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Apoio Matricial e Clínica Ampliada

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Apoio Matricial ou Matriciamento 
O correto entendimento da expressão “apoio”, que é central na proposta dos NASFs, 
remete à compreensão de uma tecnologia de gestão denominada “apoio matricial”, que 
se complementa com o processo de trabalho em “equipes de referência”. Equipes de 
referência representam um tipo de arranjo que busca mudar o padrão dominante de res-
ponsabilidade nas organizações: em vez das pessoas se responsabilizarem por atividades 
e procedimentos (geralmente uma responsabilidade quantitativa), o que se busca é 
construir a responsabilidade de pessoas por pessoas. Ou seja, formar uma equipe em que 
os trabalhadores tenham uma clientela sob sua responsabilidade, por exemplo, uma 
equipe responsável por certo número de leitos em um hospital ou, como no caso da Equipe 
de Saúde da Família, a responsabilidade por uma clientela dentro de um território de 
abrangência. Então, aqui é essencial ressaltarmos que, quando falamos de equipe de 
referência no Caderno, remetemo-nos à equipe de Saúde da Família, que é a referência 
de saúde para certa população na APS. Uma definição de apoio matricial é dada da 
seguinte forma: “O apoio matricial é um arranjo organizacional que viabiliza o suporte 
técnico em áreas específicas para as equipes responsáveis pelo desenvolvimento de ações 
básicas de saúde” (MS, Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental, 
2005). “O apoio matricial em saúde objetiva assegurar retaguarda especializada a equipe 
e profissionais encarregados da atenção a problemas de saúde” (CAMPOS e DOMITTI, 
2007). Dentro do Apoio Matricial, os profissionais (NASF e ESF) irão compartilhar os 
seus saberes, ampliando a resolução dos problemas mais comuns. O Apoio tem duas 
dimensões: 
• Dimensão assistencial: é aquela que vai originar uma ação clínica direta com os 
usuários; • Dimensão técnico-pedagógica: é aquela que vai gerar uma ação e apoio 
educativo com e para a equipe. O que se pretende, quando a equipe ou profissional de 
apoio matricial (do NASF) se encontra com a equipe de referência, é que o apoio matricial 
auxilie a equipe de referência na formulação/reformulação e execução de um projeto 
terapêutico singular para um sujeito individual ou coletivo, que necessita de uma 
intervenção em saúde, com a qual a equipe de referência teve dificuldade. Este processo 
contribui para a organização de uma linha de cuidado contínua, rompendo com a frag-
mentação do cuidado, que prejudica a integralidade da atenção (CAVALHEIRO, 2009). 
O NASF funciona a partir da perspectiva de apoio matricial, ou seja, o conjunto de 
profissionais contribui com suas especialidades e experiências para complementar a 
equipe de referência – no caso, a equipe multiprofissional de saúde da família – e 
promover, em parceria, estratégias de intervenção e compartilhamento da 
responsabilidade pela clientela atendida. A perspectiva interdisciplinar favorece a 
criatividade dos profissionais envolvidos na construção dos dispositivos na atenção básica 
(BRASIL, 2009). A rigor, as equipes do NASF terão dois tipos de responsabilidades: 
sobre a população e sobre a Equipe de Saúde da Família. Seu desempenho deverá ser 
avaliado não só por indicadores de resultado para a população, mas também por 
indicadores de resultado da sua ação na equipe. Exemplo: um indicador importante do 
resultado do trabalho de apoio de um psicólogo a uma Equipe de Saúde da Família é a 
diminuição de pedidos de encaminhamentos (melhor designados agora como 
“compartilhamento”) de transtornos de ansiedade. Esses indicadores de resultados na 
população e na equipe devem ser constantemente acompanhados e, se for o caso, 
reprogramados. Ou seja, a maior parte dos indicadores de resultado ajustados com equipes 
e com os profissionais do NASF é transitória. O conceito de apoio matricial e mais ainda 
sua prática constituem aspectos relativamente novos no âmbito do SUS. 
Clínica Ampliada 
O que é clinica ampliada? 
A clínica ampliada é uma das diretrizes que a Política Nacional de Humanização propõe 
para qualificar o modo de se fazer saúde. Ampliar a clínica é aumentar a autonomia do 
usuário do serviço de saúde, da família e da comunidade. É integrar a equipe de 
trabalhadores da saúde de diferentes áreas na busca de um cuidado e tratamento de acordo 
com cada caso, com a criação de vínculo com o usuário. A vulnerabilidade e o risco do 
indivíduo são considerados e o diagnóstico é feito não só pelo saber dos especialistas 
clínicos, mas também leva em conta a história de quem está sendo cuidado. 
Qual o diferencial da clínica ampliada para o usuário? 
A ampliação da clínica trabalha os danos e os benefícios gerados pelas práticas de saúde, 
e aposta nas equipes de diferentes especialidades compartilhando a responsabilidade com 
os usuários e seu entorno. O serviço de saúde pode acolher a queixa do usuário mesmo 
que a fala pareça não ter relação direta para o diagnóstico e tratamento, pois essa escuta 
auxilia o próprio usuário a descobrir os motivos de seu adoecimento, por exemplo. 
Na prática, como a clínica ampliada acontece? 
Através da escuta, o trabalhador da saúde vai buscar junto ao usuário, os motivos pelos 
quais ele adoeceu e como se sente com os sintomas, para compreender a doença e se 
responsabilizar na produção de sua saúde. É importante estar atento para os afetos entre 
os trabalhadores e usuários buscando a autonomia da pessoa diante do seu tratamento, ao 
mesmo tempo em que seu caso é tratado de forma única e singular. Um hipertenso, por 
exemplo, pode e será cuidado de forma diferente de Como posso implantar a clínica 
ampliada no serviço de saúde? 
A PNH disponibiliza uma cartilha com propostas e orientações acerca da Clínica 
Ampliada para consulta das equipes de saúde e usuários. Através da discussão de um caso 
atendido no serviço, pode-se analisar o modo de fazer em seu trabalho. A discussão pode 
girar em torno de alguns pontos, como: 
- A equipe de saúde está se deixando levar pelos próprios valores? (O que pode ser ótimo 
e correto para o profissional pode estar contribuindo para o adoecimento de um usuário.) 
- Estão percebendo como o usuário se vê “portador do diagnóstico”? (Às vezes, o próprio 
diagnóstico já traz uma situação de discriminação social que aumenta o sofrimento e 
dificulta o tratamento.) 
- Estão produzindo autonomia para com o usuário? (Incentivar e capacitar, o usuário para 
fazer sua insulina em casa, por exemplo, preservando os cuidados básicos na 
administração é produzir autonomia.) 
- Estão atentos e incentivando o usuário a viver, apesar da doença e independente do grau 
de limitação que lhe provoca? Há pessoas que conseguem inventar saídas diante de uma 
situação imposta por certos limites. Elas enxergam o evento mórbido como uma 
possibilidade de transformação, o que não significa que elas deixem de sofrer, mas que 
encontram no sofrimento e apesar dele uma nova possibilidade de vida. Outras precisam 
de algum tipo de ajuda para isto. 
A Clínica Ampliada propõe então que o profissional de saúde desenvolva a capacidade 
de ajudar as pessoas, não só a combater as doenças, mas a transformar-se, de forma que 
a doença, mesmo sendo um limite, não a impeça de viver outras coisas na sua vida. Para 
implantar essa diretriz da PNH é importante também que sejam discutidas outras 
orientações ético-políticas, como o Projeto Terapêutico Singular, Equipe de referência e 
apoio matricial, co-gestão e o acolhimento. 
Apoio Matricial 
O correto entendimento da expressão “apoio”, que é central na proposta dos Nasfs, remete 
à compreensão de uma tecnologia de gestão denominada “apoio matricial”, que se 
complementa com o processo de trabalho em “equipes de referência”. 
Equipes de referência representam um tipo de arranjo que busca mudar o padrão 
dominante de responsabilidade nas organizações: em vez das pessoas se 
responsabilizarem por atividades e procedimentos(geralmente uma responsabilidade 
quantitativa), o que se busca é construir a responsabilidade de pessoas por pessoas. Ou 
seja, formar uma equipe em que os trabalhadores tenham uma clientela sob sua 
responsabilidade, por exemplo, uma equipe responsável por certo número de leitos em 
um hospital ou, como no caso da equipe de saúde da família, a responsabilidade por uma 
clientela dentro de um território de abrangência. Então, aqui é essencial ressaltarmos que, 
quando falamos de equipe de referência no caderno, remetemo-nos à equipe de saúde da 
família, que é a referência de saúde para certa população na aps. Uma definição de apoio 
matricial é dada da seguinte forma: “o apoio matricial é um arranjo organizacional que 
viabiliza o suporte técnico em áreas específicas para as equipes responsáveis pelo 
desenvolvimento de ações básicas de saúde” (ms, conferência regional de reforma dos 
serviços de saúde mental, 2005).

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