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Fichamento - Rafaela Amaral Mota

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Universidade Federal Fluminense
Linguística II – GCL00G6 - L1
Professora: Maria Jussara Abraçado de Almeida
Aluna: Rafaela Amaral Mota
FIORIN, José Luiz (org.) Introdução à Linguística. Vol. 1 Objetos Teóricos. São Paulo: Contexto, 2002. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3189915/mod_label/intro/NEGR%C3%83O_EstruturaDaSentenca.pdf
A Variação Linguística
O texto A Variação Linguística apresenta questões relevantes sobre as diversas variações linguísticas. Para Ronald Beline, a língua é um tipo de comportamento estritamente social e também um produto cultural, podendo ser sujeita a variações, pois as línguas variam, como é possível notar nas diferentes línguas existentes no mundo. 
É possível a língua variar dentro de um mesmo país, assim como no Brasil. Os índios se comunicam em suas línguas, não em português. Há diferenças entre o português falado em São Paulo e o português falado no Rio de Janeiro, também em Salvador ou Porto Alegre. Essas diferenças linguísticas não impedem a comunicação entre um ou outro. Um exemplo usado por Beline é a palavra “jerimum” que corresponde a “abóbora”, termo comum no sul e sudeste do País.
No estudo da variação linguística, o importante é os dois vocábulos serem usados para fazer referencia ao mesmo fruto, mesma planta, tamanho, cor, ou seja, um conjunto de características que fazem ser reconhecido por seus vários “nomes”, sem ser confundido com outros nomes. 
Essa variação, a lexical, é apenas um dos modos de como a língua pode variar. Um vocábulo pode ser pronunciado de diferentes formas, podendo ser conforme o lugar (variação diatópica) ou conforme a situação mais formal ou mais informal (variação diafásica). 
É possível observar a diferença que distingue os falantes cariocas e paulistanos no modo de pronunciar o -r em final de silaba. Paulistanos costumam pronunciar o -r como uma vibrante simples, enquanto os cariocas aspiram o -r. Esse é um exemplo de variação diatópica no nível fonético do português falado no Brasil, podendo ser considerados variantes linguísticas (conjunto de duas ou mais variantes, diferentes formas linguísticas que veiculam um mesmo sentido).
Não é obrigatoriamente uma variação diatópica, pois não é preciso pensar em regiões diferentes para haver a variação. Um paulistano pode aspirar o -r em final de sílaba enquanto outro paulistano pode dizer “andar” ou “andá”, já que o falante nativo de português brasileiro “apaga” partes das palavras em situações de informalidade, diferente de uma situação de formalidade. Ocorre aqui um caso de variação diafásica. 
As línguas variam, podendo ser detectados casos de variação linguística no léxico, na fonética, na morfologia e na sintaxe do PB, sendo explicados com base na localização geográfica dos falantes e em aspectos sociais, como escolaridade do falante e sua situação de fala (formal ou informal).
Ao admitirmos as variedades de línguas pelo mundo, consideramos uma série de características que faz com que o PB seja diferente de outras línguas, sendo regras de combinação de fonemas, regra de combinação de morfemas, regras de combinação de palavras na frase e regras de combinação de frases no texto. A variedade está a nível mundial, sendo cada língua um domínio sem variação. 
As línguas são sistemas homogêneos, em algum nível caracterizado por um conjunto de regras que não varia. Um exemplo é, um estudante universitário nascido e criado na capital de São Paulo, utilizar variantes como andar e andá, fazer e fazê, assim como o mesmo falante também usar “essa aqui é a pessoa em que fiquei na casa” e “essa aqui é a pessoa que eu fiquei na casa dela”. Ao avaliar esse raciocínio, admitimos que a variação pode chegar até o nível do indivíduo. Os linguistas que possuem esse ponto de vista, são chamados de sociolinguistas ou variacionistas. 
É no contato linguístico com outros falantes que ele o indivíduo vai encontrar limites para a sua variação individual, já que ele é capaz de utilizar variantes. Ao viver inserido em uma comunidade, deverá haver semelhanças entre a língua falada e a que os outros membros falam. A comunidade de falar é formada por falantes que compartilham traços linguísticos que se diferenciam de outros grupos, se comunicam mais relativamente entre si do que com outros e compartilham normas diante do uso da linguagem. O carioca novamente é usado como exemplo, pois os limites da fala são definidos em parte pelo -s em final de silaba, sendo uma pronuncia chiante, enquanto em Porto Alegre é dominado pelo uso do pronome tu. 
Ao observar como se realiza a analise do uso das variantes, podemos pensar que o trabalho do sociolinguista seria em uma parte, braçal, já que ele precisa estabelecer limites de uma comunidade de fala, assim, estudando a proporção com que diferentes variantes linguísticas são usadas em diferentes comunidades.
Ainda existem perguntas a serem respondidas quando se trata do funcionamento das línguas e também perguntas que as respostas precisam ser revistas, de um modo que a teoria linguística seja cada vez mais pura e o conhecimento da linguagem humana cada vez mais significativo para o mundo.

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