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Processo de Trabalho em Atenção Primaria a Saúde Processos de trabalho em Atenção Primaria à Saúde: clínica ampliada, projeto terapêutico singular e longitudinalidade do cuidado. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) Modelo Tradicional Baixa capacidade resolutiva e poucos instrumentos para compreender e agir sobre os determinantes que interferem no processo saúde doença; · Redução da complexidade dos problemas das pessoas à dimensão biológica: · Serviços transformados em grandes ambulatórios de consultas; Processo automatizado no cumprimento de tarefas; · Práticas centralizadas no profissional médico. Clínica Ampliada · Formação de equipe territoriais - visão territorial; Formação de equipes multiprofissionais-olhar transdisciplinar; · Compreensão do sujeito em seu contexto e Compromisso com o sujeito e não com a sua doença: · Constituição de redes de cuidado - PTS: Articulação entre diferentes níveis do sistema; Práticas que gerem construção de projetos terapêuticos singulares; · Criação de vínculo entre profissionais/unidade e usuários. CLÍNICA AMPLIADA Toda profissão de saúde faz um recorte, um destaque de sintomas e informações na sua prática de atenção aos usuários, cada uma de acordo com seu núcleo profissional. Ampliar a clínica significa ajustar os recortes teóricos de cada profissão às necessidades dos usuários. · A discussão em equipe de casos clínicos, principalmente os mais complexos, é um recurso clínico e gerencial importantíssimo. A existência desse espaço de construção da clínica ampliada é privilegiada para o apoio matricial e, portanto, para o trabalho dos profissionais do NASF. APOIO MATRICIAL Tecnologia de gestão denominada “apoio matricial” (NASF) se complementa com o processo de trabalho em “equipes de referência” (a Equipe de SF): · Busca mudar o padrão dominante de responsabilidade nas organizações - em vez de as pessoas se responsabilizarem por atividades e procedimentos (tecnologia dura e levedura), o que se pretende é construir a responsabilidade de pessoas para pessoas (tecnologias leves). O apoio matricial agrega tanto a dimensão da assistência, responsável por produzir ação clínica direta com os usuários, quanto da ação técnico-pedagógica, que produz apoio educativo com e para a equipe. LONGITUDINALIDADE OU VÍNCULO LONGITUDINAL DO CUIDADO Um dos atributos da atenção básica à saúde, consiste no acompanhamento do usuário ao longo do tempo, na qual se espera uma relação terapêutica que envolva a responsabilidade por parte do profissional de saúde e a confiança por parte do usuário. Este atributo é constituído por três elementos: · A existência e o reconhecimento de uma fonte regular de cuidados. · O estabelecimento de vínculo terapêutico duradouro entre os usuários e os profissionais de saúde da equipe local. · A continuidade informacional. PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS) OU INDIVIDUAL (PTI) É o conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas (cuidado), para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com Apoio Matricial se necessário. Geralmente é dedicado a situações mais complexas. Algumas questões que as equipes de saúde podem utilizar para formular o Projeto Terapêutico Singular em grupo e a problematizar a sua relação com os usuários: Questões da equipe multidisciplinar para elaborar o PTS/PTI · Quem são as pessoas envolvidas no caso? · Qual a relação entre elas e delas com os profissionais da equipe? · De que forma o caso surgiu para a equipe? · Qual é e como vemos a situação envolvida no caso? · A que riscos (individuais, políticos, sociais) acreditamos que essas pessoas estão expostas? · Que processos de vulnerabilidade essas pessoas estão vivenciando? · Que necessidades de saúde devem ser respondidas nesse caso? · O que os usuários consideram como suas necessidades? · Quais objetivos devem ser alcançados no Projeto Terapêutico Singular? · Quais objetivos os usuários querem alcançar? · Que hipóteses temos sobre como a problemática se explica e se soluciona? · Como o usuário imagina que seu “problema” será solucionado? · Que ações, responsáveis e prazos serão necessários no Projeto Terapêutico Singular? · Com quem e como iremos negociar e pactuar essas ações? · Como o usuário e sua família entendem essas ações? · Qual o papel do(s) usuário(s) no Projeto Terapêutico Singular? · O que ele(s) acha de assumir algumas ações? · Quem é o melhor profissional para assumir o papel de referência? · Quando provavelmente será preciso discutir ou reavaliar o Projeto Terapêutico Singular? · Atributos da APS COORDENAÇÃO DO CUIDADO · Organização deliberada de mais de duas ou mais pessoas · Manejo dos recursos a afim de oferecer cuidado adequado COORDENAÇÃO DO CUIDADO: no centro do processo, interligando recursos comunitários, assistenciais (secundários, terciários, reabilitação), farmacêuticos; BUSCA INTEGRAR NO PROCESSO DE CUIDADO: prevenção primária, secundária, terciária e quaternária. · Estratégia para evitar a fragmentação assistencial (integralidade) Se saúde é um recurso para vida, o que é o cuidado? “Cuidado é um diálogo entre cuidador(es) e cuidado(s) nos quais os objetos de intervenção, os meios para realizá-la e as finalidades visadas são definidos por saberes e experiências, científicos e não científicos, dos profissionais e dos usuários, de modo compartilhado, de forma a identificar e mobilizar os recursos necessários para se prevenir, tratar ou recuperar situações de saúde tidas como obstáculos aos projetos de felicidade das pessoas, comunidades ou grupos populacionais” José Ricardo M. Ayres