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Pressão Julimar Simões de Paula Notas de FísicaNotas de Física Termodinâmica Estatística Pressão Notas de Física Termodinâmica Estatística Pressão A pressão é uma propriedade muito importante no estudo da Termodinâmica. Sabendo disso, construiremos juntos, a expressão da pressão de um gás ideal em um sistema a partir de seus constituintes. A ideia aqui é assumir que os parâmetros macroscópicos como a pressão do gás, podem ser determinados a partir de parâmetros microscópicos, como a velocidade das partículas que o constituem. Essa construção será possível pelo uso da estatística, o que nos leva à abordagem da termodinâmica estatística. Sendo assim, o modelo que iremos trabalhar será o assembler canônico; estrutura que garante que a forma como as velocidades das partículas irão se comportar é pela densidade de probabilidade de maxwell- boltzmann. Pressão Para começar efetivamente nosso trabalho, iremos propor algumas considerações. Trabalharemos com um gás muito simples. Esse gás está preso dentro de um recipiente. Ele é composto de um único tipo de material, ou seja, todos as partículas que o compõem tem a mesma massa m. Esse gás é suficientemente rarefeito para não precisarmos nos preocupar com interações entre seus constituintes. ou seja ele é um gás ideal. Continuando, sabemos que a pressão e dada por P = dF/dA (1). Portanto, para encontrarmos qual é a força média que atua sobre as paredes do recipiente escolhido, precisaremos saber o número de partículas que têm as condições de colidir com esse recipiente em um intervalo de tempo dt . Para isso usaremos a construção da figura a seguir. Pressão R dV dA Figura 1: Aqui temos um pequeno elemento de área dA. Esse elemento está cercado por uma densidade de partículas n. Usaremos dV como elemento de volume para contabilizar as partículas. R determinará a região onde as partículas serão contadas. Pressão De modo mais específico, estamos contando os elementos a uma distância r<R, em um volume muito pequeno que atravessam a área dA com velocidade entre v e v + dv. Para resolver esse problema, nós iremos dividi-lo por partes, e cada parte está relacionada a uma condição imposta pelo problema. 1) Existe um certo número de elementos em dV. 2) só podem chegar em dA os elementos de dV que tem velocidade apontando na direção de dA. 3) para calcular o numero de elementos com velocidade entre v e v + dv, assumimos a probabilidade de um elemento de dV ter velocidade entre esses valores. Pressão A sim, a partir da condição 1, nos resta encontrar qual o número de elementos no interior de dV. Vejamos a Figura 2 abaixo Temos que no volume dV teremos uma quantidade de partículas Ne(V) = n dV (2) conforme o desenho, escolhemos para representar dV coordenadas esféricas, de modo que R dV z x Figura 2. Pressão dV = R²sen(θ)drdθdφ. Assim, o número de elementos Ne(V) entre V + V+dV é Ne(V) = nR²sen(θ)drdθdφ. (3) Agora encontraremos proporção dos elementos em dV que apontam no sentido de dA. Novamente iremos trabalhar com uma figura. dA z dAcos(θ) Figura 3. Pressão Note que a medida que θ se afasta do eixo z mais difícil de um elemento em dV acertar em cheio dA. Isso ocorre por que apesar de dA ser constante, a área efetiva de secção reta diminui com θ. Logo o número de elementos que chegam a dA é diretamente proporcional a dAcos(θ). Figura 4. dAcos( θ) Pressão Apesar disso, a área efetiva captura apenas uma parte de todos elementos. As partículas restantes podem fugir por outras direções em torno de dV (Figura 4). Sabendo que a área de escape total é o a esfera centrada em dV de raio R, a proporção dos elementos que chegam a dA será dada por PA = dAcos(θ)/ 4πR² (4) Prosseguindo verificaremos a probabilidade de um elemento ter uma velocidade entre v e v + dv. Essa é a parte mais direta, essa propriedade será a distribuição de velocidade medida empiricamente para o problema. Como assumimos que esse problema faz parte de um sistema macroscópico canônico usaremos para definir a distribuição de velocidades a distribuição de Maxwell-Boltzmann. Pressão f(v)dv = (4m/2kBT√π) × (v²e^(mv²/2kBT))dv (5) Agora basta apenas fazer o produto das grandezas encontrada até agora: N° = Ne(V)dV×PA×f(v)dv N°=n×sen(θ)drdθdφ×dA(cos(θ)/ 4π) × f(v)dv (6) Sabendo que as grandezas tem que esta dentro da esfera r<R assumiremos que dr = vdt. Sendo assim, Substituindo em N° teremos N° = n.sen(θ)v dtdθdφ×dA(cos(θ)/4π)×f(v)dv (7) Apesar N° ser uma estrutura que aparentemente possui muitas caracteristicas estatísticas e parecer uma simples contagem de elementos, essa construção é muito importante. Pressão Nela estão muitas das considerações suficientes para se propor um gás ideal. Aliás, será daqui que sairá a lei dos gases ideais assim como outras de suas propriedades. Continuando, agora que já contamos os elementos que têm condição de exercer pressão sobre o recipiente em um tempo dt, precisamos saber como é o momento que essas partículas transferem. vejamos a figura a seguir θ v Pressão Aqui iremos supor que a colisão é elástica, sendo assim, apenas a variação de momento na vertical contribuirá para o cálculo da pressão. Desta forma, a pressão de uma única partícula deve ser dada por q = 2mv cos(θ) (8). Aqui vale uma observação: como estamos trabalhando de forma estatística, trabalharemos com o módulo de q. Sendo assim os ângulos que nós devemos levar em consideração os valores 0< θ < π/2. Agora sim voltaremos a equação (1) P = dF/dA = dp/(dt dA). (9) Como voce deve esta imaginando dp = ∫∫∫q x N°dθdφdv , (10) para todas velocidades e direções. Pressão Substituindo (7), (8) e (10) em (9) teremos a que P = 1/(dt dA) ∫∫∫ 2mv cos(θ) × n.sen(θ)vdθdφ × cos(θ)/4π × f(v)dv dAdt = (mn/2π) × ∫∫cos²(θ)sen(θ)dθdφ× ∫v²f(v)dv. (11) fazendo a integral a baixo em 0< θ < π/2 e em 0<φ< 2π ∫∫cos²(θ)sen(θ)dθdφ = 2π/3 (12) de modo semelhante para todo v ∫v²f(v)dv= <v²> (13) Pressão Substituindo (12), (13) em (11) teremos enfim P = (mn/2π) × 2π/3 × <v²> P = (mn/3) × <v²> (14) Como poderiamos esperar a pressão depende media quadratica da velocidade, que esta diretamente ligada a energia cinetica média das particulas. Assumindo a relação entre esse termo e a temperatura <v²> = 3kBT/m, (15) chegamos em na lei dos gases ideais P = n kb T => PV = N kb T (16). Assim finalmente concluímos nosso objetivo. A partir de agora temos uma ótima ferramenta para o estudo dos gases. Tal equação também pode ser verificada experimentalmente. Pressão Então terminamos nossa demonstração por aqui. No mais, muito obrigado e até a próxima. Julimar Simões de Paula Viçosa -MG 2021
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