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Aula 03 - HISTOLOGIA DO TECIDO NERVOSO, SANGUÍNEO E SISTEMA CARDIOVASCULAR - HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA

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DESCRIÇÃO
Principais funções e morfologia básica do tecido nervoso, do tecido sanguíneo e do sistema cardiovascular.
PROPÓSITO
   

PROPÓSITO
Compreender as características morfológicas e funções dos tecidos sanguíneo e nervoso, bem como entender o
funcionamento do sistema cardiovascular, conhecer os componentes do sangue e a estrutura de diversos vasos
sanguíneos. Esses conhecimentos são importantes para iniciar os estudos relacionados às histologias básica e
aplicada, os estudos de patologia, especialmente distúrbios de circulação, e os estudos de imunologia.
OBJETIVOS
Módulo 1
Reconhecer os diferentes
componentes, a estrutura geral
e a função do sistema nervoso
Módulo 2
Descrever as características
gerais, a função e os
componentes do tecido
sanguíneo, bem como a
estrutura da medula óssea
Módulo 3
Descrever a estrutura dos
diferentes vasos sanguíneos,
bem como a histologia básica
do coração e a importância do
sistema vascular linfático
INTRODUÇÃO
Os tecidos do corpo humano representam a conformação e a união harmônica de diferentes células com
funções e características morfológicas distintas.
Neste conteúdo, iniciaremos nossa jornada pelo tecido nervoso. Você verá como são interessantes a
organização e os componentes do sistema nervoso central, sistema nervoso periférico e do sistema
nervoso autônomo — que, apesar do nome, é altamente in�uenciado pelo sistema nervoso central.
Em seguida, veremos o tecido sanguíneo, que é uma especialização do tecido conjuntivo. Conheceremos
os principais componentes do sangue, os elementos �gurados e o plasma, bem como suas respectivas
funções. Além disso, conversaremos um pouco sobre a estrutura da medula óssea e sua importante
função como fonte das células hematopoiéticas.
Por último, estudaremos o sistema cardiovascular, apresentando a estrutura dos principais tipos de
vasos sanguíneos, os aspectos histológicos básicos da bomba — o coração —, e as características do
sistema vascular linfático, que conduz a linfa.
Prepare-se para uma jornada longa, mas muito instigante e encantadora. Vamos começar?
AVISO: Orientações sobre unidades de medida.
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
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MÓDULO 1
 Reconhecer os diferentes componentes, a
estrutura geral e a função do sistema nervoso
CARACTERÍSTICAS GERAIS, ORIGEM E FUNÇÕES DO SISTEMA
NERVOSO
O tecido nervoso, que constitui o sistema nervoso, é distribuído pelo organismo, formando uma rede interligada
de comunicação. Esse sistema é responsável por detectar, transmitir e processar os estímulos sensoriais do
ambiente, como calor, luz e modi�cações químicas, e é encarregado de coordenar o funcionamento de quase
todas as funções do organismo. Desse modo, o sistema nervoso gerencia o funcionamento do nosso corpo,
como a pressão sanguínea, o pH do sangue, a tensão de O e CO , e a reprodução e a interação com outros
seres à nossa volta.
2 2
   

 O sistema nervoso gerencia o funcionamento do nosso organismo.
As complexas funções desempenhadas pelo sistema nervoso dependem da geração de seus muitos tipos de
células — neuronais e gliais — em quantidades e localização adequadas. A neurogênese, processo de origem e
desenvolvimento do sistema nervoso, começa na terceira semana de vida do embrião humano, já com a
formação dos folhetos embrionários.
No início da neurogênese embrionária, a placa neural sofre um processo de invaginação, formando o tubo
neural, uma estrutura que se estende por topo o corpo do embrião. Por sua vez, o tubo neural desenvolve-se e dá
origem ao encéfalo e à medula espinhal.
O tecido nervoso é composto por uma complexa rede de células nervosas especializadas, como os neurônios,
   

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os oligodendrócitos, os astrócitos e as células da micróglia. Para entendermos como a sistema nervoso
funciona, podemos dividi-lo em:
Sistema nervoso central (SNC)
É como um sistema operacional que coordena as
ações, sendo formado pelas diferentes partes do
encéfalo (cérebro e cerebelo) e medula espinhal.
Sistema Nervoso Periférico (SNP)
É a rami�cação do sistema nervoso pelo corpo,
formado pelos nervos e por agrupamentos de
células nervosas, os gânglios nervosos. Os nervos
são constituídos principalmente pelos
prolongamentos dos neurônios, situados no
sistema nervoso central ou nos gânglios.
O cérebro �ca localizado na cavidade craniana e a medula espinhal está contida na cavidade vertebral da coluna.
A comunicação nervosa do encéfalo com as partes mais distantes do sistema nervoso periférico é feita através
dos neurônios que se prolongam. Alguns podem medir mais de um metro de comprimento.
Você sabia
O sistema nervoso periférico tem esse nome porque está na
periferia, ou seja, além do cérebro e da medula espinhal.
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
 Sistema nervoso central (em laranja) e o sistema nervoso periférico (em azul).
Os neurônios têm como função principal a condução do impulso elétrico, e seu formato alongado é facilmente
distinguível dos demais tipos celulares do tecido nervoso. As células da micróglia, neuróglia ou simplesmente
glia, desempenham várias funções, incluindo a de sustentação e nutrição dos neurônios.
A morfologia dos neurônios permite a divisão básica em corpo celular e prolongamentos, de modo que
encontramos no sistema nervoso central a substância branca e a substância cinzenta. Não se preocupe,
veremos esses conceitos mais detalhadamente adiante.
   

 Ilustração do encéfalo mostrando a substância branca e a substância cinzenta.
Saiba mais
Atualmente, já existem muitas evidências de que o processo de
neurogênese ocorre ao longo de toda a vida. Acredita-se que duas
regiões do cérebro, a zona subventricular e o hipocampo, atuem
como berço de novos neurônios, gerando precursores neuronais que
se desenvolvem e se especializam no cumprimento da função de
coordenar e comunicar o corpo.
A prática da atividade física regular é vista como um grande
estímulo para a geração e sobrevivência de novos neurônios, ao
mesmo tempo que o alcoolismo e o envelhecimento parecem
contribuir para a morte e perda de função dos neurônios.
COMPOSIÇÃO E MORFOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO
No funcionamento do sistema nervoso, os neurônios (ou células nervosas) têm a atribuição de receber,
transmitir e processar os estímulos. Quando estimulados, podem liberar moléculas mensageiras chamadas de
neurotransmissores, que conseguem estimular outros neurônios e outros tipos celulares.
Existem muitos tipos de neurônios, especializados em funções especí�cas, mas todos possuem uma morfologia
que pode ser basicamente dividida em corpo celular ou pericárdio, dendritos e axônio.
   

 Estrutura do neurônio. As setas vermelhas indicam a orientação do impulso nervoso.
Conheceremos, então, a morfologia básica dos neurônios. Para facilitar o seu entendimento e memorização,
tente desenhar um neurônio delimitando suas partes.
O corpo celular de um neurônio contém basicamente o núcleo e o citoplasma da célula, com diferentes
organelas. Além de ser o centro tró�co celular, apresenta função receptora e integradora de estímulos,
recebendo estímulos excitatórios ou inibitórios gerados em outras células nervosas.
Na maioria dos neurônios, o núcleo é esférico e pouco corado, devido à distensão cromossômica. Outro aspecto
morfológico importante é a presença de abundante retículo endoplasmático rugoso, cujas cisternas são
entremeadas por polirribossomos livres.
Saiba mais
Observamos uma maior quantidade de retículo endoplasmático
rugoso particularmente nos neurônios motores. O conjunto de
cisternas do retículo e polirribossomos é visto ao microscópio de
campo claro como manchas basofílicas espalhadas pelo
citoplasma, denominadas corpúsculo de Nissl.
   

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 Desenho com base em microgra�as eletrônicas.
O complexo de Golgi está presente exclusivamente no corpo celular, no qual também podemos encontrar uma
quantidade moderada de mitocôndrias. Entretanto, há maior abundância destas organelas no terminal axônico.
O citoplasma do corpo celular edos prolongamentos também apresenta neuro�lamentos, que são �lamentos
intermediários, e microtúbulos semelhantes aos de outros tipos celulares.
Os dendritos são prolongamentos em forma de ramos ou galhos de árvore especializados na recepção dos
estímulos vindos do ambiente ou de outros neurônios. A maioria dos neurônios apresenta numerosos dendritos,
que aumentam signi�cativamente a área celular e, consequentemente, a quantidade de conexões e ligações que
o neurônio conseguirá fazer com os axônios das outras células nervosas. Os dendritos vão se tornando mais
delgados à medida que se rami�cam.
Há ainda neurônios que possuem apenas um dendrito, os neurônios bipolares, mas são pouco frequentes e
localizam-se em áreas especí�cas do sistema nervoso.
   

Muitos dos impulsos que chegam ao neurônio são recebidos por pequenas projeções dendríticas, chamadas
espinhas ou gêmulas. Essas abundantes estruturas são o local inicial de processamento dos impulsos nervosos
que chegam ao neurônio e participam da plasticidade dos neurônios relacionada à adaptação, memória e
aprendizado.
O centro de processamento dos sinais recebidos �ca localizado em um complexo proteico preso à superfície
interna da membrana pós-sináptica, como você pode ver a seguir:
 Principais aspectos funcionais das duas partes da sinapse: o terminal axônico, pré-sináptico, e a membrana do neurônio pós-sináptico.
O axônio é um prolongamento único, cuja função é conduzir os impulsos que transmitem informações do
neurônio para outras células. Cada neurônio contém apenas um único axônio, que apresenta comprimento e
diâmetros variáveis de acordo com o tipo neuronal. Na maioria dos casos, porém, o axônio é mais longo do que
os dendritos da mesma célula.
O corpo do axônio é revestido por uma substância de natureza lipídica chamada de mielina, produzida pelos
oligodendrócitos no sistema nervoso central e pelas células de Schwann no sistema nervoso periférico. A bainha
de mielina reveste o axônio em segmentos e permite a condução mais rápida dos impulsos nervosos. As �bras
   

nervosas amielínicas, ou seja, sem o revestimento de mielina, apresentam uma velocidade menor de
transmissão do impulso elétrico. Os pontos de secção da bainha de mielina são conhecidos por nódulos de
Ranvier.
 Divisão do neurônio. Note os nódulos de Ranvier.
Geralmente, o axônio deriva do cone de implantação, uma estrutura piramidal do corpo celular. Nos neurônios
que possuem axônios mielinizados, a região entre o cone de implantação e o início da bainha de mielina é
denominada segmento inicial. Esse local recebe muitos estímulos, dos quais pode se originar um potencial de
ação cuja propagação é o impulso nervoso.
Além disso, encontramos muitos canais iônicos no segmento inicial, que são importantes para a geração do
impulso.
Atenção
Não é frequente a presença de organelas no citoplasma do axônio,
também conhecido por axoplasma. A parte mais terminal de um
axônio, ou telodentro, costuma ser bem rami�cada para aumentar a
   

área de contato e assim facilitar a comunicação com outras células.
Você sabia
Traumas que acarretem a lesão parcial ou total do axônio podem
levar o indivíduo à perda da sensibilidade ou até, em casos mais
graves, a paralisias permanentes.
Conhecemos a estrutura de um neurônio, mas e agora, como são os outros tipos
celulares? Vamos conhecê-los?
Células da glia, micrógila ou neuroglia
A neuróglia compreende vários tipos celulares encontrados no sistema nervoso central, ao lado dos neurônios.
De maneira geral, estima-se a existência de 10 células da glia para cada neurônio, de modo a fornecer um
microambiente adequado para as células nervosas, além de cumprirem outras funções.
Na �gura a seguir, vemos os tipos celulares encontrados no SNC.
 As células do sistema nervoso central.
Então, a partir de agora, conheceremos esses tipos celulares e os papéis que desempenham.
Astrócitos
   

São células de morfologia estrelada, com múltiplas projeções no corpo celular. Apresentam feixes de �lamentos
intermediários, constituídos pela proteína �brilar ácida da glia, que reforçam a estrutura celular. Os astrócitos
conectam os neurônios aos capilares sanguíneos e a uma camada delgada que reveste o sistema nervoso
central, a pia-máter. Além de cumprirem a função de sustentação, também participam do controle da
composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios.
Outras funções dos astrócitos incluem a regulação de várias atividades neuronais e a comunicação com outros
astrócitos por meio das junções comunicantes, formando uma rede pela qual informações podem transitar de
um local a outro e alcançar regiões distantes do sistema nervoso central.
 Corte histológico mostrando astrócitos ao redor dos capilares sanguíneos.
Células microgliais ou micróglia
São células pequenas e alongadas, de prolongamentos curtos e irregulares. São facilmente identi�cadas nas
lâminas histológicas, pois apresentam núcleos escuros e alongados, ao contrário dos núcleos esféricos das
outras células. Eventos in�amatórios no sistema nervoso central estão fortemente associados a ativação
dessas células, que retraem seus prolongamentos e assumem a morfologia de macrófagos, fagocitando os
agentes estranhos e apresentando antígenos.
Essas células também produzem mediadores in�amatórios, como citocinas, e atuam no processo de reparo
tecidual.
   

 Ilustração da micróglia (A) e corte histológico (B) mostrando os núcleos das células microgliais (setas).
Células ependimárias
São células epiteliais colunares, às vezes ciliadas, que facilitam o movimento do líquido cefalorraquidiano.
Revestem os ventrículos cerebrais e o canal da medula espinhal.
 Corte histológico mostrando as células ependimárias na superfície, ciliadas.
Oligodendrócitos e células de Schwann
São células que possuem prolongamentos que envolvem os axônios, produzindo a bainha de mielina, um
isolante elétrico para os neurônios do sistema nervoso central. Tanto os oligodendrócitos quanto as células de
Schwann possuem a mesma função, a única diferença é que os oligodendrócitos envolvem as �bras do sistema
nervoso central e as células de Schwann envolvem as �bras periféricas.
   

 Os oligodendrócitos, células que emitem prolongamentos que recobrem o axônio de neurônios do SNC.
As células nervosas e seus prolongamentos possuem dimensões e formas muito variáveis. De acordo com a
morfologia, os neurônios podem ser classi�cados em:
 Ilustração simpli�cada da morfologia dos três tipos principais de neurônios.

Neurônios bipolares

Neurônios
multipolares

Neurônios
pseudounipolares
   

Possuem um dendrito e um
axônio.
Possuem mais de dois
prolongamentos celulares.
Possuem prolongamento
dividido em dois, sendo um
ramo para a periferia e outro
para o sistema nervoso central.
Atenção
A grande maioria dos neurônios é do tipo multipolar. Os neurônios
bipolares são geralmente especializados em funções sensoriais,
como a visão e o olfato, e estão localizados nos gânglios vestibular
e coclear. Os neurônios pseudounipolares são encontrados nas
áreas sensoriais da medula espinhal e participam da percepção
sensorial do ambiente, como o calor e frio.
 O neurônio de Purkinje
No córtex cerebelar (região interna do cerebelo), encontramos um tipo interessante de neurônio multipolar, a
célula de Purkinje. Esse tipo celular apresenta uma extensa composição dendrítica, semelhante a uma árvore, e
possui a função de regulação motora, liberando neurotransmissores inibitórios.
Os neurônios também podem ser classi�cados de acordo com a sua função. Aqueles que regulam órgãos
efetores, como músculos e glândulas, são classi�cados como neurônios motores.
   

 O neurônio motor.
Você sabia
Os axônios dos neurônios motores da medula espinhal, que inervam
os músculos do pé, possuem cerca de 1 metro de comprimento!
Já os neurônios sensoriais têm a capacidade de perceber e reagir a estímulos internos e externos, tais como a
temperaturae a luz. Existem ainda, os interneurônios, que estabelecem a comunicação entre os demais
neurônios, formando uma rede complexa e interligada.
ORGANIZAÇÃO DOS SISTEMAS NERVOSOS CENTRAL,
PERIFÉRICO E AUTÔNOMO
Como você já sabe, o sistema nervoso central é formado pelo cérebro, pelo cerebelo e pela medula espinhal.
Quando essas estruturas são seccionadas, percebemos uma região esbranquiçada, a substância branca, e uma
região acinzentada, a substância cinzenta.
Essa diferença de coloração deve-se à presença da mielina, que veremos mais adiante.
Substância branca
Não possui corpos de neurônios, sendo
formada somente pelos axônios
mielinizados, oligodendrócitos e outras
células da glia.

Substância cinzenta
É formada pelos corpos neuronais,
dendritos, células da glia e a porção
inicial não mielinizada dos axônios.
   

Predominante na superfície do cérebro e cerebelo (córtex), é na substância cinzenta que ocorrem as sinapses do
sistema nervoso central. As partes mais centrais são ocupadas pela substância branca, na qual encontramos
grupos de neurônios formando ilhas de substância cinzenta.
Em algumas regiões do córtex cerebral, os neurônios sensoriais recebem e processam impulsos aferentes, já em
outras áreas, os neurônios motores (eferentes) geram impulsos que controlarão os movimentos voluntários. O
córtex cerebelar apresenta três camadas:
1ª
A molecular, mais externa e
formada por células esparsas.
2ª
A central, com grandes células
de Purkinje.
3ª
A granulosa, mais interna e
formada pelos menores
neurônios do organismo.
 Corte histológico com as três camadas do córtex cerebelar.
Na medula espinhal seccionada transversalmente, vemos a substância branca na parte externa e a substância
cinzenta mais interna, na forma da letra H. O traço horizontal apresenta um orifício, corte do canal central
medular, revestido por células ependimárias. Os traços verticais formam os cornos anteriores, que contêm
neurônios motores, e os cornos posteriores, que recebem as �bras sensoriais dos neurônios situados nos
gânglios dos nervos espinhais.
O sistema nervoso central está contido e protegido pela caixa craniana e pelo canal vertebral. Além disso, é
revestido por membranas de tecido conjuntivo, as meninges, formadas por três camadas:
   


Dura-máter
Camada mais externa,
constituída por tecido
conjuntivo denso e contínuo
com o periósteo dos ossos
cranianos.

Aracnoide
Camada central, formada por
tecido conjuntivo avascular,
com uma parte membranosa
em contato com a dura-máter
e outra parte constituída por
traves conjuntivas, que a ligam
à pia-máter. O espaço
subaracnóideo, cheio de líquor,
constitui um colchão
hidráulico que protege contra
traumatismos no sistema
nervoso.

Pia-máter
Camada mais interna e
ricamente vascularizada,
aderente ao sistema nervoso,
mas sem contato direto com
as células ou �bras nervosas.
 Meninges.
Você sabia
Os plexos coroides são dobras da pia-máter ricas em capilares
fenestrados e dilatados que penetram os ventrículos cerebrais. A
principal função dos plexos coroides é secretar continuamente o
   

líquor, que ocupa as cavidades dos ventrículos, o canal central da
medula, o espaço subaracnóideo e os espaços perivasculares. O
líquor é importantíssimo para o metabolismo do sistema nervoso
central e oferece proteção contra traumatismos.
Os vasos sanguíneos penetram o tecido nervoso pelos túneis revestidos por pia-máter, os espaços
perivasculares, que desaparecem antes da transição para os capilares, totalmente envolvidos pelos
prolongamentos dos astrócitos.
 Esquema ilustrando a irrigação sanguínea no tecido nervoso do SNC.
   

Ainda como mecanismo importante de proteção ao sistema nervoso, temos a barreira hematoencefálica,
composta principalmente por células endoteliais que possuem fortes junções oclusivas. Devido à menor
permeabilidade dos capilares sanguíneos do tecido nervoso, a barreira hematoencefálica controla estritamente a
entrada ou saída de substâncias, como antibióticos, toxinas e agentes químicos. A seletividade é tão so�sticada
que, em casos de meningite bacteriana, apenas algumas classes especí�cas de antibióticos conseguem
atravessar a barreira e combater a infecção.
 Barreira hematoencefálica.
As �bras nervosas são constituídas por um axônio e as bainhas que o envolvem. O conjunto das �bras forma os
feixes do sistema nervoso central e os nervos no sistema nervoso periférico. Todos os axônios do tecido
nervoso maduro são envolvidos por dobras únicas ou múltiplas de uma célula envoltória: a célula de Schwann,
nas �bras periféricas, e os oligodendrócitos, no sistema nervoso central.
   

Quando os axônios são envolvidos por apenas uma única dobra, temos as �bras nervosas amielínicas. Por outro
lado, abundantes envoltórios concêntricos revestem os axônios com maior diâmetro, formando a bainha de
mielina das �bras mielínicas. Portanto, a mielina é constituída por diversas camadas de membrana celular, que
contém uma maior proporção lipídica que as membranas em geral.
 O epineuro reveste o nervo, o perineuro reveste o feixe de �bras e o endoneuro reveste as �bras nervosas.
O sistema nervoso periférico é composto pelos gânglios, pelos nervos e por suas terminações. Os nervos
estabelecem a comunicação entre os centros nervosos e os órgãos efetores e sensoriais. A maioria dos nervos
é misto, composto por �bras aferentes, que levam as informações internas e externas para os centros nervosos
e por �bras eferentes, que levam os impulsos do centro nervoso para os órgãos efetores comandados por ele.
Entretanto, os nervos sensoriais contêm apenas �bras aferentes e os nervos motores são formados apenas por
�bras eferentes.
O agrupamento de neurônios fora do sistema nervoso central constitui os gânglios nervosos. Essas estruturas,
geralmente esféricas, são associadas aos nervos e protegidas por cápsulas conjuntivas. Os gânglios são muito
importantes para a comunicação nervosa, pois funcionam como estações de conexão entre as partes do
sistema nervoso no organismo. Conforme a direção do impulso nervoso, os gânglios podem ser aferentes ou
eferentes.
Por último, apresentaremos o sistema nervoso autônomo, que é anatomicamente formado por aglomerados de
células nervosas localizadas no sistema nervoso central, pelas �bras derivadas dos nervos cranianos e
espinhais e pelos gânglios situados no curso dessas �bras.
   

Saiba mais
Apesar do nome, o sistema nervoso autônomo é in�uenciado pela
atividade do sistema nervoso central e atua principalmente na
regulação de algumas atividades involuntárias do organismo, como
o ritmo cardíaco e a secreção glandular, mantendo a hemostasia.
O sistema nervoso autônomo pode ser dividido em dois ramos:

Sistema nervoso simpático:
As estruturas que formam o sistema nervoso simpático se
localizam nas regiões torácica e lombar da medula espinhal.

Sistema nervoso parassimpático:
Os núcleos do sistema nervoso parassimpático podem ser
encontrados nas regiões cranial e sacral (porção �nal da
coluna vertebral).
   

 Sistema nervoso simpático e parassimpático.

POTENCIAL DE MEMBRANA E SINAPSE
Assista a este vídeo em que a especialista Gabriela Cardoso Caldas fala sobre as características gerais do
potencial de membrana das células nervosas e transmissão sináptica.
   

05:28
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. As complexas funções desempenhadas pelo sistema nervoso dependem da
geração de seus muitos tipos de células — neuronais e gliais — em quantidades e
localização adequadas. Em relação às características celulares desse sistema, é
correto a�irmar que
Responder
2. O sistema nervoso central, formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, é como
um sistema operacional que coordena as ações do nosso organismo. Em relação à
sua organização, é correto a�irmar que
a mielina que reveste o axônio dos neurônios é produzida pelas células de Schwann, no
sistema nervoso central, e pelos oligodendrócitos no sistema nervoso periférico.
A)
a micróglia correspondeàs células epiteliais colunares ciliadas, que facilitam o movimento
do liquor.
B)
os astrócitos participam do controle da composição iônica e molecular do ambiente
extracelular dos neurônios.
C)
eventos in�amatórios no sistema nervoso central estão fortemente associados à ativação
dos oligodendrócitos.
D)
as células ependimárias são facilmente identi�cadas nas lâminas histológicas pelos
núcleos escuros e alongados.
E)
no corte transversal da medula espinhal, vemos a substância branca na parte externa e a
substância cinzenta na parte mais interna.
A)
   

Responder
MÓDULO 2
 Descrever as características gerais, a função e os
componentes do tecido sanguíneo, bem como a
estrutura da medula óssea
CARACTERÍSTICAS GERAIS E FUNÇÃO DO SISTEMA
SANGUÍNEO
p
as partes mais centrais são ocupadas pela substância cinzenta, na qual encontramos
grupos de neurônios formando ilhas de substância cinzenta.
B)
a substância branca é formada pelos corpos de neurônios, axônios mielinizados e células
da glia.
C)
a pia-máter é a camada mais interna das meninges, com contato direto com as células ou
�bras nervosas.
D)
a aracnoide é a camada central das meninges, altamente vascularizada, que recebe todo o
suprimento sanguíneo do SNC.
E)
   

 Camadas visualizadas após centrifugação do sangue com anticoagulantes.
O sangue é uma das especializações do tecido conjuntivo e é constituído por células sanguíneas — hemácias,
plaquetas e vários tipos de leucócitos — e pelo plasma, parte líquida na qual as células estão suspensas.
Você sabia
Em um adulto de 70 quilogramas, o volume sanguíneo total é de
aproximadamente 5 litros, correspondendo a 7% do peso corporal. O
sistema circulatório, como veremos mais adiante, mantém o
movimento regular e unidirecional do sangue para o restante do
corpo a partir das contrações rítmicas do coração, principalmente.
Esses componentes podem ser separados por centrifugação, caso o sangue seja colocado na presença de
anticoagulantes (heparina, por exemplo). Nesse processo, é possível visualizar a formação de várias camadas
que re�etem a diversidade dos componentes:
Clique nas camadas numeradas abaixo.
   

Você sabia
O hematócrito é o resultado obtido pela sedimentação sanguínea e
é realizado em tubos de vidro com dimensões padronizadas. A
análise do hematócrito possibilita estimar o volume de sangue
ocupado pelos eritrócitos (hemácias) em relação ao sangue total.
A principal função do sangue é atuar como meio de transporte. Os leucócitos, como veremos com mais
detalhes, desempenham várias funções de defesa do corpo e são a primeira barreira contra agentes invasores e
nocivos. Por intermédio do sangue, essas células percorrem o corpo, atravessam por diapedese a parede dos
vasos e se concentram nos tecidos in�amados ou infeccionados.
 Leucócitos e hemácias na corrente sanguínea.
Além dos leucócitos, o sangue transporta outras várias substâncias e moléculas. É o caso do oxigênio, ligado à
hemoglobina das hemácias, e do gás carbônico, ligado à hemoglobina e a outras proteínas dos eritrócitos, ou
dissolvido no plasma. O plasma também transporta nutrientes, distribuindo-os pelo organismo, e resíduos
metabólicos, que são levados até os órgãos de excreção para serem removidos.
O sangue é veículo de distribuição de hormônios e outras substâncias reguladoras, possibilitando a troca de
mensagens químicas entre órgãos distantes. Atua, ainda, no equilíbrio acidobásico, osmótico e térmico do
organismo.
Saiba mais
No entanto, nem tudo é vantagem: células cancerosas também
podem ser transportadas para longe de seus locais de origem pela
corrente sanguínea, causando metástase.
   

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SANGUE: ELEMENTOS FIGURADOS E PLASMA
O plasma é uma solução aquosa que contém componentes de pequeno e elevado peso molecular, incluindo
proteínas, gases, hormônios e nutrientes. As proteínas plasmáticas correspondem a 7% do plasma e os sais
inorgânicos a 0,9%, sendo o restante formado por compostos orgânicos diversos, tais como aminoácidos,
vitaminas, hormônios e glicose.
Todos esses solutos ajudam na manutenção da hemostasia, um estado de equilíbrio dinâmico que oferece pH e
osmolaridade ideais para o metabolismo celular.
Componentes do plasma
Água 91 –
92%
Proteínas (albumina, globulinas, �brinogênio) 7 – 8%
Outros solutos
Eletrólitos (Na , K , Ca , Mg , Cl , HCO , PO , SO )
Substâncias nitrogenadas não proteicas (ureia, ácido úrico, creatina, creatinina, sais de
amônio)
Nutrientes (glicose, lipídios, aminoácidos)
Gases (oxigênio, dióxido de carbono, nitrogênio)
Hormônios, enzimas
1 – 2%
+ + 2+ 2+ - 3-
4
3-
4
2-
 Composição do plasma. 
Adaptado de Sangue. ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Ross Histologia: texto e atlas. 7. ed, p. 442.
As proteínas plasmáticas consistem principalmente em albumina, globulinas (alfa, beta e gama) e �brinogênio.
Clique nas barras para ver as informações.
ALBUMINA 
GLOBULINAS 
FIBRINOGÊNIO 
Elementos �igurados
Geralmente, estudamos as células sanguíneas a partir de esfregaços sanguíneos, nos quais uma gota de
sangue é espalhada sobre uma lâmina e as células �cam separadas. Esses esfregaços são corados com
misturas de corantes especiais, que contém eosina (corante ácido), azul de metileno (corante básico) e azures
   

(corantes básicos de cor púrpura). Com isso, as estruturas acidó�las coram-se de rosa, as basó�las coram-se de
azul e as que �xam os azures, as azuró�las, de roxo. Você verá que essas características são importantes para
identi�carmos as células sanguíneas.
 Esfregaço sanguíneo mostrando alguns leucócitos (em roxo) e as numerosas hemácias (em rosa) ao fundo.
Os eritrócitos, ou hemácias nos mamíferos, são células anucleadas desprovidas das organelas típicas. Em
condições normais, essas células não saem do sistema circulatório, permanecendo sempre no interior dos
vasos. Contêm grande quantidade de hemoglobina, uma proteína transportadora de O e CO . A hemoglobina
liga-se ao oxigênio para distribuí-los aos tecidos e, posteriormente, liga-se ao dióxido de carbono para sua
remoção. Como a hemoglobina é uma proteína básica, os eritrócitos são acidó�los e coram-se pela eosina.
As hemácias humanas apresentam morfologia de disco bicôncavo, o que proporciona uma grande superfície
celular e, consequentemente, facilita as trocas gasosas.
2 2
   

 Ilustração das hemácias, mostrando com detalhes a morfologia de disco bicôncavo.
Saiba mais
Outra característica importante é a �exibilidade, pois as hemácias
sofrem deformações para passar com facilidade pelos capilares
mais �nos, sem se romper. O tempo de vida dos eritrócitos é de
aproximadamente 120 dias e estima-se que, diariamente, 1% dos
eritrócitos sejam removidos da circulação. A maioria das células
velhas são fagocitadas por macrófagos do baço, do fígado e da
medula óssea, órgão que também produz continuamente novos
eritrócitos para repor as células perdidas.
Os leucócitos representam um grupo de células esféricas, produzidas na medula óssea ou em tecidos linfoides,
que permanecem temporariamente no sangue. O destino dessas células são os tecidos, onde atuam no
combate de agentes patogênicos e substâncias nocivas. Eles são classi�cados em dois grupos, os granulócitos
e os agranulócitos, que vamos conhecer melhor a seguir:
Granulócitos
Apresentam grânulos citoplasmáticos e
núcleo de formato irregular, e são
divididos em neutró�los, eosinó�los e
basó�los.

Agranulócitos
Não possuem granulações especí�cas
e apresentam núcleo mais regular. São
divididos em linfócitos e monócitos.
Conheceremos a seguir cada uma dessas células.
Clique nas barras para ver as informações.
NEUTRÓFILOS 
EOSINÓFILOS 
BASÓFILOS 
LINFÓCITOS 
MONÓCITOS 
   

MONÓCITOS 
PLAQUETAS 
MEDULA ÓSSEA: ESTRUTURA, LOCALIZAÇÃO E FUNÇÃO
A medula óssea, encontrada no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos, é um
órgão volumoso e muito ativo. No indivíduo adulto, ela produz por dia cerca de 2,5 bilhõesde eritrócitos, 2,5
bilhões de plaquetas e 1 bilhão de granulócitos por quilograma de peso corporal. Essa notável produção de
elementos �gurados do sangue é altamente regulada e ajustada de acordo com as necessidades do organismo.
Existem dois tipos de medula óssea:
Vermelha
Ou hematógena, denominada dessa
forma por conta dos numerosos
eritrócitos em diferentes estágios de
maturação.

Amarela
Que não produz células sanguíneas e
contém grande quantidade de
adipócitos.
Mas qual é a importância da medula óssea amarela?
   

Ela retém células-tronco e em alguns casos, como intoxicação, irradiação ou hemorragias, pode se transformar
em medula vermelha e retornar à produção de células sanguíneas!
Entenda a diferença da coloração da medula óssea no decorrer da sua vida.
No recém-nascido,
toda a medula óssea
é vermelha,
destinada à
produção das células
sanguíneas.

Porém, com o
avançar da idade,
ocorre a substituição
para a medula
amarela, �cando a
medula vermelha
restrita a locais
como o esterno,
vértebras, costela e
na díploe dos ossos
do crânio.

Em adultos jovens,
ainda podemos
encontrar a medula
vermelha nas
epí�ses proximais do
fêmur e do úmero.
Atenção
Em ambos os tipos de medula existem acúmulos de linfócitos, os
chamados nódulos linfáticos, mas não existem vasos linfáticos.
A medula óssea vermelha apresenta dois compartimentos: o compartimento do estroma medular e o
compartimento das células hematopoiéticas .
O estroma medular é uma rede constituída por células adiposas, �broblastos, células estromais, células
endoteliais, macrófagos e vasos sanguíneos. As células endoteliais, as células estromais e os �broblastos são
fonte dos fatores para o crescimento hematopoiético e das citocinas que regulam a produção das células
sanguíneas. Além disso, as células endoteliais funcionam como uma barreira seletiva, impedindo que células em
estágios imaturos deixem a medula e permitindo que células maduras cheguem à corrente sanguínea. Os
adipócitos atuam como uma fonte local de energia, mas também sintetizam fatores de crescimento. Já os
macrófagos removem as células apoptóticas e resíduos de células envelhecidas.
   

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Os vasos sanguíneos chegam à medula óssea perfurando a superfície do osso. A artéria nutridora entra no meio
da diá�se de um osso longo e se rami�ca na artéria longitudinal central, que origina o plexo capilar medular
contínuo com os sinusoides medulares. Os extensos sinusoides desembocam na veia longitudinal central,
fazendo com que as células hematopoiéticas maduras alcancem a circulação sanguínea.
 Vascularização da medula óssea.
O compartimento das células hematopoiéticas consiste em três principais populações celulares:
Para entender melhor esse cenário, observe a imagem a seguir:
as células-tronco hematopoiéticas, que dão origem às células sanguíneas e são capazes de
autorrenovação;

as células precursoras comprometidas, células-tronco responsáveis pela geração das linhagens celulares
(linhagem mieloide e linhagem linfoide);

e células em diferentes estágios de maturação, que se desenvolvem a partir de células chamadas unidades
formadoras de colônia (UFC).

   

 Diferentes populações hematopoiéticas medulares e seus estágios de diferenciação.
Você viu que as células-tronco comprometidas com a linhagem mieloide originam as unidades formadoras de
colônia responsáveis pela geração dos eritrócitos, plaquetas, basó�los e eosinó�los. Os monócitos e neutró�los
derivam de uma UFC comum granulócito-macrófago. A célula-tronco linfoide gera a população de linfócitos B, na
medula, e de células T, que completam seu estado de maturação no timo.

ASPECTOS INICIAIS DA HEMATOPOIESE
Assista a este vídeo em que a especialista Gabriela Cardoso Caldas fala sobre os aspectos básicos da formação
dos elementos �gurados do sangue.
   

05:21
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Os leucócitos abrangem um grupo de células esféricas que tem os tecidos como
destino, onde atuam no combate de agentes patogênicos e substâncias nocivas. Em
relação aos leucócitos, assinale a alternativa correta.
Responder
2. No indivíduo adulto, a medula óssea produz por dia cerca de 2,5 bilhões de
eritrócitos, 2,5 bilhões de plaquetas e 1 bilhão de granulócitos por quilograma de
peso corporal. Em relação à estrutura desse órgão volumoso, analise as a�irmativas a
seguir:
Como a hemoglobina é uma proteína ácida, os eritrócitos são acidó�los e coram-se pela
hematoxilina.
A)
Ao contrário dos demais leucócitos, que não retornam ao sangue após atuação nos
tecidos, os linfócitos recirculam continuamente.
B)
Os monócitos apresentam grânulos metacromáticos e participam das reações de
hipersensibilidade.
C)
Os eosinó�los possuem núcleo regular e citoplasma com granulações ovoides e
basofílicas.
D)
Os monócitos permanecem poucos dias no sangue e logo penetram nos tecidos,
transformando-se em plasmócitos.
E)
   

seguir:
I. A medula óssea amarela contém uma grande quantidade de adipócitos e é capaz
de, em alguns casos, transformar-se em medula óssea hematógena.
II. Após o nascimento, com avançar da idade, a medula vermelha �ica restrita a locais
como o esterno, vértebras, costela e na díploe dos ossos do crânio.
III. Em ambos os tipos de medula existem acúmulos de linfócitos — os nódulos
linfáticos — e vasos linfáticos.
É correto o que se a�irma em
Responder
MÓDULO 3
 Descrever a estrutura dos diferentes vasos
sanguíneos, bem como a histologia básica do
coração e a importância do sistema vascular linfático
INTRODUÇÃO AO SISTEMA CARDIOVASCULAR
I.A)
II.B)
III.C)
I e II.D)
I e III.E)
   

O sistema circulatório abrange o sistema vascular sanguíneo e o sistema vascular linfático. O sistema vascular
sanguíneo é um sistema fechado formado pelo coração e pelos vasos sanguíneos, e é por meio desse sistema
que o sangue circula continuamente. Já o sistema vascular linfático é formado por tubos de fundo cego que se
juntam continuamente e desembocam no sistema vascular sanguíneo, nas grandes veias próximas ao coração.
A parede dos vasos sanguíneos apresenta uma camada de tecido epitelial especializado, o endotélio, uma
camada de tecido muscular e uma camada de tecido conjuntivo. Todos esses tecidos são encontrados em
diferentes proporções nas paredes dos vasos, exceto nos capilares e nas vênulas pós-capilares, que são
formados apenas pelo endotélio e sua membrana basal. A quantidade e a organização desses tecidos no
sistema circulatório são determinadas por fatores mecânicos como a pressão sanguínea e fatores metabólicos
que re�etem a necessidade local dos tecidos.
Conforme já citamos, o endotélio é um tipo especial de epitélio pavimentoso que reveste a superfície interna de
todos os vasos sanguíneos e linfáticos. Originado do mesênquima, funciona como uma barreira semipermeável,
que medeia e monitora ativamente as trocas bidirecionais de pequenas moléculas e impede o transporte de
macromoléculas.
   

 Corte histológico mostrando um capilar e eritrócitos em seu interior. Os núcleos das células endoteliais, revestindo o vaso, aparecem corados em roxo.
As células endoteliais não são homogêneas e apresentam características funcionais de acordo com o vaso que
revestem. Elas atuam na manutenção da hemostasia, do tônus vascular, na angiogênese, nas in�amações e,
além disso, são locais de transferência de O , CO , água, solutos e outros metabólitos do sangue para os tecidos
e vice-versa.
2 2
Atenção
Veremos mais adiante que, com exceção dos capilares e vênulas
pericíticas (vênulas pós capilares), podemos encontrar células
musculares lisas na túnica média de todos os vasos sanguíneos,
organizadas em camadas helicoidais. Cada célula muscular é
envolta por uma lâmina basal e por uma quantidade variável de
tecido conjuntivo. As células musculares lisas, principalmente das
arteríolas e das pequenas artérias, frequentemente apresentam
junções comunicantes.
Já os componentes do tecido conjuntivo são encontrados em proporçõese quantidades variáveis, de acordo
com as necessidades funcionais dos vasos sanguíneos.
   

As �bras de colágeno são elementos abundantes na parede do sistema vascular e são encontradas entre as
células musculares, na camada adventícia (revestimento externo) e na camada subepitelial de alguns vasos.
As �bras elásticas fornecem resistência ao estiramento promovido pela expansão da parede e predominam nas
grandes artérias, onde se organizam em lamelas paralelas.
Já a substância fundamental forma um gel heterogêneo nos espaços extracelulares das paredes vasculares que
provavelmente afeta a difusão e permeabilidade de moléculas.
 Corte histológico da artéria aorta. Observe a quantidade de �bras elásticas (em rosa), que fornecem resistência ao estiramento do vaso.
A maioria dos vasos compartilham das mesmas características estruturais, com um plano geral de construção.
Veremos mais adiante, entretanto, que um mesmo tipo de vaso apresenta variações estruturais ao longo de seu
percurso. Por isso, a distinção entre diferentes vasos nem sempre é uma tarefa fácil, uma vez que a transição de
um tipo para outro se dá de maneira gradual.
De maneira geral, os vasos sanguíneos são compostos por três camadas ou túnicas: a íntima, a média e a
adventícia. Vamos conhecê-las a seguir.
   

 Diagrama de uma artéria muscular de médio calibre, apresentando suas camadas.
Clique nas barras para ver as informações.
TÚNICA ÍNTIMA 
TÚNICA MÉDIA 
TÚNICA ADVENTÍCIA 
Vasos grandes possuem vasa vasorum (vaso dos vasos), um sistema de arteríolas, capilares e vênulas que se
rami�cam na adventícia e, em menor quantidade, na porção externa da média. A função dos vasa vasorum é
prover essas camadas vasculares de metabólitos, uma vez que, em vasos maiores, elas são muito espessas
para serem nutridas somente por difusão a partir do sangue que circula no lúmen do vaso. Esse sistema,
entretanto, é mais frequente em veias do que em artérias.
Nas artérias de diâmetro intermediário e grande, a túnica íntima e a região mais interna da túnica média não
apresentam vasa vasorum, sendo assim nutridas por difusão de nutrientes advindos do sangue circulante no
lúmen.
   

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 Corte histológico de uma artéria elástica. Observe os vasa vasorum na adventícia, indicados pelas setas.
Você sabia
A maioria dos vasos sanguíneos que contém músculo liso em suas
paredes é provida por uma rede de nervos autônomos, os nervos
vasculares, cujos neurotransmissores são a norepinefrina. A
descarga de norepinefrina pelas terminações nervosas resulta em
vasoconstrição.
ESTRUTURA E FUNÇÃO DOS VASOS SANGUÍNEOS
Do ponto de vista histológico, os vários tipos de artérias e veias distinguem-se uns dos outros por diferenças na
espessura da parede e na composição das túnicas. Iniciaremos o estudo da estrutura dos diferentes vasos
sanguíneos a partir das artérias, que tradicionalmente são divididas em artérias elásticas, musculares e
arteríolas, e veremos as veias e vênulas em seguida.
Vamos lá?
   

As artérias de grande calibre, ou artérias elásticas, atuam principalmente como tubos de condução sanguínea,
facilitando também o movimento contínuo e uniforme do sangue ao longo do tubo. Incluem a aorta e as artérias
pulmonares, que transportam o sangue do coração para a circulação sistêmica e pulmonar, respectivamente, e
seus principais ramos — o tronco braquiocefálico, as artérias carótidas comuns, a subclávia e a ilíaca comum.
A túnica íntima das artérias elásticas é rica em �bras elásticas e é mais espessa que a das artérias musculares.
A túnica média consiste em uma série de lâminas elásticas concêntricas, que contribuem para a uniformidade
do �uxo sanguíneo e dão a cor amarelada desse tipo de artéria. Durante a contração ventricular (sístole), essas
lâminas elásticas estão distendidas, reduzindo a variação de pressão. No relaxamento ventricular (diástole), a
pressão no ventrículo cai consideravelmente, mas as lâminas elásticas ajudam a manter a pressão arterial. Entre
as lâminas elásticas, podemos encontrar células musculares lisas, �bras de colágeno, proteoglicanos e
glicoproteínas.
A túnica adventícia é relativamente pouco desenvolvida.
 Á esquerda - Diagrama e a direita - microgra�a de uma artéria elástica.
As artérias de calibre médio ou artérias musculares representam a maioria do que conhecemos por artérias e
controlam o �uxo sanguíneo para os órgãos, contraindo ou relaxando as células musculares lisas da túnica
média. Apresentam uma camada subendotelial um pouco mais espessa que a das arteríolas e uma lâmina
elástica interna proeminente. A túnica média é formada essencialmente por várias camadas de células
musculares lisas, entremeadas por lamelas elásticas, �bras reticulares e proteoglicanos, componentes
sintetizados pelas próprias células. A lâmina elástica externa só é encontrada nas artérias musculares maiores.
A adventícia consiste em tecido conjuntivo frouxo, vasos capilares linfáticos, vasa vasorum e nervos da
adventícia, que podem alcançar até a porção mais externa da túnica média.
   

 Diagrama e a direita - microgra�a de uma artéria muscular.
As artérias de pequeno calibre e as arteríolas distinguem-se umas das outras pelo número de camadas de
células musculares lisas na túnica média: enquanto as arteríolas apresentam apenas uma ou duas camadas, as
artérias de pequeno calibre podem apresentar até oito camadas de músculo liso. A túnica íntima de uma artéria
de pequeno calibre apresenta uma membrana elástica interna, que não está presente na arteríola. A adventícia
consiste em uma camada delgada e pouco de�nida de tecido conjuntivo, que se mistura com o tecido de mesmo
tipo que envolve esses vasos.
Atenção
As arteríolas controlam o �uxo sanguíneo para as redes de
capilares por meio da contração das células musculares lisas.
   

 Microgra�a eletrônica de transmissão de uma arteríola.
Os capilares são os vasos sanguíneos de menor diâmetro, geralmente menor que o diâmetro de um eritrócito,
compostos por uma única camada de células endoteliais (até três células) que se enrolam em forma de tubo.
Essas células estão sobre uma lâmina basal e prendem-se lateralmente umas às outras por zônulas de oclusão.
Essas estruturas desempenham um papel importante na �siologia do sistema circulatório, uma vez que
apresentam permeabilidade variável a macromoléculas.
Os capilares formam uma abundante rede vascular que possibilita a troca de metabólitos, gases e moléculas
entre os tecidos e o sangue em ambos os sentidos.
Ao longo dos capilares e das vênulas pós-capilares, células de origem mesenquimal, com grandes projeções
citoplasmáticas, envolvem as células endoteliais e são chamadas de pericitos. Essas células são as células-
tronco mesenquimatosas indiferenciadas, que possuem estreita relação com as células endoteliais, promovendo
a mútua proliferação e sobrevida.
Após uma lesão tecidual, os pericitos podem se diferenciar para formar novos vasos sanguíneos e novas células
do tecido conjuntivo.
 Microgra�a eletrônica de um capilar.
As vênulas pós-capilares coletam o sangue da rede de capilares, numa transição que ocorre gradualmente. A
parede dessas vênulas é composta por uma camada de células endoteliais, sua lâmina basal e os pericitos.
   

Essas vênulas apresentam características comuns aos capilares, como a participação em processos
in�amatórios e trocas de moléculas entre o sangue e os tecidos.
As vênulas musculares (até 0,1mm de diâmetro), que representam a maioria das vênulas, localizam-se
distalmente às vênulas pós-capilares na rede venosa de retorno. Enquanto as vênulas pós-capilares não
apresentam túnica média verdadeira, as vênulas musculares apresentam uma a duas camadas delgadas de
músculo liso. Geralmente, não encontramos pericitos nas vênulas musculares e a túnica adventícia também é
bastante delgada.
As veias de pequeno calibre (0,1 a 1mm de diâmetro) são continuações das vênulas musculares. Apresentam
túnica média geralmente formadapor duas ou três camadas de músculo liso e adventícia mais espessa.
As veias de calibre médio (até 10mm de diâmetro) apresentam túnica íntima delgada; túnica média muito mais
�na que a das artérias de médio calibre, composta por várias camadas de células musculares entremeadas por
�bras colágenas e elásticas; e túnica adventícia bem espessa e desenvolvida, com �bras colágenas e redes de
�bras elásticas.
 Á esquerda - Diagrama e a direita microgra�a de uma veia de médio calibre.
As veias de grande calibre (diâmetro superior a 10mm), como as veias cavas superior e inferior e a veia porta do
fígado, apresentam características semelhantes às das veias de calibre médio, com a túnica adventícia bem
espessa. As túnicas das veias de médio e grande calibre não são tão distintas quanto aquelas observadas nas
artérias.
   

 Á esquerda - Diagrama e a direita microgra�a de uma veia de grande calibre.
Além disso, essas veias geralmente acompanham as artérias de médio e grande calibre, assim como as
arteríolas e vênulas musculares, que eventualmente seguem o percurso juntas. As veias possuem paredes mais
�nas que as das artérias que as acompanham e também possuem lúmen maior.
Saiba mais
Uma característica importante das veias, particularmente daquelas
que transportam o sangue contra a gravidade (nos membros
inferiores, por exemplo) é a presença de válvulas, que impedem o
movimento retrógrado do sangue decorrente da gravidade. As
válvulas são revestidas por endotélio e compostas de tecido
conjuntivo rico em �bras elásticas.

TIPOS DE CAPILARES SANGUÍNEOS
Assista a este vídeo em que a especialista Gabriela Cardoso Caldas fala sobre as características e diferenças
dos principais tipos de capilares sanguíneos.
   

05:18
ASPECTOS HISTOLÓGICOS DO CORAÇÃO
O coração localiza-se obliquamente no mediastino médio, que é o espaço delimitado pelo esterno, pela coluna
vertebral, pelo diafragma e pelos pulmões. Contém quatro câmaras nas quais o sangue é bombeado: átrio
direito, átrio esquerdo, ventrículo direito e ventrículo esquerdo.
   

As saídas das câmaras apresentam válvulas, que impedem o re�uxo sanguíneo. Os lados direito e esquerdo são
separados por um septo interatrial e um septo interventricular.
Vias de circulação
O coração e os vasos sanguíneos formam duas vias de circulação: a circulação pulmonar transporta o sangue
vindo do coração para os pulmões e dos pulmões para o coração; a circulação sistêmica transporta o sangue do
coração para os demais tecidos do corpo e desses tecidos para o coração.
 Ilustração esquemática do coração e os �uxos de sangue (setas amarelas).

O lado direito do coração bombeia sangue pela
circulação pulmonar. A partir das veias cavas
inferior e superior, o átrio direito recebe o sangue
que retorna do corpo e o direciona para o
ventrículo direito, que bombeia esse sangue para
os pulmões pelas artérias pulmonares para ser
oxigenado.

O lado esquerdo do coração é responsável por
bombear o sangue pela circulação sistêmica: o
átrio esquerdo recebe o sangue oxigenado dos
pulmões pelas quatro veias pulmonares e o
direciona para o ventrículo esquerdo, que o
bombeia pela aorta para ser distribuído para todo
o corpo.
   

Estrutura
A organização estrutural da parede do coração é contínua nos átrios e ventrículos e apresenta três túnicas: a
interna, o endocárdio; a média, chamada de miocárdio; e a externa, o pericárdio. Além disso, o coração possui
uma região �brosa central, chamada de esqueleto �broso, que é local de origem e inserção das células
musculares cardíacas e serve de apoio para as valvas.
Clique nas barras para ver as informações.
ENDOCÁRDIO 
MIOCÁRDIO 
PERICÁRDIO 
 Corte histológico da parede do ventrículo esquerdo. Observe o endocárdio (pontas de seta), miocárdio e epicárdio.
Ao observarmos a imagem, vemos que os vasos sanguíneos bem visíveis se localizam no epicárdio e são
circundados por tecido adiposo (A). Em (B), observamos a área indicada pelo retângulo em visualização
aumentada, mostrando as características do endocárdio.
Observe a camada interna pavimentosa de endotélio (End), uma camada média de tecido conjuntivo denso
(TCD) subendotelial contendo células musculares lisas (CML) e uma camada subendocárdica mais profunda
contendo �bras de Purkinje (FP). O miocárdio contém �bras musculares cardíacas (FMC) e está à esquerda.
O esqueleto �broso é composto por tecido conjuntivo denso não modelado e apresenta três principais
componentes: septo membranoso, trígonos �brosos e anéis �brosos, além de nódulos de cartilagem �brosa em
determinadas regiões. Para o miocárdio do átrio e do ventrículo, ele proporciona locais de �xação
independentes, atuando também como um isolante elétrico que impede o �uxo livre de impulsos elétricos.
As válvulas cardíacas, também chamadas de valvas, prendem-se aos anéis �brosos do esqueleto �broso e
consistem em uma parte central de tecido conjuntivo denso revestida em ambos os lados por endotélio.   

 Ilustração do esqueleto �broso do coração.
Sistema gerador e condutor do impulso
O coração possui um sistema gerador de estímulo rítmico próprio, que se espalha por todo o miocárdio. Esse
sistema é constituído por dois nodos atriais, o nodo sinoatrial e o nodo atrioventricular, e pelo feixe
atrioventricular. O nodo sinoatrial é formado por células musculares cardíacas especializadas, que são
fusiformes, menores que as células atriais e apresentam menos mio�brilas.
 Esquema mostrando o sistema gerador e condutor dos impulsos cardíacos.
O nodo atrioventricular assemelha-se ao sinoatrial, mas suas células são rami�cadas e emitem projeções
citoplasmáticas, formando uma rede. O feixe atrioventricular se origina no nodo atrioventricular e se rami�ca
para os ventrículos. Suas células são semelhantes às do nodo, entretanto, as localizadas mais distalmente são
maiores e assumem um formato característico: são as chamadas células de Purkinje, que contêm um ou dois
núcleos centrais, escassas mio�brilas e citoplasma rico em mitocôndria e glicogênio.
Relembrando
   

Como já comentamos, os ramos do feixe atrioventricular penetram
na espessura do ventrículo e alcançam o miocárdio. Essa
con�guração é importante pois torna possível que o estímulo
penetre as camadas mais internas da musculatura ventricular. As
células do sistema gerador e condutor do impulso do coração estão
funcionalmente conectadas por junções do tipo gap.
SISTEMA VASCULAR LINFÁTICO
Além dos vasos sanguíneos que acabamos de estudar, o corpo humano possui um sistema de canais de
paredes �nas, revestidas por endotélio, que coleta o �uido intersticial — a linfa. Diferentemente dos vasos
sanguíneos, que transportam sangue para os tecidos e a partir deles, os vasos do sistema vascular linfático são
unidirecionais, transportando a linfa apenas a partir dos tecidos.
Esses capilares convergem em vasos coletores cada vez maiores, denominados vasos linfáticos.
Estruturalmente, os vasos linfáticos são semelhantes às veias, exceto pelas paredes mais �nas e pela
indistinção das túnicas. Além disso, apresentam um número maior de válvulas em seu interior, que impedem o
�uxo retrógrado da linfa.
Os menores vasos linfáticos são os capilares linfáticos, tubos de extremidade cega (fundo de saco) que
apresentam uma única camada de endotélio e uma lâmina basal incompleta. Os capilares linfáticos possuem
maior permeabilidade que os capilares sanguíneos, atuando na captação de moléculas in�amatórias e células
imunes, por exemplo.
 Esquema mostrando a coleta do �uido intersticial (setas verdes) pelos capilares linfáticos.
Os vasos linfáticos convergem gradualmente e �nalmente unem-se para formar dois troncos principais, o ducto
torácico e o ducto linfático direito, que desembocam nas veias de grande calibre situadas na base do pescoço. A
linfa, então, entra no sistema circulatório nas junções das veias jugular interna e subclávia.
Atenção    

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Antes de retornar ao sangue, a linfa atravessaos linfonodos, nos
quais é exposta às células do sistema imune.
Por isso, os vasos linfáticos atuam não só no sistema circulatório, mas também são componentes integrais do
sistema imune. Os vasos linfáticos são encontrados na maioria dos órgãos, exceto no sistema nervoso central e
na medula óssea.
 Esquema mostrando a circulação linfática e a estrutura dos vasos linfáticos. Note o fundo cego do vaso linfático.
Ao contrário do sistema sanguíneo, não há uma bomba central no sistema linfático. A linfa move-se lentamente,
impulsionada principalmente pela compressão dos vasos linfáticos realizada pelos músculos esqueléticos ao
redor. A contração da camada de músculo liso que circunda os vasos linfáticos também pode auxiliar na
condução da linfa.
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Vimos que a maioria dos vasos compartilham das mesmas características
estruturais, com um plano geral de construção formado por três camadas: a íntima,
a média e a adventícia. Sobre as características morfológica dessas camadas, analise
as a�irmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
A túnica íntima é a camada mais interna do vaso, constituída por uma camada de células
endoteliais, sua respectiva lâmina basal e uma camada subendotelial, de tecido adiposo.
A)
Nas veias, a camada média é relativamente espessa, estendendo-se da lâmina elástica
interna até a lâmina elástica externa, que a separa da túnica íntima.
B)
A túnica adventícia é a camada mais externa de tecido conjuntivo, formada principalmente
por �bras colágenas do tipo II e algumas �bras reticulares.
C)
Vasos grandes, artérias mais frequentemente que veias, possuem vasa vasorum,
responsável pela nutrição dessas artérias.
D)
A lâmina elástica interna, composta principalmente por elastina, contém fenestrações que
possibilitam a difusão de nutrientes para as células mais profundas da parede do vaso.
E)    

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Responder
2. Vimos que as vênulas e veias apresentam algumas diferenças morfológicas
importantes que estão diretamente relacionadas à função desses vasos sanguíneos.
A respeito da organização das vênulas e veias, assinale a alternativa correta:
Responder
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A parede das vênulas pós-capilares é semelhante à dos capilares, exceto pela ausência de
pericitos.
A)
A túnica média das veias de médio calibre é bem mais �na que a túnica média das artérias
de médio calibre.
B)
Assim como as vênulas pós-capilares, as vênulas musculares não apresentam túnica
média verdadeira.
C)
As veias de grande calibre, como as veias cavas superior e inferior, possuem túnica
adventícia bem delgada.
D)
As válvulas venosas são revestidas por endotélio e compostas de tecido muscular liso e
tecido conjuntivo denso.
E)
   

Após um longo caminho, chegamos ao �m da nossa conversa sobre o tecido sanguíneo, o tecido nervoso e o
sistema cardiovascular. Inicialmente, estudamos o incrível tecido nervoso, que forma o sistema nervoso. Fomos
apresentados aos principais tipos celulares e suas funções, bem como à estrutura geral e organização dos
sistemas nervosos central, periférico e autônomo.
Por último, aprendemos sobre as funções dos diferentes componentes do sangue, que são os elementos
�gurados e o plasma, e aprendemos sobre a importância e a estrutura da medula óssea. Discutimos acerca da
estrutura e função dos principais vasos sanguíneos, os aspectos histológicos do coração e características
importantes do sistema vascular linfático, que drena o líquido intersticial e desemboca nas grandes veias
próximas ao coração.
PODCAST
Agora, a conteudista Gabriela Cardoso Caldas encerra abordando os
principais assuntos do tema.
0:00 15:46
REFERÊNCIAS
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2013.
KIERSZENBAUM, A. L. Histologia e biologia celular: uma introdução à patologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2008.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios. 1. ed. São Paulo: Atheneu, 2001.
ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Ross Histologia: texto e atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
EXPLORE+
Navegue pelos batimentos cardíacos e �uxo sanguíneo nos vídeos Circulação sanguínea e Trajeto do �uxo
sanguíneo pelo coração, disponíveis respectivamente nos canais Hemocentro RP e Alila Medical Media em
português, no YouTube.
   

https://stecine.azureedge.net/repositorio/01651/index.html
Revise e aprofunde seus conhecimentos a respeito dos componentes do sangue no vídeo Histologia
Sistêmica – Células do Sangue, disponível no canal Reabilitação Cardiovascular com Otávio Plazzi, no
YouTube.
Leia sobre a cardiomiopatia hipertró�ca, doença cardíaca que di�culta o bombeamento do coração, no artigo
de Silméia Bazan e colaboradores chamado Cardiomiopatia Hipertró�ca – Revisão, disponível na plataforma
SciELO.
Aprenda sobre as transformações cerebrais na adolescência no vídeo Adolescência: o cérebro em
transformação | Neurociência na Educação, publicado no canal Ciências e Cognição, no YouTube.
CONTEUDISTA
Gabriela Cardoso Caldas
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

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