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Fichamento Clássicos de Teoria do Direito Ronald Dworkin

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
CURSO DE DIREITO
Ana Beatriz Mendes Simon Machado – RA00284221 – MG1
Atividade Fichamento “Clássicos de Teoria do Direito – Ronald Dworkin ”
Professor Celso Fernandes Campilongo
São Paulo
2021
SGARBI, Adrian. Clássicos de Teoria do Direito. Capítulo 5: Ronald Dworkin Levando os Direitos a Sério). 2.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p.147-169. 2009.
Ronald Dworkin é um dos principais representantes da teoria jurídica anglo-saxônica, de modo que suas principais obras, Levando os Direitos a Sério e O Império do Direito, são caracterizadas pelas críticas realizadas às ideias de Herbert Hart e à posição positivista dominante dos anos 60.
Nesse sentido, Dworkin ilustra que o positivismo jurídico simplifica o direito, visto que o descreve apenas como um conjunto de regras cuja valdiade é estabelecida por meio de um critério de pertencimento ou pedigree formal. Dessa forma, evidencia que, diferente do que pregam as correntes positivistas, o direito é um fenômeno complexo, composto por um conjunto de regras “jurídicas” e princípios “morais”, os quais, por não operarem no mesmo canal de verificação das regras, não podem ser identificados por meio da técnica do pedigree.
É importante ressaltar que, apesar de esses conceitos comporem igualmente o direito, eles diferenciam-se quanto à dimensão do peso ou da importância e, enquanto os princípios admitem incontáveis exceções, as regras possuem raras exeções. Essas diferenças são melhor identificadas pelo autor por meio de exemplos ocorridos nos Estados Unidos: o caso de Riggs vs. Palmer e Henningsen vs. Bloomfield. 
Ainda sobre a questão dos princípios, é importante mencionar que Dworkin discorda da teoria Hart na medida em que nela há uma separação entre direito e moral, o que, segundo o autor, é uma divisão artificial, dado que os princípios, por constituírem referências valorativas de correção, aproximam direito e moral.
Em sequência, Dworkin aborda os casos difíceis, nos quais, dadas as peculiaridades dos fatos apresentados, não é possível identificar claramente as regras capazes de solucioná-los. Nesse contexto, evidencia que as decisões dos juízes devem ser fundamentadas nos argumentos de princípios, pois eles são destinados a estabelecer direitos individuais. 
Dworkin novamente discorda dos positivistas, visto que nega a existência da discricionariedade em sentido forte, ou seja, da inexistência de um modelo que deva ser seguido para a tomada de decisões, pois acredita que, mesmo nos casos difíceis, é necessário haver uma solução preexistente à atividade interpretativa do juiz que resolva os casos jurídicos.
O filósofo anglo-saxão entende o direito como uma prática social interpretativa, de modo que não pode ser identificado com as prescrições de conduta encontradas a partir de alguma regra de identificação. Nesse contexto, para o melhor entendimento desse conceito, é fundamental que sejam compreendidas a "interpretação construtiva" e a tese do "romance em cadeia".
 Dworkin entende a prática social jurídico-interpretativa como uma “interpretação construtiva”, dado que se preocupa essencialmente em impor um propósito a um objeto ou prática, a fim de oferecer a melhor versão do resultado coletivo da interação entre os intérpretes. Nesse âmbito, Dworkin objetivando transformar a interpretação em um instrumento de estudo do Direito, separa-a em três etapas: a pré-interpretativa que objetiva a identificação das regras e os padrões capazes de fornecer o conteúdo experimental da prática; a interpretativa, na qual os participantes atribuem sentido aos dados identificados no estágio anterior e reconstroem-nos objetivando uma justificativa atribuitiva de um sentido homogêneo; e a pós-interpretativa, que pretende alcançar uma aplicação coerente da melhor justificativa prática.
Além disso, é importante compreender que a prática interpretativa pode ser concebida como um romance em cadeia, pois o direito não é concebido como um conjunto de decisões isoladas, mas como uma obra coletiva escrita por muitos autores, os legisladores e juízes. Nesse viés, o autor estabelece duas formas para validar esse conceito: as dimensões de adequação, que expressa que a atividade de continuar o “romance” deve fluir ao longo de todo o texto, e de interpretação, que compreende a exigência de selecionar dentre as várias leituras possíveis, qual delas se ajusta melhor à obra em desenvolvimento. Desse modo, o juiz não deve simplesmente reproduzir ou criar decisões, mas ter consciência da unidade a qual sua tarefa está inserida e da sequência que deve seguir.
Por fim, o autor afirma que se deve procurar a melhor concepção de direito no sentido de uma construção teórica que explique de forma mais clara o uso da “força estatal”. Para isso, é formulada a teoria do direito como integridade, a qual enfatiza a importância da “coerência normativa” como critério de justificação, ou seja, é necessário que os legisladores criem um direito que seja coerente com a estrutura dos princípios que fundamentam a existência dessa prática social, e que os juízes ofereçam em suas decisões a melhor prática interpretativa à luz dessa perspectiva de integridade.

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