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POLIFARMÁCIA: INTERAÇÕES E REAÇÕES ADVERSAS NO USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS Profª Lúcia Taveira UNIP/DF USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS O uso de medicamentos constitui-se hoje uma epidemia entre idosos As consequências do amplo uso de medicamentos têm impacto no âmbito clínico e econômico repercutindo na segurança do paciente USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS A frequência de eventos adversos relacionados aos medicamentos é maior nesta faixa etária, aumentando expressivamente de acordo com a complexidade da terapia. O risco de ocorrência aumenta em 13% com o uso de dois agentes, de 58% quando este número aumenta para cinco, elevando-se para 82% nos casos em que são consumidos sete ou mais medicamentos. USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS A polifarmácia é definida como o uso de cinco ou mais medicamentos. Sua etiologia é multifatorial. Todavia, as doenças crônicas e as manifestações clínicas decorrentes do envelhecimento, apresentam-se como os principais elementos. USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS Devido ao aumento de alterações inerentes à transição epidemiológica expressa pelos idosos, o consumo de medicamentos cresce consideravelmente, podendo‐se desencadear dois estados: polifarmácia Iatrogenia USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS POLIFARMÁCIA É o uso de fármacos prescritos, alguns por sua vez de forma desnecessária, motivando a desistência da terapia, reações adversas, erros de medicação, e, ampliando hospitalizações. IATROGENIA É o surgimento de patologias oriundas do uso regular de medicamentos ou a reação mútua de vários fármacos USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS A polifarmácia esta associada ao aumento do risco e da gravidade das RAM, de precipitar IM, de causar toxicidade cumulativa, de ocasionar erros de medicação, de reduzir a adesão ao tratamento e elevar a morbimortalidade. USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS Assim, essa prática relaciona-se diretamente aos custos assistenciais, que incluem medicamentos e as repercussões advindas desse uso. Automedicação O uso simultâneo de seis medicamentos ou mais pode elevar o risco de IM graves em até 100% REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS(RAM) A RAM é a resposta a um medicamento que seja prejudicial, não intencional e que ocorre em doses normalmente utilizadas no ser humano Em idosos as RAM representam um importante problema de saúde pública, cuja relação de risco é bem estabelecida. Estima-se que o risco para RAM e de hospitalização decorrente seja, respectivamente sete e quatro vezes maior em idosos do que em jovens REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS Embora entre os idosos as RAM apresentem-se com maior gravidade que entre os jovens, não são, muitas vezes, identificadas ou relatadas. RAM e IM são subestimadas no mundo inteiro. Muitos desses eventos não são reconhecidos pelo paciente, familiar, tampouco pelos profissionais, especialmente quando a polifármacia é demasiadamente complexa. REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS A idade por si só não representa um fator de risco, mas um indicador para co-morbidade, pois neste grupo a farmacocinética alterada e a polifarmácia são as variáveis mais diretamente associadas as RAM A vulnerabilidade dos idosos aos eventos adversos relacionados a medicamentos é bastante alta, o que se deve a complexidade dos problemas clínicos, à necessidade de múltiplos agentes, e às alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas inerentes ao envelhecimento. FARMACOCINÉTICA A Farmacocinética é a área da Farmacologia que estuda o caminho que o medicamento percorre e o impacto causado por ele no corpo humano. A análise é importante para que a prescrição de medicamentos seja feita de forma segura, no que se refere às quantidades, doses, administração e avaliação de possíveis efeitos colaterais. O principal objeto de estudo são as etapas que o remédio sofre desde a administração, que pode ser via oral, sublingual, via retal ou pela corrente sanguínea, até a excreção: absorção, distribuição, metabolismo e excreção. FARMACOCINÉTICA Conheça cada uma das etapas da Farmacocinética: ▪ absorção, ▪ distribuição, ▪ metabolismo e ▪ excreção FARMACOCINÉTICA Absorção A absorção é o processo que se inicia com a aplicação ou tomada do medicamento até a entrada para a circulação sanguínea. A análise dessa etapa é fundamental para que os efeitos da medicação sejam satisfatórios. FARMACOCINÉTICA Distribuição Essa etapa consiste no caminho que o medicamento percorre depois de atravessar a barreira do epitélio do intestino para a corrente sanguínea, podendo atingir vários locais, como: ▪ Local de ação terapêutica, onde vai exercer o efeito pretendido; ▪ Reservatórios teciduais, onde vai ser acumulado sem exercer efeito terapêutico; ▪ Local de ação inesperada, onde vai exercer uma ação indesejada provocando efeitos colaterais; ▪ Local onde são metabolizados, podendo aumentar a sua ação ou serem inativados; ▪ Locais onde são excretados. FARMACOCINÉTICA Metabolismo A etapa do metabolismo ocorre em grande parte no fígado, onde pode acontecer a inativação de uma substância, que é o mais comum. Além de ativar compostos originalmente inativos, alterando o seu perfil farmacocinético e formando metabólitos ativos. Outra função dessa etapa é facilitar a excreção. Excreção A excreção é a eliminação dos resíduos da medicação do organismo. Os resquícios de medicamentos podem ser eliminados por urina, fezes, saliva, suor, fígado, rins, e outros. FARMACODINÂMICA É o campo da farmacologia que estuda e analisa os efeitos fisiológicos dos fármacos nos organismos, bem como os mecanismos de ação e a relação entre a concentração do fármaco, os efeitos desejáveis ou colaterais. REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS De modo geral, as RAM são associadas a desfechos negativos da terapia. Elas podem influenciar a relação médico- paciente, uma vez que a confiança no profissional pode ser abalada; retardar o tratamento, pois muitas por assemelhar-se a manifestações clínicas típicas de doenças, demoram a serem identificadas, limitar a autonomia do idoso e afetar a qualidade de vida. REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS Em muitos casos o tratamento da RAM inclui a inclusão de novos medicamentos a terapêutica, elevando o risco da cascata iatrogênica. O ideal, quando possível, é realizar a suspensão ou redução da dose do medicamento. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Uma interação ocorre quando um medicamento influencia a ação de outro. A gravidade, prevalência e possíveis consequências das IM estão relacionadas a variáveis como condições clínicas dos indivíduos, número e características dos medicamentos. Esses fatores são agravados pelo mau uso não intencional que ocorre devido a problemas visuais, auditivos e de memória. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Estima-se que o risco de apresentar IM seja de 13% para idosos que usam dois medicamentos, de 58% para aqueles que recebem cinco. Muitas das IM apresentam grande magnitude podendo resultar em morte, hospitalização, injúria permanente do paciente ou insucesso terapêutico. PAPEL DA ENFERMAGEM ❖Contribuir na promoção do uso racional dos medicamentos. ❖ A educação dos usuários, especialmente no que concerne à prática da automedicação, inclusive de fitoterápicos; ❖ A orientação acerca dos riscos da interrupção, troca, substituição ou inclusão de medicamentos sem conhecimento dos profissionais da saúde; ❖ O aprazamento criterioso dos horários da prescrição/receita médica, de modo a evitar a administração simultânea de medicamentos que podem interagir entre si ou com alimentos; ❖ O monitoramento das RAM implicadas em desfechos negativos PAPEL DA ENFERMAGEM A meta é motivar as pessoas a melhorar o modo como elas vivem, modificar os comportamentos de risco e adotar comportamentos saudáveis. QUALIDADE DE VIDA NAMORO NA TERCEIRA IDADE REFERÊNCIA Silvia, RS Polifarmácia: interações e reações adversas no uso de medicamentos por idosos adversas no uso de medicamentos por idosos, Rev Bras Enferm, Brasília 2010 jan-fev; 63(1): 136-40
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