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2021-TCC POS -DIREITO ADMINISTRATIVO E GESTAO PUBLICA

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UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF 
DIREITO ADMINISTRATIVO E GESTÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
SHEYLA FERREIRA PINTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO PÚBLICA PÓS-PANDEMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA, JULHO DE 2021 
 
SHEYLA FERREIRA PINTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO PÚBLICA PÓS-PANDEMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado 
para obtenção de certificado no Curso de Especialização – Latu 
Sensu em Direito Administrativo e Gestão Pública da União 
Brasileira de Faculdades, UNIBF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA, JULHO DE 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo visa compreender como a administração pública se posiciona pós-
Covid19 e suas demandas. Esse estudo nos mostra que depois da pandemia não iremos mais 
voltar à ”normalidade”. O estado considerado normal nos levou a uma desordem que ficou 
evidente na crise da pandemia. 
Nosso atual modelo de gestão se mostra ineficiente economicamente e não responde às 
diversas questões nas relações de trabalho, economia, produção, consumo, ambiental, tecnologia 
e inovação. 
O fato é que não encontramos mais espaço para excesso de burocracia e falta de inovação 
nos serviços públicos, pois o mundo já não é mais o mesmo. E essa cultura de inovação já está 
presente antes mesmo da pandemia, devendo atender prioritariamente às necessidade da 
população através de mudanças tecnológicas. 
 
Palavras-chave: Pandemia, tecnologia, inovação, economia e população. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O século XXI vem sendo considerado por estudiosos como uma divisão entre o mundo 
dividido entre antes e depois do Covid-19. É muito como ouvirmos falar a frase antes do Covid-
19 vivíamos de “tal maneira”, depois do Covid-19 viveremos “dessa forma”. Porquanto o 
surgimento desse novo século presume mudanças em vários setores da vida do homem, tais 
como culturais, sociais, políticas, econômicas, comportamentais e principalmente tecnológicas, 
com consequências diretamente ligadas a vida das pessoas, sociedade e organizações. 
A pandemia evidenciou no Brasil a elevação da pobreza, aumento dos problemas 
ambientais, a ineficiência da tecnologia frente à resolução de demandas da sociedade, 
sucateamento dos bens e serviços, aumento da violência em destaque dos grupos minoritários, 
sobretudo a população negra e índios. 
 
2. ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO PÚBLICA PÓS-PANDEMIA 
 
A Covid-19 tem gerado intensos debates e se tornou nos últimos meses o principal assunto 
na gestão pública em todas as esferas, federal, estadual ou municipal. Os gestores de todo o 
Brasil tem direcionado diariamente seus esforços para que além de trabalhar com a prevenção e 
disseminação do vírus ter uma adequação nos serviços prestados através de novos formatos de 
trabalho como o home-office. 
A pandemia do coronavirus chegou num cenário tão globalizado como nunca visto antes, 
com uma circulação de informações e pessoas de forma muito rápida. Assim, o Covid-19 se 
espalhou com força devastadora pelo planeta, pondo à prova a eficiência dos gestores, mostrando 
a fragilidade de sua estrutura de gestão quando a população mais precisa, cujos reflexos 
atingiram todas as áreas do Direito. 
No Direito Administrativo, com base na Lei nº 13.979/2020, que dispõe sobre as medidas 
para enfrentamento da pandemia, vem sendo observada uma maior utilização de institutos 
emergenciais, como é o caso da requisição administrativa (art. 5º, XXV da CF), que requer o 
pressuposto de “perigo público” para as contratações por dispensa licitatória, que surgem com a 
justificativa de medidas contra a propagação da doença. 
 
 
 
 
O mencionado regramento estabelece margem discricionária aos administradores para lidar 
com a situação de calamidade pública, intervindo nas limitações às liberdades individuais, 
obrigação de informação pelo poder público, entrega de serviços por meios digitais à população, 
dentre outras medidas. 
Espera-se do gestor público equilíbrio para conduzir a estrutura do país, para uma posição 
de normalidade - mais forte e preparada, com atitudes rápidas e a inteligentes para agrupar os 
recursos e fazê-los produtivos. Nunca houve tanta pressão no gestor público, em todas as esferas 
do poder – do chefe do executivo ao congresso, de ministros de estado a prefeitos. O problema 
inda não foi resolvido, mas, certamente, grandes referências em gestão pública ou péssimos 
exemplos de líderes estão sendo mostrados em meio à pandemia, e todos serão lembrados lá na 
frente. 
Fica evidente que toda atividade da Administração Pública, com ou sem emprego de 
recursos públicos, observando a lei de responsabilidade fiscal, é objeto de controle externo 
promovido pelos Tribunais de Contas e pelo Ministério Público. 
 Concomitante, pode ser verificado, também, que muitas pessoas em particular, vêm 
se colocando à disposição da Administração Pública para auxiliar no combate ao novo 
coronavirus, com participação sem visar lucro e observando os princípios constitucionais da 
legalidade e da impessoalidade, fazendo doação de bens até mesmo construção de leitos (Decreto 
Federal nº 9.764/2019). 
 A Administração Pública por ser essencial evidencia que se for bem executada, o 
cidadão irá beneficiar através das políticas públicas e quanto mais a população participa das 
decisões e acessa a aplicação destes recursos em políticas implementadas, percebemos a justiça e 
a igualdade. 
 Na execução da gestão pública a responsabilidade de todos e os resultados também. 
Numa gestão de sucesso, os alvos podem ser modificados por causa de um cenário de 
contingência, mas ainda assim, eles continuam sendo atingidos. A sensação de limitação e de 
medo trazida por esta pandemia deve fazer surgir novos caminhos, novas soluções e novos perfis 
de gestores públicos. 
 
2.1 ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO PÚBLICA PÓS-PANDEMIA E A CULTURA DA 
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 Nesse período de pandemia houve um aumento significativo de 20% nos serviços públicos 
através do acesso à internet. Por outro lado, aquelas administrações que ainda não disponibilizam 
tecnologia online para os cidadãos enfrentaram dificuldades. 
 Aos poucos, a gestão pública foi incorporando a cultura de inovação para 
fortalecer as atividades administrativas e conseguiu manter suas atividades normalmente, 
durante uma pandemia, por tramitar processos digitais, realizar atendimentos de forma 
digital, inclusive serviços de saúde e marcações de vacinas. 
O futuro não será diferente, pois ao utilizar sistemas de gestão, o administrador 
consegue controlar todos os setores administrativos, tais como Contabilidade, Suprimentos, 
Tributação e RH, por exemplo, de uma única tela, do celular ou qualquer dispositivo 
conectado a internet, isso sem contar que proporciona maior acessibilidade à toda 
população. 
Esta é a tendência para a gestão pública pós-pandemia: mais liberdade, eficiência, 
qualidade e sustentabilidade, pois a administração pode fazer reuniões através de vídeos 
chamadas, diminuindo assim o consumo de combustível e congestionamento no trânsito no 
deslocamento das pessoas, que não mais haverá nesse tipo de reunião. 
Podemos citar também o acesso integrado através de sistemas em que todos os entes 
da federação terão acesso imediato e completo de pesquisas sobre pessoas, licitações, 
informações, trâmites, processos, entre outros. 
 
2.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 O novo coronavirus trouxe um alerta de que a administração pública deverá estar 
preparada para a contingência - uma habilidade que o gestor deverá ter. Na esfera pública, ela 
permeia o ambiente de ação do administrador constantemente. A contingência exige delea 
capacidade de trabalhar de maneira relevante e eficaz. A sociedade espera somente por este 
resultado. Sun Tzu, general chinês que viveu no século IV, na edição de 2011 do conhecido “A 
arte da guerra” descreve em seus conselhos a arte de vencer antes mesmo de a batalha acontecer. 
O célebre vitorioso da antiguidade oriental diz em seu clássico que “os adeptos da arte calculada 
não precisam de um segundo recrutamento de soldados, nem de outro aprovisionamento” (p. 27). 
 
 
 
 
Na gestão pública, esta deve ser a preparação para a contingência – um exercício de prever 
cenários e planejar as melhores ações. Ele exalta o cálculo, a programação para a guerra, o estar 
preparado para o que ainda não se mostrou destrutivo, e este é o fator decisivo para vencê-lo. Já 
o escritor e professor de Harvard, Michael E. Porter, grande referência em competitividade de 
nossos dias, no livro Competitive Strategy (Estratégia Competitiva), chama a atenção para as 
forças ou ameaças surpresa, seja de novos produtos, seja de novos concorrentes (entrantes). Ora, 
mas o que seriam novos entrantes na gestão pública? Quem seria o inimigo desta guerra descrita 
por Sun Tzu no contexto da Administração Pública? Elas se revelam na crises que os governos 
enfrentam dia após dia: crises de inovação tecnológica, alteração na formas de trabalho do 
empregado público, assim como o home office, gestão de orçamento, crises políticas, sociais, de 
saúde (pandemias). Elas são ameaças que vão além do risco de não vencer o próximo pleito 
eleitoral. É um cenário de constante avaliação e reação pública em que o povo representado 
cobra muito do seu representante. Embora seja perceptível nestas reações a existência de um 
perfil muito extremista (cego e insensato), a geração atual também influencia nas tomadas de 
decisões do gestor público. 
 As redes sociais estão repletas de opiniões dos “analistas políticos” de plantão. 
Desde o mais leigo no assunto, como aqueles com instrução para isso. Certos ou não, nunca se 
viu tamanha demanda e velocidade na repercussão dos atos públicos em cadeia nacional. Enfim, 
seja preocupado com o pleito eleitoral ou com os resultados de governo e sua efetividade, o 
cenário atual exige o “pensar no futuro”. 
 A saúde constitui um grande objetivo de governo, seja ele em que nível for. É 
considerado uma marca de eficiência em gestão pública, quando se alcançam índices 
satisfatórios. E de onde se esperam grandes resultados e estrutura frente à contingência, é 
necessário antever cenários e financiar estrutura, ou pelo menos, possuir um plano. Em meio a 
tantas incredulidades de líderes mundiais, há muitas reações no ensejo de que sejam resolvidas as 
demandas o mais rápido possível. 
Uma solução a problematização da covid-19 e outras que poderão supostamente aparecer é 
que a administração pública esteja antecipadamente preparada com a seleção de profissionais 
qualificados e a manutenção guias de montagem rápida de estruturas hospitalares e de 
profissionais em cadastro de reserva para convocação em necessidade de atendimento nos mais 
diversos locais do país. Embora tenha sido possível a construção de hospitais de campanha em 
tempo recorde em vários lugares, a ausência de tecnologia para fabricação rápida de respiradores 
 
 
 
baratos, assim como a capacidade de produção de máscaras de proteção em grande proporção, 
reflete que este cenário jamais foi pensado. Desta forma, cabe ao gestor público utilizar a 
margem discricionária conferida pelo Legislador, com a devida justificativa, a fim de se evitar a 
inércia às necessidades da população, bem como a não impor decisões arbitrárias e infundadas, 
em desrespeito à finalidade das ferramentas administrativas emergenciais. 
 
2.3 METODOLOGIA 
 
Para que a pesquisa possa alcançar todos os seus objetivos, usaremos uma pesquisa com 
uma abordagem qualitativa. 
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade 
numérica (em quantidade), mas sim, com o aprofundamento da 
compreensão de um grupo social, de uma organização, etc. Os 
pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao 
pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as 
ciências, já que as ciências sociais têm sua especificidade, o que 
pressupõe uma metodologia própria. Assim, os pesquisadores 
qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida 
social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem 
permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa 
(GOLDENBERG, 1997, p. 34) 
. 
Os pesquisadores fazem uso de métodos qualitativos buscam elucidar o porquê das coisas, 
proferindo o que importa ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se 
submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são mensuráveis. Por outro lado usaremos o 
procedimento de uma pesquisa bibliográfica. 
 
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de 
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e 
eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. 
Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, 
que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. 
Existem, porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na 
pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o 
objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o 
problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 
32). 
 
 
 
 
 
Para Gil (2007, p. 44), os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são sobre 
investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca 
de um problema. 
 
 
2.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
 
 
No momento, podemos perceber que administração pública pós-pandemia continuará com 
as mudanças nas suas estratégias e serviços prestados a população. E esses aspectos parecem 
positivos por serem mais eficientes e com menos gastos para o poder público, por utilizar da 
inovação tecnológica para gerir seus sistemas e com cooperação entre particulares e entes da 
federação para encontrar soluções positivas para todos. 
 
 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O presente estudo reconhece a importância da administração e gestão pública em todos os 
setores da sociedade nessa fase de pandemia, principalmente visando atingir todas as camadas da 
sociedade através de políticas públicas que possam resolver e minimizar os efeitos da pandemia 
já que estamos vivenciando um período nunca vivido antes e com tamanha proporção. Os 
gestores devem encontrar formas eficientes e conjuntas, pois o coravírus afetou todos os setores 
da sociedade; saúde, bem-estar, comércio, distribuição de produtos e serviços, economia, 
empregos, etc. 
No ambiente acadêmico surge a importância de discussão relevante sobre tema para a 
sociedade e para o direito, pois percebemos que há possiblidades de uma maior participação de 
todos na forma de gerir e encontrar soluções diante de fatores inesperados como foi o Covid-19. 
Esse estudo é de grande relevância por buscar incluir todos entre sociedade e gestores 
públicos, com surgimento de responsabilidades e compromissos mútuos, que revelam a 
compreensão pelo particular em cecear seus direitos individuais, como o direito de ir e vir, 
 
 
 
contribuição de empresas particulares nos problemas causados pela pandemia e gestão 
participativa dos administradores públicos. 
 
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: 
Senado, 1988; 
 
CARVALHO FILHO, José dos Santos: Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 
2020; 
E. Michel Porter, Competitive Strategy (Estratégia Competitiva). Curitiba: Atlas, 2019; 
GARCIA, Manuel Enriquez; VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandovalde. Fundamentos 
de Economia. São Paulo: Saraiva, 2002; 
 
PMSISTEMASBLOG. Gestão Pública na pós-pandemia: Conheça os benefícios da cultura 
da inovação. Disponível em: https://www.ipm.com.br/administracao-geral/gestao-publica-na-
pos-pandemia-conheca-os-beneficios-da-cultura-de-inovacao/. Acesso em: 15 jul. 2021; 
 
PROFESSOR DEMÁSIO. Direito administrativo em meio à pandemia do novo coronavírus. 
Disponível em: https://professores.damasio.com.br/reflexos-do-direito-administrativo-em-meio-
a-pandemia-do-novo-coronavirus/. Acesso em: 16 jul. 2021; 
 
SPITZCOVSKY, Celso; LENZA, Pedro. Esquematizado- Direito administrativo. São Paulo: 
Saraiva, 2021; 
 
SUN TZU, A arte da guerra. São Paulo: Tricaju, 2011. 
 
 
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OBRIGATÓRIO. 
 
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https://www.ipm.com.br/administracao-geral/gestao-publica-na-pos-pandemia-conheca-os-beneficios-da-cultura-de-inovacao/
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https://professores.damasio.com.br/reflexos-do-direito-administrativo-em-meio-a-pandemia-do-novo-coronavirus/

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