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02 - Proc Penal - Princípios (explícitos, implícitos e do processo penal propriamente ditos)

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3 
 
PRINCÍPIOS E SISTEMAS DO 
PROCESSO PENAL 
 
Princípio  mandamento nuclear de um sistema. 
 
 
Princípios constitucionais – explícitos e implícitos e 
princípios do processo penal propriamente ditos. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
EXPLÍCITOS 
 
1. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA 
INOCÊNCIA OU DA NÃO CULPABILIDADE 
 
- Art. 5º, LVII, CF 
 
Presunção de inocência até o trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória. 
 
Para Eugênio Pancielli é “situação jurídica de 
inocência” pois todos nascem inocentes, persistindo 
até o trânsito em julgado, não se trata de presunção. 
 
Consequências: 
 
1. Ônus da prova em regra é da acusação: 
Exceções : as causas excludentes de ilicitude e de 
culpabilidade competem ao acusado, mesmo o juiz 
sendo autorizado a absolver o réu, quando houver 
fundada dúvida sobre a existência dessas causas – 
art. 386, VI, CPP; bem como nos casos de extinção 
da punibilidade e circunstâncias que mitiguem a pena. 
 
2. As prisões cautelares são medidas 
excepcionais: 
A regra é que o indivíduo responda o processo em 
liberdade e só deve ser levado a cárcere se 
existirem motivos cautelares – art. 312, CPP, 
devendo ser contemplado pela liberdade provisória, 
com ou sem fiança, sempre que a lei autorizar. 
 
A prisão preventiva é medida extrema ou ultima 
ratio, somente sendo aplicável se não for cabível sua 
substituição por outra medida cautelar prevista no 
art. 319, CP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
funções
normativa (força 
coercitiva)
interpretativa (quando 
houver dúvida na 
interpretação da norma)
LVII - ninguém será considerado culpado 
até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória; 
Art. 312. CPP - A prisão preventiva poderá ser 
decretada como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da 
instrução criminal, ou para assegurar a 
aplicação da lei penal, quando houver prova da 
existência do crime e indício suficiente de 
autoria. 
Parágrafo único. A prisão preventiva também 
poderá ser decretada em caso de 
descumprimento de qualquer das obrigações 
impostas por força de outras medidas 
cautelares (art. 282, § 4o). 
Art. 5º, LXVI, CF - ninguém será levado à 
prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Execução provisória de pena privativa de liberdade a partir de decisão condenatória em segunda 
instância 
 
- condenação definitiva – trânsito em julgado  execução da pena 
 
- condenação provisória – possibilidade de recursos  execução provisória 
 
Possibilidade de execução provisória – STF – 4 momentos: 
1. até fev.2009  SIM! 
2. fev.2009 a fev. 2016  NÃO! 
Poderia aguardar o julgamento do RE ou REsp preso, desde que presentes os requisitos da prisão 
preventiva e não como execução provisória da pena. 
3. fev. 2016 a nov.2019  SIM! 
Possibilidade de execução provisória após acórdão condenatório em 2º grau. 
RE e REsp não têm efeito suspensivo e a decisão recorrida continua a produzir efeitos. 
Até a condenação em 2º grau, presume-se a inocência. Após esse momento, exaure-se o p. da não 
culpabilidade, pois os recursos cabíveis ao STJ ou STF não se prestam a discutir fatos e provas, 
mas apenas matéria de direito. 
4.Nov.2019  NÃO! 
ADCs 43, 44 e 54 – cumprimento da pena apenas após o esgotamento de todos os recursos! 
Argumentos: 
- o texto “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória” 
não deixa margens para interpretação diversa; 
- é infundada a interpretação de que a defesa do princípio da presunção da inocência poderia obstruir as 
atividades investigatórias e persecutórias do Estado, sendo que a repressão a crimes não pode 
desrespeitar a ordem jurídica e os direitos e garantias fundamentais dos investigados; 
- a constituição não pode se submeter à vontade dos Poderes, nem o Poder Judiciário se embasar no 
clamor público. 
 
 A decisão tem efeito vinculante pois foi proferida em sede de ADC – efeitos vinculantes e erga 
omnes 
 
 
 
 
5 
3. Medidas constritivas de Direito só serão 
decretadas de maneira excepcional - Somente 
serão aplicadas quando indispensáveis à persecução 
criminal 
 
2. PRINCÍPIO DA IGUALDADE 
PROCESSUAL OU DA PARIDADE DAS 
ARMAS – PAR CONDITIO 
 
Igualdade material. 
 
Idênticas possibilidades de alegação de prova e de 
impugnação. 
 
Relacionado à própria efetivação do sistema 
acusatório. O réu não pode se defender sozinho, 
pois, via de regra, não tem condições técnicas para 
tanto, salvo se for advogado. (art. 263, CP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA 
- art. 5º , LV 
- compensar a hipossuficiência e frente ao Estado. 
 
 
 
Autodefesa – promovida pelo próprio réu, durante 
seu interrogatório, sem assistência de procurador – 
é disponível, sendo garantido direito ao silêncio, na 
segunda parte do interrogatório – perguntas sobre 
os fatos delitivos. 
O direito ao silêncio não é lícito na primeira parte 
do interrogatório – referente a perguntas sobre 
qualificação processual. 
Ampla 
defesa
Autodefesa
Defesa 
técnica
Requisitos: 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: 
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente 
previstos, para evitar a prática de infrações penais; 
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou 
acusado. 
 
Medidas cautelares diversas da prisão: 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou 
acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou 
acusado dela permanecer distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou 
instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho 
fixos; 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio 
de sua utilização para a prática de infrações penais; 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos 
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu 
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
IX - monitoração eletrônica. 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas 
cautelares. 
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do 
território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. 
Outras medidas constritivas: 
- quebras de sigilo fiscal, bancário e telefônico, violação de domicílio e apreensão domiciliar.. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza... 
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á 
nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu 
direito de, a todo tempo, nomear outro de sua 
confiança, ou a si mesmo defender-se, caso 
tenha habilitação. 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autodefesa: direito de audiência e direito de 
presençaDireito de audiência – ser ouvido no processo 
Direito de presença – estar presente nos atos 
processuais – audiência 
 
 
Defesa técnica – promovida pelo procurador, 
defensor técnico - é indisponível. 
 
Consequências diretas da ampla defesa: 
a. Apenas o réu tem direito à revisão criminal – 
sempre pro reo nunca pro societate 
b. O juiz deve sempre fiscalizar a eficiência da 
defesa do réu, devendo declarar o réu 
indefeso - Súmula 523, STF – “No 
processo penal, a falta da defesa constitui 
nulidade absoluta, mas a sua deficiência só 
o anulará se houver prova de prejuízo para 
o réu”. 
 
Art. 187. O interrogatório será constituído de 
duas partes: sobre a pessoa do acusado e 
sobre os fatos. 
§ 1o Na primeira parte o interrogando será 
perguntado sobre a residência, meios de vida 
ou profissão, oportunidades sociais, lugar 
onde exerce a sua atividade, vida pregressa, 
notadamente se foi preso ou processado 
alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo 
do processo, se houve suspensão condicional 
ou condenação, qual a pena imposta, se a 
cumpriu e outros dados familiares e 
sociais. 
§ 2o Na segunda parte será perguntado 
sobre: 
I - ser verdadeira a acusação que lhe é 
feita; 
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem 
algum motivo particular a que atribuí-la, se 
conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser 
imputada a prática do crime, e quais sejam, e 
se com elas esteve antes da prática da 
infração ou depois dela; 
III - onde estava ao tempo em que foi 
cometida a infração e se teve notícia 
desta; 
IV - as provas já apuradas; 
V - se conhece as vítimas e testemunhas já 
inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se 
tem o que alegar contra elas; 
VI - se conhece o instrumento com que foi 
praticada a infração, ou qualquer objeto que 
com esta se relacione e tenha sido 
apreendido; 
VII - todos os demais fatos e pormenores que 
conduzam à elucidação dos antecedentes e 
circunstâncias da infração; 
VIII - se tem algo mais a alegar em sua 
defesa 
Súmula 522 - STJ: A conduta de 
atribuir-se falsa identidade perante 
autoridade policial é típica, ainda que 
em situação de alegada autodefesa. 
Art. 307, CP – falsa identidade 
Art. 339, CP - denunciação caluniosa 
Art. 341, CP – autoacusação falsa 
STJ – ausência do réu na oitiva de 
testemunhas não gera nulidade se o seu 
defensor estava presente e não houve 
prejuízos. 
STF – ausência de réu preso em oitiva e 
inexistência de manifestação expressa 
quanto à intenção de participar, não gera 
nulidade. 
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á 
nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu 
direito de, a todo tempo, nomear outro de sua 
confiança, ou a si mesmo defender-se, caso 
tenha habilitação. 
- o magistrado, antes de nomear novo 
defensor, deverá intimar o acusado para 
constituir novo defensor e possui, ainda, 
direito de constituir novo defensor a qualquer 
tempo. 
 
STJ – direito de constituir novo defensor 
mesmo que seja revel, apenas nos casos de 
omissão do acusado é que o juiz nomeará 
defensor. 
Súm. 707, STF - Constitui nulidade a falta 
de intimação do denunciado para oferecer 
contrarrazões ao recurso interposto da 
rejeição da denúncia, não a suprindo a 
nomeação de defensor dativo. 
 
7 
4. PRINCÍPIO DA PLENITUDE DE DEFESA 
 
Art. 5º, XXXVIII, “a”, CF 
 
Específico para o tribunal do júri. 
 
Permite ao réu que utilize de todos os meios 
lícitos de defesa, ainda que não previstos 
expressamente pelo ordenamento jurídico. 
Comporta não apenas a defesa técnica, mas 
também o apelo sentimental, social, política 
criminal. 
Consequências diretas: 
1. Maior atenção do juiz para com a defesa 
do réu, podendo inclusive designar novo 
defensor, dissolução do conselho de 
sentença ou sessão de julgamento. 
2. Possibilidade de apresentação de nova 
tese na tréplica: possibilidades de novos 
argumentos, sendo vedados novos fatos 
ou provas. 
STJ – impossibilidade de inovação de tese defensiva 
na tréplica, por ofensa ao contraditório. Entretanto, 
não se aplica à tese de clemência, que é obrigatória 
e a falta de sua formulação acarretará nulidade 
absoluta. 
Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte 
ordem, indagando sobre: 
I – a materialidade do fato; 
II – a autoria ou participação; 
III – se o acusado deve ser absolvido; 
3. Caso o réu precise de mais tempo nos 
debates, poderá pedi-lo, sem que isso 
gere necessariamente igual direito ao 
MP. 
5. PRINCÍPIO DA PREVALÊNCIA DO 
INTERESSE DO RÉU OU FAVOR REI, 
FAVOR LIBERTATIS, IN DUBIO PRO REO, 
FAVOR INOCENTE 
 
Art. 5, LVII, CF 
 
Havendo dúvidas acerca do direito de punir, deve-se 
privilegiar o direito de liberdade do réu. 
 
Consequência prática: possibilidade de absolvição 
do réu nas hipóteses de fundada dúvida sobre a 
existência de excludentes de ilicitude ou 
culpabilidade. 
 
6. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO OU 
DA BILATERALIDADE DA AUDIÊNCIA 
 
- art. 5º, LV 
 
- ambas as partes têm o direito de se manifestar 
sobre qualquer fato alegado ou prova produzida 
pela parte contrária. 
 
- em regra seria apenas sobre fatos e provas, mas 
também se aplica em matéria de direito quando 
possibilitar a extinção do feito. (ex. abolitio 
criminis) 
 
- efetivação do contraditório: 
 Direito de ser intimado 
 Direito de manifestar sobre fatos e provas 
 Direito de interferir no pronunciamento do 
juiz. 
7. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL 
 
- art. 5º, LIII, CF 
 
A CF ou a Lei é quem define o julgador – competência 
– vedando-se o tribunal ou juiz de exceção. 
 
Busca-se a figura do juiz imparcial, entretanto não 
impede a criação de novas Varas e consequente 
remessa dos autos ao novo Juízo. 
 
 
 
STF – empate no julgamento de ação peal, 
deve prevalecer a decisão mais favorável 
ao réu – info 888. 
 
STJ e STF – o princípio não tem 
aplicabilidade nas fases de 
oferecimento da denúncia e na prolação 
da decisão de pronúncia do tribunal do 
júri, prevalecendo o in dubio pro 
societate – info 898, STF 
A criação de novas varas e a remessa dos autos é 
válida para toda a coletividade. 
STJ e STF – a redistribuição não viola o princípio 
do juiz natural, pois visa igualar os acervos. 
STF – convocação excepcional de juízes de 
primeiro grau para integrar câmaras julgadoras 
nos tribunais não ofende o princípio. 
 
8 
 
8. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
Arts. 5º, LX e XXXIII, art. 93, IX, CF e art. 792, 
Caput 
 
- os atos processuais devem ser praticados 
publicamente e permitindo o amplo acesso.  
Publicidade Geral 
- exceções: defesa da intimidade ou interesse 
social.  Publicidade Específica 
 *nas situações de exceção, os atos sempre 
serão praticados na presença do MP, assistente de 
acusação (se houver) e do defensor (podendo excluir 
a pessoa do réu – art. 217, CPP) 
 
9. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DAS PROVAS 
ILÍCITAS 
 
Art.5º, LVI, CF 
 
São inadmissíveis as provas obtidas por meios 
ilícitos. 
 
Desentranhamento do processo.  *se preclusa a 
decisão de desentranhamento, permanecendo nos 
autos, deverá ser inutilizada por decisão judicial, 
de forma que não haverá nulidade desta decisão. 
 
Caso o juiz venha a utilizar de prova ilícita  
nulidade absoluta da sentença. 
 
 
 
 
 
 
 
Provas Proibidas
Provas ilícitas
Viola regra de 
direito material
ex. confissão 
mediante tortura 
Provas ilegítimas
Viola regra 
processual
ex. laudo pericial 
feito por apenas 1 
perito
Prova ilítica por 
derivação - teoria 
dos frutos da 
árvore 
envenenada
Decorre de uma 
prova ilícita 
originária
só será ilícita se 
houver nexo 
causal entre as 
provas ou as 
provas derivadas 
não puderem ser 
obtidas por uma 
fonte 
independente.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu 
poderá causar humilhação, temor, ou sério 
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de 
modo que prejudique a verdade do depoimento, 
faráa inquirição por videoconferência e, somente 
na impossibilidade dessa forma, determinará a 
retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a 
presença do seu defensor. 
 
Publicidade de ato processual – art. 792, p.1º, CPP 
 
§ 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou 
do ato processual, puder resultar escândalo, 
inconveniente grave ou perigo de perturbação da 
ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, 
poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do 
Ministério Público, determinar que o ato seja 
realizado a portas fechadas, limitando o número de 
pessoas que possam estar presentes. 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser 
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, 
assim entendidas as obtidas em violação a 
normas constitucionais ou legais. 
§ 1o São também inadmissíveis as provas 
derivadas das ilícitas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e 
outras, ou quando as derivadas puderem ser 
obtidas por uma fonte independente das 
primeiras. 
§ 2o Considera-se fonte independente aquela 
que por si só, seguindo os trâmites típicos e de 
praxe, próprios da investigação ou instrução 
criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto 
da prova. 
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da 
prova declarada inadmissível, esta será 
inutilizada por decisão judicial, facultado às 
partes acompanhar o incidente. 
Jurisprudência vem admitindo a Teoria da 
Proporcionalidade, Razoabilidade ou interesse 
predominante – admitindo excepcionalmente a 
prova ilícita quando em benefício de réu 
inocente, que a produziu para sua absolvição, 
pois estaria agindo em legítima defesa, estado 
de necessidade ou inexigibilidade de conduta 
diversa. 
 
9 
10. PRINCÍPIOS DA ECONOMIA 
PROCESSUAL, CELERIDADE PROCESSUAL 
E DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO 
 
Art. 5, LXXVIII, CF 
 
Incumbe ao Estado dar a resposta jurisdicional no 
menor tempo e custo possíveis, mas não pode 
implicar em restrição pela busca de provas e da 
verdade real. 
 
Consequências: 
1. Prisões cautelares: somente por tempo 
razoável e enquanto presente a necessidade 
da mesma (princ. da duração razoável da 
prisão cautelar) 
2. Possibilidade de carta precatória itinerante 
(art. 355, p. 1º, CPP) 
3. Em casos de questões prejudiciais, 
suspensão do processo apenas em casos de 
difícil solução. 
 
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
Art. 5º, LIV 
 
**parte da doutrina considera como superprincípio, 
pois resume diversas garantias no procedimento 
de aplicação da pena. 
 
O rito previsto sempre deverá ser observado. 
 
Visão garantista – efetivação dos direitos 
fundamentais. 
a. Devido processo legal substancial: 
Deve buscar um julgamento justo, imparcial 
e equilibrado. 
Efetivar os princípios do direito penal. 
b. Devido processo legal procedimental: 
Relativo ao rito, às fases previstas pelo 
legislador. 
 
Ligado ao processo e à possibilidade de produção 
de provas, alegações e demonstração de inocência 
pelo acusado 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCINAIS 
EXPLÍCITOS 
1. P. da presunção de inocência 
2. P. da igualdade processual 
3. P. da ampla defesa 
4. P. da plenitude de defesa 
5. P. do favor rei 
6. P. do contraditório 
7. P. do juiz natural 
8. P. da publicidade 
9. P. da vedação das provas ilícitas 
10. P. da economia processual, celeridade 
processual e duração razoável do processo 
11. P. do devido processo legal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
STF, info 581 – possibilidade de 
convocação de juízes de primeiro grau 
para atuarem no órgão ad quem em 
virtude de sobrecarga de trabalho. 
 
10 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
IMPLÍCITOS 
 
1. PRINCÍPIO DA NÃO 
AUTOINCRIMINAÇAO 
 
- ninguém está obrigado a produzir provas contra si 
(nemo tenetur se detegere) 
 
Decorre: presunção de inocência , ampla defesa, 
direito ao silêncio (art. 5, LXIII) e art. 8º, do Pacto 
de São José da Costa Rica, com status supralegal. 
 
O acusado não está obrigado a nenhum 
comportamento que venha a gerar provas contra si 
(comportamento proativo). 
Não há vedação quanto a comportamentos passivos 
(exs. STF – caso Gloria Trevi, matéria da placenta 
para investigação de crime de estupro; STJ – exame 
de DNA mediante material genético recolhido fora 
do corpo do pai) 
 
 
 
2. PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS 
PARTES OU DA AÇÃO OU DA DEMANDA E 
PRINCÍPIO CONSEQUENCIAL DA 
CORRELAÇÃO ENTRE ACUSAÇÃO E 
SENTENÇA 
 
- extraído do sistema acusatório 
- arts. 129, I, CPP e art. 5º, LIX, CF 
 
A titularidade da ação penal pública é do MP e 
possibilidade do oferecimento da ação penal privada 
subsidiária da pública, quando a ação penal pública 
não for intentada pelo MP no prazo legal. 
- é vedado ao juiz intentar a ação penal de ofício. 
- impossibilidade do processo judicialiforme 
(consistia no início da ação penal por meio do auto de 
prisão em flagrante delito ou por portaria expedida 
pelo delegado ou juiz, de ofício ou a requerimento do 
MP) 
 
Consequência: 
- Princípio da correlação (ou congruência ou 
relatividade ou reflexão) entre acusação e a 
sentença  o fato imputado ao réu na peça 
acusatória deve guardar perfeita correspondência 
com o fato reconhecido pelo juiz na sentença. 
 
O magistrado está adstrito ao que fora narrado na 
peça inicial, não podendo decidir extra, ultra ou 
infra petita sob pena de nulidade absoluta. 
 
Necessidade de ampliação da tese acusatória  
aditamento à denúncia ou queixa. Art. 348, CPP 
 
 
Exceções – possibilidade de conceder provimento 
jurisdicionais de ofício: 
a. Decisões referentes ao estado de 
liberdade do indivíduo (ex. habeas 
corpus, relaxamento de prisão em 
flagrante, revogação da preventiva e 
concessão de liberdade provisória). 
**Obs. Prisão provisória é modalidade 
de prisão cautelar que não pode ser 
decretada de ofício pelo juiz, 
dependendo sempre de representação 
da autoridade policial ou de 
requerimento do MP 
b. Procedimento de execução penal - art. 
195 da LEP - “Art. 195. O procedimento 
judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento 
do Ministério Público, do interessado, de 
quem o represente, de seu cônjuge, parente 
ou descendente, mediante proposta do 
Conselho Penitenciário, ou, ainda, da 
autoridade administrativa.” 
 
 
STF – já decidiu com repercussão geral 
que é constitucional a regra do CTB que 
tipifica o fato de o condutor se afastar 
do veículo/local do acidente para fugir da 
responsabilidade penal ou civil que lhe 
possa ser atribuída – não infirma o p. da 
não autoincriminação. 
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se 
entender cabível nova definição jurídica do fato, 
em conseqüência de prova existente nos autos de 
elemento ou circunstância da infração penal não 
contida na acusação, o Ministério Público deverá 
aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) 
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o 
processo em crime de ação pública, reduzindo-se a 
termo o aditamento, quando feito oralmente. 
 
11 
3. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE 
JURISDIÇÃO 
Decorre da estrutura do poder judiciário (1º e 2º 
graus), da natural irresignação da parte, da 
necessidade de controle dos atos estatais e da ampla 
defesa. 
É o direito de reexame da causa por instância 
superior. 
4. PRINCÍPIO DO JUIZ IMPARCIAL 
Decorre do juiz natural, complementando-o, além de 
competente, não pode haver vínculos subjetivos 
com o processo que lhe retire a neutralidade 
necessária. 
Consagrado expressamente no Pacto de São José da 
Costa Rica. 
Previsão das hipóteses de impedimento (art. 252 e 
253) e suspeição (art. 254): 
 
 
PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL E 
IMPARCIAL OU PROMOTOR LEGAL 
Decorrente do: 
a. Princípio da inamovibilidade funcional do 
membros do MP (art. 128, parágrafo 5º, “b”) 
b. Princípio da independência funcional dos 
membros do MP (art. 127, parágrafo 1º) 
c. Princípio do juiz natural por analogia (art. 5º, 
III, CF) 
- imparcialidade e competência designada por lei 
do órgão acusador; 
- vedação àindicação de acusador específico – 
acusador de exceção – impedindo que o superior 
hierárquico designe promotor ou imponha orientação 
técnica 
- ao PGJ cabe indicação de promotor a casos 
concretos apenas em hipóteses expressas em lei 
(designações – art. 10, IX, LOMP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impedimento: 
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no 
processo em que: 
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, 
consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral 
até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou 
advogado, órgão do Ministério Público, autoridade 
policial, auxiliar da justiça ou perito; 
II - ele próprio houver desempenhado qualquer 
dessas funções ou servido como testemunha; 
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, 
pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a 
questão; 
 IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, 
consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até 
o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente 
interessado no feito. 
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no 
mesmo processo os juízes que forem entre si 
parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou 
colateral até o terceiro grau, inclusive. 
Suspeição: 
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o 
fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: 
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de 
qualquer deles; 
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, 
estiver respondendo a processo por fato análogo, 
sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, 
ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar 
demanda ou responder a processo que tenha de 
ser julgado por qualquer das partes; 
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de 
qualquer das partes; 
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de 
sociedade interessada no processo. 
Art. 10. Compete ao Procurador-Geral de Justiça: 
 
IX - designar membros do Ministério Público para: 
a) exercer as atribuições de dirigente dos Centros de 
Apoio Operacional; 
b) ocupar cargo de confiança junto aos órgãos da 
Administração Superior; 
c) integrar organismos estatais afetos a sua área de 
atuação; 
d) oferecer denúncia ou propor ação civil pública nas 
hipóteses de não confirmação de arquivamento de 
inquérito policial ou civil, bem como de quaisquer 
peças de informações; 
e) acompanhar inquérito policial ou diligência 
investigatória, devendo recair a escolha sobre o 
membro do Ministério Público com atribuição para, 
em tese, oficiar no feito, segundo as regras 
ordinárias de distribuição de serviços; 
f) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de 
vacância, afastamento temporário, ausência, 
impedimento ou suspeição de titular de cargo, ou 
com consentimento deste; 
g) por ato excepcional e fundamentado, exercer as 
funções processuais afetas a outro membro da 
instituição, submetendo sua decisão previamente 
ao Conselho Superior do Ministério Público; 
h) oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira 
instância, ou junto ao Procurador-Regional Eleitoral, 
quando por este solicitado; 
X - dirimir conflitos de atribuições entre membros 
do Ministério Público, designando quem deva oficiar 
no feito; 
XI - decidir processo disciplinar contra membro do 
Ministério Público, aplicando as sanções cabíveis; 
XII - expedir recomendações, sem caráter normativo 
aos órgãos do Ministério Público, para o 
desempenho de suas funções; 
XIII - encaminhar aos Presidentes dos Tribunais as 
listas sêxtuplas a que se referem os arts. 94, caput, 
e 104, parágrafo único, inciso II, da Constituição 
Federal; 
XIV - exercer outras atribuições previstas em lei. 
 
12 
 
STF – não é pacífico, já deixou de 
reconhecer o princípio do promotor 
natural, sob alegação e que violaria os 
princípios da unidade e da indivisibilidade 
do MP. Mas recentemente voltou a 
aceitar o princípio. 
STJ – impossibilidade de julgamento pelo 
STJ de denúncia apresentada pelo MP 
Estadual sem a ratificação pelo PGR ou 
subprocurador da república, pois seria o 
MPF o órgão com legitimidade para atuar 
perante o STJ (info 511). 
Posteriormente, reconheceu a 
legitimidade dos MP estaduais para 
atuas nas ações de sua autoria que 
tramitam no STJ, sob fundamento de 
que não se pode impedir o titular da ação 
pública de buscar a correção de julgados 
estaduais e o MPF atuaria apenas coo 
custus legis, opinando pelo provimento ou 
não da resignação. 
Quem atuava no STF e STJ era apenas o 
MPF tanto como fiscal da lei quanto como 
parte – substituindo o autor da ação. 
Posicionamento ainda não pacificado. 
STF – inicialmente negou provimento a 
MS impetrado por promotor estadual 
contra ato do CNMP que o impediu de 
formular requerimentos. 
Posteriormente, STF decidiu que MP 
Estadual tem legitimidade para atuar 
em recursos e impugnações em trâmite 
no STF e STJ, provenientes de 
processos de sua atribuição, sem 
prejuízo da atuação do MPF. MP 
Estadual não estão vinculados nem 
subordinados ao MPU, o que lhes 
confere possibilidade de atuação 
autônoma. A função de fiscal da lei 
continuaria a ser exercida 
exclusivamente pelo MPF no âmbito do 
STF e STJ – reconhecimento de 
repercussão geral. 
 
Promotor designado para determinado 
tribunal do júri – denúncia remetida ao 
promotor do júri, que poderia ou não 
ratifica-la. Entendeu como ratificação 
implícita, entendendo estar diante de 
substituição consubstanciada nos 
princípios constitucionais do MP da 
unidade e da indivisibilidade e não de 
um acusador de exceção. Info 893. 
P. do delegado natural – parte da doutrina 
admite por analogia, entretanto, STF não 
reconhece. 
 
13 
6. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA 
AÇÃO PENAL PÚBLICA (OU LEGALIDADE 
PROCESSUAL) E PRINCÍPIO 
CONSEQUENCIAL DA 
INDISPONIBILIDADE DA AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
 
Dever na Polícia Judiciária e do MP de, 
respectivamente, investigar e processar crimes de 
ação penal pública. 
Não há princípio da oportunidade em relação aos 
crimes de ação penal pública, apenas nos de ação 
penal privada. 
Na APP Condicionada, a representação é regida pelo 
princípio da oportunidade, enquanto o 
oferecimento da denúncia é regido pela 
obrigatoriedade. 
Decorre dos princípios da legalidade penal (se há 
tipicidade penal, deve haver aplicação da sanção 
penal) e da titularidade da ação penal pública 
exclusivamente pelo MP e, em caráter excepcional, 
pelo ofendido. 
*** a transação penal mitiga o princípio da 
obrigatoriedade, aplicando-se o princípio da 
discricionariedade ou obrigatoriedade mitigada – 
isto é, preenchidos os requisitos legais o MP tem o 
poder dever de oferecer a proposta do benefício, 
evitando o início da ação penal. 
*** colaboração premiada, acordo de leniência e 
acordo de não persecução penal – mitigam o princípio 
da obrigatoriedade; 
O princípio da indisponibilidade da ação penal 
pública decorre da obrigatoriedade e implica na 
proibição de que o MP desista da ação penal 
instaurada. 
***em sede de recursos, também impede que o MP 
desista da ação penal, mas não exige que o MP 
recorra. 
*** mitigação também pela suspensão condicional do 
processo 
 
Ação Penal Princípio 
Pública Incondicionada P. da Obrigatoriedade 
Pública Condicionada P da oportunidade pra 
representação do 
ofendido e 
obrigatoriedade para 
oferecimento da ação 
No Juizado Esp. Crim. Discricionariedade 
regrada (transação 
penal) 
Privada P. da oportunidade 
 
7. PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE 
 
A atividade persecutória será exercida 
necessariamente por órgão oficiais do Estado. 
 
Polícia Judiciária; 
MP; 
Juiz. 
 
*aplicável apenas aos crimes de ação penal pública, 
já que na ação penal privada o autor da ação é um 
particular. 
 
8. PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE 
 
As autoridades incumbidas da persecução penaldevem agir de ofício. 
 
**aplicável apenas aos crimes de ação penal pública 
incondicionada. 
 
9. PRINCÍPIO DA AUTORIDADE 
 
Os órgão investigantes e processantes devem ser 
autoridades públicas. 
 
*não se aplica aos crimes de APPrivada, pois o autor 
da ação é um particular. 
 
10. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊCIA 
OU DA PESSOALIDADE 
 
O processo penal é instaurado apenas em face de 
quem cometeu o crime. 
Não é possível que o responsável civil figure como 
réu na ação penal, se não foi o autor. 
 
Ex. sócio não responde penalmente por 
atropelamento cometido por funcionário. 
 
11. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DA DUPLA 
PUNIÇÃO OU DO DUPLO PROCESSO (NE 
BIS IN IDEM) 
 
Decorre da legalidade penal (não há crime sem lei 
anterior que o defina, nem pena sem lei anterior que 
a comine) e da dignidade da pessoa humana. 
 
 
14 
- consagrado expressamente no art. 8º do Pacto de 
São José da Costa Rica 
 
Impede que a pessoa seja processada e condenada 
duas vezes pelo mesmo fato. 
 
 
 PRINCÍPIOS CONSTITUCINAIS 
IMPLÍCITOS 
1. Não autoincriminação; 
2. Iniciativa das partes e correlação 
3. Duplo grau de jurisdição 
4. Juiz imparcial 
5. Promotor natural 
6. Obrigatoriedade da ação penal pública e p. 
consequencial da indisponibilidade da ação 
penal pública 
7. Oficialidade 
8. Oficiosidade 
9. Autoritariedade 
10. Intranscedência 
11. Ne bis in idem 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 
PROPRIAMENTE DITOS 
 
1. BUSCA DA VERDADE REAL 
 
Proc. Civil – direitos patrimoniais  verdade formal 
é suficiente. 
 
Proc. Penal – direitos indisponíveis  busca da 
verdade real ou material 
(muitas vezes intangível, então fala-se em 
materialização formal do que imagina ter 
acontecido) 
 
Consequências: 
- maior iniciativa probatória do juiz; 
- possibilidade de ordenar a produção de provas 
antes de iniciada a ação penal; 
- produção de provas urgentes e relevantes; 
- determinar no curso da instrução ou antes da 
sentença a realização de diligências para dirimir 
dúvidas. 
 
“o magistrado deve buscar provas, tanto quanto as 
partes, não se contentando com o que lhe fora 
apresentado” 
 
2. PRINCÍPIO DA ORALIDADE E P. 
CONSEQUENCIAIS DA CONCENTRAÇÃO, 
DA IMEDIATIDADE E DA IDENTIDADE 
FÍSICA DO JUIZ 
 
1. Oralidade – em determinadas etapas a 
palavra oral deve prevalecer sobre a escrita, 
como forma de promover a concentração, a 
imediatidade e a identidade física do juiz. 
Lei 11.719/2008 – toda instrução probatória 
numa só audiência, alegações finais, em 
regra, orais, podendo a sentença também ser 
prolatada oralmente  possibilidade de 
registro audiovisual, sem necessidade de 
transcrição. 
 
STF e STJ: 
 
STF: 
- temporal – prevalece a primeira: 
Oferecidas duas ações penais, prevalece 
a primeira, independente da pena 
cominada, sendo que a segunda jamais 
poderia ter existido, sendo nula em 
razão de litispendência. Info 646 
 
STJ: 
 
1º temporal, prevalecendo a primeira 
condenação; info 569 
2º - se constatado o trânsito em julgado 
de duas decisões pela prática de um único 
crime, afasta a primeira condenação, 
proferida por juiz absolutamente 
incompetente e opta pelo juiz natural ou 
pela mais benéfica ao réu. Info 562 
3º - trânsito em julgado de duas 
sentenças por fatos idênticos, 
proferidas por juízos distintos, deve 
prevalecer a mais favorável, em 
detrimento do critério temporal. Info 
616 
 
 
15 
2. Concentração – toda instrução probatória 
em uma audiência ou no menor número de 
audiências – instrução e julgamento. 
3. Imediatidade – contato direto entre o 
magistrado e a prova produzida. 
4. Identidade física do juiz – o juiz que 
instrui, em regra, será o que julgará o feito, 
vinculando-se à causa – art. 399, p.2º, CPP. 
Exceções – se convocado, licenciado, 
afastado – CPC aplicado por analogia. 
 
4. INDIVISIBILIADE DA AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
 
Art. 48, CPP 
O ofendido não pode escolher contra qual agente 
oferecera ação penal privada, evitando-se a vingança 
privada. 
 
4. PRINCÍPIO DA COMUNHÃO OU 
AQUISIÇÃO DA PROVA 
 
A prova produzida pertence ao juízo, podendo ser 
utilizada por qualquer das partes e pelos juiz, mesmo 
se requerida por apenas uma das partes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL 
 
Art. 251, CPP. 
 
Uma vez iniciada a ação penal o juiz tem o dever de 
promover seu andamento até o final, proferindo 
decisão. 
 
Impossibilidade também de paralisações 
injustificadas. 
 
Origina-se dos p. da obrigatoriedade e 
indeclinabilidade  exercício da jurisdição até 
sentença final, o magistrado não pode deixar de 
decidir e o MP não pode desistir da ação penal. 
 
6. PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL 
OU LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO 
 
Convencimento livre do juiz, apesar do dever de 
fundamentação (art. 93, IC, CF – p. da motivação das 
decisões e art. 381, III, CPP) 
 
Exceções: 
1. Tribunal do júri – intima convicção dos 
jurados – sem fundamentação; 
2. Fatos específicos x provas específicas – a. 
inimputabilidade deve ser comprovada por 
exame pericial; b. crimes de deixam 
vestígios materiais demandam exame 
pericial; c. extinção da punibilidade pela 
morte através da certidão de óbito. 
 
 
 
 
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do 
crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério 
Público velará pela sua indivisibilidade. 
STF e STJ – APPública  divisibilidade 
MP poderá, até a sentença final, incluir 
novos agentes delitivos por meio de 
aditamento à denuncia, oferecendo 
contra eles nova ação penal. 
Para a doutrina, seria indivisível. 
Importa o P. da Obrigatoriedade  o MP 
tem o dever de incluir todos os agentes 
delitivos na demanda, desde que haja 
indícios suficientes de autoria e 
materialidade. Surgindo ao longo da ação 
penal, deverá haver o aditamento da 
denúncia para inclui-los. 
A parte que arrolou a testemunha pode 
desistir da oitiva, podendo o juiz, de ofício 
determinar a colheita do depoimento da 
mesma. *parte da doutrina entende que se a 
parte contrária insistisse, a testemunha 
teria que ser ouvida. Outra parcela da 
doutrina entende que há a possibilidade de 
dispensa unilateral da testemunha, 
ressalvado apenas o interesse do juízo na 
oitiva. Assim a comunhão da prova não 
existiria antes de sua colheita, mas apenas 
após sua efetiva produção. 
 
16 
7. PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL 
 
Dever de verdade – vedação a fraudes/ilícitos 
processuais. – art. 347, CP – fraude processual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 
PROPRIAMENTE DITOS 
1. P. da busca da verdade real 
2. P. da Oralidade e princípios 
consequenciais da concentração, 
imediatidade e identidade física do juiz; 
3. P. da indivisibilidade da ação penal privada; 
4. P. da comunhão da prova; 
5. P. do impulso oficial; 
6. P. do livre convencimento motivado; 
7. P. da lealdade processual. 
 
 
 
 
 
STF – advogado formular 13 vezes 
pedidos totalmente improcedentes em 
sede de agravo regimental, com nítida 
finalidade de impedir o trâmite regular 
do processo e abuso do poder de litigar 
 violação ao p. da lealdade processual.

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