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aula 2 processo social II

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- -1
PROCESSO DE TRABALHO EM SERVIÇO 
SOCIAL II
MUDANÇAS NO MERCADO DE TRABALHO 
DO ASSISTENTE SOCIAL E O DEBATE EM 
TORNO DE UM “NOVO” PERFIL 
PROFISSIONAL
- -2
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Identificar os aspectos constitutivos do processo de trabalho do Serviço Social na sociedade capitalista.
2. Definir o significado social da profissão no processo de reprodução das relações sociais.
3. Caracterizar o mercado de trabalho e o perfil profissional na contemporaneidade.
1 Introdução
Esta aula compreende uma reflexão em torno do processo de trabalho do Serviço Social a partir do significado
social que a profissão assume na sociedade capitalista. Para uma melhor análise desta questão do trabalho do
assistente social na sociedade capitalista, é fundamental que você compreenda o conceito de “ reprodução
social”. Para a tradição marxista, a “reprodução social” compreende o modo como são produzidas e reproduzidas
as relações sociais. Nesta perspectiva, a “reprodução das relações é entendida como reprodução da totalidade da
vida social o que engloba não apenas a reprodução da vida material e do modo de produção, mas também a
reprodução espiritual da sociedade e das formas de consciência social através das quais o homem se posiciona
na vida social. Dessa forma, a reprodução de determinado modo de vida, do cotidiano, de valores, de práticas
culturais e políticas e do modo como se produzem as ideias nessa sociedade. Ideias que se expressam em
práticas sociais, políticas, culturais e padrões de comportamento e que acabam por permear toda a trama de
relações da sociedade (Yasbeck,1999, p.89)” . Acrescenta a autora: o assistente social em seu cotidiano
profissional se depara tanto com o processo de reprodução dos interesses de preservação do capital, quanto com
as respostas às necessidades de sobrevivência dos que vivem do trabalho. Não trata de uma dicotomia, mas de
condições objetivas existentes na sociedade. Tratar o Serviço Social como trabalho supõe privilegiar a produção
e a reprodução da vida social como determinantes na constituição da materialidade e da subjetividade das
“classes que vivem do trabalho ”. Este veio analítico tem início na década de 80, com a publicação do livro de
Marilda Vilela Iamamoto em coautoria com Raul de Carvalho, Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. A
atenção volta-se para a produção e a reprodução da vida social e material (dimensão econômica e formas de
consciência, através das quais se apreende a vida social). Não podemos compreender o que é Serviço Social
através dos aspectos inerentes apenas à profissão. Em seu livro Serviço Social na Contemporaneidade, Iamamoto
(1998, p.20) indica como um dos pressupostos para a prática profissional: “a ruptura como uma visão endógena
da profissão, prisioneira em seus muros internos”. A autora ressalta que a prática profissional não deve ser
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considerada isoladamente, em si mesma, mas em seus condicionantes, sejam eles “internos” ou “externos”,
determinados pelas circunstâncias sociais nas quais se realiza a prática do assistente social.
Esta aula compreende uma reflexão em torno do processo de trabalho do Serviço Social a partir do significado
social que a profissão assume na sociedade capitalista. Para uma melhor análise desta questão do trabalho do
assistente social na sociedade capitalista é fundamental que você compreenda o conceito de “reprodução social”.
2 A dimensão histórica da prática profissional
A prática profissional só é desvendada a partir da inserção na sociedade, visto que o Serviço Social se afirma
como instituição peculiar na e a partir da divisão do trabalho. É necessário, assim efetuar um esforço do
significado social da profissão na sociedade capitalista. Trata-se, portanto, de compreender a prática profissional
em sua dimensão histórica, como uma prática em processo, em constante renovação, fato este derivado,
fundamentalmente, das modificações verificadas.
A inserção do Serviço Social na divisão do trabalho resulta de todo um processo histórico e, depende
fundamentalmente, do grau de maturação e das formas assumidas pelos embates das classes sociais subalternas
no bloco do poder no enfrentamento da “questão social” do capitalismo monopolista. Dependem, ainda, do
caráter das políticas do estado, que articuladas ao contexto internacional, vão atribuindo especificidades á
configuração do Serviço Social na divisão social do trabalho ( Iamamoto, 1992, p.87).
O Serviço Social alcança maior legitimidade mediante a sua funcionalidade que assume frente ao conjunto de
legislações, programas e ações voltada para a imagem de Getulio Vargas como “pai dos pobres”. O
reconhecimento do Serviço Social enquanto profissão reconhecida na divisão social do trabalho, está vinculado a
criação das grandes instituições assistenciais, estatais, especialmente na década de 40. Neste período, o Serviço
Social deixa de ser um mecanismo de distribuição de caridade privada das classes dominantes para se
transformar em uma das engrenagens da execução das políticas sociais do estado e Setores empresariais, que se
tornam seus maiores empregadores.
A institucionalização do Serviço Social se dá em meio ao que Gramsci denominou como Estado Ampliado
(https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-44782007000200004&script=sci_arttext), através do qual as
questões sociais passam a ser tratadas não mais pela coerção, mas pelo consenso na sociedade.
Este período caracterizou-se por um aprofundamento do modelo corporativista do Estado e por uma política
.voltada para a industrialização
"O Estado Novo vai buscar na classe operária um elemento adicional de sua legitimação, através de uma política
de massas, ao mesmo tempo que procura reprimir o componente autônomo dos movimento reivindicatórios do
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proletariado, que foge aos canis institucionais criados para absorvê-los na estrutura corporativista. Assim a
manutenção da estrutura corporativista no enquadramento das novas forças sociais exige a articulação da
repressão e da dinamização controlada de seus movimentos, já que se o Estado não e pode permitir a
mobilização e a organização autônomas do proletariado, não pode também aceitar o esvaziamento dos canais
institucionais criados para absorver e esvaziar tais movimentos". (Iamomoto,1998, p. 91)
3 Regulamentação do mercado de trabalho
A regulamentação do mercado de trabalho pelo estado não se restringe a política salarial e sindical, mas se
efetiva também através das organizações representativas das classes produtoras. São criados neste momento:
O Conselho Nacional de Serviço Social;
A Legião Brasileira de Assistência (LBA cuja presença de Darcy Vargas revelava ainda a presença das primeiras
damas nos rumos da assistência pública.);
SENAI;
SESC.
“Se, nos seus primórdios a fonte de legitimação do assistente social decorria de sua origem de classe e do seu
caráter missionário, como meio de fazer face aos imperativos da justiça e da caridade, quando ocorre a
profissionalização do apostolado social este não se choca com o crescente aproveitamento e cooptação
profissional pelo Estado e pelo empresariado”. (Iamamoto,1999, p.93)
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Com a institucionalização observa-se mudanças dos usuários do Serviço Social, que passa de uma parcela
insignificante da população pobre em geral atingida pelas ações dispersas das obras sociais, para concentrar-se
nos grandes setores do (Trabalhadores que precisam vender a sua forças de trabalho, mão deproletariado
obra, para os capitalistas, burgueses, donos dos meios de produção).
4 O significado dos serviços sociais
Você já sabe parou para pensar sobre o que o assistente social produz?
Produz serviços sociais. O profissional é um mediador entre os usuários e as instituições, ou melhor, é
contratado por uma instituição para atender as demandas dos usuários.
O significado dos serviços sociais na sociedade moderna está estreitamente ligado à noção de cidadania. Com a
expansão da economia mercantile a necessária afirmação da liberdade individual, como condição de
funcionamento da nova organização da sociedade. Adquire forma a noção de igualdade de todos os homens
perante a lei, direitos e deveres derivados de sua condição de participantes integrais da sociedade, Isto é de
cidadãos.
O desenvolvimento profissional do Serviço social e a expansão do mercado de trabalho ocorrem no marco do
padrão taylorista / fordista (produção em série) e da regulação keynesiana da economia (ampliação do Estado
no campo das políticas públicas, salários indiretos - Welfare State, o Estado de Bem-Estar Social.
A luta pelos direitos sociais é perpassada pela luta contra o estigmas do assistencialismo. O Estado passa a
assumir progressivamente os encargos sociais em face da sociedade, respondendo as lutas das classes operárias,
quando esta marca presença no cenário político.
As instituições assistenciais apropriam-se de uma série de reivindicações do proletariado na luta por melhores
condições de vida.
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5 Anos 80: mudanças no mercado e processo de trabalho 
do assistente social
A partir dos anos 80 observa-se uma busca de flexibilidade no processo de trabalho. O Projeto neoliberal surge
como resposta ao estado de Bem-Estar Social. Hoje a produção não é necessariamente em série – Toyostismo ou
Modelo Japonês. O trabalhador deixa de ser especializado e tem que exercer várias tarefas.
Em relação ao mercado profissional de trabalho, o que se observa uma retração do Estado, ou melhor, uma
refilantropização. Neste processo as grandes corporações econômicas passam a intervir nas questões sociais.
“Na atual conjuntura de precarização e subalternização do trabalho á ordem do mercado, de erosão das bases de
ação social do estado e de desmontagem de direitos sociais, civis e econômicos, a questão social, matéria prima
da intervenção profissional dos assistentes sociais assume novas configurações e expressões entre as quais
destacamos a insegurança e vulnerabilidade do trabalho e a penalização dos trabalhadores,o desemprego, o
achatamento salarial, o aumento da exploração do trabalho feminino, a desregulamentação geral dos mercados”.
(Yasbeck, 1999, p.97)
Este quadro será marcado por um redimensionamento das intervenção da iniciativa privada frente às questões
sociais, o que vai se revelar num aumento das instituições que integram o Terceiro Setor, o que implicar numa
maior absorção do profissional do Serviço Social neste campo de atuação.
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Além destas mudanças no mercado profissional, também serão demandadas novas habilidades, qualificação e
técnicas competência ao Serviço Social pelo trabalho reestruturado. Tal como os demais trabalhadores, o
assistente social também será pelo impactos da reestruturação produtiva.
“O novo perfil que do trabalhador se expressa num patamar diferenciado de conhecimento acumulado, na
experiência polivalente, na capacidade cognitiva, nos novos hábitos de trabalho e na forma de pensar. Nesse
sentido, mais importante que deter o conhecimento é saber gerenciá-lo, conduzi-lo à geração de novo
conhecimento”. (Koike, 1999, p.104)
Apesar da relativa autonomia que dispõe, em seu cotidiano profissional depende da organização da atividade, do
estado, da empresa, das entidades , o seja,das instituições que viabilizam ao usuário, o acesso aos seus serviços e
fornecem os meios para a sua execução, ação como as prioridades.
É importante que você identifique quais fatores estão presentes na área de atuação em que está inserido. Apesar
de todo um investimento para a consolidação do projeto Ético Político, o que o resultado do trabalho do
assistente social não depende exclusivamente dele. Existem vários aspectos que interferem na qualidade ou da
intervenção profissional. Como futuro profissional do Serviço Social num contexto da desregulamentação do
Estado você ira se deparar com a ausência de recursos humanos e materiais, falta de condições satisfatórias de
trabalho, os chamados limites institucionais.
“A instituição não é um condicionante a mais do trabalho do assistente social. Ela organiza o processo de
trabalho do qual ele participa. Importa ressalta que o assistente social não realiza seu trabalho isoladamente,
mas como parte de um trabalho combinado ou de um trabalho coletivo que forma uma grande equipe de
trabalho. Sua inserção na esfera do trabalho é parte de um conjunto de especificidades que são acionadas
conjuntamente para realização dos fins das instituições empregadoras, sejam empresas ou instituições
governamentais”. (Iamamoto, 1999, p. 68)
6 Aprofundando o conhecimento
Retirado de Yasbeck (CEAD, 1999):
São objetivos
dessadisciplina
Localizar as mudanças no mundo do trabalho e o desenvolvimento de novo potencial
profissional ante a diversidade da questão social na contemporaneidade. Propiciar o
debate acerca das inserções profissionais nas diversas instituições e seus rebatimentos
na atuação do Serviço Social.
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C l a s s e s
subalternas
A subalternidade se relaciona as relações de poder na sociedade e se expressa em
diferentes circunstância e condições de vida (ex. A condição do idoso, de 1 mulher, de
negro, etc.)
Tradição
marxista
Conjunto de elaborações teóricas foirmulada pelas diversas correntes do marxismo.
O que vem na próxima aula
A instrumentalidade e a potenciação do processo de trabalho do serviço social.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Cotidiano profissional e as estratégias técnico-operativas. A noção estrita de instrumento como mero 
conjunto de técnicas. As críticas ao "tecnicismo profissional". O conhecimento como meio de trabalho. 
Instrumentalidade como possibilidade de transformação do cotidiano profissional.
Saiba mais
Para essa aula, sugerimos que acesse:
• ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a 
centralidade do mundo do trabalho. São Paulo, Cortez/ Unicamp, 1985.
• BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista. Rio de Janeiro: 
Guanabara, 1987.
• IAMAMOTO, Marilda Vivela. Serviço Social em tempo de capital fetiche - capital 
financeiro trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2007.
• Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 5. ed. 
São Paulo: Cortez, 2001.
• Renovação e Conservadorismo no serviço Social. Ensaio Críticos. São Paulo .
Cortez, 1992.
• OFFE, C. Trabalho e sociedade. Problemas estruturais e perspectivas para o 
futuro da sociedade do trabalho. V.1. A crise. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 
1989.
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	Olá!
	1 Introdução
	2 A dimensão histórica da prática profissional
	3 Regulamentação do mercado de trabalho
	4 O significado dos serviços sociais
	5 Anos 80: mudanças no mercado e processo de trabalho do assistente social
	6 Aprofundando o conhecimento
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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