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Resumão de Farmacobotânica

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Resumão de Farmacobotânica 
 
Aula 1a – plantas e o homem 
 
 • Especiarias -> raízes, cascas, sementes, frutos, gemas -> óleos essenciais. 
 • Ervas aromáticas -> folhas de plantas não-lenhosas. Exceção: folhas de louro. 
 
 - As ervas aromáticas originam-se de várias partes do mundo. Ex.: Tomilho (Thymus spp.) da 
Europa, estragão (Artemisia dracunculus) do oeste dos EUA e Canadá, louro (Laurus nobilis) do 
Mediterrâneo, Açafrão (Crocus sativus) do Oriente Médio e o Café (Coffea arábica) da África. 
 - Plantas medicinais são todos os vegetais que contem em um ou em vários de seus órgãos 
substâncias ou precursores das mesmas que podem ser empregadas para fins terapêuticos. As plantas 
farmacêuticas já representaram a única fonte de agentes terapêuticos para o homem, mas atualmente 
apenas 25% dos medicamentos provêm de plantas e 90 espécies são utilizadas terapeuticamente. 
 
 - Os metabólitos secundários atuam como: 
• Sinalizadores químicos que permitem a planta responder a estímulos ambientais; 
• Competição entre plantas; 
• Defesa contra herbívoros e patógenos; 
• Proteção contra radiação solar; 
• Atração de polinizadores e dispersores. 
 
 A diversidade biológica é um recurso ambiental que fornece produtos para a exploração e 
consumo. 
 
Aula 1b – Classificação de seres vivos 
 
 Lineu (1707-1778) foi quem elaborou o sistema de classificação universal dos seres vivos, o 
sistema binomial de nomenclatura, idealizado para evitar confusões com as diferentes designações 
regionais conferidas às espécies. Para isso, utiliza-se o um nome científico em latim, como Passer 
domesticus (pardal) ou Crotalus terrificus (cascavel). 
 
 Existem cinco grandes reinos: Monera (bactérias), Fungi (fungos), Protista (algas, protozoários 
e mixomicetos), Animalia (animais) e Plantae (plantas). 
 
 
Classificação do homem: 
Reino: Animalia 
Filo: Chordata 
Subfilo: Vertebrata 
Classe: Mammalia 
Ordem: Primates 
Família: Hominidae 
Gênero: Homo 
Espécie: Homo sapiens 
 
 Regras da nomenclatura do Sistema binomial: 
 
1o) O nome da espécie deve ser escrito em latim, e em itálico, ou em negrito ou sublinhado: Zea mays 
L. ou Zea mays L. ou Zea mays L. 
 
2o) A inicial do gênero deve ser escrita com letra maiúscula; a da espécie, com letra minúscula: 
 
 
 Epítetos específicos: Possuem relação com a história do emprego da espécie, apesar de não 
terem significado quando escritos sozinhos. Ex.: sativa -> cultivado, plantado; 
 Os epítetos específicos podem ainda ser comemorativos (ex.: blakelyi), consistindo em nomes 
de pessoas latinizados, descritivos (ex.: rubra para cor da flor, hirsutum para folhas peludas), relativas 
à localização (montana,aquatilis), relativas ao emprego (edulis, que significa comestível ou catártica, 
relativo a ação laxante ou ainda de acordo com seu emprego como planta medicinal, para o qual se 
utiliza o epíteto officinalis, que faz alusão à sua valorização pelos boticários de outrora. 
 
 Nomina conservanda: Cada grupo taxonômico só pode ter um nome correto (associado a um 
tipo nomenclatural), exceto alguns casos considerados como conservação de nomes (Código 
Internacional de Nomenclatura Botânica): 
Espécie Nomina conservanda Nomes corretos 
Coqueiro Palmae Arecaceae 
Milho Gramineae Poaceae 
Repolho Cruciferae Brassicaceae 
Feijão Leguminosae Fabaceae 
Orégano Labiatae Lamiaceae 
Hipérico Guttiferae Clusiaceae 
Alface Compositae Asteraceae 
 
Obs.: Nota-se que nomes conservados terminam em -ae, enquanto nomes corretos terminam em -
aceae. 
 
 - Bioprospecção de flora: Trata-se das estratégias para descobertas de novos fármacos, onde 
selecionam-se as plantas por critério randômico, etnofarmacológico ou quimiossistemático 
(metabólitos secundários de distribuição restrita são bons marcadores quimiotaxonômicos). 
 
 
 Resumindo: 
• A sistematização das formas vegetais facilita o entendimento da grande diversidade vegetal; 
• Dados morfológicos, anatômicos, fitoquímicos, moleculares (etc.) -> sistemas filogenéticos; 
• Os sistemas filogenéticos refletem a história evolutiva dos táxons, arranjando-os de acordo com as 
afinidades existentes entre eles; 
• Compostos químicos de ocorrência restrita são bons marcadores taxonômicos; 
• A quimiossistemática é uma ferramenta na busca de substâncias bioativas; 
Aula 1c – Colheita e processamento de plantas medicinais 
 
 - Drogas vegetais e derivadas: 
• Droga vegetal: Espécie, parte, órgão ou produtos derivados diretamente destes após 
processos de coleta, preparo e conservação que apresentam composição e propriedades tais 
que possibilitem seu uso como forma bruta de medicamento ou como necessidade 
farmacêutica. Ex.: Folhas de Eucalyptus globulus que atuam sobre o Sistema respiratório após 
secagem (processo de conservação). 
 
• Drogas derivadas: São produtos derivados da planta, obtidos diretamente, sem utilização 
de processo extrativo delicado. Ex.: Resina de pinheiro obtida após coleta e preparo, ou látex 
de papoula obtido através de incisões nos frutos e moldado em forma de pães após processo 
de secagem. 
 
 Princípio ativo: responsáveis pela ação farmacodinâmica das drogas, podendo ser uma 
substância ou um conjunto. Ex.: alcalóides (escopolamina e quinina) e glicosídeos cardioativos 
(folhas de digital). 
 
 Para que algo seja considerado uma droga vegetal, é necessário que seja de origem 
vegetal, ter passado pelos processos de coleta, preparo e conservação, não ser obtida através 
de processos extrativos delicados e possuir propriedades farmacodinâmicas ou ser 
considerada necessidade farmacêutica. 
 
 Cultivo x Extrativismo (plantas medicinais) 
 
• Quando o cultivo é recomendado? 
 – Há poucas plantas nativas; 
 – Quando as plantas nativas têm distribuição muito espalhada; 
 – Quando as plantas nativas são inacessíveis; 
 – Há necessidade de melhorar o teor de princípios ativos; 
 – Apenas uma variedade apresenta alto teor de constituintes de interesse; 
 – Quando há grande demanda do mercado. 
 
 
• Extrativismo é a principal fonte de drogas vegetais comercializadas. 
 > Problemas: 
 – Variabilidade genética; 
 – Variação de tipos de solos; 
 – Variação de condições climáticas; 
 – Esgotamento das reservas naturais. 
Pode ser influenciado pelo metabolismo secundário das plantas, o que acarreta uma 
produção não uniforme. Ex.: Arnica montana L., aplicada em contusões. Quase desaparecida 
nas regiões alpinas devido ao seu difícil cultivo. 
 
 Procedimentos de coleta de plantas medicinais: são dados importantes no momento 
da coleta dos vegetais o conhecimento da morfologia, fisiologia e da variação dos princípios 
ativos contidos no mesmo. 
• Folhas -> quando a fotossíntese é mais intensa; 
• Flores -> época de polinização; 
• Sementes -> maduras e antes da deiscência do fruto; 
• Eliminar impurezas como areia, terra e pedaços de outras partes do vegetal; 
• Evitar material úmido devido ao ataque de fungos. 
 
• Princípios ativos X hora do dia: 
 - Plantas alcaloídicas devem ser coletadas em horário em que o calor é mais intenso; 
 - A quantidade de óleo essencial é mais reduzida ao redor de 12 horas e quando há 
vento intenso; 
 
• Princípios ativos X estágio de desenvolvimento da planta: 
 – A quantidade de óleo essencial é menor quando a planta está com semente e maior 
antes da floração. Ex: Ocimum basilicum (alfavaca); 
 – As folhas maiores de hortelã apresentam menos quantidade de óleo essencial; 
 
• Princípios ativos X época do ano: 
 - A quantidade de alcalóides (escopolamina e atropina) varia de acordo com a época 
do ano. Ex: Datura suaveolens (trombeteira). 
 
 
 
- Processamento pós-colheita para obtenção da droga vegetal: 
 
 Secagem: Eliminar certa quantidade de água do órgão vegetal para facilitar a 
conservação -> evita a ação de agentes deletérios (bactérias, fungos e enzimas). 
 
 
 Pode ser realizada de forma natural ou artificial:- Natural: Ao sol, à sombra, mista (sol e sombra); 
- Artificial: Circulação de ar, estufa com ou sem circulação de ar, esfriamento (liofilização). 
 
 Estabilização: Visa a inativação de enzimas. Ex: Drogas cardiotônicas (as enzimas 
desdobram a cadeia de glicosídeo reduzindo sua atividade farmacológica). 
 
• Exceção: Mostarda (Brassica nigra) -> Ação enzimática é necessária. 
 
• Tipos: 
– Aquecimento: 80° C durante 15 a 30 minutos (inativa enzimas, não os princípios ativos); 
– Solvente: álcool; 
– Irradiação: exposição demorada aos raios ultravioleta; 
 
Conclusão: 
• Conhecimentos de morfologia, fisiologia e da variação dos princípios ativos no vegetal -> 
Coleta. 
• Coleta e processamento pós-colheita -> droga vegetal de qualidade. 
 
Aula 2a – Diversidade de fungos, algas e plantas (Fontes de produtos naturais) 
 
 Fungos – seres pluricelulares ou unicelulares heterótrofos. Atualmente conhecem-se mais de 
70.000 espécies. Suas aplicações incluem a produção de etanol e fermentação (Saccharomyces 
cerevisiae) e o desenvolvimento de medicamentos (Saccharomyces boulardii -> Floratil, Tolypocladium 
inflatum -> ciclosporina). 
 
 • Amanita muscaria -> Cogumelo de lindo aspecto, vermelho com verrugas brancas, mas 
extremamente venenoso, já que produz a muscarina, alcaloide de ação violenta sobre o sistema 
nervoso. 
 • Tuber melanosporum -> trufa comestível altamente apreciada. São micorrízicas, 
principalmente associadas a carvalhos e aveleiros, procuradas por cães e porcos fêmeas (composto 
químico semelhante ao feromônio produzido pelo macho). 
 • Morchella esculenta -> As morchelas estão entre os fungos comestíveis mais apreciados. 
 
 
 - Reino Plantae -> Organismos autotróficos que realizam fotossíntese. Atualmente inclui algas 
verdes e vermelhas. 
 
 - Embriophyta: Briófitas (hepáticas, musgos e antóceros) e plantas vasculares (samambaias e 
licófitas, gimnospermas e angiospermas). 
 
 • Levantamento -> vários trabalhos de busca de substâncias com atividade antioxidante (AAO) 
em algas, porém no Brasil esse campo de pesquisa ainda não foi devidamente explorado, apesar da 
riqueza da nossa flora ficológica marinha. 
 
 As algas são seres uni ou pluricelulares aquáticos dulcícolas ou marinhos que apresentam 
grande importância na produtividade dos ecossistemas aquáticos devido à realização de fotossíntese. 
A complexidade bioquímica das algas se dá por fatores como a luz, salinidade, variação de umidade, 
temperatura e herbivoria. 
 - Alga parda: Alginatos (encorpadores de molhos) e Kelps (alimento); 
 - Alga verde: Ulva ou alface-do-mar, são consideradas verduras; 
 - Alga vermelha: Usada no preparo de sushi. Possui também diversas aplicações devido aos 
seus polissacarídeos carragenana (estabilizantes de emulsões como tintas, cosméticos e laticínios) e 
ágar (preparo de gelatinas e cápsulas); 
 
 - Briófitas: Plantas pequenas folhosas ou talosas que representam a transição entre algas e 
plantas vasculares e são comuns em locais úmidos. Dividem-se nos filos Hepatophyta (hepáticas, 8.000 
espécies talosas ou folhosas), Bryophita (musgos, 10.000 espécies folhosas e eretas) e Anthocerophyta 
(antóceros, 100 espécies inteiramente talosas). As briófitas podem ser fontes de substâncias bioativas: 
 
• Lunularia cruciata (Hepática): Atividade antifúngica devido à lunularina e o ácido lunulárico; 
• Pallavicinia lyelli (Hepática): Atividade antifúngica; 
• Bryum argenteum (Musgo): Atividade antimicrobiana; 
• Diplophyllum albicans e D. taxifolium (Musgos): Apresentam atividade anticancerígena devido à 
diplofilina; 
 
 Pteridófitas: Samambaias e licófitas (monilófitas) com tecidos condutores eficientes, 
sustentação devido à lignificação de paredes celulares, crescimento secundário, raízes, caules e folhas 
bem definidos. São plantas vasculares sem sementes. Seus usos medicinais podem ser exemplificados 
por: 
 
• Adiantum capillus-veneris (avenca): Atividade antidiarreica e hepatoprotetora; 
• Equisetum arvense: Atividade anti-inflamatória e hipotensora; 
• Dryopteris filix-mas (feto-macho): Atividades antibacteriana e antiviral; 
 
 Gimnospermae: São plantas lenhosas (arbustos, árvores ou lianas), ornamentais e que provém 
madeira de qualidade. São plantas vasculares com sementes. Podem ser gnetófitas (75 espécies com 
características de gimnospermas e angiospermas), coniferófitas (600 espécies arbustivas ou arbóreas 
com folhas aciculares), cycadófita (130 espécies de plantas tóxicas e ornamentais com troncos 
geralmente pequenos, folhas compostas) e ginkgófitas (Ginkgo biloba, folhas em leque com venação 
dicotômica). 
 
 Angiospermae: 257.000 espécies de plantas com flores, frutos, sementes e atributos 
reprodutivos (polinização e dispersão de frutos). Tradicionalmente eram divididas apenas em 
dicotiledôneas e monocotiledôneas, porém agora seus principais grandes grupos (ou clados) são 
Angiospermas basais (200 espécies mais ou menos), Magnolídeas (9.000 espécies), Monocotiledoneae 
(70.000 espécies) e Eudicotiledoneae (175.000 espécies). 
 
Aula 2b – Coleções científicas – herbários, xiloteca, carpoteca, drogoteca. Coleta e 
conservação de material botânico 
 
 Coleções botânicas são fontes de consulta úteis que fornecem dados sobre as espécies que 
ocorrem nos diferentes ecossistemas vegetais. Suas principais funções são: 
- Fornecer identificação de plantas; 
- Divulgar informações sobre plantas medicinais; 
- Fornecer material de análise para pesquisa sobre flora; 
- Conservação ou reflorestamento de áreas sujeitas à devastação; 
- Centro de treinamento botânico -> taxonomia; 
 
 Herbário: Coleção de material botânico. Plantas são dessecadas e coladas em cartolina, frutos, 
sementes e amostras de madeiras são dessecados, flores e frutos são conservados em meio líquido 
alcóolico. Os herbários são coleções de plantas secas ou partes destas preparadas técnica e 
cientificamente para ulteriores estudos comparativos, históricos e documentários da flora de uma 
região ou país. 
 
 • O que coletar: Ramos de aproximadamente 30cm. 
 • Como coletar: 
 - Evitar material úmido; 
 - Ramos com folhas, flores e frutos (árvores) -> tesoura de alto-poda; 
 - Vegetal inteiro (herbácea) -> pá 
 - Eliminar impurezas -> areia, terra e pedaços de outras partes do vegetal; 
 - Acondicionar o material em sacos plásticos; 
 • Quanto coletar: 3 ramos para permuta com outros herbários. 
 • Quando coletar: Períodos de floração e frutificação (em duas etapas se for necessário). 
 
 Conservação e legislação: lembrar do fator conservação, visto que plantas raras ou incomuns 
não devem ser coletadas e sim fotografadas. Plantas nativas são protegidas por leis e precisam de 
autorização apropriada do país, estado, município ou parque nacional, e não se deve coletar em terras 
privadas sem autorização do dono. 
 
 - Após a coleta: Preparar para prensagem e secagem, preparo da exsicata e envio para o 
herbário para identificação e para servir de material testemunho. 
 
• Preparo do material 
 - Prensagem: Processo de preparo da amostra botânica onde o exemplar é acondicionado em 
folhas de jornal dentro de uma prensa, para posterior submissão a um processo de desidratação em 
estufa construída para tal fim. 
 
 As plantas são acomodadas em folhas de jornal e papelão ondulado e prensadas com ripas de 
madeira e correias para serem inseridas em estufa para secagem de plantas. As trocas dos jornais 
devem ser diárias e o ressecamento excessivo pode tornar as plantas quebradiças. 
 
• Montagem da camisa da exsicata 
 - Costura-se a amostra à cartolina em N ou V com suas folhas alternadas exibindo lado ventral 
e dorsal; 
 - Envelopa-se as flores em papel manteiga junto com fragmentos desprendidos da amostra; 
 - Etiqueta-se com os dados de coleta (nome dos coletores, data da coleta, nome científico da 
planta, localização geográfica, características da mesma, identificaçãodo herbário); 
 - Encapa-se com papel pardo resistente (saia); 
 - Registra-se a exsicata no herbário. 
 
 
 Envia-se a exsicata para o herbário para que sirva de material testemunho do estudo bem 
como para a identificação de uma espécie que o coletor desconheça e tenha interesse em estudar. 
 
 Revisando: 
• Passo 1: O material vegetal fresco é colocado entre jornais; 
• Passo 2: Coloca-se o exemplar na prensa e espera a secagem na estufa; 
• Passo 3: O material é costurado ou colado em papel de cartolina (exsicata); 
• Passo 4: Enviado ao herbário para identificação e para depósito do material testemunho. 
 
 Os frutos estróbilos e amostras de madeira são de difícil herborização por sua constituição e 
tamanho, e por isso são mantidos em coleções separadas: 
 
- Carpoteca: Coleção de frutos à parte dos ramos ou plantas secas. 
- Xiloteca: Coleção de amostras de madeira. 
 
 Drogoteca: Coleção de drogas vegetais, ou seja, partes de plantas comumente utilizadas 
medicinalmente e desidratadas obtidas de espécies nativas do Brasil ou exóticas (inscritas na 
Farmacopeia Brasileira). 
 
Aula 2c – Identificação de plantas medicinais e drogas vegetais 
 
 Objetivo principal da botânica: Fornecer conhecimentos teóricos e práticos que auxiliem na 
identificação de plantas e ou drogas vegetais. 
 Significado da identificação: Utilizar no preparo de medicamentos a planta correta, garantindo 
a qualidade e o prestígio do fitoterápico, com detecção de contaminações e falsificações. 
 
 A identificação é feita por comparação: 
 
 
 
 Identificação de amostras secas do comércio: hidratam-se as amostras com solução 
reidratante de etanol 50% + glicerina 2:1 e etileno diamina 4%. 
 Identificação macroscópica de drogas vegetais: A Farmacopeia Brasileira identifica muitas 
drogas vegetais exclusivamente por sua morfologia externa (organografia) e pela morfologia interna 
(anatomia). A análise rápida de custo reduzido permite a verificação da identidade e o 
reconhecimento de fraudes ou contaminações. A identificação é feita pela comparação da droga 
problema com a droga padrão ou literatura especializada de monografias ou farmacopeias. 
 
 - Material necessário para análise de caracteres macroscópicos da planta: Microscópio 
estereoscópico (lupa binocular), lupa de mão (10x ou menos), agulhas, pinças de ponta fina e giletes 
para dissecação e régua milimetrada. 
 - Material necessário para análise de caracteres microscópicos da planta: Micrótomo de 
Ranvier, micrótomo rotativo, pincel, espátula, giletes, seringas com agulha, corantes, reagentes, 
microscópio de luz, lâminas e lamínulas. 
 
 Resumindo: 
• Caracteres morfológicos e anatômicos: 
– Taxonomia (Classificação); 
– Identificação de plantas / autenticação de drogas vegetais; 
 
Aula 3 – Caule e raiz 
 
 Caules diferem de raízes de acordo com sua organografia e sua anatomia. 
 
 Exemplos de caules medicinais: 
- Gengibre (Zingiber officinalis - Zingiberaceae) – Estimulante digestivo devido aos óleos essenciais 
presentes; 
- Sassafrás (Ocotea pretiosa – Lauraceae) – Ação contra artrite devido ao safrol presente no óleo 
essencial; 
 Exemplos de raízes medicinais: 
- Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra – Leguminosae) – Utilizada em pomadas para feridas e loções para a pele; 
- Ipecacuanha (Carapichea ipecacuanha – Rubiaceae) – Utilizado terapeuticamente como amebicida 
e emético; 
 
 - Funções da raiz: fixação da planta, absorção de água e sais minerais e reserva de substâncias. 
As raízes podem ser normais ou adventícias (origem não embrionária, a partir do caule, folhas ou 
qualquer outra parte do vegetal). 
 
 Classificação das raízes: 
- Subterrâneas: Axial ou pivotante, fasciculada e tuberosa; 
- Aéreas: Fixadoras ou grampiformes, suportes ou escoras, respiratórias e tabulares; 
- Aquáticas; 
 
 Raízes subterrâneas: 
 
 
 
Raízes aéreas: 
 
 Funções e importâncias dos caules: Sustentação de ramos folhas, flores e frutos, condução de 
substâncias alimentares, crescimento e propagação vegetativa, alimentação (batata inglesa) e 
aplicação industrial na produção de borracha, tintas, resinas e madeiras. 
 
 Classificação dos caules: 
- Aéreos: Eretos, rastejantes ou trepadores; 
- Subterrâneos: Rizomas, tubérculos ou bulbos; 
- Aquáticos; 
 
 Caules aéreos: 
 
 
 
 Caules subterrâneos: 
 
 
 Adaptações de caule: 
 
 Raízes e caules aquáticos: 
 
 
Aula 4 – Folha - Organografia 
 
 As folhas possuem importância na alimentação (alface, repolho, agrião, couve) e medicinal: 
- Boldo (Pelmus boldus – Monimiaceae) – Colagogo; 
- Capim-limão (Cymbopogon citratus – Gramineae) – Calmante; 
- Jaborandi (Pilocarpus microphyllus – Rutaceae) – Colírios; 
 
 Em geral, as folhas apresentam coloração verde (clorofiladas) e são expansões laterais do 
caule (Pteridófitas e Fanerógamas). Suas funções compreendem a fotossíntese (nutrição da planta), a 
respiração e a transpiração. 
 
 Classificação das folhas: 
- Quanto à nervura: peninérvia (formato de pena) e paralelinérvia (típicas de Liliopsidas): 
 
- Quanto à consistência e superfície: 
 
 Sendo glabra a folha lisa, pubescente a que apresenta pelos e glauca aquela que apresenta 
fina camada verde-acinzentada ou verde-azulada resultante da deposição de cera epicuticular. 
 
- Quanto à forma do limbo: 
 
 
 
- Quanto à forma do bordo: 
 
- Quanto ao ápice foliar: 
 
 
- Quanto à base foliar: 
 
- Quanto ao número de limbos: 
 
 
 Filotaxia (disposição das folhas sobre o caule): 
 Modificações de folhas: Denominam-se folhas modificadas aquelas que sofreram 
modificações estruturais e funcionais, adaptando-se ao ambiente nas quais estão presentes. Ex.: 
 
 
 
 Raízes, caules e folhas possuem grande diversidade morfológica e constituem drogas vegetais 
com diversos usos. Suas importâncias vão além das drogas vegetais, permitindo a identificação de 
determinadas espécies medicinais devido às suas formas muito características. 
 
Aula 5 – Flor - Organografia 
 
 Importância das flores: Reprodução sexial das Angiospermas, classificação de plantas 
(sistemática), medicinal, alimentar e ornamental. 
 
 O termo angiosperma deriva das palavras gregas Angeion, que significa urna ou vaso, e 
Sperma, que significa semente. 
 Classificação de flores: 
 Ao conjunto de estames de uma flor denomina-se androceu (aparelho reprodutor masculino), 
enquanto ao conjunto de pistilos denomina-se gineceu (aparelho reprodutor feminino). O gineceu é 
formado por folhas modificadas denominadas carpelos, e pode ser classificado quanto à soldadura ou 
número dos mesmos e quanto ao número de lóculos do ovário. 
- Quanto à forma do estigma: 
 
- Quanto à posição do ovário: 
 
- Quanto à simetria floral: 
 
- Quanto à soldadura dos estames (filetes e anteras): 
 - Dialistêmones – estames livres; 
 - Gamostêmones – estames soldados; 
 
- Quanto ao número de peças de perianto (pétalas e sépalas): 
 - Aperiantada, aclamídea ou nua – ausência dos dois verticilos protetores. Ex.: Pimenta-do-
reino; 
 - Monoperiantada ou monoclamídea – ausência de um dos verticilos. Ex.: Mamona; 
 - Diperiantada ou diclamídea – presença de cálice e corola. Ex.: Hibiscus; 
 
Obs.: Chamamos de cálice o conjunto de sépalas e de corola o conjunto de pétalas de uma flor. 
 - São exemplos de Drogas constituídas por parte de flor as pétalas de papoula-rubra (Papaver 
rhoeas), rosa vermelha (Rosa gallica) e Cravo-da-índia (Syzygium aromaticum). 
 
 - O grão de pólen é um corpúsculo de forma variável (arredondada ou ovóide) que dará origem 
aos gametas masculinos. Sua estrutura é composta de dois micronúcleos (um vegetativo e um 
reprodutivo) que originam dois gametas masculinos e duas membranas (exina e intina). A polinização 
é a transferência do pólen das anteras para o estigma. 
 
 - As inflorescências são conjuntos de flores localizados em sistemas de ramos que podemser, 
muitas vezes, confundidos com uma flor única. As inflorescências podem ser definidas como um 
sistema de ramos que possuem flores dispostas de maneira variada. Podem ocorrer de diversas 
formas, dentre as quais as principais são rácemo ou cacho, panícula, umbela, espiga, espádice, 
escorpióide, capítulo, dicásio, sicônio, ciátio e fascículo. 
 
 
 Os pigmentos florais podem ser: 
Carotenóides Flavonóides 
Carotenos – laranja Antocianinas – azul a roxo e cores avermelhadas 
Xantofilas – amarelo Antoxantinas – branco marfim ao amarelo 
Outros – vermelhos e marrons 
 
 
 
 
Aula 6 – Frutos e sementes - Organografia 
 
 Os frutos provêm do desenvolvimento da flor, sendo os ovários desenvolvidos com as 
sementes já formadas, podendo ser constituídos de diversos ovários e ter ou não estruturas 
acessórias. A função dos frutos é proteger as sementes e facilitar a dispersão graças às formas 
variadas. 
 
 Os frutos são constituídos de um pericarpo que pode ser dividido em: 
- Epicarpo, que é a camada mais externa proveniente da epiderme externa da parede ovariana; 
- Mesocarpo, que é a camada intermediária proveniente do mesófilo da folha carpelar e quase sempre 
possui grande espessura, podendo ou não acumular reservas nos frutos carnosos ou secos 
respectivamente. É, em geral, a parte comestível dos frutos; 
- Endocarpo, que é a camada mais interna proveniente da epiderme interna da parede ovariana que 
faz contato com as sementes. Pode ser lenhoso, constituindo o caroço em drupas, ou a parte 
comestível, como nas laranjas; 
 
 Classificação de frutos: 
- Quanto ao número de sementes: 
 - Monospérmicos – Uma só semente; 
 - Dispérmicos – Duas sementes; 
 - Trispérmicos – Três sementes; 
 - Polispérmicos – Várias sementes; 
 
- Quanto à consistência do pericarpo: 
 - Secos – Pericarpo não suculento; 
 - Carnosos – Pericarpo espesso e suculento (armazenam grande quantidade de água, sais e 
matérias orgânicas); 
 
 - Quanto ao número de carpelos: 
 - Monocárpicos – provenientes de gineceu 
unicarpelar; 
 - Apocárpicos – provenientes de gineceu 
dialicarpelar; 
 - Sincárpicos – provenientes de gineceu 
gamocarpelar; 
 
- Quanto à origem: 
 – Simples – resultam de um ovário apenas, de uma só flor (seja monocárpica ou sincárpica). 
Ex: Legume (monocárpico), hesperídeo (sincárpico). 
 – Agregados ou múltiplos – resultam dos diversos carpelos separados de um gineceu único - 
de uma flor dialicarpelar (apocárpico). Cada carpelo originando um aquênio ou uma drupa ou um 
folículo, etc. Ex: Framboesa, morango. 
 – Infrutescência ou composto – resultam da concrescência dos ovários das flores de uma 
inflorescência. Ex: Abacaxi. 
 – Complexos ou pseudofrutos (pomo) – resultam de uma só flor, quando outras partes florais 
além do ovário, participam da sua constituição. Ex: Pêra, caju, maçã. 
 
Obs.: Infrutescências são frutos derivados dos gineceus de várias flores, enquanto frutos múltiplos são 
derivados de um gineceu dialicarpelar e frutos carnosos, secos e pseudofrutos são derivados de 
gineceu uni ou gamocarpelar. 
Obs2.: A partenocarpia é o desenvolvimento do fruto sem fecundação, como é o caso da banana. 
 
 - Os frutos simples carnosos podem ser caracterizados como bagas ou drupas, enquanto os 
frutos simples secos podem ser caracterizados como deiscentes ou indeiscentes: 
 
 
 
 
 - Frutos derivados de flores hipóginas possuem as sépalas “acima” do fruto, enquanto frutos 
derivados de flores epíginas possuem as sépalas “abaixo” do fruto. 
 
 
 Drogas constituídas de frutos ou partes: 
- Casca de laranja doce (epicarpo e mesocarpo) - – estimulante,edulcorante; 
- Casca de limão (epicarpo e mesocarpo) – anti-séptico e estimulante da função digestiva; 
– Coloquíntida – fruto desprovido de epicarpo – purgativo; 
– Kamala – pêlos glandulares do epicarpo – vermífugo; 
 
 Características morfológicas dos frutos: 
- Macroscópicas: 
 - Aspecto externo: 
 - Tipo de fruto; 
 - Forma; 
 - Cor, sabor, odor; 
 - Consistência 
 - Aspecto da secção transversal: 
 - Número de lojas; 
 - Tipo de placentação 
 
Obs.: O grau de fragmentação dos frutos é um fator limitante nas observações macroscópicas dos 
mesmos. 
 
 Secções transversais de funcho, erva-doce e cicuta: 
 
 
 A semente é o óvulo fecundado submetido a modificações. A semente é um corpúsculo 
desidratado de tegumento endurecido que acumula proteínas, lipídeos e carboidratos. 
 
 
 
Obs.: O albúmen (tecido reserva ou endosperma) de alguns frutos, como o coco, possui grande 
importância econômica. 
 Sementes de importância farmacêutica: 
• Farmacopeia Brasileira: 
 - Anis, funcho, cicuta e o coentro (Umbelifereae) -> identificação dos frutos 
 - Baunilha, anis-estrelado, cubeba, cardamomo e zimbro -> identificação dos frutos 
 - Massis da noz-moscada e a noz-de-cola -> drogas constituídas de partes da semente 
 
 Conclusões 
- Uma variedade de frutos e sementes possuem importância farmacêutica, alimentar e condimentar; 
- Frutos podem ser identificados por suas características morfológicas e por suas sementes. 
 
Aula 7 – Célula vegetal, Tecidos Vegetais Primários e Aplicação no Controle de Qualidade 
 
 A célula vegetal é diferente da animal por conter vacúolo central, cloro ou cromoplasto e 
parede celular, esta última que confere forma e rigidez e pode ser usada na produção de papel 
(celulose) ou tecido (algodão). 
 Os principais constituintes da parede celular são celulose e lignina, e sua espessura pode variar 
de acordo com a função e idade da célula (mais espessa em células com função de sustentação e/ou 
mais velhas). As paredes celulares podem ser classificadas como primárias (campos primários de 
pontoação e formadas por celulose, hemicelulose e pectinas) e secundária (pontoação, formadas por 
celulose e hemicelulose), sendo a primeira mais elástica de modo a permitir o crescimento celular, e 
a segunda mais espessa e rígida por se formar após o alcance do tamanho e forma definitivos da célula. 
 A espessura, coloração e espessamentos desiguais da parede celular são fundamentais para 
identificar o tipo de tecido, e por isso são aplicados no controle de qualidade. 
 
 Tipos de impregnação da parede celular: 
• Lignificação → impregnação de lignina. Ex: Células da madeira; 
• Suberificação → impregnação de suberina. Ex: Células da cortiça; 
• Cutinização → impregnação de cutina. Ex: células da epiderme; 
 
 - Os vacúolos celulares são Células epidérmicas com vacúolo contendo antocianinas. 
 - Os plastídeos podem ser cromoplastos (carotenoides, possuem coloração amarela, 
alaranjada ou vermelha e estão presentes em folhas, frutos e raízes como a cenoura), cloroplastos 
(clorofilas e carotenoides do parênquima clorofiliano, responsáveis pela fotossíntese) e leucoplastos 
(sem pigmentos, sintetizam amido - amiloplastos). 
 
 - A epiderme é a camada de células mais externas do corpo primário da planta. Nela, algumas 
estruturas projetadas como os estômatos (estruturas especializadas na realização das trocas gasosas 
da planta com o meio) e os tricomas (projeções da epiderme das plantas que auxiliam na absorção de 
água e sais minerais, defesa, entre outras funções) podem ser encontradas. 
 Os tricomas podem ser classificados em: 
- Tectores: Estruturas uni ou pluricelulares de várias formas, são não glandulares e por isso incapazes 
de produzir secreções, estando mais relacionados com a redução de perda d’água e diminuição da 
incidência luminosa, além de formar uma densa cobertura que pode servir como barreira mecânica. 
Ex.: Fibra de algodão; 
- Glandulares: São constituídos por uma cabeça uni ou pluricelular e um pedúnculo. Secretam várias 
substâncias, como óleo, néctar, mucilagem e sucos digestivos, apresentando várias organelas que 
variam de acordo com o tipo de substância secretada. Ex.: Alecrim; 
 
 Estômato é uma palavra derivada do grego stoma, que significaboca. Um estômato é formado 
por duas células especializadas, as células-guarda, que são as únicas células epidérmicas com 
cloroplastos. As células-guarda delimitam o ostíolo, uma abertura que se comunica com um espaço 
intercelular localizado logo abaixo da epiderme conhecido como câmara subestomática. Em algumas 
plantas, encontramos células subsidiárias circundando as células-guarda e, dependendo da forma 
como estão dispostas, dão ao estômato uma classificação diferente. Os estômatos auxiliam no 
diagnóstico de drogas de acordo com sua frequência, distribuição e seus tipos, podendo ser: 
- Anisocíticos: Presentes nos gêneros Cruciferae e Plumbaginaceae, apresentam três células 
subsidiárias de tamanhos diferentes circundando-os; 
- Anomocíticos: Presentes nos gêneros Capparaceae, Liliaceae e Polygonaceae, não apresentam 
células subsidiárias; 
- Diacíticos: Presentes nos gêneros Acanthaceae e Caryophyllaceae, apresentam suas células 
subsidiárias dispostas de maneira perpendicular às células-guarda. 
- Paracíticos: Presente nos gêneros Magnoliaceae e Rubiaceae, apresentam duas células subsidiárias 
com seus eixos maiores dispostos paralelamente ao das células-guarda; 
 
 Tecidos do sistema fundamental da célula vegetal: 
- Parênquima: Responsável pelo preenchimento, fotossíntese e 
armazenamento. Pode ser localizado na nervura mediana, no 
pecíolo, na raiz e no caule. O parênquima paliçádico é um tecido 
composto por células vivas com propriedades meristemáticas, ou 
seja, possuem capacidade de divisão celular; 
 
- Colênquima: Responsável pela sustentação. O tecido 
colenquimático é um dos tecidos de sustentação das plantas e 
apresenta suas células vivas reunidas em forma anelar, angular ou 
lamelar sob a epiderme na periferia de caules, pecíolos, peças 
florais, frutos e raramente em raízes de eudicotiledôneas; 
- Esclerênquima: Também responsável pela sustentação. O tecido esclerenquimático é composto de 
fibras e esclereídeos mortos com protoplasto ausente nas células mais maduras e espessamento 
homogêneo da parede secundária. Formam cordões de fibras que compõe a bainha do feixe vascular, 
sendo responsável pela sustentação de monocotiledôneas; 
 
 - Idioblastos: Células isoladas diferindo em conteúdo e forma das células adjacentes que 
exercem função especializada no interior do tecido, a qual pode ser de natureza mecânica (conferir 
rigidez ou capacidade de suporte, como nas folhas e caules de plantas), secreção de muco ou outras 
substâncias, armazenamento de óleos essenciais ou lípideos, defesa contra a herbivoria através da 
presença de ráfides, entre outras. 
 
 - Substâncias ergásticas: Produtos de reserva e metabólitos de atividades celulares que, em 
geral, ocorrem no vacúolo. Ex.: Amido, proteínas, lipídeos, óleos essenciais, compostos fenólicos, 
cristais de oxalato ou de carbonato de cálcio. 
 
Obs.: A identificação dos compostos ergásticos e idioblastos é útil na diferenciação de espécies, tais 
como os órgão subterrâneos de veratro (que possui grãos de amido e ráfides) e genciana (que possui 
gotículas de óleo e cristais aciculares isolados). 
 
 
 Sistema vascular: 
- Floema: Também chamado de líber, é responsável pelo transporte de água e sacarose e composto 
por elementos crivados (células crivadas e elementos de tubo crivado), tendo como uma de suas 
principais características a interconexão dos protoplastos pela presença de áreas crivadas em suas 
paredes, além de apresentar protoplasto vivo e degeneração do núcleo na maturidade. Classifica-se 
como primário quando constituído por elementos celulares provenientes da atividade do procâmbio 
e como secundário quando constituído por elementos celulares provenientes da atividade do câmbio: 
 
- Xilema: São vasos lenhosos que conduzem água e sais minerais (seiva bruta) das raízes até as folhas, 
além de atuar na sustentação e armazenamento de nutrientes da planta. Esses vasos são constituídos 
por células cilíndricas que formam tubos contínuos por toda a planta. O xilema é constituído por 
tecidos formados por diversos tipos celulares, como as células parenquimáticas, fibras, traqueídes, 
elementos de vaso e paredes reforçadas constituídas por celulose e lignina. É essencial para o 
desenvolvimento de plantas de maior porte no ambiente terrestre. O xilema é chamado de primário 
quando é formado a partir do procâmbio (tecido meristemático primário) e é chamado de secundário 
quando é formado a partir do câmbio vascular (meristema secundário ou lateral). 
 
 - Óleos essenciais são monoterpenos e sesquiterpenos altamente voláteis que contribuem 
para a fragrância ou essência das plantas, sendo produzido por tricomas glandulares (Labiatae), 
cavidades secretoras (Rutaceae, Myrtaceae), dutos (Pinaceae, Anacardiaceae, Compositae, 
Leguminosae, Umbelliferae) e células oleíferas (Lauraceae, Zingiberaceae). Possuem propriedades 
variadas, como antivirótica, antiespasmódica, analgésica, bactericida, expectorante, vermífugo, etc. 
 
 Conclusão: 
• A organização anatômica dos órgãos -> distribuição dos tecidos -> fator importante para a 
identificação de plantas e drogas medicinais. 
 
Aula 8 – Meristemas e Sistema vascular primário e secundário 
 
 O meristema é o tecido vegetal presente em raízes e caules cujas células se dividem 
continuamente, podendo ser apical ou lateral. O meristema é formado com a geração do embrião 
após a fecundação da oosfera pelo núcleo espermático, sendo a embriogênese acompanhada do 
desenvolvimento da semente. O meristema é um tecido embrionário, isto é, possuidor de células 
indiferenciadas. Sua função é, portanto, originar os tecidos diferenciados da planta, sendo responsável 
pelo crescimento em tamanho e espessura do vegetal, além de atuar na cicatrização de possíveis 
ferimentos na planta. 
 
 
 O meristema é classificado de acordo com a posição no corpo da planta e quanto ao estágio 
de desenvolvimento: 
• Posição: 
 - Meristema apical: Posicionados na região do ápice da raiz, do caule e de suas ramificações e 
são responsáveis pelo crescimento longitudinal da planta. A partir desse tipo de meristema, é formado 
o meristema fundamental, a protoderme e o procâmbio; 
 - Meristema lateral: Posicionados paralelamente à superfície do caule e da raiz. Esses 
meristemas (câmbio vascular, que origina xilema e floema secundário, e felogênio, que origina a 
epiderme) estão relacionados com o crescimento secundário do caule e da raiz, ou seja, o aumento 
da espessura; 
 
• Estágio de desenvolvimento: 
 - Meristemas primários -> Aqueles que se originam diretamente das células embrionárias e 
estão relacionados com o crescimento primário da planta. 
 - Protoderme -> epiderme; 
 - Meristema fundamental -> tecidos fundamentais (parênquima, colênquima e 
esclerênquima); 
 - Procâmbio – tecidos vasculares primários (xilema e floema primários); 
Ex: Eudicotiledôneas anuais de pequeno porte e maioria das monocotiledôneas. 
 
 - Meristemas secundários -> Aqueles formados a partir de células diferenciadas que se 
tornaram novamente meristemáticas, sendo responsáveis pelo crescimento secundário da planta. 
 - Felogênio/câmbio da casca – tecido de revestimento secundário; 
 - Câmbio vascular – tecidos condutores secundários; 
Ex: Eudicotiledôneas arbustivas e arbóreas e gimnospermas. 
 
 
 
 O meristema pode ser aplicado na micropropagação para a multiplicação de centenas de 
espécies medicinais: 
• Eclipta alba (L) Hassk.: 
 – Asteraceae cosmopolita, possui atividade anti-hepatotóxica -> dois cumestanos: 
wedelolactona e demetilwedelolactona; 
 – Apresenta diferentes quimiotipos com produção irregular dos compostos de interesse; 
• Maytenus aquifolia e Maytenus ilicifolia: 
 – Espécies que também apresentam quimio e morfotipos; 
 Xilema: Transporta água e solute a longa distância, armazena nutrientes, auxilia no suporte 
mecânico e forma, com o floema, o sistema vasculardos vegetais. É originado no pró-câmbio. 
 
 Os tipos celulares presentes no xilema são os elementos traqueais, células mais ou menos 
alongadas de paredes secundárias espessadas e lignificadas, com pontoações variadas e mortas na 
maturidade. São responsáveis pela condução da água e dos sais minerais, e podem ser divididas em: 
- Traqueídes -> Células cilíndricas, alongadas e com numerosos poros, tanto nas paredes laterais, como 
nas apicais. Não são perfuradas, possuindo somente pontoações pares; 
- Elementos de vaso -> Células especializadas perfuradas nas extremidades, formando um tubo (vaso). 
São comumente encontrados em angiospermas, mas estão ausentes na maioria das gimnospermas, 
como as coníferas; 
 
 - Classificação do xilema de acordo com o tempo de amadurecimento dos elementos 
condutores: 
 
 
 
- Tipos de placas perfuradas: 
 
 
 (Ainda em tipos celulares do xilema primário) 
 
- Fibras: Células alongadas com paredes secundárias geralmente lignificadas, cuja função envolve 
sustentação e eventual armazenamento de substâncias. São afiladas na extremidade e possuem 
paredes celulares espessadas (resultado da lignificação), podendo ser classificadas em libriformes e 
fibrotraqueíde; 
- Células parenquimáticas: Atuam, principalmente, garantindo o armazenamento de várias 
substâncias, como amidos, óleos, compostos tânicos e cristais, além de translocarem água e solutos. 
 Xilema secundário: Presente em árvores e arbustos, tem sua origem no câmbio vascular; 
 
 
 
 - Tipos celulares presentes no xilema secundário: 
 
- Parênquima axial: São células de formato retangular e paredes normalmente finas e não lignificadas, 
bem mais curtas do que os traqueídes axiais, que tem por função o armazenamento de substâncias 
nutritivas no lenho; 
- Células quadrada, ereta e procumbente: Formação do parênquima transversal, que transforma e 
conduz substâncias nutritivas transversalmente. Este parênquima é homogêneo quando formado por 
apenas um destes tipos de células ou heterogêneo quando formado por uma combinação das 
mesmas; 
 
 - Pontoações areoladas (coníferas): Recebem este nome porque em vista frontal 
se mostra como uma aréola, ou seja, apresenta uma saliência de contorno circular e no 
centro desta encontra-se uma abertura, também circular; 
 Floema: Principal tecido vegetal de condução de materiais orgânicos, tais como sacarose, 
hormônios, sais minerais e água (para frutos, folhas jovens e órgãos tuberosos). Assim como o xilema, 
tem sua origem no pró-câmbio (quando primário) ou no câmbio vascular (quando secundário). 
 Os tipos celulares presentes no floema são os elementos crivados, células com áreas crivadas 
(pontoações modificadas) nas paredes e sem núcleo nos protoplastos adultos. São células vivas 
especializadas na condução da seiva elaborada, e podem ser divididas em: 
- Células crivadas: Células longas com áreas crivadas (pequenos poros) em todas as paredes; 
- Elementos de tubo crivado: Células longas com placas crivadas, principalmente nas extremidades 
das células. As placas crivadas são áreas crivadas especializadas, que possuem poros maiores; 
- Fibras: Possuem novamente função de sustentação e armazenamento, podendo ter importância 
comercial (Linum e Cannabis); 
- Células do parênquima: São células diferentes estrutural e fisiologicamente. Podem ser divididas em 
ordinária (não-especializadas, importantes para o armazenamento de amido, tanino e cristais) ou 
célula companheira (especializadas e associadas aos elementos de tubo crivado), esta que possui 
relação ontogenética (processo biológico de desenvolvimento dos indivíduos), papel importante na 
distribuição de assimilados e no comando das atividades dos elementos de tubo crivado (geração de 
ATP). As células companheiras dispõem-se paralelamente aos tubos crivados, comunicando-se com 
estes através de plasmodesmos e auxiliando-os com o transporte da seiva elaborada; 
 
 
 Floema secundário: Responsável pelo crescimento secundário, isto é, aumento de espessura 
de caules e raízes de gimnospermas e eudicotiledôneas le nhosas. 
 
• Xilema x Floema: 
 - Células condutoras mortas/ Células condutoras vivas; 
 - Elementos de vaso e elementos de tubo crivado → Angiospermas 
 - Traqueídeos e células crivadas → Pteridófitas e Gimnospermas 
 
 - Diagnose de drogas vegetais pelo sistema vascular: 
 • Floema secundário -> grande valor na diagnose de drogas constituídas de casca (Farmacognosia); 
• Cáscara-sagrada e ipê-roxo -> bainha cristalífera ladeando as fibras 
• Cristais de oxalato de cálcio, fibras, células pétreas, células com conteúdo especial e estruturas 
secretoras: canais, glândulas, tubos laticíferos; 
 
 Camadas de crescimento: 
• Anéis de crescimento: Resultantes da atividade periódica do câmbio 
vascular (fenômeno sazonal). 
 - Lenho inicial ou primaveril -> Apresenta menor densidade, com 
células mais largas e paredes mais delgadas; 
 - Lenho tardio ou estival -> Apresenta maior densidade, com 
células mais estreitas e paredes mais espessas; 
 
 - Alguns produtos obtidos do lenho: Látex, resina, xarope de 
maple, âmbar, guitarras e violões, arco de violino; 
 
 
 Resumindo: 
• A organização dos tecidos do sistema vascular e seus tipos celulares são recursos úteis no diagnóstico 
de drogas vegetais. 
 
Aula 9 – Raiz, caule e folha - Anatomia 
 
 A estrutura primária da morfologia interna dos caules consiste nos sistemas de tecidos 
dérmico, fundamental e vascular, cujas diferenças podem auxiliar no reconhecimento de diferentes 
espécies ou clados. No caule de dicotiledôneas, por exemplo, vemos a formação de um raio medular 
devido à disposição em forma circular do sistema vascular, o que delimita as regiões cortical e 
medular. Nas monocotiledôneas, por outro lado, o sistema vascular se encontra disperso dentro do 
caule de forma desordenada, o que não causa essa delimitação. 
 
 
 - Diferenças no lenho de plantas: 
 
 
O lenho tardio ou estival é mais compacto e denso do que o lenho inicial ou primaveril. 
 - Cortes histológicos (lâminas de lenho): 
 
 
 - 1a Imagem: Seção longitudinal tangencial; 
 - 2a imagem: Seção longitudinal radial; 
 - 3a imagem: Seção transversal; 
 
 - A) Seção transversal 
 - B) Seção longitudinal radial; 
 - C) Seção longitudinal tangencial 
 
 Sistema de revestimento secundário: A periderme é um tecido secundário que constitui uma 
camada protetora substituta da epiderme dos caules, raízes e outras partes das plantas que 
experimentam crescimento secundário. A periderme é constituída pelo súber (tecido formado por 
células mortas na maturidade com a impregnação de suberina), felogênio ((câmbio da casca ou 
câmbio suberoso, meristema lateral que forma a periderme, produzindo súber em direção à superfície 
da planta e feloderme em direção ao interior) e feloderme (tecido formado pelo felogênio, que se 
desenvolve em direção oposta ao súber, constituindo a parte interna da periderme). 
 
 
 - Caracterização macroscópica do lenho: 
• Secção transversal 
 - Anéis de crescimento; 
 - Pontos escuros -> canais resiníferos (Pinus); 
• Secção longitudinal 
 - Formações brilhantes -> cristais; 
 
 - Caracterização microscópica do lenho: 
• 3 tipos de cortes (transversal, longitudinal radial e tangencial) 
• Presença de canais resiníferos 
• Elementos traqueais 
 - Tipo de pontoações e sua distribuição; 
 
 - Caracterização macroscópica das cascas: 
•Forma 
• Aspecto da superfície externa 
 - Liso, irregular (fendas), laminar (Eucalyptus), escamas (Pyrus); 
• Aspecto da superfície interna 
 - Fina ou grosseiramente estriadas; 
 - Fibrosas (Mulungu); 
 - Pontos refringentes -> cristais no floema; 
• Aspecto da secção transversal 
 - Vista desarmada ou pequena lupa; 
 - Duas regiões com coloração distinta; 
 
 A estrutura primária da morfologia interna das raízes consiste nos sistemas de tecido 
epidérmico, corticale cilindro vascular. 
 O tecido epidérmico é formado por uma camada única de células e apresenta estruturas 
chamadas de pelos radiculares (prolongamentos de células epidérmicas que aumentam a superfície 
de contato e, consequentemente, a capacidade de absorção da raiz). O tecido epidérmico é formado 
por uma camada única de células, é responsável pela absorção de água e nutrientes do solo e pela 
proteção da raiz. 
 O tecido cortical ou córtex é a região entre a epiderme e o cilindro vascular que tem origem a 
partir do meristema fundamental e é formado por células parenquimáticas, isodiamétricas de paredes 
delgadas, com numerosos espaços intercelulares. A camada interna do córtex diferencia-se em 
endoderme e ocasionalmente em exoderme, esta última que consiste em uma ou mais camadas de 
células diferenciadas formadas na periferia do córtex logo abaixo da epiderme. 
 A endoderme é a camada celular uniserial da raiz vegetal primária que separa o córtex do 
cilindro central das plantas vasculares, sendo, portanto, a camada mais interna daquele. Suas paredes 
anticlinais radiais e transversais formam as estrias de Caspary, fitas de suberina que forçam a 
passagem de água e solutos oriundos da camada externa do córtex a atravessar as células da 
endoderme. A endoderme pode estar presente também no caule, onde, contudo, é muito pouco 
visível. 
 O cilindro vascular é delimitado externamente pelo 
periciclo, que pode ser uni ou multisseriado e dar origem às 
raízes laterais, ao felogênio e à parte do câmbio vascular. Em 
estrutura primária, a raiz apresenta o floema e o xilema 
como cordões individuais, distribuídos alternadamente na 
periferia do cilindro vascular. 
 
 - Periciclo: Parênquima ou esclerênquima que 
origina raízes laterais, câmbio vascular e câmbio suberoso; 
 
 
 
 - Diferença das raízes de monocotiledôneas e eudicotiledôneas: monocotiledôneas possuem 
sistema de raízes fasciculadas,ou seja, não há diferenciação entre uma raíz principal e laterais. Em 
contrapartida, nas eudicotiledôneas, o sistema radicular é pivotante (ou axial), onde é possível 
distinguir uma raiz principal de outras laterais. 
 
 - Caracterização microscópica de raízes medicinais: 
• Raízes de Eudicotiledôneas 
 - Em geral são de natureza secundária. Ex.: Ipecacuanha; 
 - Estudo de casca e lenho 
 - Inclusões: grãos de amido, mucilagens, inulina, cristais de oxalato de cálcio; canais 
secretores, fibras e esclereídeos 
• Raízes de Monocotiledôneas 
 - Inclusões de oxalato de cálcio (rafídes) e células secretoras. 
 - Ex: Salsaparrilha e veratrum 
 
 
 
 Morfologia interna das folhas: 
 
-Face adaxial: “frente” da folha; 
- Face abaxial: “verso” da folha; 
 
 
 
 
 
 
 
 - Organização do mesófilo de folhas de eudicotiledônea e monocotiledônea: 
 
 - Características na folha importantes na diagnose de drogas vegetais: 
• Tipo, distribuição e frequência de estômatos; 
• N° de estratos celulares; 
• Compactação das células; 
• Contorno celular e espessamento da parede; 
• Inclusões inorgânicas → drusas, rafideos, estiloides, cristais prismáticos e areia cristalina; 
 
 Resumo: Anatomia de órgãos vegetativos 
● Raiz 
 – Organização histológica: Monocotiledôneas x eudicotiledôneas; 
 – Endoderme x periciclo; 
● Caule 
 – Crescimento primário: Monocotiledôneas x eudicotiledôneas; 
 – Crescimento secundário: Angiosperma x Gimnosperma; 
● Folha 
 – Organização histológica: Monocotiledôneas x eudicotiledôneas; 
Aula 10 – Técnicas Cito-histológicas 
 
 Muitas drogas são constituídas por órgãos vegetais ou partes dos mesmos, como as raízes da 
Ipecacuanha, os caules de hidraste e gengibre, as folhas de boldo e jaborandi, as flores de camomila 
e arnica, os frutos de erva-doce e funcho ou as sementes de castanha-da-índia e guaraná. O controle 
das drogas de origem vegetal compreendea identificação da droga por meio da caracterização de sua 
morfologia externa (dados organográficos), morfologia interna (estudo anatômico), propriedades 
organolépticas (cor, odor, textura, tipo de fratura, etc), propriedades histoquímicas (testes 
histoquímicos para identificação de grupos químicos de interesse) e propriedades fitoquímicas 
(isolamento, purificação e elucidação estrutural dos princípios ativos). 
 
• Análise macroscópica: Caracterização organoléptica (cor, odor, textura) e da morfologia externa; 
• Análise microscópica: Hidratação das drogas secas inteiras ou rasuradas após obtenção da amostra, 
realização de cortes à mão livre com auxílio de lâminas de barbear seguido de técnicas de coloração e 
comparação com padrões de Farmacopeias e outras obras de referência; 
 - Metodologia adequada: 
 - Hidratação do material; 
 - Variações teciduais na estrutura interna dos órgãos vegetais; 
 
 
 Muitas drogas são fornecidas sob a forma de pó, o que abre espaço para um grande número 
de adulterações. Analisam-se estas em microscopia ótica com o auxílio das técnicas cito-histológicas, 
que são o conjunto de práticas destinadas a preparar materiais de origem vegetal para o estudo 
microscópico. 
 
 
Metodologia para análise: 
 
• Obtenção de amostras 
 -Material fresco; 
 – Material completamente seco (drogas vegetais); 
 - Necessário reidratar em Fervura lenta com solução de reidratação ( duas partes de 
álcool 50°GL e uma de glicerina) -> material deposita-se no fundo: 
 
• Cortes histológicos da amostra 
 
Os cortes podem ser preparados de três formas: 
 - Lâmina a fresco: Material é coletado, fixado, conservado (desidratação por parafina e 
historresina ou tratamento com PEG), cortado e inserido em lâmina; 
 - Lâmina semi-permanente: Material é coletado, fixado, conservado (desidratação por 
parafina e historresina ou tratamento com PEG), cortado, hidratado, corado e inserido em lâmina; 
 - Lâmina permanente: Material é coletado, fixado, conservado (desidratação por parafina e 
historresina ou tratamento com PEG), cortado, hidratado, corado, novamente desidratado e inserido 
em lâmina; 
 
 
 
• Marcha de coloração 
 
 
• Montagem de lâminas 
•Observação ao microscópio de luz 
 
- Reagentes utilizados em testes histoquímicos: São soluções que têm a propriedade de reagir com os 
compostos químicos nos tecidos, produzindo uma reação colorida, a notar: 
– Iodo -> para identificação de amido; 
– Sudan III e IV -> para identificação de óleos; 
– Floroglucina clorídrica -> para identificação de lignina; 
– Cloreto férrico -> para identificação de compostos fenólicos; 
– Ácido acético -> para solubilização de cristais de carbonato de cálcio (solubilidade); 
– Ácido hidroclórico -> para solubilização de cristais de oxalato de cálcio (solubilidade); 
– Fenol com óleo de cravo -> para coloração de sílica; 
– Ácido fluorídrico -> para solubilização de sílica; 
– Reativo de Steinmetz -> para identificação de amido (azul violáceo), óleo (vermelho), suberina 
(amarelo pardo), lignina (amarelo ouro intenso), celulose (amarelo esverdeado) e tanino (azul claro). 
 
- Plantas medicinais e testes histoquímicos: Plantas medicinais despertam interesse pela abundância 
de estruturas secretoras como idioblastos, cavidades, canais laticíferos e tricomas glandulares, que 
produzem secreções ricas em terpenos, alcaloides e compostos fenólicos. A identificação de plantas 
medicinais pode ser feita por testes histoquímicos onde os compostos são identificados in situ. 
 
- Diafanizadores: Líquidos que têm a função de descorar cortes histológicos sem afetar a estrutura da 
amostra. Ex.: Solução comercial de hipoclorito (água sanitária), solução de NaOH (15%, 20%, 25%...); 
 
- Neutralizadores: Líquidos que neutralizam a ação dos líquidos diafanizadores. Ex.: Água acética a 
1/500 (ou água acidulada); 
 
- Corantes: Substâncias que impregnam e coram as estruturas. Ex.: Safranina (cora paredes 
lignificadas), azul de Astra (Astrablau, cora paredes celulósicas), azul de metileno, azulde toluidina 
(corante metacromático que se torna azul na presença de lignina, e roxo na presença de celulose) e 
safrablau; 
 
- Diferenciadores: Retiram o excesso de corante que impregna os tecidos. Ex.: Água destilada; 
 
- Meios de montagem: 
 – Água destilada – empregada em cortes sem nenhum tipo de tratamento; 
 – Glicerina 50% – Faz a lamínula aderir fortemente à lâmina. Não evapora rapidamente; 
 – Bálsamo do Canadá – empregado em preparações definitivas, isto é, cortes submetidos ao 
processo de desidratação. É um meio isento de água; 
 
- Lutagem: Método de vedação das lamínulas. Ex.: Parafina ou esmalte incolor; 
 
- Etiquetagem: Nome da planta, tipo de corte, região do corte, coloração, meio de montagem e data; 
 
 
 
- Princípios da microscopia ótica: para desligar corretamente o microscópio deve-se posicionar a 
objetiva de 4x para baixo, diminuir a intensidade da luz utilizando o potenciômetro e só então desligar 
o interruptor. 
 
 
- No início e durante as práticas, deve-se: 
 – Secar, cuidadosamente, as lâminas e lamínulas de vidrocom pano TNT ou similar; 
 – Tomar cuidado ao manusear as lâminas de barbear – por isso preste atenção nas técnicas 
que serão passadas no início da aula prática; 
 – Usar lâminas de barbear velhas para cortar pedaços maiores dos órgãos, e novas para fazer 
as secções histológicas; 
 – Deixar sempre os pincéis de molho em água durante a marcha de coloração. 
 
- Ao final das práticas, deve-se: 
 - Lavar TODAS as vidrarias e deixar sobre a bancada da pia secando; 
 - Fazer a limpeza da bancada com papel e álcool 70%;

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