PORTO COORDENADORA DO CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE GILVAN SILVA COORDENADOR DO CURSO DE TÉCNICO EM ALIMENTOS JUSCELINO DILON DE SOUSA DESIGNER GRÁFICO LUIZ FERNANDO LOUREIRO FERREIRA ILUSTRADOR N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 3 Palavra do Professor Para que você se torne um grande profissional na área de meio ambiente é preciso, sobre- tudo, conhecer a legislação ambiental. Pois todas as ações técnicas são baseadas em requisitos, padrões e instrumentos estabelecidos nas leis, decretos e resoluções. A legislação norteará ou- tras disciplinas do curso Técnico em Meio Ambiente, como a Avaliação de Impactos Ambien- tais, Gestão de Recursos Hídricos, Recuperação de Áreas Degradadas, entre outras. Portanto, entender os regulamentos, facilitará o aprendizado das próximas matérias. É importante que você compreenda a legislação ambiental brasileira e saiba aplicá-la no seu dia a dia como pro- fissional e também como cidadão. Pois é dever de todos cuidar do meio ambiente e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Este caderno apresentará os regulamentos de forma clara e utilizará outros recursos, como links para matérias e vídeos, que complementarão o seu aprendizado. A todos um bom curso e sucesso nessa jornada. José Luís Said Cometti N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 4 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Apresentação da Disciplina Esta disciplina de Introdução à Legislação Ambiental será fundamental para que você co- mece a se preparar para a vida profissional. As atribuições de um Técnico em Meio Ambiente são direcionadas para atuar, por exemplo, no gerenciamento de resíduos sólidos, na gestão de recursos hídricos ou no controle de emissões atmosféricas. Essas atividades devem obedecer aos padrões estabelecidos da legislação brasileira. Na primeira aula serão apresentados os fatos históricos para que você possa compreender a origem do Direito Ambiental no mundo e no Brasil. Você estudará os princípios do direito ambiental e as conferências internacionais que subsidiam a legislação ambiental brasileira e a nossa Constituição Federal de 1988. Na aula 2, você estudará a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) e compreenderá a estrutura do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Você também conhecerá os instrumentos de gestão ambiental pública, em especial o licenciamento ambiental. Na aula 3 estudaremos o Código Florestal. Você aprenderá a identificar as Áreas de Preser- vação Permanente (APP) e as regras que determinam a Reserva Legal. Esses requisitos são im- portantes para conservação ambiental como também para a legalização de uma propriedade rural. Já na quarta aula, você ficará conhecendo a Lei de Crimes Ambientais. Saberá o que é considerado crime contra a fauna, a flora, a administração pública, da poluição e outros casos. Você irá compreender quais são as circunstâncias que diminuem ou aumentam as penalidades aos infratores ambientais. Na aula 5 é a vez da Política Nacional de Recursos Hídricos. Você verá que a água é consi- derada um bem finito e dotado de valor econômico. E que a sua gestãodeverá ser compartilhada entre o poder público e a comunidade, atender aos seus usos múltiplos e descentralizada na bacia hidrográfica. Por fim, na sexta aula, você conhecerá os principais poluentes do ar e seus efeitos na saú- de humana. Saberá interpretar os padrões estabelecidos e o Índice de Qualidade do Ar (IQAr). Essas informações são importantes para controlar as emissões atmosféricas de uma empresa. No decorrer das aulas você encontrará explicações mais aprofundadas sobre determinados temas, glossários e links para vídeos. Esses conteúdos tornarão os seus estudos mais dinâmicos e auxiliará na resolução das atividades de aprendizagem propostas. Ao final desta disciplina, esperamos que você saiba interpretar leis, decretos e resoluções que constituem a legislação ambiental brasileira. Assim como, compreender os mecanismos de aplicação desses regulamentos no seu ambiente de trabalho e na sociedade. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 5 SUMÁRIO Aula 1 - Momentos históricos da questão ambiental no Brasil e no mundo .................. 06 1.1 A Conferência de Estocolmo e outros fatos históricos .............................................. 06 1.2 Princípios do Direito Ambiental ................................................................................. 08 1.3 O meio ambiente na Constituição Federal de 1988 .................................................... 11 Aula 2 – Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) ................................................... 13 2.1 Estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) .............................. 14 2.2 Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente ......................................... 16 2.3 Licenciamento Ambiental .......................................................................................... 19 Aula 3 – O Código Florestal Brasileiro .............................................................................. 22 3.1 Área de Preservação Permanente (APP) .................................................................... 22 3.2 Reserva Legal (RL) .................................................................................................... 24 Aula 4 – Lei de Crimes Ambientais .................................................................................... 26 4.1 Tipos de Crimes Ambientais ...................................................................................... 27 4.2 Penalidades previstas .................................................................................................. 29 Aula 5 – A Política Nacional de Recursos Hídricos ........................................................... 31 5.1 Fundamentos e objetivos ............................................................................................ 31 5.2 Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos ........................................................... 32 5.3 Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos ...................................... 35 Aula 6 – Programa nacional de controle da qualidade do ar ........................................... 37 6.1 Poluentes atmosféricos ............................................................................................... 37 6.2 Padrões de qualidade do ar ......................................................................................... 38 6.3 Avaliação da qualidade do ar ...................................................................................... 39 7. Considerações finais ........................................................................................................... 41 8. Referências bibliográficas .................................................................................................. 42 9. Currículo do professor-autor .............................................................................................. 45 N E a D- N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 6 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Aula 1 -Momentos históricos da questão ambiental no Brasil e no mundo OBJETIVOS • Conhecer alguns fatos históricos nacionais e internacionais que contribuíram para a forma- ção da legislação ambiental brasileira; • Reconhecer os princípios do Direito Ambiental nas leis ambientais do Brasil; • Compreender o artigo 225 da Constituição Federal de 1988. Em meados da década de 1960, a população mundial começou a perceber os impactos ambientais da ação humana no planeta e como a poluição afetava diretamente a saúde das pes- soas. E no ano de 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) reuniu os países para discutir a questão ambiental. 1.1 A Conferência de Estocolmo e outros fatos históricos A ONU realizou a “I Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente” em Esto- colmo, Suécia, em 1972 (Figura 1.1). A Conferência de Estocolmo, como é conhecida, é tida como um marco internacional para a questão ambiental. Foi o grande despertar dos países para a criação de medidas que visam conciliar o desenvolvimento econômico e o equilíbrio ambiental. Figura 01: Conferência de Estocolmo, Suécia, 1972. Fonte:SENADO FEDERAL (2021) Um dos grandes motivos que levaram a realização da Conferência de Estocolmo foi a poluição atmosférica na Europa e os efeitos da chuva ácida no meio ambiente e na saúde das pessoas. Um dos resultados da conferência foi aDeclaração de Estocolmo, composto por 26 princípios que deram origem ao Direito Ambiental.O documento foi assinado por 113 países, entre e les o Brasil, que se comprometeram em seguir esses princípios na formulação da sua legislação ambiental nacional. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 7 Um dos reflexos diretos da conferência no Brasil foi a criação da Secretaria Nacional de Meio Ambiente em 1973. E em 1981, o país promulgou a Lei nº 6.938 que estabeleceu a Política Nacional de Meio Ambiente (BRASIL, 1981). Foi uma grande mudança de postura do Brasil em relação à questão ambiental, seguindo as transformações políticas da época. Em 1987 a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU e presidida pela primeira ministra da Noruega, a GroHarlemBrundtland, publicaram o re- latório “Nosso Futuro Comum”. Também conhecido como Relatório Brundtland, o documento apresentava ao mundo o conceito de Desenvolvimento Sustentável, como sendo: “Procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.” É um conceito bastante complexo, mas que na prática visa orientar a nossa geração para o consumo racional dos recursos naturais. Dessa forma, a natureza terá capacidade de se renovar e garantir que gerações futuras também possam utilizar esses recursos. O conceito de Desenvolvimento Sustentável foi logo muito aceito pela comunidade in- ternacional. No Brasil, ele foi incorporado na nossa Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), assim como vários princípios da Declaração de Estocolmo. O Brasil passou a protagonizar internacionalmente a defesa pelo equilíbrio ambiental e em 1992 sediou, no Rio de Janeiro, a II Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvol- vimento. O evento ficou conhecido como Eco-92. Dois documentos importantes foram aprova- dos durante a Eco-92: a Convenção da Biodiversidade e a Convenção das Mudanças Climáticas. Mais tarde, a Convenção sobre Mudanças Climáticas resultou no Protocolo de Kyoto, em 1997, no Japão. O compromisso assumido objetivou a redução das emissões de gases de efeito estufa e foi assinado por 84 países. Gases de Efeito Estufa São gases presentes na atmosfera que retêm o calor do sol e aquece a Terra. Os principais são o Dióxido de Carbono (CO2) e o Metano (CH4). Esses gases são emitidos em maior concen- tração pela queima de combustíveis fósseis e ocasionando o aumento da temperatura do planeta. Duas grandes conferências foram realizadas posteriormente: aRio+10 em Joanesburgo, África do Sul, em 2002 e a Rio+20, em 2021, novamente no Rio de Janeiro. Os compromissos com o clima levantados nestas conferências foram assinados por 195 países no Acordo de Paris (COP-15), elaborado na França, em 2015. Outros eventos internacionais também tiveram a participação e os compromissos assumi- dos pelo Brasil. Por exemplo: N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 8 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Convenção de Ramsar, de 1971, sobre as Zonas Úmidas de Importância Internacional, levou o Brasil à criação de leis para proteger esses ecossistemas. O país possui 27 sítios Ramsar, entre eles o Parque Nacional de Fernando de Noronha (PE), Parque Nacional do Pantanal Mato- grossense (MT) e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá (AM) (MMA, 2021). Conferência de Tbilise, de 1977, que estabeleceu os princípios da nossa Política Nacio- nal de Educação Ambiental, Lei nº 9.795 de 1999 (BRASIL, 1999). Educação Ambiental Compreende os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conserva- ção do meio ambiente (LOUREIRO, 2019). Protocolo de Montreal, de 1987, criou metas para substituição do uso de gases cloro- fluor-caborno (CFC) que afetam a camada de Ozônio. O Brasil já reduziu em 98% a utilização desses gases, provando o sucesso desse acordo internacional (MONTREAL, 2021). Convenção da Basiléia, de 1989, que trata da movimentação entre países de resíduos pe- rigosos. O Brasil proibiu a importação de resíduos perigosos na Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305 de 2010 (BRASIL, 2010b). Resíduos Perigosos São resíduos que apresentam características de toxicidade, inflamabilidade, corrosivi- dade ou patogenicidade, de acordo com a NBR 10.004 (ABNT, 2004). Os tratados internacionais assinados pelos chefes de Estado nesses eventos são compro- missos assumidos e portando incorporados nas políticas públicas nacionais. 1.2 Princípios do Direito Ambiental Os princípios no Direito Ambiental são tidos como regras fundamentais e tem como finalidade básica proteger a vida humana. Eles podem estar implícitos ou explícitos nos textos das leis. Agora vamos estudar sete dos 26 princípios que foram estabelecidos na Declaração de Estocolmo e que foram incorporados na legislação ambiental brasileira. 1.2.1 Princípio do direito humano fundamental ao meio ambiente sadio “O ser humano tem direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com o meio ambiente”. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 9 Este princípio é a base do Direito Ambiental e responsável pela existência dos demais princípios. Ganhou status constitucional no Brasil ao ser contemplado no artigo 225 da Consti- tuição Federal de 1998. 1.2.2 Princípio do Desenvolvimento Sustentável “As intervenções no meio ambiente devem ser analisadas, visando buscar uma alternati- va que concilie um resultado globalmente positivo.” Este princípio está incorporado na nossa Política Nacional de Meio Ambiente que visa as- segurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico e a qualidade ambiental propí- cia à vida. Ou seja, toda a legislação ambiental brasileira visa um equilíbrio entre as dimensões ambiental, social a econômica. 1.2.3 Princípio da Prevenção e Precaução “Determina que não se produzam intervenções no meio ambiente antes de ter a certeza de que estas não serão adversas para o mesmo.” Aplica-se o Princípio da Prevenção naqueles casos em que osimpactos ambientais já são conhecidos e, portanto, cobra-se do responsável a adoção de medias para minimizar os danos ou até mesmo evitá-los de ocorrer. Este princípio é adotado no licenciamento ambiental. Por exemplo, uma indústria de pro- cessamento de alimentos que pretende se instalar. Já sabemos que este tipo de indústria gera efluentes líquidos e resíduos sólidos. Portanto, o órgão ambiental solicitará que esta empresa apresente um projeto de uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), assim como um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Como funciona uma ETE? Assista ao vídeo:https://youtu.be/zowHCM8qHf4 Já o Princípio da Precaução é adotado quando há incerteza científica da ocorrência de da- nos ao meio ambiente e os riscos são imprevisíveis. Como por exemplo, o caso dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM). Até o momento, não há consenso científico sobre quais os impactos do cultivo e do consumo desses produtos. Neste caso, age-se com cautela, limitando as áreas de plantio e informando sua origem no rótulo do produto. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 10 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 1.2.4 Princípio do Poluidor-Pagador “Quem poluiu é obrigado a pagar pela poluição causada ou que pode ser causada.” O princípio do Poluidor-pagador é também um instrumento econômico de caráter pre- ventivo e repressivo. A nossa legislação ambiental exige que o poluidor suporte os custos de medidas preventivas, como também os custos de reparação de danos causados. As multas aplicadas aos infratores ambientais também têm como base este princípio. Após o acidente na barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) multou a empresa Vale do Rio Doce em R$ 250 milhões. Além de pagar a multa, a empresa deverá reparar os danos causados às famílias e ao meio ambiente. 1.2.5 Princípio da Função Social da Propriedade “Ao proprietário se impõe o dever de exercer o seu direito de propriedade, não mais uni- camente em seu próprio e exclusivo interesse, mas em benefício da coletividade.” Este princípio se aplica tanto às propriedades rurais quanto às urbanas. Por exemplo, as propriedades devem obedecer ao Código Florestal e deixar preservada a mata ciliar de corpos d’água existentes na propriedade. Pois essa vegetação protege rios e nascentes e garantirá a água para outras pessoas. Mata Ciliar São florestas, ou outros tipos de cobertura vegetal nativa, que ficam às margens de rios, igarapés, lagos, olhos d´água e represas. O nome “mata ciliar” vem do fato de serem tão impor- tantes para a proteção de rios e lagos como são os cílios para nossos olhos (MARTINS, 2014). 1.2.6 Princípio da Participação “Todo o cidadão tem o direito pleno de participar da elaboração das políticas públicas ambientais.” A participação da população nas questões ambientais está garantida em diversas leis. Des- de a presença em audiências públicas de análise de Estudos de Impactos Ambientais (EIA e RIMA), como acesso a informação e a petição de Ação Civil por meio do Ministério Público. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 11 Como funciona uma Audiência Pública? Assista ao vídeo:https://youtu.be/bQEwsbN0AqM 1.3 O meio ambiente na Constituição Federal de 1988 A Constituição de Federal de 1988 é considerada bastante inovadora e “verde”, pois des- tinou um capítulo inteiro à proteção ambiental. Elevou o meio ambiente a direito fundamental e também reforçou os mecanismos de gestão democrática. Vejamos o capítulo VI – Do Meio Ambiente: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coleti- vidade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entida- des dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, veda- da qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de signifi- cativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 12 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Patrimônio Genético É, por exemplo, usar a informação contida nas amostras de plantas, animais, microrga- nismos ou substâncias deles derivadas para estudar do que são feitas, testar para que servem ou para desenvolver produto ou processo comercializável, como remédios, perfumes e cosméticos (MMA, 2021). § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato- Grossense, a Zona Costeira, o Cerrado e a Caatinga são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. O Cerrado e Caatinga só passaram a ser considerados patrimônio nacional em 2010 com uma emenda à Constituição. São biomas extremamente ricos em biodiversidade e importantes para atividades econômicas e sociais (BRASIL, 2010a). § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza ima- terial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específi- ca que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. A Constituição Federal é a base para a formulação das leis federais estaduais e municipais. Ela também define a repartição de competências entre essas três esferas de poder. Em relação à matéria ambiental, a constituição estabelece a competência comum de defender e preservar o meio ambiente entre todos os governos. Também devemos nos atentar ao fato de que a Constituiçãoestabelecer que é dever do poder público e da coletividade, ou seja, governo e população, juntos, garantir o meio ambiente equilibrado para as presentes e futuras gerações. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 13 RESUMO Nesta aula vimos que a Conferência de Estocolmo, em 1972, iniciou o grande debate mundial sobre a questão ambiental. Nela, foram firmados os princípios do Direito Ambiental que foram adotados por 113 países, como o princípio do Desenvolvimento Sustentável, da pre- venção e precaução, poluidor pagador, entre outros. O Brasil incorporou vários princípios na nossa Constituição Federal de 1988, sendo o mais importante deles o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Qual a importância da Conferência de Estocolmo? 2. Cite algum projeto que visa o Desenvolvimento Sustentável na sua cidade ou que você conhece. 3. Cite três exemplos da aplicação do princípio do poluidor pagador. 4. Enquanto profissional de Técnico em Meio Ambiente, como você pode contribuir com o art. 225 da Constituição Federal? Aula 2 –PolíticaNacional do Meio Ambiente (PNMA) OBJETIVOS: • Compreender a estrutura do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA); • Conhecer os instrumentos de gestão ambiental pública; • Adquirir noções básicas sobre o processo de licenciamento ambiental. A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) está definida na Lei nº 6.938 de 1981 e tem como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida. A lei incorpora o princípio do Desenvolvimento Sustentável quando visa assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade humana. A PNMA também traz importantes definições em seu art. 3º: Meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 14 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Perceba que esta definição engloba não somente o ambiente natural (florestas, água, fauna, entre outros), mas também o artificial (construído pelo homem) e cultural (com- posto pelo patrimônio histórico, arqueológico, turístico, entre outros). Degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio ambiente. Poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. 2.1 Estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) Outro importante feito da PNMA foi a criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) composto por diversas instituições encarregadas da proteção ao meio ambiente. Fazem parte do SISNAMA órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público.A estrutura do SISNAMA pode ser visualizada na Figura 2.1: Figura 2.1: Estrutura do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Fonte: elaborado pelo autor. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 15 Agora vamos compreender as atribuições de cada entidade no SISNAMA. Órgão Superior – Conselho de Governo: É constituído por todos os Ministros de Estado, pelos titulares essenciais da Presidência da República e pelo Advogado Geral da União. Sua fi nali- dade é oferecer assessoramento pertinente às matérias ambientais, ao Presidente da República. É no Conselho de Governo que ocorre as decisões, baseadas em informações técnicas, da participação do Brasil nos tratados internacionais. Também formulam as diretrizes governamentais para a gestão ambiental no país. Órgão consultivo e deliberativo –Conselho Nacional do Meio Ambiente(CONAMA): com a fi nalidade de assessorar, estudar e propor, ao Conselhode Governo, diretrizes de políticas go- vernamentais para o meio ambiente epara os recursos naturais, e deliberar, no âmbito de sua competência, sobrenormas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equili- bradoe essencial à sadia qualidade de vida. O CONAMA é composto por representantes do governo e também da sociedade civil organi- zada, pesquisadores e setor empresarial. No CONAMA são elaboradas, discutidas e aprovadas resoluções que estabelecem padrões de qualidade ambiental, como por exemplo, a Resolução CONAMA nº 491/2018 sobre a qualidade do ar (CONAMA, 2018). O CONAMA também é um espaço onde se aplica o princípio da participação. A socie- dade civil pode participar como conselheiro ou como ouvinte nas reuniões e plenárias. Órgão Central – Ministério do Meio Ambiente (MMA): Tem a fi nalidade de planejar, coorde- nar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governa- mentais fi xadas para o meio ambiente. O MMA é responsável pela efetivação dos instrumentos de gestão ambiental pública a nível na- cional. Dentre as atribuições do MMA está a defi nição da política de controle ao desmatamento e incêndios fl orestais. Quer conhecer mais sobre o MMA? Acesse o link:h� ps://www.mma.gov.br Órgão executor – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Re- nováveis (IBAMA): Dentre suas competências, executar e fazer executar a Política Nacional do Meio Ambiente, como também, promover a preservação, a conserva- ção, o uso racional, a fi scalização, o controle e o fomento dos recursos naturais. Nacional do Meio Ambiente, como também, promover a preservação, a conserva- N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 16 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E O IBAMA atua no licenciamento de empreendimentos de grande porte e que causam im- pactos ambientais signifi cativos em mais de um estado. Dentre eles, estão a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a Transposição do Rio São Francisco e a exploração de petróleo nas bacias do Rio Grande do Norte e do Ceará. Órgão executor – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio): A sua principal missão institucional é administrar as Unidades de Conservação (UCs) federais, que são áreas de importante valor ecológico. O ICMBioé o responsável pela gestão das UCs federais. O instituto atua, por exemplo, na estrutu- ração da visitação dos Parques Nacionais. Também acompanham e desenvolvem pesquisas cientí- fi cas nas UCs, como a do Golfi nho Rotator no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Órgãos seccionais – os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fi scalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental. Cada estado da Federação tem que organizar sua agência de controle ambiental. Em Pernam- buco o órgão responsável pelo controle ambiental é a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), criada desde 1946 (CPRH, 2021b). Conheça mais sobre a CPRH? Acesse o link:https://www.cprh.pe.gov.br Órgãos locais – os órgãos ou entidadesmunicipais, responsáveis pelo controle e fi scalização dessas atividades, dentro dos limites territoriais do município. Os Órgãos Locais possuem poder de polícia ambiental, o que os legitima, inclusive, a aplicarem sanções cabíveis, interditarem ou fecharem estabelecimentos que não estejam em conformidade com as determinações legais. 2.2 Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente Para efetivar a Política Nacional de Meio Ambiente e atingir os seus objetivos, a Lei nº 6.938 de 1981 criou uma série de instrumentos de gestão ambiental. Eles podem ser classifi cados em instrumentos de comando e controle, instrumentos econômicos e ins- trumentos de informação. Vamos apresentar agora esses instrumentos utilizados para executar a PNMA: N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 17 2.2.1 Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental São as resoluções do Conama que estabelecem padrões de qualidade da água, do ar, do solo e os limites de emissões como efluentes, atmosféricas, entre outras. É classificado como um instrumento de comando e controle. 2.2.2 Zoneamento ambiental Este instrumento é muito utilizado pelos municípios para a elaboração do seu Plano Dire- tor. Visa fazer o ordenamento do uso do solo e estabelecer zonas prioritárias para residências, indústrias e áreas de preservação. 2.2.3 Avaliação de impactos ambientais Vários estudos podem ser utilizados para avaliar os impactos ambientais e estabelecer medidas preventivas de mitigação. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA) são obrigatórios para empreendimentos definidos na Re- solução Conama nº 01 de 1986 (CONAMA, 1986). 2.2.4 Licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente po- luidoras É um dos instrumentos de comando e controle mais conhecidos, pois faz parte do dia a dia da maioria das empresas. O licenciamento ambiental autoriza a instalação e operação de empreendimentos potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais. 2.2.5 Incentivos ao desenvolvimento tecnológico voltados para a melhoria da qualidade ambiental É um instrumento econômico utilizado para beneficiar empreendimentos sustentáveis. Por exemplo, linhas de crédito para compra de placas solares para geração de energia, juros mais baixos e redução de impostos. 2.2.6 Criação de espaços territoriais especialmente protegidos Este instrumento foi regulamentado pela Lei nº 9.885, de 2000 (BRASIL, 2000),que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e visa garantir a preservação e con- servação de áreas com relevante interesse ecológico. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 18 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Conheça mais sobre as Unidades de Conservação Assista ao vídeo:https://youtu.be/ezN09VK73W0 2.2.7 Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SINIMA) O Sinimareúne várias informações ambientais de todo o Brasil e disponibiliza de forma rápida pela internet. Tem como objetivo informar a população para que ela tenha uma atuação efetiva em prol do meio ambiente. 2.2.8 Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Am- biental Visa reunir informações sobre os profissionais que atuam na área ambiental, dentre eles o Técnico em Meio Ambiente. A partir desse banco de dados, a empresa pode contatar o profis- sional que esteja precisando. 2.2.9 Penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento legal Este instrumento é estabelecido na Lei de Crimes Ambientais, Lei nº 9.605, de 1998 (BRASIL, 1998)que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 2.2.10 Relatório de Qualidade do Meio Ambiente Este relatório deve ser produzido e divulgado anualmente pelo IBAMA, mostrando os resultados dos indicadores ambientais. 2.2.11 Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ ou utilizadoras dos recursos ambientais. Visa reunir informações sobre os empreendimentos que possam causar poluição ou uti- lizam os recursos naturais. O cadastro forma um banco de dados que pode ser utilizado pelo poder público e pela população. 2.2.12 Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambien- tal, seguro ambiental e outros. Concessão florestal – Concede autorização a um ente privado para explorar, direta ou indireta- mente, florestas públicas, com coleta de sementes ou atividades turísticas. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 19 Servidão ambiental – Quando o proprietário de um imóvel rural, por vontade própria, limita o uso de toda ou parte de sua propriedade, visando a conservação de recursos naturais. Seguro ambiental–Trata-se de um recurso voltado à proteção de empresas e indústrias em re- lação a possíveis danos ambientais. 2.3 Licenciamento Ambiental O Licenciamento Ambiental foi regulamentado pela Resolução Conama nº 237 de 1997 (CONAMA, 1997) e pela Lei Complementar nº 140 de 2011 (BRASIL, 2011). É o procedimento no qual o poder público, representado por órgãos ambientais, autoriza e acompanha a implantação e a operação de atividades, que utilizam recursos naturais ou que sejam consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras. Já a Licença Ambiental é o documento com prazo de validade definido, em que o órgão ambiental estabelece regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental a serem seguidas por sua empresa. Para cada etapa do licenciamento ambiental é emitida uma licença: na fase de planeja- mento é a Licença Prévia (LP); na de implantação, que dá início as obras de construção, a Li- cença de Instalação (LI); e quando o empreendimento está pronto para funcionar, a Licença de Operação (LO). As fases licenciamento estão descritas na Figura 2.2. Figura 2.2: Etapas do licenciamento ambiental. Fonte: elaborado pelo autor. 2.3.1 Etapas do Licenciamento Ambiental Licença Prévia (LP) É a primeira etapa do licenciamento, em que o órgão licenciador avalia a localização e a concepção do empreendimento, atestando a sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos para as próximas fases. Este estudo de viabilidade é baseado no Zoneamento Municipal. • Os documentos básicos necessários nesta fase são: • Memorial de Caracterização do Empreendimento; N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 20 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E • Certidão de Uso e Ocupação do Solo; • Mapa de localização e caracterização ambiental; • EIA-RIMA (quando obrigatório). Para aqueles empreendimentos que podem causar impactos ambientais significativos é exigido o EIA-RIMA. É nesta fase que são analisadas a magnitude dos impactos e quais as medidas de controle ambiental serão adotas. Também poderá ser realizada uma audiência pública para informar e escutar a população afetada. Licença de Instalação (LI) Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de contro- le ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. Os documentos básicos necessários nesta fase são: • Projetos de controle ambiental (Ex: plantas da Estação de Tratamento de Efluentes, sistema de controle de emissões atmosféricas, central de armazenamento de resíduos, entre outros); • Certidão do órgão responsável pelo serviço de distribuição de água e coleta de esgoto no Município. Durante a construção, o empreendedor deverá seguir todas as condicionantes exigidas na LI, de forma a mitigar e monitorar os impactosambientais da obra. Licença de Operação (LO) Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cum- primento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condi- cionantes determinados para a operação. Os documentos básicos necessários nesta fase são: • Comprovação da destinação final de resíduos sólidos; • Testes de eficiência da ETE; • Laudos de monitoramento ambiental das fases anteriores. A LO é emitida após o órgão ambiental vistoriar o empreendimento e constatar que as exigências ambientais foram cumpridas. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 21 2.3.2 Competências para licenciar O licenciamento ambiental é realizado pelas três esferas governamentais (União, Estados e Municípios), cada um, em sua jurisdição, conforme a Lei n nº 140 de 2011. O IBAMA é o órgão federal que licencia empreendimentos em que a área afetada esteja em dois ou mais estados. Também os localizados no mar territorial, terras indígenas, bases militares, em Unidades de Conservação federais e aqueles que utilizam materiais radioativos. Os órgãos estaduais licenciam os empreendimentos que causam impactos em dois ou mais municípios ou aqueles que estejam localizados em Área de Preservação Permanente (APP) ou que são delegados pelo IBAMA. As Secretarias Municipais de Meio Ambiente são responsáveis pelo licenciamento de empreendimentos de baixo potencial poluidor e que estejam localizados apenas nos limites do município. A obra de transposição do Rio São Francisco afetou os estados da Bahia, Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, como pode ser visto na Figura 2.3. Portanto o órgão licenciador foi o IBAMA. Figura 2.3: Transposição do rio São Francisco. Fonte: https://www.nexojornal.com.br/ RESUMO: Nesta aula vimos que o Sistema Nacional de Meio Ambiente é formado por vários órgãos das esferas federal, estadual e municipal. Todos têm sua competência para uti- lizar os instrumentos de gestão ambiental e alcançar os objetivos estabelecidos na nossa PNMA. O licenciamento ambiental é composto pelas etapas de Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 22 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Qual é a função do CONAMA? 2. Quais são os órgãos do SISNAMA responsáveis pelo licenciamento ambiental? 3. Quais são as resoluções do Conama que estabelecem os padrões de qualidade da água e do ar? 4. Na sua cidade existe Secretaria de Meio Ambiente? Quais são as atividades que ela realiza ou que deveria realizar? 5. Como o Técnico em Meio Ambiente pode atuar no licenciamento ambiental? Aula 3 – OCódigo Florestal Brasileiro OBJETIVOS • Identificar as Áreas de Preservação Permanente (APPs); • Conhecer as regras para a Reserva Legal (RL); • Planejar uma propriedade rural legal. O primeiro Código Florestal Brasileiro, data de 1934, determinava que nenhum proprietá- rio poderia “abater” mais de ¾ da vegetação existente em seu imóvel. Em 1965 o código sofreu alterações e criou o conceito de Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL). Em 2012 tivemos a mais recente edição do código, pela Lei nº 12.651 de 2012 (BRASIL, 2012) e vamos abordar as novas regras para as APPs e RL. 3.1 Área de Preservação Permanente (APP) De acordo com o Art. 3º, as APPs são áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabi- lidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. São consideradas APPs em zonas rurais e urbanas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso-d´água (Figura 3.1): • de30m para os cursosd´água de menos de 10m de largura; • de 50m para os cursosd’água que tenham de 10 a 50m de largura; N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 23 • de 100m para os cursosd’água que tenham de 50 a 200m de largura; • de 200m para os cursosd’água que tenham de 200 a 600m de largura; • de 500me para os cursos d’água que tenham largura superior a 600m. Figura 3.1: APP de margens de rios, ribeirões e riachos. Fonte: http://www.ciflorestas.com.br/cartilha b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatóriosd’água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos-d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50m de largura (Figura 3.2); Figura 3.2: APP no entorno de nascentes. Fonte: http://www.ciflorestas.com.br/cartilha d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100m e em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800m, qualquer que seja a vegetação (Figura 3.3). N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 24 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Figura 3.3: APP no entorno de nascentes. Fonte: http://www.ciflorestas.com.br/cartilha As APPs são fundamentais para equilíbrio ecológico, pois garantem o fluxo de água e abrigam várias espécies animais e vegetais. Além disso, controlam a erosão do solo e conse- quentemente o assoreamento e poluição de rios e podem evitar o deslizamento de terras em morros urbanos. Conheça mais sobre as APPs. Assista ao vídeo:https://youtu.be/eL1vnfe_qaY A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, mediante decreto do poder público. 3.2 Reserva Legal (RL) É a área localizada no interior de uma propriedade rural necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas. De acordo com o Art. 12 o imóvel rural deverá obedecer aos seguintes percentuais de RL (Figura 3.4): a) 80% no imóvel situado em área de florestas na Amazônia Legal; b) 35% no imóvel situado em área de cerrado, dentro do território da Amazônia Legal; c) 20% no imóvel situado em área de campos gerais e demais regiões do país. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 25 Figura 3.4: Tamanho da Reserva Legal. Fonte: Jornal “O Estado de São Paulo (2010). A RL são porções de ecossistemas que abrigam a flora e fauna nativa da região. Dessa forma, traz vários benefícios para o produtor rural, como por exemplo: • Conservação do solo, dos corpos hídricos e da biodiversidade; • Provimento de inimigos naturais para o controle de pragas e doenças; • Fornecimento de abrigo e alimentos para animais que polinizam e espalham sementes; e • Conexão das florestas e outros ecossistemas, formando corredores ecológicos. As recentes alterações no Código Florestal permitiu a utilização sustentável da Reserva Legal. Ou seja, nessa área o proprietário poderá realizar atividades econômicas sustentáveis, como turismo, apicultura, extração de óleos e coleta de frutos (Figura 3.5). Figura 3.5: Localização da Reserva Legal. Fonte: http://www.ciflorestas.com.br/cartilha A lei também impõe ao proprietário rural a recomposição da Reserva Legal, caso tenha sido degradada. Isso pode ocorrer por meio de replantio, regeneração naturalou compensação em outro imóvel ou Unidade de Conservação e a realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR). N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 26 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Conheça mais sobre o CAR. Assista ao vídeo:https://youtu.be/x8lxBzwdY7M RESUMO: Nesta aula aprendemos que as Áreas de Preservação Permanente (APPs) não podem ser cortadas (existem algumas exceções) devido a sua importância para proteger os cursos d´água e o solo contra erosão. São exemplos de APP as margens dos rios, res- tingas, manguezais e topos de morro. A Reserva Legal também é outra área a ser protegida e o percentual depende do bioma onde está localizadaa propriedade rural. Na Amazônia a RL é de 80%, cerrado na Amazônia é de 35% e nos outros biomas 20%. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Identifique na imagem as Áreas de Preservação Permanente: Figura 3.6: Áreas de Preservação Permanente. Fonte: Adaptado de https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.florestativa.com.br%2Fareas-preservacao-permanente- 2. Existe algum rio que passa pela sua cidade ou próxima a ela? Como deve ser a sua APP? 3. Como Técnico em Meio Ambiente, quais atividades econômicos você sugere para serem desenvolvidas em uma Reserva Legal? Aula 4 –Lei de Crimes Ambientais OBJETIVOS • Identificar os tipos de crimes ambientais; • Conhecer as penalidades impostas pela lei; • Compreender as circunstâncias que aumentam ou diminuem as penalidades. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 27 A Lei de Crimes Ambientais (LCA), estabelecida pela Lei nº 9.605 de 1998 (BRASIL, 1998), trouxe um grande avanço no combate aos danos ao meio ambiente, pois passou a tipi- ficar os crimes contra a fauna, a flora, os recursos naturais e o patrimônio cultural brasileiro. Antes dessa lei, esses crimes eram encaixados em alguma outra descrição do Código Penal ou em outras leis. Com o surgimento da LCA, a legislação referente às penalidades contra as infrações am- bientais foram centralizadas. Assim, ocorreu uma padronização em todo o país, dando maior segurança as atuações dos órgãos ambientais. A LCA também passou a considerar infrator am- biental às empresas (pessoas jurídicas), que passaram a responder pelos crimes ambientais, juntamente com os seus responsáveis legais (pessoas físicas). 4.1 Tipos de Crimes Ambientais Vamos ver agora como os crimes ambientais são classificados. 4.1.1 Contra a fauna (Art. 29 a 37) São os danos causados aos animais silvestres nativos ou em rotas de migração, motiva- dos por: • Caça, pesca predatória, transporte e comercialização não autorizada; • A introdução de espécies exóticas (oriunda de outros países) sem o devido parecer do órgão ambiental; • Maus tratos e experiências cruéis a qualquer animal (silvestres, domésticos ou exóticos); • Degradação de hábitats pelo lançamento de efluentes e carreamento de resíduos. Não é considerado crime ambiental, quando o abate de animal silvestre é motivado para saciar a fome do agente e da sua família, assim como para proteger lavouras e rebanhos. Pernambuco possui um Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS Tangara), que recebe animais apreendidos em fiscalizações. Os animais são tratados e recondu- zidos para criadouros legais ou devolvidos à natureza (CPRH, 2021a). Conheça mais sobre o CETAS Tangara.Assista ao vídeo:https://youtu.be/0BpK7cytPEQ N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 28 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 4.1.2 Contra a flora (Art. 38 a 53) São considerados crimes contra a flora os danos ou destruição da vegetação nos se- guintes casos: • Localizados em Áreas de Preservação Permanente (APP) ou em Unidades de Conservação (UCs); • Provocar incêndios florestais, ou fabricar vender • transportar ou soltar balões que possam ocasioná-lo em qualquer área; • Extrair minerais em áreas de floretas públicas ou APPs, sem a devida autorização; • Utilizar madeira de lei para fins não nobres, como por exemplo, a produzir carvão; • Danificar plantas de ornamentação em logradouros públicos ou privados; • Desmatar ou comercializar madeira de floresta nativa ou plantada sem a autorização. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) utiliza um sistema de satélites para identificar e quantificar desmatamentos e queimadas no Brasil. Em 2020, o país regis- trou 222.798 focos, contra 197.632 em 2019, um aumento de 12,7%. (INPE, 2021). 4.1.3 Poluição e outros crimes ambientais (Art. 54 a 61) A geração de efluentes, resíduos e emissões atmosféricas são inerentes às atividades hu- manas. Entretanto, são considerados crimes ambientais: • Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição signi- ficativa da flora; • Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização ou deixar de recuperar a área pesquisada ou explorada; • Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas. O rompimento da barragem de Brumadinho (MG) foi um dos crimes ambientais com maiores impactos socioambientais ocorrido no Brasil. A empresa Vale do Rio Doce foi multada em R$ 250 milhões (PRETEL et al., 2020). N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 29 4.1.4 Contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural (Art. 62 a 65) As cidades estão inseridas no meio ambiente urbano e sua construção deve respeitar os aspectos naturais e também os culturais. Neste caso, são considerados crimes ambientais: • Bens protegidos por leis, bibliotecas, museus, instalações científicas e similares; • Alterar a estrutura da edificação ou construir no seu entorno, sem autorização, em razão do seu valor paisagístico, histórico, cultural, arqueológico ou religioso; • Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano. 4.1.5 Contra a administração ambiental (Art. 66 a 69) São as condutas que dificultam ou impedem que o Poder Público exerça a sua função fis- calizadora e protetora do meio ambiente, sendo praticada por particulares ou por funcionários públicos: • Prestar informações falsas, omitir a verdade ou dados científicos em procedimentos de li- cenciamento ambiental; • O agente público de defesa ambiental que deixa de fazer cumprir a obrigação legal ambiental; • Obstar ou dificultar a ação de fiscalização ambiental. 4.2 Penalidades previstas A repressão às infrações penais ambientais acompanha o Direito Penal Clássico, que são as penas privativas de liberdade, restritivas de direito e multa. Independente- mente se o infrator agiu com dolo (intenção de fazer) ou culpa (resultado por impru- dência, negligência ou imperícia) a LCA exige a reparação integral do dano causado ao meio ambiente. Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará: • a gravidade do fato, os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; • os antecedentes do infrator; • a situação econômica do infrator. Atenuantes e Agravantes Na análise do crime ambiental são observadas situações que podem diminuir (atenuar) ou aumentar (agravar) a penalidade imposta ao infrator (SALEME; BONAVIDES, 2020). N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 30 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Algumas situações podem atenuar a pena. São elas: • baixo grau de instrução ou escolaridadedo agente; • arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada; • comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; • colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental. Assim como circunstâncias que agravam a pena, como por exemplo: • Reincidência nos crimes de natureza ambiental; • afetando ou expondo ao perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente; • atingindo áreas de unidades de conservação; • em período de defesa à fauna; • em domingos ou feriados ou à noite; • em épocas de seca ou inundações; • com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; • atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes; • facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. RESUMO Nesta unidade vimos a tipificação descrita na Lei de Crimes Ambientais, como o crime contra a flora, a fauna, o ordenamento urbano, patrimônio cultural e a poluição. A res- ponsabilidade nestes crimes pode ser compartilhada entre a pessoa jurídica (empresa) e a pessoa física. São observadas circunstâncias atenuantes, como o arrependimento do infrator e a comunicação prévia aos órgãos ambientais. Como também as agravantes como a reincidên- cia, em Unidades de Conservação ou facilitada por um agente público. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Durante uma noite de fortes chuvas, a Estação de Tratamento de Efluentes de uma empresa transbordou e o efluente atingiu um rio ocasionando a morte de peixes. Quais os crimes ambien- tais pode ser considerados neste caso? 2. Cite 3 circunstâncias de ATENUAM a gradação da pena prevista na Lei de Crimes Ambientais. 3. Cite 5 circunstâncias de AGRAVAM a gradação da pena prevista na Lei de Crimes Ambien- tais, Lei nº 9605/1998. 4. Cite um exemplo de crime ambiental que tenha ocorrido na sua cidade ou estado. 5. Em que circunstância o Técnico em Meio Ambiente pode ser responsabilizado por um crime ambiental? N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 31 Aula 5 – A Política Nacional de Recursos Hídricos OBJETIVOS: • Conhecer os objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH); • Identifi car os instrumentos de gestão de recursos hídricos; • Compreender a função do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Considerado a importância dos recursos hídricos para a manutenção da vida e a escassez de água potável, desde 1934, no Brasil, já havia um Código de Águas, que estabelecia diretrizes para o seu uso. Mas com a publicação da Lei nº 9.433 de 1997 (BRASIL, 1997), que estabele- ce a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), houve uma profunda transformação no gerenciamento desses recursos. 5.1 Fundamentos e objetivos Já no Art. 1 da PNRH, que estabelece os fundamentos, a água é denominada como um bem de domínio público, limitado e dotado de valor econômico. Por ser limitado, em casos de escassez no Brasil, o seu uso deve priorizar o consumo humano e animal. A lei estabelece que a gestão dos recursos hídricos deva considerar os seus múltiplos usos, como o abastecimento humano, agricultura, indústria, geração de energia, preservação ambiental, entre outros(Figura 5.1), ser descentralizada na bacia hidrográfi ca e contar com a participação do poder público e da sociedade. Figura 5.1: Usos múltiplos da água. Fonte: https://www.prhp2p3.ufmt.br N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 32 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Os objetivos da PNRH são: • assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, baseado nos princípios do Desenvolvimento Sustentável; • a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, com a adoção de práticas e tecnolo- gias mais eficientes para combater o desperdício e a poluição; e • a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais, considerando os cenários de mudanças climáticas. Eventos hidrológicos críticos São cenários de escassez de água causada pela ausência de chuvas, ou enchentes e inun- dações ocasionadas por fortes precipitações. Esses eventos tem sido agravados pelas mudanças climáticas (POLETO et al., 2020). 5.2 Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos Para alcançar os objetivos da PNRH, a lei criou alguns instrumentos de gestão de recursos hídricos. Vamos estudar agora sobre eles. 5.2.1 Planos de Recursos Hídricos Visa orientar, articular, controlar e racionalizar a utilização dos recursos hídricos.Os pla- nos de recursos hídricos são instrumentos preventivos e conciliadores dos conflitos. A confec- ção dos planos é atribuição da agência de água e sua aprovação compete ao comitê de bacia. São planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de im- plantação de seus programas e projetos. Os planos devem apresentar: • Diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; • Análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo; • Identificação de conflitos potenciais; • Metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recur- sos hídricos disponíveis; • Prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos; • Diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos; N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 33 • Propostas para a criação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção dos re- cursos hídricos. Conheça mais sobre os Planos de Recursos Hídricos e o enquadramento dos corpos d´água. Assista ao vídeo:https://youtu.be/f2Yj9NYID9w 5.2.2 Enquadramento dos corpos de água em classes segundo os usos prepon- derantes Visa assegurar a qualidade da água compatível com os usos mais exigentes a que se des- tinam e diminuir os custos do combate à poluição mediante adoção de ações preventivas per- manentes. O enquadramento é feito levando em consideração a condição atual de um rio (o rio que temos), a qualidade que desejamos alcançar (o rio que queremos) e as limitações técnicas e econômicas (o rio que podemos ter). A resolução Conama nº 357 de 2005, estabeleceu as classes dos corpos d’água de acordo os padrões de qualidade exigidos para o uso pretendido. Os critérios de enquadramento podem ser visualizados na Figura 5.2 Figura 5.2: Enquadramento dos cursos d’água, conforme a resolução CONAMA nº 357 de 2005. Fonte: elaborado pelo autor. 5.2.3 Outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos Tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e garantir o direito de acesso à água. É um ato administrativo pelo qual a autoridade outorgante concede ao outorgado o direito de uso dos recursos hídricos, por prazo determinado e de acordo com os termos e condições preestabelecidas. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 34 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E Como a água é um bem de domínio público, ou seja, pertence a todos, o proprietário de uma área que possui água deve solicitar a outorga e pagar pelo o seu uso. Os valores a serem pagos são estabelecidos pelos Comitês de Bacia (ANA, 2020). As atividades listadas abaixo estão sujeitas a regime de outorga pelo Poder Público: • Captação de água para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de pro- cesso produtivo; • Extração de água de aquífero subterrâneo; • Lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ougasosos; • Aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; • Outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água. Já essas atividades não precisam solicitar a outorga: • O uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos popula- cionais, distribuídos no meio rural; • As derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes; • As acumulações de volumes de água consideradas insignificantes. A outorga pode ser suspensa nos seguintes casos: • Não cumprimento dos termos da outorga; • Ausência de uso por três anos consecutivos; • Para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas adversas; • Prevenir ou reverter grave degradação ambiental; • Atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se disponha de fontes alternativas; • Manter as características de navegabilidade do corpo de água. 5.2.4 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos A cobrança visa reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor e incentivar a racionalização do uso da água. Também será possível obter re- cursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 35 Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados. Devem ser observadas as derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de va- riação. Assim como os lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente. Aprenda mais sobre a cobrança pelo uso da água. Assista ao vídeo:https://youtu.be/PgqfCjYwui0 5.2.5 Sistema de informações sobre recursos hídricos. É um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão. Tem como princípio a descentralização da obtenção e produção de dados e informações, a coordenação unificada do sistema e acesso aos dados e informações garantido a toda a sociedade. O sistema reúne e dá consistência a divulgação e atualização dos dados e informações so- bre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil e fornece subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos. Veja as informações disponíveis no SNIRH. Acesse o link:https://www.snirh.gov.br 5.3 Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) é o conjunto de órgãos e colegiados que concebe e implementa a PNRH. O papel principal do SINGREH é fazer a gestão dos usos da água de forma democrática e participativa. Além disso, o Sistema tem como principais objetivos: • Coordenar a gestão integrada das águas; • Arbitrar administrativamente os conflitos relacionados aos recursos hídricos; • Planejar, regular e controlar o uso, bem como a recuperação dos corpos d’água; • Promover a cobrança pelo uso da água. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 36 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E O SINGREH é composto pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), pela Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental (SRQA), pela Agência Nacional de Águas (ANA), pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos (CERH), pelos Órgãos gesto- res de recursos hídricos estaduais (Entidades Estaduais), pelos Comitês de Bacia Hidrográfica e pelas Agências de Água. A estrutura do SINGREH pode ser visualizada na Figura 5.3: Figura 5.3: Estrutura do SINGREH. Fonte: https://www.alfaconnection.pro.br/mudancas-climaticas/gerenciamento-das-aguas/ RESUMO Aprendemos nesta aula que a Política Nacional de Recursos Hídricos estabeleceu que água é um bem de domínio público, finito e dotado de valor econômico. Os planos ava- liam a disponibilidade e a demanda da água e as diretrizes para outorga e cobrança. Essa gestão é compartilhada entre o poder público e a coletividade e descentralizada na bacia hidrográfica. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. O município que você mora está inserido em qual bacia hidrográfica? 2. Pesquise e cite ações de gestão desenvolvidas no âmbito da bacia hidrográfica onde você mora. 3. Qual o objetivo da cobrança pelo uso da água? 4. Descreva as ações dos Comitês de Bacia? 5. Como o Técnico em Meio Ambiente pode atuar no gerenciamento dos recursos hídricos em uma empresa? N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 37 Aula 6 – Programanacional de controle da qualidade do ar OBJETIVOS • Conhecer os principais poluentes atmosféricos; • Interpretar os padrões de qualidade do ar; • Compreender o Índice de Qualidade do Ar (IQAr). O ar que respiramos é composto por uma série de gases, sendo o oxigênio (O2) o princi- pal para nossas vidas. Entretanto, as atividades industriais principalmente ligadas à queima de combustíveis fósseis, emitem outros gases para a atmosfera, como o óxido de enxofre (SO2) e o óxido de nitrogênio (NO2), que podem causar doenças na população. A resolução Conama nº 491 de 2018 estabeleceu os padrões de qualidade de ar no Brasil. Veremos agora as principais definições dessa resolução. 6.1 Poluentes atmosféricos É qualquer forma de matéria em quantidade, concentração que tornem ou possam tor- nar o ar impróprio ou nocivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade ou às atividades normais da comunidade. Os principais poluentes e efeitos a saúde das pessoas e ao meio ambiente estão descritos no Quadro 6.1: POLUENTE ATMOSFÉRICO EFEITOS Monóxido de Carbono(CO) Combina-se rapidamente com a hemoglobina ocupando o lugar do oxigênio, podendo levar a morte por asfixia. Dióxido de Enxofre(SO2) Inflamações graves da mucosa nasal. Pode, ainda, aumentar a incidência de rinite, faringite e bronquite. É um dos causadores da chuvaácida. Hidrocarbonetos (HC) Causa irritação aos olhos, nariz, pele e trato respiratório superior. São consid-eradoscarcinogênicos e mutagênicos Óxidos de Nitrogênio(NOx) É altamente tóxico ao homem, pois aumenta sua susceptibilidade aos problemas respiratórios em geral. Causa a chuvaácida e o aquecimento global. Ozônio(O3) Provoca danos na estrutura pulmonar, reduzindo sua capacidade e diminuin- do a resistência às infecções. É agressivoàsplantas, agindocomoinibidor da fotossíntese. Material Particulado (MP) Alteração da visibilidade; alteração no balanço de nutrientes de lagos, rios edo solo; danificação da vegetação e alteração na diversidade do ecossistema. Quadro 6.1: Poluentes atmosféricos e impactos na saúde no meio ambiente.Fonte: Adaptado de CETESB (2021) N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 38 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E A magnitude desses efeitos dependerá da concentração de cada um desses gases na atmos- fera, ou do conjunto deles. Para tanto, a legislação estabeleceu os padrões de qualidade do ar baseado nessas concentrações. Veja como a poluição ambiental afeta a nossa saúde. Assista ao vídeo:https://youtu.be/6OopxyQd4Bc 6.2 Padrões de qualidade do ar O estabelecimento de padrões é um dos instrumentos de gestão da qualidade do ar, determinado como valor de concentração de um poluente específico na atmosfera, asso- ciado a um intervalo de tempo de exposição, para que o meio ambiente e a saúde da po- pulaçãosejam preservados em relação aos riscos de danos causados pela poluição atmosférica. A resolução estabeleceu padrões de qualidade do ar intermediários (PI), que devem ser cumpridos em etapas, até chegarem ao padrão final (PF), que são os valores guia definidos pela Organização Mundial da Saúde - OMS em 2005. Alguns valores estabelecidos na resolução Conama nº 491 de 2018 estão descritos na Tabela 6.1: Poluente Atmosférico Período de Referência PI-1 PF mg/m³ mg/m³ ppm MP10 24 horas 120 50 - Anual¹ 40 20 - MP2,5 24 horas 60 25 - Anual¹ 20 10 - SO2 24 horas 125 20 - Anual¹ 40 - - NO2 1 hora² 260 200 - Anual¹ 60 40 - O3 8 horas³ 140 100 - Fumaça 24 horas 120 50 - Anual¹ 40 20 - CO 8 horas³ - - 9 1média aritmética anual; 2 média horária; 3 máxima média móvel obtida no dia. Tabela 6.1: Padrões de Qualidade do Ar Fonte: Conama (2018) N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 39 Os órgãos ambientais estaduais deverão elaborar o Plano de Controle de Emissões Atmosféricas, com as seguintes informações: • abrangência geográfica e regiões a serem priorizadas; • identificação das principais fontes de emissão e respectivos poluentes atmosféricos; e • diretrizes e ações com respectivos objetivos, metas e prazos de implementação. 6.3 Avaliação da qualidade do ar O Índice de Qualidade do Ar (IQAr) é utilizado para simplificar as informações do moni- toramento da qualidade do ar de forma a torná-las mais acessíveis ao público. O IQAr é calcu- lado de forma adimensional e os resultados expressos em cinco faixas: BOA, MODERADA, RUIM, MUITO RUIM ou PÉSSIMA. Objetivando relacionar IQAr e as respectivas consequências para a saúde, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) desenvolveu um sistema de qualificação associado aos efeitos sobre a saúde, independentemente do poluente em questão. Esses efeitos estão des- critos na Figura6.1: Figura6.1: Qualidade do ar e efeitos à saúde Fonte: CETESB (2021) Saiba como funciona o monitoramento da qualidade do ar. Assista ao vídeo:https://youtu.be/_QD61Y9iaqs N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 40 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E RESUMO Nesta aula você conheceu os principais poluentes atmosféricos: Monóxido de Carbo- no(CO); Dióxido de Enxofre (SO2); Dióxido de Nitrogênio (NO2); Material Particu- lado; Oxônio (O3) e Chumbo. Também vimos os padrões de qualidade do ar e efeitos associados à saúde humana. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Quais são as principais fontes de emissão de SO2 e quais os efeitos para o meio ambiente? 2. Para que serve o Índice de Qualidade do Ar (IQAr)? 3. Quais são as principais fontes de poluição atmosférica da sua cidade? 4. O órgão ambiental da sua cidade ou do seu estado realizam o monitoramento da qualidade do ar? Quais os parâmetros monitorados? 5. Como o Técnico em Meio Ambiente deverá acompanhar o controle de emissões atmosféricas de uma indústria? N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 41 7. Considerações finais A legislação ambiental brasileira é bastante extensa e uma das melhores do mundo. En- tretanto, o país sofre crimes ambientais sistemáticos, como o desmatamento da Amazônia e de outros biomas, poluição dos rios com despejos de efluentes e perda de biodiversidade pelo tráfico de animais silvestres. Agora que você conhece um pouco sobre a legislação ambiental, é importante que exerça também o dever de cidadão, na defesa do meio ambiente, conforme preconiza a nossa Cons- tituição Federal. Busque informações e participe ativamente de fóruns e audiências sobre a questão ambiental. E na vida profissional, não se esqueça de que o cumprimento da legislação ambiental é o mínimo a se fazer. Você poderá buscar soluções mais sustentáveis, que sejam econômicas, socialmente justas e menos agressivas ao meio ambiente. Faça sua parte! N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 42 N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 8. Referências bibliográficas ANA. Agência Nacional de Águas. Direito de águas à luz da governança. Pilar Carolina Villar; Maria Luiza Machado Granziera. – Brasília: ANA, 2020. 168 p BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Comissão de Legislação Participativa. Cerrado e Caatinga como patrimônio nacional. Brasília: Câmara dos Deputados,Edições Câmara, 2010a.95 p. ___. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 10 abril. 2021. ____. Lei Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010b. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 05 abril. 2021. ____. Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: 05 abril. 2021. ____. Lei Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 05 abril. 2021. ____. Lei Nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm. Acesso em: 05 abril. 2021. ____. Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas deri- vadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm. Acesso em: 05 abril. 2021. ____. Lei Nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 05 abril. 2021. N E a D - N ú c le o e m E d u c a ç ã o a D is tâ n c ia - C O D A I | U F R P E 43 ____. Lei Nº 9.985, de 18 de junho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm. Acesso em: 10 abril. 2021. CETESB. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Poluentes Atmosféricos. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/ar/poluentes/. Acesso em: 10 abril. 2021a. ____. Padrões de Qualidade do Ar. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/ar/padroes-de-qualidade- do-ar/. 2021b. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Nº 01, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html. Acesso em: 09 abril. 2021. ____. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dis- põe sobre o licenciamento
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