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Raissa Novelli T.67 CLASSIFICAÇÃO CEFALEIAS PRIMÁRIAS ENXAQUECA (MIGRÂNEA) Cefaleias Segundo o modo de instalação e evolução: CEFALEIAS EXPLOSIVAS Surgem abruptamente, em fração de segundo, atingindo a intensidade máxima instantaneamente. Existem tipos benignos de cefaleia que podem ter início dessa forma: cefaleia orgásmica e a “thunderclap headache”. CEFALEIAS AGUDAS Atingem seu máximo em minutos ou poucas horas. Tanto as cefaleias primárias como as secundárias podem apresentar este tipo de instalação. CEFALEIAS SUBAGUDAS Instalação insidiosa, atingindo o ápice em dias ou poucos meses (até três meses). Ocorrem, principalmente, nas cefaleias secundárias, decorrentes de hematomas subdurais, tumores de crescimento rápido, meningites crônicas (fungo, tuberculose). Obs.: Toda vez que tem caráter progressivo tem que pensar em hipertensão intracraniana. CEFALEIAS CRÔNICAS Persistem por meses ou anos e, em geral, são primárias. Podem ser recidivantes, ocorrendo por período variável (minutos, horas, dias) para depois desaparecerem, reaparecendo algum tempo depois. A intensidade da dor deve permanecer mais ou menos a mesma no decorrer dos meses. Obs.: Médico deve estar atento nas cefaleias crônicas, para mudanças das características ou da intensidade da dor, pois podem indicar o aparecimento de cefaleia secundária associada. “A enxaqueca é um distúrbio familiar caracterizado por crises recorrentes de cefaleia muito variáveis em intensidade, frequência e duração. As crises são comumente unilaterais e geralmente associadas com anorexia, náuseas e vômitos. Em alguns casos são precedidas por, ou associadas com, perturbações neurológicas ou de humor. Todas estas características referidas não estão necessariamente presentes em cada crise ou em cada paciente.” Mais comum no SEXO FEMININO, antes dos 20 anos. O termo cefaleia aplica-se a todo processo doloroso referido no segmento cefálico, o qual pode originar-se em qualquer das estruturas faciais ou cranianas, sensíveis a dor. Cefaleia Primária: não existe nenhum substrato orgânico subjacente, a dor de cabeça decorrendo de mecanismos fisiopatogênicos nem sempre ainda totalmente elucidados. Cefaleia Secundária: A cefaleia pode estar na dependência de uma patologia orgânica intracraniana ou extracraniana, ou então de uma doença sistêmica. Obs.: A incidência de sofre declínio com a idade. Normalmente quando é de caráter crônico que se inicia na adolescência tende a ser primária; já a cefaleia secundária são mais frequentes em idosos e no sexo masculino. Raissa Novelli T.67 DOR SINTOMAS ASSOCIADOS Pulsátil/latejante; Unilateral; Piora com movimento; Moderada / forte / incapacitante; 4 a 72h. Náuseas e Vômitos; Fotofobia; Fonofobia; Palidez e suores. Fatores desencadeantes: Emocionais (estresse, ansiedade, depressão); Alterações hormonais (menstruação); Alimentares (chocolate, queijo amarelo, vinho tinto, pimenta); Alteração do ritmo do sono; Sensoriais (mudanças de temperatura). FORMAS CLÍNICAS CLÁSSICA: Migrânea com aura (sinais neurológicos focais). Primeiro ocorre um fenômeno de vasoconstrição com aparecimento de auras. Depois, em alguns minutos esse fenômeno passa de vasoconstrição para vasodilatação que é o evento doloroso, que tem a característica de ser pulsátil, geralmente unilateral. Tipo de aura Características Visual Escotomas, formas, objetos Auditiva Zumbidos, barulhos, músicas Motora Movimentos bruscos ou repetitivos Sensitivos Queimação, dor, parestesia COMUM: Migrânea sem aura. OFTALMOPLÉGICA: Precedente ou acompanhando a dor o paciente tem paralisia, parcial ou completa, do nervo oculomotor (tem ptose palpebral, estrabismo divergente e midríase do lado comprometido) → Necessidade de um exame complementar para afastar uma patologia, o exame de escolha é a angiografia cerebral → Se fizer a pesquisa e não encontrar lesão do oculomotor é uma enxaqueca oftalmoplégica. É uma cefaleia complicada porque muitos pacientes podem não recuperar essa oftalmoplegia. Obs.: Um estudo mostrou que 20% dos pacientes diagnosticados com enxaqueca oftalmoplégica tinham aneurisma de carótida interna comprimindo o oculomotor, principalmente se o aneurisma for na emergência da comunicante posterior (onde passa o oculomotor). ENXAQUECA BASILAR: Acomete o território vertebro- basilar, e a dor vai se localizar na região occipital, e os sintomas acompanhantes ou precedentes vão ser mais próximos a fossa posterior → vertigem, ataxia de marcha e dismetria. ESTADO MIGRANOSO: Enxaqueca que persiste sem recuperação por mais de 72h. INFARTO MIGRANOSO: Possibilidade de o paciente evoluir com uma área de isquemia ou infarto cerebral durante uma crise de enxaqueca. Existem fatores de risco para isso: principalmente se for mulher portadora de enxaqueca da forma clássica, em uso de anticoncepcional oral e história de tromboembolismo. TRATAMENTO TRATAMENTO DAS CRISES ANALGÉSICOS (aspirina, dipirona, paracetamol): começar com analgésicos comuns, se resolver é aqui que fica, o risco desses analgésicos em uso crônico desencadear efeitos colaterais ruins é menor do que com outros. AINEs (Naproxeno - Naprozyn®): Segunda linda de tratamento. O naproxeno tem poder analgésico bom para cefaleia e é o que tem menor efeito renal. VASOCONSTRITORES: •Ergotamina e diidroergotamina 1: o problema da ergotamina é que não deve exceder 6mg por dia nem 12 a 15mg por semana em forma crônica porque pode causar o ergotismo (surgimento de fenômenos vasoconstritivos, principalmente no território cardíaco gerando angina e IAM por vasoconstrição coronariana); •Isometepteno (Neosaldina®); •Cafeína associada com analgésicos. Obs.: Por ter o mecanismo de vasoconstrição se der esse medicamento para paciente com cefaleia tensional ele não melhora, por isso a importância do diagnóstico. ANTIEMÉTICOS (metoclopramida - Plasil®): migrânea acompanhada de vômitos. COMBINAÇÕES DE CODEÍNA (Tylex®) - Causa dependência. ANSIOLÍTICOS E TRANQUILIZANTES (diazepan, cloxazolan, bromazepan) - fenômenos emocionais são importantes no desencadeamento da crise. TRIPTANOS (Sumax®, Maxalt®, Zomig®, Naramig® etc.) vasoconstritores mais modernos, desenvolvidos para o tratamento da enxaqueca. TRATAMENTO ABORTIVO Quando eu vou receber um paciente no hospital? Estado migranoso ou paciente em crise aguda que já fez uso dos medicamentos prescritos e a dor continua forte e intensa. A abordagem é de acordo com a presença de vômito desde o início da crise ou não. Crises com vômitos desde o início: •Utilizar triptano por via subcutânea (Sumatriptano); •Metaclopramida ou domperidona, 10mg, IM; •AINEs IM; •Dipirona, 1g EV diluída em SF0,9%. Crises sem vômitos: •Triptano por qualquer via; •Metaclopramida ou domperidona, 10mg, VO; •Após 20 a 30 minutos, uma Raissa Novelli T.67 CEFALEIA TENSIONAL das seguintes opções: *mesilato de diidroergotamina, spray nasal, 1mg; *tartarato de ergotamina, VR ou SL (via retal ou sublingual), 1 a 2mg; *tartarato de ergotamina (1mg) ou mesilato de diidroergotamina (1mg) + analgésico + cafeína, 2 comprimidos ou drágeas; *isomepteno (30mg) + analgésico + cafeína, 2 drágeas; *paracetamol 500mg + cafeína 65mg, dois comprimidos; •Após 60 a 90 minutos, se necessário: Um AINEs, VR ou IM. Obs.: Em todos os casos tentar manter o paciente em repouso sob penumbra em ambiente tranquilo e silencioso. Quando o paciente vai precisar ser internado por crise de enxaqueca? •Vômitos profusos e desidratação → reposição hidroeletrolítica; •Estado migranoso → corticosteroides EV (dexametasona 6 em 6 horas); •Infarto migranoso → AVC isquêmico. TRATAMENTO PROFILÁTICO Cada pacientepode se beneficiar com um ou outro medicamento. De primeira escolha são os anticonvulsivantes. O tratamento profilático é todo dia em um período não inferior de 6 meses. Após 6 meses se diminui as crises diminui as medicações ou retira. Se retirar o medicamento e as crises voltarem o paciente volta a usar profilático. O objetivo é levar o paciente a ter menos crises e usar menos analgésicos. Não há uma primeira linha. ANTICONVULSIVANTES (1a linha de tratamento): •Divalproato de sódio (Depakote®) 250 a 500mg/dia; •Gabapentina (Neurontin®) 1200 a 2800mg/dia; •Topiramato (Amato®, Topamax®) 25 a 75mg/dia. ANTI-HISTAMÍNICOS E ANTI-SEROTONÍNICOS: •Pizotifeno (Sandomigran®) - 0,5 a 1,5mg. BETABLOQUEADORES: •Propranolol - 60 a 160mg/dia – paciente hipertenso. BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO: •Flunarizina (Flunarin®) - 10 a 20mg/dia – paciente hipertenso. ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS: •Amitriptilina (Tryptanol®) 25 a75mg/dia – quando forte componente emocional; •ISRS 150 a 300mg/dia. Também denominada de “cefaleia de contração muscularl”, constitui a cefaleia mais frequente na prática clínica. A dor é difusa sobre o couro cabeludo e é geralmente descrita como “peso”, “pressão”, “constrição”. As localizações mais comuns são frontal, temporal ou fronto-temporal, geralmente bilateral e frequentemente com componente occipital, aumenta quando o paciente se inclina para frente ou faz esforço físico. Distingue-se da enxaqueca pela inexistência de fenômenos associados, embora náuseas ou fotofobia podem estar presentes de forma leve e isolada. É mais comum pela manhã ou logo depois de se levantar da cama. Afeta principalmente adultos jovens de meia idade. DOR SINTOMAS ASSOCIADOS Opressiva; Bilateral; Leve a moderada (não incapacita); 30 min a 7d. Náuseas e fotofobia – na forma leve e isolada. Fatores desencadeantes: Emocionais (estresse, ansiedade, depressão). Pode se apresentar de forma: AGUDA OU EPISÓDICA: Qualquer pessoa ao longo da vida tem pelo menos 1 episódio; CRÔNICA: é a forma mais comum, com recorrência mais comum do que na enxaqueca; ASSOCIADA À ENXAQUECA (CEFALEIA COMBINADA): Tem crise de enxaqueca intercalada com cefaleia de contração, as crises variam entre uma e outra → importante identificar qual crise está tendo porque as respostas aos analgésicos são diferentes (na enxaqueca a maioria da forma dos tratamentos agudos precisa de substância vasoconstritora, o que não acontece na tensional). CEFALEIA DO TIPO TENSIONAL EPISÓDICA Pelo menos 10 episódios prévios de dor de cabeça. NO de dias com cefaleia <180 por ano (<15/ mês). Episódio com duração: 30 min até 7 dias. ≥ 2 das seguintes características da dor: Ausência dos itens seguintes: Em pressão/aperto; Bilateral; Leve ou moderada; Bilateral; Não agravada por esforços físicos. Náuseas e vômitos; Fotofobia e fonofobia, ou apenas um presente. Não devida a uma outra doença → Afastando condições orgânicas. Raissa Novelli T.67 NO de dias com cefaleia ≥15d/m (>180d/ano). A dor dura horas ou é contínua. ≥ 2 das seguintes características da dor: Ausência dos itens seguintes: Bilateral; Em pressão, não pulsátil; Leve ou moderada; Não agravada por esforços físicos. Fotofobia, fonofobia e náuseas ou apenas um presente (náuseas quando presentes, são leves e não há vômito). Não devida a uma outra doença. CEFALEIA EM SALVAS Dor muito forte unilateral, orbitária, supraorbitária e/ou temporal com durando de 15 a 180 minutos (se não tratada) As crises têm uma frequência de 1 a cada 2 dias até 8 vezes por dia. A cefaleia acompanha-se de pelo menos um dos seguintes fatores: sempre ipsilateral Hiperemia conjuntival e/ou lacrimejamento; Congestão nasal e/ou rinorreia; Edema palpebral. Sudorese frontal e facial; Miose e/ou ptose; Sensação de inquietude ou agitação. Não atribuída a outra transtorno. CEFALEIA TENSIONAL DO TIPO CRÔNICA TRATAMENTO CEFALEIA DO TIPO TENSIONAL EPISÓDICA Paracetamol e dipirona ou AINEs. Relaxantes musculares (carisoprodol 350mg) Obs.: O paciente usa essas medicações quando tem crise, raramente faz tratamento profilático, exceto na forma crônica. O tratamento profilático não é tão eficaz quanto na enxaqueca. CEFALEIA TENSIONAL DO TIPO CRÔNICA Geralmente muito resistentes às medidas terapêuticas. Os analgésicos comuns, além de atuar pouco, são geralmente excessivamente utilizados pelos pacientes, como automedicação compulsiva. ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS: •Amitriptilina - 25 a 75mg/dia e nortriptilina – 25 a 75mg/dia → São os medicamentos profiláticos mais eficazes, estão associados a efeitos colaterais que muitas vezes não são tolerados (aumentando o apetite e ganho de peso ponderal). INCENTIVAR O REPOUSO. AUXÍLIO PSICOLÓGICO OU PSIQUIÁTRICO: mais de 70% dos fatores desencadeantes são ansiedade, estresse e depressão. Quando o paciente aceita procurar ajuda psicológica ele melhora e consegue fazer a abordagem profilática com maior eficiência e sem o uso de medicamentos. MÉTODOS ALTERNATIVOS: •Técnicas de relaxamento; •Acupuntura. Obs.: O principal é saber diferenciar tensional de enxaqueca para não fazer tratamento de forma incorreta, não agregando valor ao tratamento dos pacientes. “Cluster headache”. Crises de dor de forte intensidade, estritamente unilateral, na região orbital, supra orbital, temporal ou em qualquer combinação dessas áreas, durando de 15 a 180 minutos e ocorrendo desde uma vez a cada dois dias até oito vezes por dia. Os sintomas associados as (um ou mais) são todos ipsilaterais à dor. Durante as crises, a maioria dos pacientes ficam inquietos ou agitados. Muito mais frequente em homens que em mulheres e média de início aos 25 anos. DOR SINTOMAS ASSOCIADOS “Facada”; Unilateral/ periorbitária; insuportável; 15 a 180 min. Hiperemia conjuntival, lacrimejamento, rinorreia, congestão nasal, sudorese facial, miose, ptose e edema palpebral. Fator desencadeante: Álcool. Obs.: Os fenômenos acompanhantes (principalmente miose e ptose) podem confundir com déficit neurológico, o que leva a suspeita de cefaleia orgânica causando preocupação. Mas os sintomas desaparecem assim que a crise cessa. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TRATAMENTO MEDIDAS GERAIS E TRATAMENTO ABORTIVO PROIBIÇÃO DE INGESTÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS. Raissa Novelli T.67 CEFALEIAS SECUNDÁRIAS CEFALEIAS REFLEXAS (7) ARTERITE TEMPORAL (2) UTILIZAÇÃO DE OXIGÊNIO a 100% através de máscara facial, a 7litros/min, durante 15 min, para tratamento abortivo das crises – na maioria dos pacientes vai interromper a crise porque ela também tem um componente de vasodilatação e, a inalação do oxigênio vai aumentar concentração de oxigênio causando vasoconstrição cerebral. Essa forma de tratamento também é diagnóstica, nenhuma outra cefaleia aguda melhora com administração de oxigênio. MEDICAMENTOS: •Sumatriptano (principalmente por via nasal – 10 a 20mg ou SC – 6mg) rápida ação; •Tartarato de ergotamina 2mg por via sublingual TRATAMENTO PROFILÁTICO CARBONATO DE LÍTIO (mais utilizado): 300mg, 2 a 3 vezes ao dia (nível plasmático entre 0,4 a 0,8mEq/l). Cuidado com intoxicação por lítio principalmente com fenômenos cerebelares e quadros de confusão mental. Tem que monitorar através do nível sérico de lítio. CORTICOSTEROIDES (Prednisona): 1mg/Kg de peso até 60Kg. INDOMETACINA: 75 a 150mg/dia. ERGOTAMINA: 2mg 2 a 3 vezes/dia. Menos utilizado, causa ergotismo. Quando suspeitar da organicidade de uma cefaleia? SINAIS DE ALERTA •Início abrupto, principalmente como primeiroepisódio; •Acompanhada por distúrbio de consciência, febre e/ou rigidez de nuca; •Acompanhada de sinais e/ou sintomas neurológicos; •Aumento paulatino na intensidade e/ou frequência; •Início após os 50 anos; •Acompanhada por distúrbios endócrinos e/ou HAS; •Relacionada com tosse e esforço físico por causa da hipertensão intracraniana; •Mudança no padrão de uma cefaleia preexistente; •Desencadeada por atividade sexual, acompanhada de vômitos e persistir por horas. “Cefaleia atribuída a arterite de células gigantes.” A dor é causada por um processo inflamatório das artérias extracranianas, demonstrado pela biópsia, frequentemente acompanhado da presença de células gigantes. A cefaleia é, caracteristicamente, de início tardio, aparece após os 50 anos. A dor geralmente é intensa, muitas vezes latejante, podendo ser uni ou bilateral, predominando nas regiões fronto-temporais (região próxima da artéria temporal superficial). O processo arterítico pode acometer outros territórios vasculares sistêmicos, e mesmo o território intracraniano, em especial ramos da artéria oftálmica, levando a graves sequelas visuais. No exame físico tem dor na palpação da artéria temporal superficial que pode estar edemaciada e/ou endurecida. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS a) Qualquer cefaleia nova persistente preenchendo os critérios C e D b) Ao menos um dos seguintes: 1. Artéria temporal edemaciada e dolorosa, com velocidade de hemossedimentação (VHS) e/ou proteína C reativa (PCR) elevadas 2. Biópsia da artéria temporal demonstrando arterite de células gigantes c) A cefaleia aparece em relação temporal estreita com outros sinais e sintomas de arterite de células gigantes - podem ser crises de dor nas grandes articulações quadril, ombro e região cervical, podendo ter rigidez matinal e sinais sistêmicos como perda visual. d) A cefaleia desaparece ou apresenta grande melhora dentro de três dias após o início do tratamento com corticosteroides em altas doses. TRATAMENTO CORTICOSTEROIDES (prednisona): 1mg/Kg/dia, reduzindo-se progressivamente a doses de manutenção até de 10mg/dia (dose limite é de 60mg), até que tenha redução do VHS e negativação da PCR → é feito para evitar a cegueira do paciente em uma crise de arterite. CERVICOGÊNICA “Cefaleia atribuída a perturbação do pescoço.” -> O problema está na coluna cervical levando compressão de raízes cervicais principalmente as três primeiras, ou compressão dos nervos occipitais maior e menor, com dor irradiada da região cervical para occipital. 1.Cefaleia atribuída a trauma cefálico e/ou cervical; 2. Cefaleia atribuída a doença vascular craniana ou cervical; 3. Cefaleia atribuída a transtorno intracraniano não-vascular; 4. Cefaleia atribuída a uma substância ou a sua retirada; 5. Cefaleia atribuída à infecção; 6. Cefaleia atribuída a transtorno da homeostase; 7. Cefaleia ou dor facial atribuída a transtorno do crânio, pescoço, olhos, ouvidos, nariz, seios da face, dentes, boca ou outras estruturas faciais ou cranianas; 8. Cefaleia atribuída a transtorno psiquiátrico. Raissa Novelli T.67 NEURALGIAS CRANIOFACIAIS NEURALGIA DO TRIGÊMIO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS a) Dor referida de uma fonte no pescoço e percebida em uma ou mais regiões da cabeça e/ou face, preenchendo os critérios C e D b) Evidência clínica, laboratorial e/ou por imagem de um transtorno ou lesão na coluna cervical ou nos tecidos moles do pescoço, reconhecidos por ser, ou geralmente aceitos como uma causa válida de cefaleia processos de osteoartrose vertebral levando compressão radicular. Contração dos ramos occipital maior e menor. Hérnias de disco cervicais. c) Evidência de que a dor pode ser atribuída ao transtorno ou à lesão do pescoço, baseada em pelo menos uma das seguintes: 1. Demonstração de sinais clínicos que impliquem uma fonte de dor no pescoço 2. Abolição da cefaleia após um bloqueio anestésico diagnóstico de uma estrutura cervical ou de seu suprimento nervoso, utilizando placebo ou outro controle adequado se beneficia com bloqueio anestésico, sendo sinal tanto de diagnostico como tratamento. d) A dor desaparece dentro de três meses após o tratamento bem-sucedido do transtorno ou lesão causal se opera uma hérnia cervical, por exemplo, em até três meses melhora a dor da irradiação. A neuralgia do trigêmeo é um transtorno unilateral (região facial) caracterizado por dores de curta duração assemelhando-se a choques elétricos (ou fisgada na face), que têm início e término abrupto e se limitam a uma ou mais divisões do nervo trigêmeo. Comumente, a dor é desencadeada por estímulos triviais, como lavar- se, barbear-se, fumar, falar e/ou escovar os dentes (fatores gatilho), e frequentemente ocorre espontaneamente. Pequenas áreas na região nasolabial e/ou queixo podem ser particularmente suscetíveis ao desencadeamento da dor (áreas de gatilho). As dores costumam se remitir por períodos variáveis. Mais acometidos: maxilar e mandibular. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS a) Crises paroxísticas de dor que duram de uma fração de segundo a dois minutos, afetando uma ou mais divisões do nervo trigêmeo e preenchendo os critérios B e C. b) A dor tem pelo menos uma das seguintes características: 1. Intensa, aguda, superficial ou em pontada. 2. Desencadeada por fatores ou áreas de gatilho c) Crises estereotipadas para cada paciente d) Sem evidência clínica de déficit neurológico – principalmente déficit sensitivo. e) Não atribuída a outro distúrbio. TRATAMENTO O tratamento é individualizado. Por ser uma dor de origem neuropática, não responde nem a analgésicos nem anti-inflamatórios porque não tem nocicepção, não tem estímulo do receptor. ANTICONVULSIVANTES: 80% dos pacientes respondem bem, mesmo aqueles com compressão já comprovada. •Ccarbamazepina: 600 a 1200mg/dia; •Oxcarbamazepina: 200 a 600mg/dia; •Gabapentina: 300 a 900mg/dia; •Pregabalina: 75 a 150mg/dia. TERMOCOAGULAÇÃO DO GÂNGLIO DE GASSER e INJEÇÃO DE GLICEROL NA CISTERNA TRIGEMINAL: são os métodos permanentes que levam destruição do gânglio sensitivo. Melhora a dor, mas deixa anestesia na face do paciente. RIZOTOMIA SELETIVA POR RADIOFREQUÊNCIA: é temporária, identifica a raiz acometida e aplica uma onda de radiofrequência e deixa essa raiz temporariamente inativa, paciente melhora e depois se recupera sem muita sequela sensitiva. NEUROTOMIA DO TRIGÊMEO: é quando tudo falhou, é o método mais agressivo, e faz a dissecção cirúrgica do trigêmeo e o paciente fica com déficit sensitivo na face para sempre. DESCOMPRESSÃO MICROVASCULAR DA RAIZ DO TRIGÊMEO: depende da anatomia de cada paciente.
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