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Embriologia e histologia das glândulas adrenais EMBRIOLOGIA Possui duas origens embriológicas O córtex desenvolve-se a partir do mesênquima (mesoderma intermediário) da crista urogenital A medula se desenvolve a partir das células da crista neural Esse desenvolvimento ocorre sobre a crista urogenital PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO As células que formam o córtex fetal originam-se das células mesoteliais localizadas entre a raiz do mesentério dorsal e as cristas urogenitais em desenvolvimento Dividem-se e diferenciam-se em células do córtex fetal As células mesodérmicas do córtex fetal circundam as células da medula em desenvolvimento Posteriormente, mais células mesenquimatosas originam- se do mesotélio da parede posterior do abdome Circundam a massa original de células que contém as células do córtex fetal e células cromafins Posteriormente, essas células dão origem ao córtex permanente Por volta dos 7 meses de desenvolvimento, o córtex fetal ocupa aproximadamente 70% do córtex O córtex permanente desenvolve-se fora do córtex fetal O córtex da suprarrenal totalmente desenvolvido é visível com 4 meses de idade O córtex permanente substitui o córtex fetal que, nessa idade, já desapareceu por completo Zonalidade totalmente desenvolvida do córtex permanente. A. Na 6 a semana, primórdio mesodérmico do córtex embrionário/fetal B. Na 7 a semana, adição de células da crista neural (medula) C. Na 8 a semana, córtex fetal e início do córtex permanente começando a encapsular a medula D e E. Estágios posteriores do encapsulamento da medula pelo córtex F. Glândula de um neonato mostrando o córtex fetal e duas zonas do córtex permanente G. No 1 o ano de vida, o córtex fetal quase desapareceu H. Aos 4 anos de idade, padrão adulto das zonas corticais. Note que o córtex fetal desapareceu e a glândula é muito menor do que era ao nascimento (F) 5ª 6ª semana, o córtex começa como um agregado de células mesenquimais em cada lado do embrião entre a raiz do mesentério dorsal e a gônada em desenvolvimento As células que formam a medula derivam do gânglio simpático adjacente, que deriva das células da crista neural. Durante a 5 a semana de desenvolvimento, o epitélio celômico adjacente ao da crista genital em desenvolvimento prolifera, e um subconjunto dessas células delamina e entra no mesoderma subjacente Essas células em delaminação diferenciam-se em grandes células acidofílicas, formando as células do córtex suprarrenal fetal Uma segunda onda de células delaminam e migrando, proliferam e formam um fino córtex definitivo que envolve quase por completo o córtex fetal. A PARTIR DO SEGUNDO TRIMESTRE Durante o 2º trimestre, a camada cortical fetal cresce rapidamente em tamanho e começa a secretar diidroepiandrosterona (DHEA), um hormônio convertido pela placenta para o estradiol, que é essencial para a manutenção da gravidez Os produtos provenientes do córtex suprarrenal fetal influenciam a maturação dos pulmões, do fígado e do trato digestivo e podem regular o parto No 2o mês pós-nascimento, a maior parte do córtex fetal regride rapidamente e as células corticais definitivas restantes organizam-se em seguida em camadas de zona glomerular, zona fasciculada e zona reticular A zona glomerulosa e a zona fasciculada estão presentes ao nascimento, mas a zona reticular não é reconhecível até o término do terceiro ano Na 9º semana, os primórdios suprarrenais são completamente fechados por uma cápsula CÉLULAS CROMAFINS As células da crista neural que migram para a região da medula suprarrenal adjacente ao córtex fetal em desenvolvimento se diferenciam em células cromafins São neurônios simpáticos pós-ganglionares especializados inervados por fibras simpáticas pré-ganglionares que liberam epinefrina e norepinefrina sob estimulação simpática Caracterizam-se por numerosas vesículas secretoras, RER e um complexo de Golgi bem desenvolvido O material secretor das vesículas pode ser corado histoquimicamente para demonstrar especificamente das catecolaminas (epinefrina e norepinefrina) MET: Existência de duas populações de células, que se distinguem pela natureza de suas vesículas envolvidas por membrana: População contém apenas grandes vesículas com uma região central densa. Essas células secretam norepinefrina População contém vesículas menores, mais homogêneas e menos densas. Essas células secretam epinefrina. NE: células secretoras de norepinefrina – possuem vesículas com uma região central muito densa E: células secretoras de epinefrina – contêm vesículas com grânulos de coloração menos intensa HISTOLOGIA DA GLÂNDULA ADRENAL FETAL No final da vida fetal, a maior parte da glândula consiste em cordões de grandes células eosinófilas que constituem aproximadamente 80% de sua massa Denominada: córtex fetal ou zona fetal (ZF- histologia) Origina-se a partir da migração inicial de células mesodérmicas O restante da glândula é formado pela camada periférica de pequenas células com citoplasma escasso Denominada: córtex permanente (cp - histologia) Origina-se a partir da migração de células mesodérmicas secundárias Células estão dispostas em cordões lineares anastomosados Observa-se a existência de células cromafins, mas elas estão dispersas entre as células da zona fetal e são difíceis de reconhecer em preparações coradas pela H&E Originam-se da crista neural e invadem a zona fetal por ocasião de sua formação Durante a vida fetal, permanecem nessa localização, em pequenos agrupamentos dispersos de células Por ocasião do nascimento, o córtex fetal sofre rápida involução, reduzindo a glândula dentro do primeiro mês de vida pós-natal para cerca de um quarto de seu tamanho original As células cromafins agregam-se para formar a medula HISTOLOGIA ADRENAL NO ADULTO São revestidas por uma cápsula de tecido conjuntivo denso modelado Em torno delas, com frequência há um acúmulo de tecido adiposo A camada cortical da suprarrenal é irrigada por ramos de artérias subcapsulares Os capilares originados dessas artérias percorrem a camada cortical e, em seguida, irrigam as células da camada medular Alguns ramos das artérias subcapsulares, chamados artérias medulares, atingem diretamente a camada medular MEDULA A porção central da glândula é composta de um parênquima com grandes células epitelioides, de coloração pálida, denominadas células cromafins, tecido conjuntivo, numerosos capilares sanguíneos sinusoidais e nervos As células cromafins são neurônios modificados Não possuem prolongamento axônicos Possuem essa denominação uma vez que possuem uma coloração pardo-amarronzada quando tratadas por sais de bicromato Muitas fibras nervosas simpáticas pré-sinápticas mielinizadas passam diretamente até as células cromafins na medula Quando impulsos nervosos transportados pelas fibras simpáticas alcançam as células cromafins secretoras de catecolaminas, elas liberam seus produtos secretores As células cromafins são consideradas o equivalente de neurônios pós-sinápticos Os hormônios do córtex da suprarrenal exercem controle sobre a morfologia das células cromafins e impedem que formem prolongamentos neurais Consequentemente, as células cromafins assemelhamse muito mais a células endócrinas típicas, uma vez que seus produtos secretores entram na corrente sanguínea por meio dos capilares fenestrados Essas células exercem função secretora Estão organizadas em agrupamentos ovoides e em cordões interconectantes curtos Capilares sanguíneos dispostos em íntima relação com o parênquima ZONAS DO CÓRTEX O córtex da suprarrenal é dividido em três zonas, de acordo com o arranjo de suas células Possui coloração amarela pois secretapredominantemente esteroides Apresenta células ricas em REL A zona glomerulosa, a zona externa mais delgada que constitui até 15% do volume cortical A zona fasciculada, a zona média espessa que constitui quase 80% do volume do córtex A zona reticulada, a zona interna que representa apenas 5 a 7% do volume do córtex, mas é mais espessa que a zona glomerulosa, em virtude de sua localização mais central. Zona glomerulosa As células estão dispostas em agrupamentos ovoides estreitamente acondicionados e em colunas encurvadas, que se continuam com os cordões celulares da zona fasciculada Células relativamente pequenas e colunares ou piramidais Apresentam núcleos esféricos que aparecem densamente compactados e exibem coloração densa As células são circundadas por uma rica rede de capilares sinusoidais fenestrados Apresentam quantidade abundante de retículo endoplasmático liso, complexos de Golgi, mitocôndrias grandes, ribossomos livres e algum RER São observadas gotículas lipídicas esparsas As células dessa zona secretam ALDOSTERONA, que é um mineralocorticoide Zona fasciculada Apresenta células grandes e poliédricas Dispostas em longos cordões retilíneos, com espessura de uma ou duas células, entremeados por capilares sinusoidais Núcleo esférico de coloração clara, podendo haver células binucleadas Apresenta reticulo endoplasmático liso bastante desenvolvido, mitocôndrias com cristas tubulares, complexos de Golgi bem desenvolvidos e numerosos perfis de Retículo endoplasmático rugoso Citoplasma apresenta numerosas gotículas lipídicas, precursoras de hormônios esteroides Citoplasma é bem menos corado e tem aspecto rendilhado, por isso são chamados espongiócitos Em sua maioria essas células secretam glicorticoides: cortisol e cortilcosterona Também secretam pequena quantidade de gonadocorticoides: DHEA, DHEAS, androstenedina Zona reticular As células são menores que as da zona fasciculada, e seus núcleos exibem coloração mais intensa Essas células estão dispostas em cordões anastomosados, separados por capilares fenestrados Apresentam um número relativamente pequeno de gotículas lipídicas São observadas células tanto claras quanto escuras, apresentam quantidades abundantes de grandes grânulos de pigmento de lipofuscina, e são observados núcleos intensamente corados Exibem características de células secretoras de esteroides, REL bem desenvolvido e numerosas mitocôndrias alongadas. As células dessa zona secretam principalmente gonadocorticoides: DHEA, DHEAS, androstenedina Também secretam pequena quantidade de glicorticoides
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