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Apostila medicina e Odontologia legal

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Prévia do material em texto

1 
 
capa
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Anatomia Crânio-Facial (Ossos e Músculos do Crânio e da Face) ................................................... 1 
2 Laudos e documentos periciais, modelos e interpretação. .............................................................. 24 
3 Biotipologia ................................................................................................................................................ 25 
4 Identificação Craniométrica: estimativa de sexo, estatura, idade, fenótipo, cor da pele, por meio do 
estudo do crânio ..................................................................................................................................... 30 
5 Noções de tanatologia .................................................................................................................... 42 
Questões ........................................................................................................................................... 49 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para 
dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um 
bom desempenho na prova. 
 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao 
entrar em contato, informe: 
 
- Apostila (concurso e cargo); 
 
- Disciplina (matéria); 
 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
 
- Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. 
O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
 
Bons estudos
 
 1 
 
É com grande satisfação que apresento a vocês este curso de NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL E 
ODONTOLOGIA LEGAL projetado especialmente para atender às necessidades daqueles que se 
preparam para o concurso de PAPILOSCOPISTA da Polícia Civil do Distrito Federal. 
 
Conteúdo do edital: 
1. Anatomia Crânio-Facial (Ossos e Músculos do Crânio e da Face). 2. Laudos e documentos 
periciais, modelos e interpretação. 3. Biotipologia. 4. Identificação Craniométrica: estimativa de sexo, 
estatura, idade, fenótipo, cor da pele, por meio do estudo do crânio. 5. Noções de tanatologia. 
 
Apresentação do curso 
A proposta do curso é facilitar o seu trabalho e reunir toda a teoria em um só material. Nosso curso será 
completo. Ao mesmo tempo, não exigirá muitos conhecimentos prévios, na maioria do curso. 
Portanto, se você está iniciando seus estudos no assunto, fique tranquilo, pois, nosso curso atenderá aos 
seus anseios perfeitamente. Se você já estudou os temas e apenas quer revisá-los, o curso também será 
bastante útil. 
Por isto sua preparação com afinco e dedicação pode ser seu diferencial. E aqui estou, junto a você, 
nesta batalha. Procuraremos a sua melhor preparação. 
Lembre-se que, como concursando, muitas vezes você se sente sozinho, desacreditado e sem muita 
confiança. Mas saiba que o trabalho do estudo é duro, solitário, cansativo e requer muita vontade e 
dedicação. Quando vier sua aprovação, sua vitória você verá que o seu sucesso pertence a todos 
(inclusive àqueles que nunca te apoiaram... mas assim é a vida). Força e pense sempre em você, nos 
seus familiares, naqueles por quem você tem amor. 
Desejo um excelente estudo e ótimos resultados nesta jornada. Muito boa sorte, dedicação e boa 
prova!!!! 
 
 
 
Você pode se perguntar qual o motivo de estudar ossos da face e como estes estariam relacionados 
com a identificação do indivíduo como disciplina para um concurso de papiloscopia. 
Acontece que muitas vezes a identificação papilar não é possível, principalmente quando há um 
estado avançado de decomposição do cadáver. Portanto, existe a necessidade de se identificar o 
indivíduo através de outras técnicas. E, dentre estas, existem as análises de ossos cranianos e dos 
dentes. Caso você tenha estudado Criminologia deve estar familiarizado com os estudos de 
LOMBROSO. Este cara foi um pioneiro no estudo antropológico com finalidade científica. 
A associação de conhecimentos científicos da Antropologia pode ser aplicada na prática ao Direito e 
à administração das leis. Denominamos de Antropologia Forense. Esta visa responder às questões 
relacionadas à identidade médico-legal e à identidade judiciária ou policial. 
O processo de identificação implica no uso do conhecimento médico (SCHMITT, CUNHA, 
PINHEIRO, 2006; KROGMAN, ISCAN, 1986) e das ciências correlatas; distintas da natureza médica, 
diz respeito à antropometria e à datiloscopia. Existe um interesse mútuo da área das ciências jurídicas e 
médicas em englobar de uma só vez a área de conhecimento da antropologia forense. 
No âmbito da investigação criminal, a antropologia biológica, por meio da antropometria, tem 
subsidiado métodos e técnicas para a identificação humana. Sobre essa contribuição, os trabalhos de 
Alphonse Bertillon (1853-1914), que relacionavam dados antropométricos com os da identificação, 
foram bastante usuais antes da criação de um processo de maior eficácia, alcançada pela papiloscopia, 
através da datiloscopia, e mais recentemente pelas análises biomoleculares comparativas. 
1 Anatomia Crânio-Facial (Ossos e Músculos do 
Crânio e da Face) 
Prof. Dr. Wagner Luiz Heleno Bertolini 
 
 2 
 
A Antropologia tradicional alcançou grande desenvolvimento graças à incorporação da pesquisa 
científica. Destacaram-se, fora do Brasil a British Association for the advancement of Science Section of 
Antropology (1822), a Société Ethnologique de Paris (1839), a Berliner Gessellschaft für Anthropologie, 
Ethnologie und Urgeschichte (1869) e a Société d´Anthropologie de Paris (1895), entre outras. Segundo 
Ávila (1958), foi Paul Broca (1824-1880) o impulsionador da Antropologia, criando o Laboratório de 
Antropologia da Escola de Altos Estudos em 1871 e a Escola de Antropologia de Paris, em 1876. No 
Brasil, essa escola francesa influenciou o desenvolvimento da antropologia física na segunda metade 
do século XIX. Surgem João Batista de Lacerda, José Rodrigues Peixoto, Roquete Pinto e Fróes da 
Fonseca, incentivador da antropologia física até a primeira metade do século XX. Para Bertillon o 
essencial é estudar o homem em relação com o meio que o cerca e com as espécies que o 
precederam. 
Os métodos de estudo da Antropologia Criminal no início do século XX incluíam as medições 
craniométricas, os índices cranianos, suas representações gráficas, as anomalias do crânio, as 
anomalias dentárias, o desenvolvimento cerebral, o estudo do indivíduo vivo, a identificação - à maneira 
de Bertillon, a datiloscopia, os caracteres psíquicos, dados biográficos, altura e peso, psicologia 
experimental, pletismografia (registro da psique), craniologia criminal, antropometria comparada, 
anomalias psíquicas, atavismo orgânico e psíquico, entre outras. A recorrência de alguns desses eixos 
temáticos na moderna Antropologia Forense ocorrem em relação ao processo da identificação de 
indivíduos (vivos ou mortos) e no estudo comportamental do agente do delito e da vítima na perspectiva 
de uma criminologia (CARVALHO, 1961, 1964; FERNANDES, FERNANDES, 1995), da dinâmica da 
agressão (MEGARGEE, HOKANSON, 1976) e da neurociência (BENNETT, HACKER, 1996). 
Em 1939, o médico Arídio Fernandes Martins exemplificou um modelo de exame de esqueleto 
humano, indicando sua completude, articulação, cor,mensurações e índices. Suas observações finais 
surpreendem: 
 
[...] Em nota final [...] seus ossos não apresentam fratura ou seus vestígios, assim como qualquer 
outro indício macroscopicamente observável de lesão anatomo-patológica. Das verificações acima 
relatadas pode o perito deduzir as seguintes conclusões: 
1º) o esqueleto apresentado ao exame pertenceu a indivíduo do sexo masculino, dados os seus 
caracteres gerais e particularmente as constatações da pélvica; 
2º ) o individuo era de idade adulta, preliminarmente pela sua forma dentária, seguramente com mais 
de 35 anos, dadas as sinostoses craneanas, menos de 50 anos por não estar ossificada a parte média 
da sutura coronal, sua idade pode, pois ser avaliada de 40 anos, em favor de que fala ainda a 
ossificação do ponto sagital posterior. Esta conclusão tirada de acordo com os dados de Topinard fica 
sujeita as restrições possíveis decorrentes de quaisquer condições individuais especiais; 
3º) a sua estatura dadas as dimensões dos ossos longos pode ser avaliada em um metro e setenta 
centímetros, pelas tábuas de Manouvrier. Pelo conjunto dos caracteres ósseos pode-se afirmar que 
esse indivíduo era de raça branca. Dadas as rugosidades e asperezas pronunciadas dos membros 
superiores é plausível que ele tivesse profissão manual (MARTINS, 1939, p. 210-211). 
 
Os requisitos técnicos estabelecidos por Bertillon para a identificação humana fundamentavam-se na 
unicidade antropométrica entre os homens, a imutabilidade dessa característica após os 20 anos de 
idade, a praticabilidade das mensurações e a classificabilidade dos dados antropométricos 
individuais em fichas. 
Outros conjuntos sinaléticos descritos por Almeida Júnior (1956) incluem o uso de características 
morfológicas corporais objetivando a identificação. Assim, estariam incluídas a identificação otométrica 
(ângulo aurículo-temporal, diâmetros da orelha), craniográfica (tomada de perfil do crânio e 
comparação), geométrica (mensurações da face), dentária (forma da arcada, disposição dos dentes, 
anomalias), oftalmográfica (comparação de fotografias do fundo do olho), radiográfica (mensurações 
das falanges, metacarpo e metatarso), flebográfica (comparação da conformação superficial das veias 
do dorso da mão), palmar (comparação de desenhos dos sulcos palmares das mãos), poroscópica 
(comparação de poros por sua imutabilidade e individualidade) e umbilical (morfologia do umbigo). 
No Brasil, no caso de São Paulo, muitas décadas depois dos trabalhos realizados por Godoy (1936a, 
1936b, 1937, 1947), Daunt e Godoy (1937) e Godoy e Júnior (1947), no extinto Laboratório de 
Anthropologia do Instituto de Identificação Gabinete de Investigações Criminais, o Núcleo de 
Antropologia do Instituto Médico Legal de São Paulo realiza exames de identificação médico-legal em 
cadáveres e esqueletos humanos. O trabalho do Núcleo inclui exames de confronto de características 
 
 3 
 
individualizadoras da pessoa procurada, recuperando vínculos genéticos e dados dos registros 
médicos, hospitalares e odontológicos para comparação. 
Segundo Coelho e Júnior (2008), a rotina de trabalho integrada entre os Núcleos de Antropologia e 
de Odontologia Legal, vinculada aos papiloscopistas do necrotério do IML, o Instituto de Identificação 
Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa e o Núcleo de 
Biologia e Bioquímica Laboratório de DNA do Instituto de Criminalística de São Paulo. 
Nos casos de material severamente decomposto, esses dois Núcleos estabelecem as possibilidades 
de coletar impressões digitais, encaminhando ao IIRGD dedos ou luvas cadavéricas. Os esqueletos 
humanos recebem tratamento diverso: a) Os parentes de vítimas suspeitas são entrevistados e 
recolhidos documentos médico-hospitalares e odontológicos, assim como dados para a identificação 
pessoal; b) Realizam-se perícias complementares nos locais de encontro dos restos humanos para a 
coleta complementar de ossos, fragmentos, dentes e outros materiais que serão essenciais no decorrer 
da perícia médico-legal; c) Realiza-se a limpeza do cadáver ou dos ossos e dentes humanos para 
possibilitar o estudo antropológico e odontológico; d) Convoca-se o dentista responsável pela 
elaboração dos documentos odontológicos referentes à vítima suspeita; e) Após as etapas anteriores, é 
encaminhado o material biológico da vítima e dos familiares para determinação do vínculo genético. A 
fundamentação dos procedimentos encontra-se no seguinte comentário: 
A existência de uma pessoa é definida pelo nascimento com vida e seu devido registro civil, assim 
como a pessoa deixa de existir legalmente com o devido assento de óbito no cartório de registro civil e, 
como se sabe, só se pode emitir a declaração de óbito da pessoa perfeitamente identificada (COELHO, 
JUNIOR, 2008). 
A Antropologia Forense está constituída, segundo Hunter (2002), por três grandes áreas: a 
identificação do grupo biológico, incluindo gênero, estatura e afinidade racial; identificação do indivíduo 
biológico, incluindo sua atividade laborativa, marcas de estresse, análise de DNA e reconstrução facial; 
e a identificação positiva, baseada na comparação dentária, anomalias congênitas e na superposição 
de fotografias sobre o crânio. 
Determinação do grupo de afinidade étnico-racial ou da ancestralidade através da craniometria 
(CARVALHO et al., 1987: 58-62, CROCE, JUNIOR, 1996: 37-45). Nesses casos existem programas que 
analisam os índices cranianos como o nasal, de prognatismo, transverso, horizontal e vertical, orbitário, 
entre outras mensurações, simultaneamente, indicando a situação racial do indivíduo em gráfico. 
Determinados traços podem indicar afinidades raciais como a proeminência dos zigomáticos, 
arqueamento do fêmur, entre outros. Determinados caracteres epigenéticos como os dentes incisivos 
em forma de pá (shovel-shaped), buraco parietal e suturas no osso maxilar podem indicar determinada 
afinidade étnico-racial. 
A determinação ou verificação da identidade pessoal post mortem por meio das evidências dentárias 
recebe o nome de odontologia forense ou odontologia legal (GRADWOHL, 1954:451; ARBENZ, 1988; 
HILLSON, 1996; OLIVEIRA et ali., 2002) vislumbra as formas da dentição (perda dentária), dentes 
supranumerários, anomalias de posição, oclusão, anomalias congênitas, alterações pre-mortem por tipo 
de ocupação, acidentes, doenças, afinidade racial, elementos de restaurações, queima, sinais de 
mordidas, cálculo etário em crianças, identificação de fragmentos dentários. 
A reconstrução facial tridimensional (STEWART, 1954; KROGMAN, 1986; UBELAKER, 1989; 
GEORGE, 1993; TAYLOR, 2001 e outros) e a bidimensional (UBELAKER, 1989; TAYLOR, 2001 e 
outros), a partir do crânio, além das sobreposições fotográficas crânio/foto da face, auxiliam na 
identificação de pessoas desaparecidas. 
A Odontologia Forense tem como objetos de estudo a identificação humana através da análise do 
complexo maxilo-mandibular, considerando: a) os traços de identificação não dentários, b) as 
informações obtidas através dos ossos cranianos, c) a análise dos tecidos e fluídos orais, d) a 
estimativa da idade pelo desenvolvimento dentário e outras características, e) os procedimentos 
laboratoriais, f) o emprego de registros médicos e odontológicos ante-mortem da vítima a ser 
identificada, g) análise de dentes em casos de desastre de massa, h) as marcas de mordidas e i) 
análise de remanescentes dentários de procedência arqueológica (ARBENZ, 1988; WHITTAKER, 
MACDONALD, 1989; BOWERS, BELL, 1997; CLEMENT, 2000). 
Exames em mortos e em materiais, com a emissão de laudos técnicos periciais, quando se torna 
impossível a identificação humana por meio da papiloscopia. Nesse tipo de exame, nos casos de 
identificação antropológica de esqueletos, a estimativada idade é obtida pela análise dos arcos 
dentários e respectivos dentes, pela pesquisa em próteses dentárias e em fragmentos dentários e 
análise de marcas de mordidas (COELHO, JUNIOR, 2008). 
Vejamos os principais ossos do crânio e da face. 
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
 
 4 
 
 
 
Vista Anterior do Crânio 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
Ossos da Órbita 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
 5 
 
Vista Lateral do Crânio 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
Vista Lateral do Crânio 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
 
 6 
 
Vista Medial do Crânio 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
Vista Superior do Crânio - Calota Craniana 
 
A parte superior do crânio é chamada de cúpula do crânio ou calvária. É atravessada por quatro 
suturas (articulações que permitem mínima mobilidade aos ossos do crânio): 
1 - Sutura Coronal ou Bregmática: entre os ossos frontal e parietais 
2 - Sutura Sagital: entre os dois parietais (linha sagital mediana) 
3 - Sutura Lambdóide: entre os parietais e o occipital 
 4-Sutura Escamosa: entre o parietal e o temporal. 
 
Alguns Pontos Antropométricos do Crânio: 
 Bregma - ponto de união das suturas sagital e coronal 
 Lâmbda - ponto de união das suturas sagital e lambdóide 
 Vértex - parte mais alta do crânio 
 Gônio - ângulo da mandíbula 
 Ptério - ponto de união dos ossos parietal, frontal, esfenóide e temporal 
Vista Superior do Crânio - Face Externa 
 
 7 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 
2000. 
 
Fossas Cranianas 
É dividida em 3 fossas: Fossa Anterior, Fossa Média e Fossa Posterior. 
 
 
 
 
 
 
 
Fossa Anterior 
Limites: Lâmina interna do frontal à borda posterior da asa menor do esfenóide 
Ossos: Frontal, esfenóide e etmóide 
Forames: 
 Forame Cego - passagem de uma pequena veia da cavidade nasal para o seio sagital superior 
 Lâmina Crivosa - Passagem do I Par Craniano (Nervo Olfatório) 
 Canal Óptico - Passagem do II Par Craniano (Nervo Óptico) e Artéria Oftálmica 
 
Fossa Média 
Limites: Borda posterior da asa menor do esfenóide à borda superior da porção petrosa dos 
temporais 
Ossos: esfenóide e temporal 
Forames: 
 Fissura Orbitária Superior - Passagem do III Par Craniano (Nervo Oculomotor), IV Par Craniano 
(Nervo Troclear), V Par Craniano (Nervo Trigêmeo - Ramo Oftálmico), VI Par Craniano (Nervo 
Abducente) e a veia oftálmica 
 Forame Redondo - Passagem do V Par Craniano (Nervo Trigêmeo - Ramo Maxilar) 
 Forame Oval - Passagem do V Par Craniano (Nervo Trigêmeo - Ramo Mandibular) 
 Forame Espinhoso - Passagem da Artéria Meníngea Média 
 
 8 
 
 Lácero ou Rasgado Anterior - não passa nada, é coberto por tecido fibroso 
 Canal Carotídeo - Passagem da artéria carotídea 
 
Fossa Posterior 
Limites: Borda superior da porção do rochedo do temporal à lâmina interna do osso occipital 
Ossos: Temporal e occipital 
Forames: 
 Meato Acústico Interno - Passagem do VII Par Craniano (Nervo Facial), VIII Par Craniano (Nervo 
Vestibulococlear) 
 Forame Jugular - Passagem do IX Par Craniano (Nervo glossofaríngeo), X Par Craniano (Nervo 
Vago) e XI Par Craniano (Nervo Acessório) e veia jugular interna 
 Canal do Hipoglosso - Passagem do XII Par Craniano (Nervo do Hipoglosso) 
 Canal Condilar - Inconstante 
 Forame Magno - Passagem do bulbo, meninges, líquor, artérias vertebrais, raízes espinhais e nervo 
acessório 
 
Estruturas das Fossas Cranianas 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
Ossos das Fossas Cranianas 
 
 9 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
Vista Inferior do Crânio 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
 
Encontrei um material muito interessante na internet, em que se faz um amplo estudo sobre a 
identificação à partir dos ossos da face. Não é um assunto que necessariamente cairá na sua prova, 
mas, serve para se ter uma ideia de como anda a evolução de técnicas de identificação associadas com 
 
 10 
 
a evolução da informática. Não se preocupe com os termos técnicos empregados. Apenas em 
acompanhar o desenrolar da pesquisa. Este trecho foi extraído do seguinte site: 
http://www.ciceromoraes.com.br/?p=1247, acessado em 09/01/2015. 
 
Reconstrução facial forense de uma pessoa viva com software livre (teste cego) 
 
No começo de 2012 iniciei efetivamente meus estudos no campo da reconstrução facial forense. 
Agora, um ano e meio depois, já lá se vão quarenta reconstruções, a maioria de humanos modernos, 
alguns hominídeos e até um tigre dentes-de-sabre. 
Durante esse tempo, nas palestras que ministrei, nos e-mails que recebi ou mesmo nos cursos 
oferecidos, as pessoas me questionavam acerca da precisão do método; se eu já havia testado ele em 
crânios de pessoas conhecidas (vivas ou não). 
 
 
 
Gráfico representando a precisão (em milímetros) em relação à pele do voluntário, obtida por 
escaneamento óptico. As áreas em azul representam áreas nas quais a face reconstruída ficou mais 
profunda que a face real, ao passo que áreas em amarelo representam regiões em que a face real ficou 
mais profunda que a malha reconstruída. 
Eu já havia feito algo nesse sentido, mas por motivos de sigilo técnico ou respeito à privacidade de 
voluntários, não havia publicado até então. Em face disso, me limitava a mostrar os trabalhos de 
grandes artistas como o russo Gerasimov, a inglesa Caroline WIlkinsons e a americana Karen T. Taylor. 
Felizmente, há alguns dias atrás, um parceiro de pesquisa, o Dr. Paulo Miamoto me enviou um 
crânio digitalizado a meu pedido, para que eu testasse uma técnica recém desenvolvida para “vestir” a 
pele nos músculos virtuais. Esse crânio, enviado sem muitas observações, porém com autorização de 
reconstrução por parte de seu “dono”, seria a primeira oportunidade que eu teria para mostrar um caso 
de reconstrução facial de uma pessoa viva, expondo o grau de precisão que os trabalhos alcançam. 
 
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Captura-de-tela-de-2013-07-15-113922.png
Felipe Farth
Riscado11 
 
Desenvolvimento do Trabalho 
 Há alguns dias, comecei a testar uma série de modificadores do Blender, buscando uma opção que 
me permitisse “vestir” a pele em uma reconstrução. O objetivo era tornar o processo mais rápido, e, 
portanto, mais acessível a quem desejar replicá-lo, seja essa pessoa dotada de dons artísticos ou não. 
Consegui achar uma solução com um modificador chamado Shrinkwrap (e uma série de adaptações) 
como pode ser visto no vídeo acima. O crânio do vídeo é oriundo de outra reconstrução em andamento. 
Pode parecer algo quase imperceptível a um leigo em reconstrução, mas é uma “benção” para aqueles 
que estão colocando a mão na massa há pouco tempo. 
Voltando ao crânio previamente pelo Dr. Paulo Miamoto, isto me ofereceu a possibilidade de 
reconstruir uma pessoa viva e conhecida dele. Ele me pediu uma ajuda com a configuração do crânio 
em questão, pois ele teria que “montar” a estrutura, pois a tomografia era do tipo Cone Beam. 
Grosso modo, uma tomografia Cone Beam captura geralmente apenas uma parte de um crânio 
devido ao tomógrafo ter um campo de visão menor. É muita usada no meio odontológico e geralmente o 
equipamento é mais barato que um tomógrafo médico. 
 
 
 
Um fato interessante nessa história, é que todo o processo fora feito com software livre. Inicialmente, 
o Dr. Miamoto abriu as tomografias no InVesalius e filtrou apenas a parte que representava os ossos. 
Para fazer esse processo ele utilizou um tutorial que eu havia escrito, explanando o funcionamento 
básico do InVesalius:http://www.hardware.com.br/tutoriais/reconstrucao-3d-tomografias/pagina3.html 
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Captura-de-tela-de-2013-07-16-175748.png
 
 12 
 
 
 
Em seguida, ele importou as três partes no Meshlab e alinhou-as no espaço 3D de modo que a parte 
face do crânio ficasse estruturada. Todos os passos desse processo foram feitos graças aos tutoriais 
disponível no canal do Mister P no Youtube: https://www.youtube.com/user/MrPMeshLabTutorials 
Depois do crânio montado, ele o exportou como um arquivo .ply e enviou-o com os seguintes dados 
do indivíduo para orientação da reconstrução: 
- Gênero: masculino; 
- Ancestralidade: miscigenação entre xantodermas (descendentes de japoneses) e leucodermas 
(brancos); 
- Idade: entre 20-30 anos. 
 
 
 
Ao receber o crânio, tive de simplificar a malha, pois a tomografia reconstruída havia gerado algumas 
áreas com bastante ruído, inerentes à técnica de captura de imagem em tomógrafos Cone Beam. Em 
seguida, reconstruí a área do crânio que faltava com outro crânio presente em meu banco de dados, 
https://www.youtube.com/user/MrPMeshLabTutorials
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Cranios_sharpen.jpg
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Cranios_remesh_sharpen.jpg
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Cranios_sharpen.jpg
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Cranios_remesh_sharpen.jpg
 
 13 
 
como preconizado por autores da área. Dessa forma, o trabalho seria feito mais tranquilamente, com 
mais referências espaciais. 
 
 
 
Com o crânio devidamente limpo e posicionado no plano de Frankfurt, foram colocados os medidores 
de profundidade, traçadas as projeções do nariz e o perfil da face. Como indivíduos asiáticos e nativos 
americanos (ameríndios) compartilham traços físicos antropológicos que tornam seus crânios 
indistinguíveis entre si, uma tabela para índios nativos do sudoeste da América do Sul (Rhine, 1983) foi 
utilizada como referência. 
 
 
Para dinamizar o processo, o conjunto englobando os músculos, cartilagens e glândulas fora 
importado de outro arquivo. Evidentemente que algumas alterações na forma precisariam ser feitas para 
que se adequassem ao crânio em estudo. 
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Perfil.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Musculos.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Perfil.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Musculos.png
 
 14 
 
 
 
Aos poucos, um a um, os músculos são deformados e se adaptam ao crânio. 
 
 
 
Ao final todos os elementos são posicionados e ao contrário do que muitas pessoas pensam, mesmo 
com todos os músculos na face é difícil se ter uma ideia de como ficará o trabalho finalizado. 
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Musculos_2.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Musculos_3.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Musculos_2.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Musculos_3.png
 
 15 
 
 
 
Para a configuração da pele, o trabalho segue a mesma linha usada nos músculos. Uma espécie 
detemplate geral é importado de outro arquivo. 
 
 
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Pele_2.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Pele_5.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Pele_2.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Pele_5.png
 
 16 
 
 
 
E adaptado até que se adeque ao shape (forma) delineada pelo perfil, pelos músculos e pelos 
marcadores de profundidade. 
 
 
 
Podemos acompanhar a transformação progressiva de forma que a malha sofreu. 
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Pele_3.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Passos.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Pele_3.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Passos.png
 
 17 
 
 
 
Ao colocar a pele e “vesti-la” aos músculos, eu desconfiei se tratar do crânio do próprio Dr. Miamoto. 
A forma do queixo e a vista levemente pela lateral denunciaram algumas características que são 
evidentes em fotografias (não conheço o Dr. Miamoto pessoalmente). Ao interroga-lo finalmente, pois 
nesse campo não podemos ter incerteza… ele me disse sim, se tratar de seu crânio. 
 
 
 
Nem preciso dizer que eu fiquei extremamente satisfeito com o resultado. 
Agora seria o momento de testar a qualidade da reconstrução em relação ao “dono” do crânio. 
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Pele_4.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Faces_sharpen.jpg
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Pele_4.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Faces_sharpen.jpg
 
 18 
 
 
 
Um teste fora feito com uma fotografia, onde a malha foi posta sobre ela, no mesmo ponto de vista. 
Veja que os lábios quase se alinharam com o modelo 3D. 
 
 
 
O Dr. Paulo então fez no mesmoprocesso para filtrar a pele da tomografia e me enviou outro arquivo 
.ply. Em seguida, a mesma foi alinhada com a reconstrução, revelando uma compatibilidade bastante 
grande. 
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/foto.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cone.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/foto.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cone.png
 
 19 
 
 
 
Por último um escaneamento a óptico da face (feito separadamente da tomografia) foi alinhado ao 
rosto em 3D. Perceba que novamente a linha dos lábios ficou bastante compatível, bem como a largura 
do nariz. 
 
 
 
Os dados da Malha 3D vs. Escaneamento a Óptico foram enviados ao CloudCompare e um gráfico 
3D de compatibilidade foi gerado. Parte significativa da Malha 3D ficou apenas alguns poucos 
milímetros de distância da malha escaneada. A parte em azul que compreende a lateral dos lábios 
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/laser.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Captura-de-tela-de-2013-07-15-113922.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/laser.png
http://www.ciceromoraes.com.br/wp-content/uploads/2013/07/Captura-de-tela-de-2013-07-15-113922.png
 
 20 
 
tradicionalmente difere em relação ao escaneamento do indivíduo vivo, pois o levantamento da 
profundidade usado como referência para os marcadores fora feito em cadáveres que já haviam sofrido 
uma leve alteração em sua forma (desidratação e ação da gravidade no registro). 
Esse foi um exemplo de como uma reconstrução facial feita com software livre pode apresentar um 
alto grau de compatibilidade com o indivíduo vivo, desde que se cumpra todo o protocolo já estudado e 
testado pelas técnicas usuais. O uso de novas tecnologias e de ferramentas específicas do Blender 3D 
contribuem para um grau de compatibilidade maior das linhas de expressão da face, tornando o 
processo mais rápido e fácil para aquelas pessoas que desejam fazer uma reconstrução, mas, muitas 
vezes não tem uma formação voltada a arte. FIM. 
Então, meu caro concursando, deu para perceber que muitos estudos contribuem para melhorar e 
aperfeiçoar a Ciência Forense. 
 
MÚSCULOS DA FACE 
A seguir relaciono os músculos da face e suas principais propriedades. 
 
Couro Cabeludo 
O Epicrânio é uma vasta lâmina musculotendinosa que reveste o vértice e as faces laterais do crânio, 
desde o osso occipital até a sobrancelha. É formado pelo ventre occipital e pelo ventre frontal e estes 
são reunidos por uma extensa aponeurose intermediária: a gálea aponeurótica. 
* Ventre Occipital 
Origem: 2/3 laterais da linha nucal superior do osso occipital e processo mastóide 
Inserção: Gálea aponeurótica 
Inervação: Ramo auricular posterior do nervo facial 
Ação: Trabalhando com o ventre frontal traciona para trás o couro cabeludo, elevando as 
sobrancelhas e enrugando a fronte. 
* Ventre Frontal 
Origem: Não possui inserções ósseas. Suas fibras são contínuas com as do prócero, corrugador e 
orbicular do olho 
Inserção: Gálea aponeurótica 
Inervação: Ramos temporais 
Ação: Trabalhando com o ventre occipital traciona para trás o couro cabeludo, elevando as 
sobrancelhas e enrugando a fronte. Agindo isoladamente, eleva as sobrancelhas de um ou de ambos os 
lados 
 
GÁLEA APONEURÓTICA 
Couro Cabeludo 
A Gálea Aponeurótica reveste a parte superior do crânio entre os ventres frontal e occipital do 
occipitofrontal. 
Origem: Protuberância occipital externa e linha nucal suprema do osso occipital 
Inserção: Frontal. De cada lado recebe a inserção do temporoparietal 
Inervação: O ventre frontal e temporoparietal são supridos pelos ramos temporais, e o ventre 
occipital, pelo ramo auricular posterior do nervo facial 
Ação: Traciona para tras o couro cabeludo elevando a sobrancelha e enrugando a fronte, como uma 
expressão de surpresa. 
 
ORBICULAR DO OLHO 
Pálpebras 
Este músculo contorna toda a circunferência da órbita. Divide-se em três porções: palpebral, orbital e 
lacrimal. 
Origem: Parte nasal do osso frontal (porção orbital), processo frontal da maxila, crista lacrimal 
posterior (porção lacrimal) e da superfície anterior e bordas do ligamento palpebral medial (porção 
palpebral) 
Inserção: Circunda a órbita, como um esfíncter 
Inervação: Ramos temporal e zigomáticas do nervo facial 
Ação: Fechamento ativo das pálpebras 
 
CORRUGADOR DO SUPERCÍLIO 
Pálpebras 
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
 
 21 
 
Origem: Extremidade medial do arco superciliar 
Inserção: Superfície profunda da pele 
Inervação: Ramos temporal e zigomáticas do nervo facial 
Ação: Traciona a sobrancelha para baixo e medialmente, produzindo rugas verticais na fronte. 
Músculos da expressão de sofrimento 
 
Prócero 
Nariz 
Origem: Fáscia que reveste a parte mais inferior do osso nasal e a parte superior da cartilagem nasal 
lateral 
Inserção: Pele da parte mais inferior da fronte entre as duas sobrancelhas 
Inervação: Ramos bucais do nervo facial 
Ação: Traciona para baixo o ângulo medial da sobrancelha e origina as rugas transversais sobre a 
raiz do nariz 
 
Nasal (Transverso do Nariz) 
Nariz 
Origem: 
* Porção Transversal - Maxila, acima e lateralmente à fossa incisiva 
* Porção Alar - Asa do nariz 
Inserção: 
* Porção Transversal - Dorso do nariz 
* Porção Alar - Imediações do ápice do nariz 
Inervação: Ramos bucais do nervo facial 
Ação: Dilatação do nariz 
 
Depressor do Septo 
Nariz 
Origem: Fossa incisiva da maxila 
Inserção: Septo e na parte dorsal da asa do nariz 
Inervação: Ramos bucais do nervo facial 
Ação: Traciona para baixo as asas do nariz, estreitando as narinas 
 
Auricular Anterior 
Orelha 
Origem: Porção anterior da fáscia na zona temporal 
Inserção: Saliência na frente da hélix 
Inervação: Ramos temporais 
Ação: Traciona o pavilhão da orelha para frente e para cima 
 
Auricular Superior 
Orelha 
Origem: Fáscia da zona temporal 
Inserção: Tendão plano na parte superior da superfície craniana do pavilhão da orelha 
Inervação: Ramos temporais 
Ação: Traciona o pavilhão da orelha para cima 
 
Auricular Posterior 
Orelha 
Origem: Processo mastóide 
Inserção: Parte mais inferior da superfície craniana da concha 
Inervação: Ramo auricular posterior do nervo facial 
Ação: Traciona o pavilhão da orelha para trás 
 
Levantador do Lábio Superior 
Boca 
 
Levantador do Lábio Superior e Asa do Nariz 
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
 
 22 
 
Boca 
Origem: Processo frontal da maxila 
Inserção: Se divide em dois fascículos. Um se insere na cartilagem alar maior e na pele do nariz e o 
outro se prolonga no lábio superior 
Inervação: Ramos bucais do nervo facial 
Ação: Dilata a narina e levanta o lábio superior 
 
Levantador do Ângulo da Boca 
Boca 
Origem: Fossacanina (maxila) 
Inserção: Ângulo da boca 
Inervação: Ramos bucais do nervo facial 
Ação: Eleva o ângulo da boca e acentua o sulco nasolabial 
 
Zigomático Menor 
Boca 
Origem: Superfície malar do osso zigomático 
Inserção: Lábio superior (entre o levantador do lábio superior e o zigomático maior) 
Inervação: Ramos bucais do nervo facial 
Ação: Auxilia na elevação do lábio superior e acentua o sulco nasolabial 
 
Zigomático Maior 
Boca 
Origem: Superfície malar do osso zigomático 
Inserção: Ângulo da boca 
Inervação: Ramos bucais do nervo facial 
Ação: Traciona o ângulo da boca para trás e para cima (risada) 
 
Risório 
Boca 
Origem: Fáscia do masseter 
Inserção: Pele no ângulo da boca 
Inervação: Ramos mandibular e bucal do nervo facial 
Ação: Retrai o ângulo da boca lateralmente (riso forçado) 
 
Depressor do Lábio Inferior 
Boca 
Origem: Linha oblíqua da mandíbula 
Inserção: Tegumento do lábio inferior 
Inervação: Ramos mandibular e bucal do nervo facial 
Ação: Repuxa o lábio inferior diretamente para baixo e lateralmente (expressão de ironia) 
 
Depressor do Ângulo da Boca 
Boca 
Origem: Linha oblíqua da mandíbula 
Inserção: Ângulo da boca 
Inervação: Ramos mandibular e bucal do nervo facial 
Ação: Deprime o ângulo da boca (expressão de tristeza) 
 
Mentoniano 
Boca 
Origem: Fossa incisiva da mandíbula 
Inserção: Tegumento do queixo 
Inervação: Ramos mandibular e bucal do nervo facial 
Ação: Eleva e projeta para fora o lábio superior e enruga a pele do queixo 
 
Transverso do Mento 
Boca 
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
 
 23 
 
Não é encontrado em todos os corpos. 
Origem: Linha mediana logo abaixo do queixo 
Inserção: Fibras do depressor do ângulo da boca 
Inervação: Ramos mandibular e bucal do nervo facial 
Ação: Auxilia na depressão o ângulo da boca 
 
Orbicular da Boca 
Boca 
Não é encontrado em todos os corpos. 
Origem: Parte marginal e parte labial 
Inserção: Rima da boca 
Inervação: Ramos bucais do nervo facial 
Ação: Fechamento direto dos lábios 
 
Bucinador 
Boca 
Importante músculo acessório na mastigação, mantendo o alimento sob a pressão direta dos dentes. 
Origem: Superfície externa dos processos alveolares da maxila, acima da mandíbula 
Inserção: Ângulo da boca 
Inervação: Ramos bucais do nervo facial 
Ação: Deprime e comprime as bochechas contra a mandíbula e maxila. Importante para assobiar e 
soprar 
 
Ilustrações 
músculos da Face - Vista Anterior 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
Músculos da Face - Vista Lateral 
 
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
 
 24 
 
 
 
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
 
 
A prática médico-pericial obedece a uma extensa e complexa relação de leis, decretos, portarias e 
instruções normativas, que estabelecem os limites de atuação dos setores administrativos e indicam 
quais as competências e atribuições do médico investido em função pericial. 
A aplicação dos dispositivos contidos nos principais diplomas legais (leis, decretos e portarias), todos 
da área federal, depende da avaliação médico-pericial. 
Vamos falar um pouco dos documentos médico-legais mais importantes: Atestado, notificação, auto, 
laudo e parecer. 
 
O que constitui o atestado médico e quais as suas partes? 
O atestado médico é a afirmação simples, exata e escrita de um fato e suas consequências. Tem por 
finalidade informar a capacidade ou incapacidade do indivíduo para a realização de determinado ato. 
Deve ter cabeçalho ou preâmbulo, a qualificação do examinado, o nome de quem solicitou, descrição 
do caso e, se absolutamente necessário, diagnóstico através do CID (Código Internacional de 
Doenças). 
 
Notificação 
2 Laudos e Documentos 
Periciais, Modelos e Interpretação 
Prof. Dr. Wagner Luiz Heleno Bertolini 
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
 
 25 
 
A notificação é a comunicação compulsória às autoridades competentes de um fato médico por 
necessidade social ou sanitária sobre acidentes de trabalho ou doenças infecto-contagiosas (Código 
Penal, art. 269). Ex.: sarampo, tuberculose etc. 
 
Auto 
Auto é um relatório da perícia médica, ditado diretamente ao escrivão. 
 
Laudo 
Laudo é o documento feito por escrito pelo perito. São suas partes: preâmbulo – que contém nome 
do perito, seus títulos, nome da autoridade que o nomeou, motivo da perícia, nome e qualificação do 
indivíduo a ser examinado; histórico – que é a anamnese do caso, colheita de informações do fato, 
local, envolvidos etc; descrição – que é a parte mais importante, deve ser minuciosa ao relatar as lesões 
e sinais do indivíduo, e se envolver cadáver tem que constar os sinais da morte, identidade, exame 
interno e externo; discussão – que é o diagnóstico onde o perito externará sua opinião, relatório dos 
critérios utilizados; conclusão – que é o resumo do ponto de vista do perito, baseando-se nos elementos 
objetivos e comprovadores de forma segura; por fim respostas aos quesitos – eventualmente oferecidos 
pelas partes ou juízo. 
 
Parecer 
Parecer é um documento solicitado (sempre que o relatório médico suscitar dúvidas) por qualquer 
pessoa a um especialista (perito oficial ou qualquer médico fora da perícia, isto é, assistente técnico), 
procurando documentar o processo com resultados de exames e considerações médicas referentes a 
determinada situação de interesse jurídico. Ou seja, consultam, escrita ou verbalmente, um ou vários 
especialistas sobre o valor científico do laudo em questão. O parecer é a resposta, a conclusão. São 
suas partes: preâmbulo, exposição dos fatos, discussão do assunto, conclusão e respostas às 
perguntas. 
 
 
 
 
A chamada biotipologia humana e sua derivada, a biotipologia criminal, foram ciências que se 
desenvolveram no período do entreguerras e que a sua maneira buscavam o conhecimento completo 
da personalidade de cada indivíduo, a partir de ilações entre o corpo e o comportamento. Além de 
caracterizar seu conteúdo, o objetivo deste estudo é mapear a circulação destas doutrinas e identificar 
a rede de personagens e instituições científicas que as mobilizaram e lhes forneceram consequência 
social. Sob a direção do médico endocrinologista Nicolas Pende, a biotipologia ganhou difusão na Itália 
e fora dela, com destaque para a rede que acabou se consolidando com países de “cultura latina”, 
particularmente Espanha, Argentina e Brasil, recorte espacial da presente análise. 
Essas ciências, na verdade, constituíam expressões particularizadas de um conjunto mais 
amplo de disciplinas, práticas e representações, todas voltadas ao estudo e ao controle do corpo 
humano na busca da estabilização social. No período do entreguerras, diversos biodeterminismos 
encontraram reconhecimento e difusão, produzindo impactos na realidade e legando continuidades 
históricas. 
 
Os determinismos biológicos no entreguerras 
Tentar compreender – e conseguintemente controlar – o comportamento humano é utopia 
recorrentena história. Após a era iluminista, que libertou os homens dos desígnios divinos, novos 
determinismos vieram substituir aqueles. Por um lado, a maneira como a vida coletiva se organizava 
3 Biotipologia 
Prof. Dr. Wagner Luiz Heleno Bertolini 
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
Felipe Farth
Realce
 
 26 
 
passava a fornecer o arcabouço para explicar as atitudes e os pensamentos dos indivíduos, 
configurando os polissêmicos determinismos sociais que vicejaram no século XIX, como o marxismo, o 
liberalismo e o positivismo comtiano. Por outro, desenvolvia-se uma tradição concorrente que concebia 
o corpo humano como o centro de gravidade da etilogia comportamental, caracterizando os diversos 
determinismos biológicos que se difundiram desde então e que condicionaram grande parte da história 
dos dois últimos séculos, vindo das primeiras experiências frenológicas do início da 
contemporaneidade, até as recentes promessas fáusticas da decodificação do genoma humano, ao 
redor da última virada de século. No meio do caminho, sob o influxo dos darwinismos sociais, 
desenvolveram-se os diversos racismos científicos, as eugenias estatais e a antropologia criminal, 
possibilitando novas legitimações de velhas hierarquias sociais e étnicas. 
Do embate entre os determinismos sociais e os determinismos biológicos, que em todo momento de 
alguma maneira foram conviventes, a resultante histórica acabou por produzir um movimento 
pendular entre os dois extremos, com hegemonias alternadas entre as duas grandes tradições. O 
período que ora nos interessa assistiu a uma sobrevaloração das chamadas “ciências da vida”, o que 
por sua vez tornou cada vez menos nítidas as fronteiras entre a política e a biologia. O holocausto 
perpetrado pelos nazistas é sem dúvida a expressão mais emblemática desse fenômeno, mas está 
longe de ser o único ou de dar conta de todas as complexidades doutrinárias, empíricas e institucionais 
envolvidas. 
Uma das novas ciências que surgiram no período do entre-guerras e que acabou fazendo parte 
central do arcabouço biodeterminista foi a chamada biotipologia humana. Seu principal propositor, 
dirigente doutrinário e articulador institucional foi o médico genovês Nicolas Pende (1880-1970). 
Em 1921, aparecia um artigo seu intitulado “Endocrinologia e Psicologia” e, dois anos depois, a obra 
“A aplicação da endocrinologia aos estudos dos criminosos – a Escola Positiva”. Pende passou a 
associar desvios de comportamento com perturbações endócrinas, afirmando, por exemplo, que “os 
hipertireoidianos-hipersupra- renalianos seriam majoritários entre os delinqüentes violentos e 
impulsivos, os hiperpituitários entre os assassinos frios e cínicos” (DARMON, 1991: 273). 
Essencialmente, se tratava de uma continuidade aprimorada das teses de seu compatriota Cesar 
Lombroso, considerado o criador da antropologia criminal, que perseguia na morfologia do corpo 
humano os estigmas identificadores de seres desviantes ou potencialmente desviantes. Mais do que 
isso, as ideias de Pende acabaram por fornecer uma sobrevida às teses lombrosianas, já há muito 
consideras precárias cientificamente, ao pretender associar a forma do corpo ao equilíbrio humoral, 
por sua vez concebido como condicionador decisivo do funcionamento do pensamento e da vontade. 
Segundo Pende, “(…) os hormônios das glândulas endócrinas, da mesma forma que influem sobre a 
constituição e sobre a forma harmônica do corpo, tomam também parte essencial na constituição e na 
forma do espírito” (PENDE, 1934:3). 
Dessa maneira, e por via da endocrinologia – sua especialidade –, Pende fornecia a ponte entre 
o comportamento de um indivíduo e a forma de seu corpo. Os hormônios literalmente faziam a 
mediação entre a esfera psíquica e a morfológica, e junto com a base representada pelo patrimônio 
hereditário, estruturavam a chamada Pirâmide de Pende. Não foram poucos os seus seguidores que 
explicitamente se congratularam com a recuperação de Lombroso, dessa maneira transformado de 
autor de quimeras grosseiras em gênio antecipador dos progressos da ciência. Dito de outro modo, o 
acervo teórico da endocrinologia permitia uma conciliação possível entre antropometria e psiquiatria, 
dentro do discurso da então chamada biotipologia constitucionalista, que procurava propor um 
paradigma abrangente, extensivo e integrador. 
Portanto, as disfunções endócrinas a um só tempo poderiam ser denunciadas por desarmonias 
morfológicas e denunciar desvios comportamentais. Quando procurava exemplificar, e assim dar 
concretude a tais biodeterminismos radicais, é que Pende parecia trazer de volta as mais clássicas 
formulações lombrosianas: 
O desenvolvimento exagerado do esqueleto e da cara, especialmente dos zigomas e da mandíbula; 
a exagerada longitude, quase simiesca, das articulações superiores; a grossura enorme das mãos e 
dos pés; o cútis, espesso e untuoso; quiçá também a hiper ou a hipoalgesia cutânea, notas que 
freqüentemente se acham em certas categorias de delinqüentes, são todas elas ‘notas somáticas’, 
próprias dos sujeitos que têm uma hiperfunção congênita ou adquirida da glândula pituitária, cuja 
relação com as funções psíquicas, e mais ainda com os poderes inibitórios e com o desenvolvimento 
do sentido moral, havemos exposto brevemente (PENDE, 1934. 
 
Na Argentina, o grupo liderado por Arturo Rossi, diretor do Instituto de Biotipología, Eugenesia y 
Medicina Social, e dileto discípulo de Pende, replicava esse gênero de determinismo humoral. Assim 
 
 27 
 
que os assassinos “sanguinários congênitos”, conforme classificação de Pende, seriam em regra 
afetados por “hiperpituitarismo anterior, freqüentemente associado a hipopituitarismo posterior; além de 
hipogenitalismo e hipersuprarrenalismo” (BOSCH; ROSSI; RODRIGUEZ, 1934:14). O hábito 
morfológico que lhes seria característico seria “megalosplánico e hipervegetativo, brevilineo”. Já os 
“ladrões e os estafadores” possuiriam uma fórmula endócrina associada a “hipopituitarismo, 
distiroidismo e hipertimismo”, o que corresponderia a uma morfologia “microsplâcnica, hipovegetativa e 
longilínea” (idem). 
Leonídio Ribeiro, professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e diretor do Instituto de 
Identificação e de seu laboratório de Antropologia Criminal, e Waldemar Berardinelli, seu colega 
nessas instituições, faziam medicina nessa direção no Brasil. No trabalho que apresentaram 
conjuntamente no 1º Congresso Latinoamericano de Criminologia, realizado em Buenos Aires em julho 
de 1938, os autores afirmavam que os hiperpituitários teriam “estatura fora do normal, 
desproporcionados, mãos, pés, cabeça e mandíbula exageradamente desenvolvidos, tórax largo e 
curto, membros compridos, pele seborréica, com cicatrizes de acne na face e no dorso” (RIBEIRO; 
BERARDINELLI, 1938:530). Tal constituição corresponderia a um temperamento pouco emotivo e 
egoísta, com “tendências sexuais moderadas” e aversão “às preocupações abstratas e sintéticas”. 
A partir de um núcleo doutrinário derivado de formulações do gênero, e essa é uma hipótese central 
deste estudo, Pende logrou articular uma ampla rede de discípulos e aliados, para além de Gênova e 
da Itália e para muito além de seus núcleos institucionais de atuação, compreendendo desde 
autoridades governamentais e personalidades do mundo jurídico, a autoproclamados adeptos da 
Escola Italiana de vários outros países, da Europa e fora dela. Na perspectiva do sociólogo da ciência 
Bruno Latour: 
O problema do construtor de ‘fatos’ é o mesmo do construtor de ‘objetos’: como convencer outras 
pessoas, como controlar o comportamentodelas, como reunir recursos suficientes num único lugar, 
como conseguir que a alegação ou o objeto se disseminem no tempo e no espaço. Em ambos os 
casos, são os outros que têm o poder de transformar a alegação ou o objeto num todo duradouro 
(LATOUR, 2000). 
 
A tática embutida aqui é a da busca da imprescindibilidade social (LATOUR, 2000:197). Em outras 
palavras, da consolidação da rede de aliados: “A congregação de aliados desordenados e não-
confiáveis vai, pois, sendo transformada lentamente em alguma coisa muito parecida com um todo 
organizado” (LATOUR, 2000:216). 
As estratégias para a construção de uma tal rede passavam, dentre outras coisas, pela circulação de 
palavras escritas em veículos legitimados e legitimadores, como revistas especializadas, anais de 
congressos e conferências e livros de autores reconhecidos. Os artigos dos líderes doutrinários da 
biotipologia, e de seus principais aliados, circularam intensamente pelas principais revistas da área. O 
próprio Nicolas Pende freqüentava com assiduidade tanto as páginas dos Anales de Biotipologia, 
Eugenesia e Medicina Social, dirigidos por Arturo Rossi, quanto as dos Arquivos de Medicina Legal e 
Identificação, cujo diretor era Leonídio Ribeiro. Mas por meio de tais revistas, também brasileiros e 
argentinos intercambiavam seus textos, sempre reverenciando a filiação à escola biotipológica e a suas 
teses centrais. Um levantamento da “permuta” de prefácios e de resenhas que os principais autores 
faziam entre suas obras pode fornecer, da mesma maneira, um mapa da circulação das idéias e da 
prática das mútuas legitimações: Pende escreveu o prólogo da edição italiana de Evolución de la 
sexualidad, de Gregorio Marañón, o principal difusor daquele na Espanha, que o retribuiu devidamente 
fazendo o mesmo com a primeira edição espanhola da obra Endocrinología, do médico italiano. 
(MARAÑÓN, 1975:165-7). Leonídio Ribeiro também contou com a boa vontade de Marañón, que 
prefaciou o seu Homossexualidade e endocrinologia (MARAÑÓN, 1975:169-178). Rossi, por sua vez, 
foi contemplado com um texto de Pende na apresentação de seu livro “Il diabete, patogenesi e terapia 
moderna”, prefácio devidamente reproduzido na revista sob sua direção (LA SECRETARÍA DE 
REDACCIÓN, 1934:2-3). 
Outra maneira de consolidar os laços e arregimentar as solidariedades se dava por meio das 
viagens. Arturo Rossi e Waldemar Berardinelli (ROSSI, 1937:20), por exemplo, realizaram visitas 
demoradas ao paradigmático Instituto de Biotipologia, dirigido e criado por Pende nas colinas de 
Gênova. O primeiro deles, e como derivação da sua experiência na Itália, quando do seu retorno 
criou a Asociación Argentina de Biotipología, Eugenesia y Medicina Social (VALLEJO, 2004:234). Mas 
antes de tudo isso, foi o próprio Pende que visitara a Argentina, onde proferiu um curso de 
aprofundamento em endocrinologia (idem). Já Berardinelli visitava com relativa freqüência o país 
vizinho, como por exemplo quando da inauguração da “Academia Americana de Endocrinologia y 
Felipe Farth
Realce
 
 28 
 
Biotipología”, ocasião em que proferiu uma conferência acerca da biotipologia criminal, no início de 
1938 (“EL Dr. Berardinelli entre nosotros”, 1938:4). Por outro lado, seu colega e conterrâneo, Leonídio 
Ribeiro, desembarcava em Turim em janeiro de 1935, para receber o Prêmio Lombroso referente ao 
ano de 1933 (CARRARA, 1935:V-VIII), a concessão do qual não deixava de ser em si mesma outra 
forma de fornecer legitimidades e estreitar relações. Por fim, ainda que sempre a título de 
exemplificação, devem ser mencionados os périplos que Gregorio Marañón realizou pela América 
Latina em 1927 e novamente dez anos depois, e que se tornaram acontecimentos para muito além 
do circuito científico atinente. 
Portanto, como já se intui, no que se refere à internacionalização da rede científica-institucional 
construída por meio da biotipologia, o estudo realizado permitiu identificar uma clara priorização de 
laços e intercâmbios entre a Itália, a Espanha, a Argentina e o Brasil. Que fosse assim também 
correspondia às próprias ideias eugênicas de Pende, voltadas a um conceito de “raça latina, 
responsável pelas maiores realizações culturais da humanidade” e subordinada a uma inconteste 
liderança italiana. Em um texto seu publicado na Argentina, o pai da biotipologia assim sintetizava suas 
ideias sobre o tema e vaticinava: 
A história então e a biotipologia das raças nos demonstram qual será o verdadeiro destino dos 
povos circum-mediterrâneos: aquele de reconstruir a unidade espiritual latina-mediterrânea, desde uma 
e outra desembocadura do grande mar, unidade mediterrânea que deve fazer resplandecer de uma luz 
novamente potente aquela primeira grande e poliédrica civilização que do Mediterrâneo oriental através 
de Grécia e Roma e de nosso Renascimento tem esclarecido em todos os tempos com seus grandes 
principios verdadeiramente humanos, vale dizer éticos, o caminho da humanidade (PENDE, 1935: 4). 
No entanto, a própria circulação das idéias em questão por esse universo as transformava algum 
tanto, por conta de deslocamentos não apenas de seus conteúdos e de suas ênfases, mas também 
dos seus “pontos de aplicação”. As teses pendianas da biotipologia humana recepcionadas na América 
Latina muitas vezes eram submetidas no meio do caminho ao influxo de sua manipulação por 
Gregorio Marañón, na Espanha, principalmente no que elas poderiam ser úteis na compreensão da 
gênese das “perversões sexuais” e na sua relação com o combate ao crime e ao ato antissocial. 
 
Sexo, gênero e endocrinologia 
Na Espanha, Marañón não apenas introduziu os ensinamentos biotipológicos de Pende, como foi o 
seu principal divulgador. O médico espanhol é um dos principais autores da “teoria da 
intersexualidade”, que sob sua interpretação trazia mobilizados os ensinamentos de Pende para a 
compreensão e tratamento dos desvios e perversões sexuais, consideradas assim as manifestações 
paradigmáticas da anormalidade endócrina. Foi a partir das teses de Marañón que a endocrinologia 
criminal proposta por Pende ganhou alguma imprescindibilidade científica e dessa forma maior 
presença cotidiana na busca da normalização social desde as instâncias médico-policiais do Estado. 
O principal trabalho de Marañón utilizado pelos médicos interessados no tema da biotipologia 
era La evolución de la sexualidad y los estados intersexuales, publicado em 1930 (MARAÑÓN, 1930). 
Na verdade, trata-se de uma segunda edição de Los estados intersexuales en la especie humana, de 
1929 (MARAÑÓN, 1929). A definição dos chamados caracteres funcionais ali utilizada expressa 
claramente a atribuição de papéis sociais aos sexos que fazia Marañón. Como propriedades 
eminentemente femininas, estariam o instinto de maternidade e o cuidado direto da prole, a maior 
sensibilidade aos estímulos afetivos e menor disposição para o trabalho abstrato e criativo, menor 
aptidão para a impulsão motora ativa e para a resistência passiva, e voz de timbre agudo. Além de 
se caracterizar pelo oposto dessas propriedades, a “masculinidade”, por sua vez, poderia ser medida 
pela maior presença do instinto de atuação social, como expressão da “defesa do lar”. Várias questões 
culturais e ligadas ao comportamento resultavam assim determinadas pelo balanço hormonal. 
Portanto, se a maternidade seria a função sexual por excelência da mulher, o trabalho o seria para o 
homem (MARAÑON, 1929:56, grifo do autor). Consolidava-se, assim, enquanto formulação de fundo 
médico-biológico uma infinidade de clichês acerca da diferença entre os sexos, como a associação 
da racionalidade e da atitude ativa com o homem e da emoção e passividade com a mulher. 
Essas interpretações endocrinológicas dos papéis arquetípicos atribuídos aos gêneros não eram 
idiossincráticas dentroda escola biotipológica. Pende chamava a tireóide de “glândula da emoção”, e 
da “hiperfuncionalidade tireóide” feminina se poderia concluir que “nada é mais certo, desde o ponto de 
vista fisiológico, que o ditado „o homem pensa, a mulher sente‟” (PENDE, 1934:4). As secreções das 
glândulas sexuais ajudariam a reforçar tais diferenciações, conferindo ao homem “escassa 
emotividade, domínio de si mesmo, estabilidade psíquica, maior firmeza de inteligência, fazendo-o mais 
adaptável ao pensamento abstrato y mais independente. A mulher deve principalmente a esta 
 
 29 
 
substância de origem sexual suas virtudes de ternura, de piedade, de abnegação, de doçura” (PENDE, 
1934:6). 
Por conta de tais condicionamentos hormonais, o pensamento criador e o gênio artístico só 
poderiam ser características masculinas. Que algumas mulheres se tenham notabilizado nesses 
territórios a elas exóticos não constituía para Pende grande perturbação teórica: “É muito interessante o 
fato de que apresentavam atributos masculinos muitas das escassas mulheres de gênio com que conta 
a história” (idem). 
Para além da explicação da maior capacidade de ternura das mulheres, o balanço hormonal 
feminino justificava que, via de regra, sobre elas houvesse maior necessidade de vigilância. Isso 
porque a sua emotividade poderia implicar a falta de controle sobre o comportamento, e desvios de 
conduta e mesmo o crime poderiam ser o resultado. As secreções “exageradas e improvisadas da 
glândula tireóidea” poderiam provocar “emoções violentas de medo, de terror ou de cólera” (PENDE, 
1934:4). E se o balanço endócrino feminino já seria por si mesmo causa de preocupação, mais ainda 
seriam as fases biológicas da vida da mulher que produziam natural e violentamente novos 
desequilíbrios hormonais. 
Desde a Argentina, Rossi e seus colegas refletiam assim sobre o tema: “Nas mulheres delinqüentes 
e nas prostitutas agressivas, costumam coincidir alguns atos puníveis com verdadeiras crises de ordem 
fisiológica, e que se referem sobretudo à puberdade, à menstruação, à gravidez e ao climatério 
(BOSCH; ROSSI; RODRIGUEZ, 1934:13). 
O descontrole emocional também caracterizaria os povos meridionais, e a explicação persistia 
biotipológica. Por essa via, Pende nos remete de volta a Marañón, sem deixar de fazer mais um 
exercício de aproximação entre corpo e espírito: 
Nos países meridionais, sobretudo ao largo das costas, por exemplo, nas de Sicilia e singularmente 
nas de Espanha, segundo a opinião do endocrinólogo de Madrid, meu amigo Marañón, é muito 
freqüente entre a população o tipo hipertiroideo, quer dizer, o tipo delgado, ágil de corpo e de mente, de 
pelos e sobrancelhas hirsutas, de ótima dentadura, de inteligência e sexualidade precoce, de grande 
emotividade e impulsividade, de inquietude motriz e cerebral; tipo meridional, que no que respeita ao 
delito, se caracteriza (…) pela tendência aos delitos passionais, impulsivos e sexuais, de forma 
bárbara, violenta, primitiva (PENDE, 1934:8). 
 
No Brasil, o grande difusor de Marañón foi Leonídio Ribeiro. Em 1938, o médico carioca publicava 
“Homossexualismo e endocrinologia”, livro prefaciado pelo próprio Marañón, como referido acima. 
Enquanto diretor da Revista Arquivos de Medicina Legal e Identificação, favoreceu ali o aparecimento 
recorrente de artigos do médico espanhol. Seu local de trabalho, dentro de um laboratório científico a 
serviço da polícia, permitiu-lhe “estudar” uma grande quantidade de delinqüentes, incluindo não poucos 
homossexuais, ou assim considerados. Em 1933, como já informado, foi agraciado com o Prêmio 
Lombroso, concedido pela Academia Real de Medicina Italiana, pela apresentação de um relatório 
de suas pesquisas científicas desenvolvidas no referido laboratório. Suas investigações, ali relatadas, 
tratavam de patologias da impressão digital, dos tipos sangüíneos dos índios guaranis, dos biotipos 
criminais afro-brasileiros e das relações entre a homossexualidade masculina e o mau funcionamento 
endócrino (LOMBROSO-FERRERO; ROMANESE; CARRARA, 1934:VII- IX). Para este último tema, 
Ribeiro realizou estudos em 195 homossexuais que foram colocados a sua disposição pelos cárceres 
da polícia do Rio de Janeiro. Esse estudo, de alguma forma, se tornou um padrão para outros legistas 
dedicados ao tema. 
Dessa forma, a acolhida que a medicina legal e a criminologia deram às idéias de Marañón acerca 
do tema da sexualidade permitiu o enriquecimento do repertório e do acervo teórico para a tarefa de 
identificação e enquadramento do indivíduo “anormal”. 
 
Extraído da publicação de LUIS ANTONIO COELHO FERLA. 
 
 30 
 
 
 
ANTROPOLOGIA FORENSE 
É a área científica que estuda os restos mortais. Resulta da aplicação de conhecimentos de 
Antropologia às questões de direito no que diz respeito à identificação de restos cadavéricos 
(necroidentificação). 
Através dos ossos, podemos obter dados sobre o sexo, idade, estatura do falecido e pormenores da 
vida que a pessoa teve (hábitos alimentares, algumas doenças, lesões, etc.) 
É a aplicação prática de conhecimentos científicos básicos como a anatomia, fisiologia, bioquímica, 
patologia, tanatologia e criminalística, etc., no estudo analítico do corpo humano completo ou despojos, 
visando a identificação antropológica, a identidade civil, data e causa provável da morte. 
A pesquisa antropológica nos permite reconhecer, ou seja, conhecer de novo, afirmar, admitir como 
certo a identidade antropológica (pela antropometria); e a identidade civil em razão de informações 
peculiares e imutáveis que caracterizam cada indivíduo (arcada dentária, papiloscopia, DNA, íris). 
ANTROPOLOGIA FORENSE 
“Apesar de todos os humanos adultos terem os mesmos 206 ossos, não existem dois esqueletos 
iguais”. 
 
DOUTRINA CONSTITUCIONALISTA (BERARDINELLI, 1942) 
1. Todos os indivíduos são diferentes, não há duas pessoas iguais. 
2. O mesmo indivíduo é diferente de si mesmo a cada momento – momentos condicionais. 
3. As diferenças individuais obedecem a determinadas leis. 
4. O indivíduo é uma unidade, havendo indissolúvel correlação entre suas diversas partes e funções. 
5. Dentro das diferenças há semelhanças que permitem agrupar os indivíduos em tipos. 
6. O conhecimento do indivíduo normal deve preceder e servir de base ao estudo do indivíduo 
patológico. 
7. Na gênese das doenças, as reações individuais têm importância igual ou superior às causas 
externas. 
 
ETAPAS DA IDENTIFICAÇÃO 
1º etapa- Arqueologia forense. É feita uma escavação minuciosa do local onde se encontra o corpo. 
2º etapa- Antropologia social. Consiste na coleta de informações ao redor da área do crime 
(entrevistas às pessoas da região, consulta em arquivos municipais, eclesiásticos e militares, etc.) 
3º etapa- Investigação laboratorial. Há uma aplicação de técnicas como a osteologia humana (área 
que se debruça sobre o estudo dos ossos que compõe o esqueleto), paleopatologia (ramo da ciência 
que se dedica ao estudo das doenças do passado) e tafonomia (estudo sistemático da evolução de 
fósseis).Pode ainda ser feita uma reconstrução facial do cadáver e superposição fotográfica. 
 
EXAME DE INDIVÍDUO VIVO OU CADÁVER 
 
IDENTIDADE 
É o conjunto de caracteres físicos, funcionais ou psíquicos, normais ou patológicos, que 
individualizam determinada pessoa. 
Ernani Simas Alves (1965) 
 
IDENTIFICAÇÃO 
4 Identificação Craniométrica: Estimativa de Sexo, Estatura, Idade, 
Fenótipo, Cor da Pele, por meio do Estudo do Crânio 
Prof. Dr. Wagner Luiz Heleno Bertolini31 
 
Conjunto de procedimentos diversos para individualizar uma pessoa ou objeto. 
 
RECONHECIMENTO X IDENTIFICAÇÃO 
Reconhecimento é a identificação empírica. 
Identificação é o reconhecimento científico. 
 
IDENTIFICAÇÃO 
IDENTIFICAÇÃO GENÉRICA: Compreende a determinação da espécie, raça, sexo, idade, estatura 
etc. 
IDENTIFICAÇÃO ESPECÍFICA: Compreende a pesquisa de tudo aquilo que passa individualizar o 
examinado; cicatrizes, tatuagens, sinais profissionais, mutilações etc. 
 
PRINCIPIOS DA IDENTIFICAÇÃO: 
 
Unicidade 
Imutabilidade 
Perenidade 
Praticabilidade 
Classificabilidade 
 
IDENTIFICAÇÃO - MÉTODOS SIMPLES 
 
Cédulas de identidade ou registros. 
Fotografias. 
Testemunhas. 
Retrato falado. 
Vídeo. 
Sinais individuais. 
 
IDENTIFICAÇÃO - MÉTODOS COMPLEXOS 
Estudo Antropológico (antropometria) 
Métodos laboratoriais, químico/físicos. DNA – cabelo, secreções, manchas e etc. 
Superposição de imagens. 
Estudos de pontos 
Datiloscopia (papiloscopia) 
Arcada dentária 
Íris 
 
IDENTIFICAÇÃO ODONTOLEGAL 
Documentação produzida em função de atendimento odontológico: prontuário odontológico, 
radiografias, modelos de gesso, fotografias. 
Por se tratar de uma metodologia comparativa, é dividida em três etapas: 
exame dos arcos dentais do cadáver, exame da documentação odontológica e confronto odontolegal. 
 
IDENTIFICAÇÃO 
Em ambas as situações, vivos e mortos, se pode investigar: 
-averiguação da identidade de criminosos e alienados 
-averiguação da idade verdadeira 
-averiguação da paternidade 
-averiguação da maternidade 
-averiguação de consangüinidade 
-averiguação do sexo 
 
ASPECTO DO OSSO INUMADO 
 
Observações Tempo de morte 
 
Ossos recobertos de mofo 2 a 4 anos 
 
 32 
 
Canal medular enegrecido 6 a 8 anos 
Ausência de cartilagens e ligamentos mais de 5 anos 
Desaparecimento das graxas dos ossos 5 a 10 anos 
Canal medular branco como a superfície mais de 10 anos 
Persistência de restos de polpa dentária até 14 anos 
Desaparecimento completo da polpa 16 a 20 anos 
Desaparecimento dos canais de Havers mais de 20 anos 
Osso quebradiço, frágil, superfície porosa mais de 50 anos 
 
MÉTODOS ANTROPOMÉTRICOS 

 
(estudo das dimensões das diversas partes do corpo humano) 
Bertillon (bertillonage) 
Geométrico de Matheios 
Odontológico de Amoedo 
Otométrico de Frigério 
 
MÉTODOS ANTROPOGRÁFICOS 
 
(estudo da anatomia do corpo humano) 
 
Craniográfico de Anfosso 
Onfalográfico de Bert e Viamay 
 Flebográfico de Ameuille 
 Radiográfico de Levinsohn 
Oftalmoscópico de Levinsohn 
 
EXAME DE DNA 
 
Pode ser realizado em qualquer tecido ou líquido orgânico. 
A identificação pelo DNA tornou obsoleta quaisquer outras técnicas prévias. 
 
MÉTODOS DERMOPAPILOSCÓPICOS 
 
Impressões digitais 
Impressões palmares 
Impressões plantares 
Poroscopia 
 
DACTILOSCOPIA 
 
A polpa dos dedos, a palma das mãos e as plantas dos pés têm linhas e saliências papilares de 
disposição variável. 
Estes desenhos aparecem em torno do 6º mês de vida intra-uterina, permanecem durante toda a 
vida do indivíduo, e continuam até algum tempo após a morte, quando são eliminados pelo fenômeno 
putrefativo, diferindo gêmeos univitelinos. 
 
IDENTIFICAÇÃO DO SEXO 
 
Depois da bacia, o crânio ocupa o segundo lugar. 
Utilizando dados objetivos (dimensões dos côndilos occipitais) e cálculos matemáticos relativamente 
simples, é possível obter valores de discriminação do dimorfismo sexual superiores a 90 %. 
 

IDADE 
 
A avaliação da idade dentária pode ser realizada mediante exames direto e indireto. 
Exame direto: 
 É feito por meio de exame clínico, onde se verificará o número de dentes irrompidos, seqüência 
eruptiva, e estado geral dos elementos dentários ( cáries, exodontias, desgastes etc.) 
 
 33 
 
Exame indireto: 
 É feito pela análise de radiografias intra e extrabucais. Nesse tipo de exame é possível avaliar os 
itens constantes do exame direto e, principalmente, aqueles relacionados à mineralização dentária. 
 
Mineralização 
 
Técnica de Gustafsson 
 A técnica baseia-se na utilização de dentes monorradiculares, quando são analisados seis pontos, a 
saber: 
A- Desgaste da superfície de oclusão; 
P- Periodontose; 
S- Desenvolvimento de dentina secundária no interior da cavidade pulpar; 
C- Deposição de cemento da raiz; 
R- Reabsorção da raiz; 
T- Transparência do ápice da raiz. 
 
Segundo Gustafsson, cada uma dessas observações, recebera notas de 0 a 3. Assim: 
A0 – ausência de desgaste; 
A1 – desgaste leve; 
A2 – desgaste que atinge a dentina; 
A3 – desgaste que atinge a polpa. 
P0 – ausência de periodontose; 
P1- inicio de periodontose; 
P2 – atinge mais de um terço da raiz; 
P3 – atinge mais de dois terços. 
 
S0 – ausência de dentina secundaria 
S1 – inicio de formação de dentina secundaria; 
S2 – dentina secundaria preenche metade da cavidade pulpar; 
S3 – dentina secundaria preenche quase completamente a cavidade pulpar. 
 
C0 – apenas o cemento natural; 
C1 – deposito de cemento maior que o normal; 
C2 – grande camada de cemento; 
C3 – abundante camada de cemento. 
 
T0- Ausência de transparência; 
T1- Transparência visível; 
T2- Transparência que atinge um terço da raiz; 
T3- Transparência que atinge dois terço da raiz. 
 
R0- Inexistência de reabsorção; 
R1- Pequena reabsorção; 
R2- Grau mais adiantado de reabsorção; 
R3- Grande área de reabsorção. 
Após a observação de cada um dos seis fenômenos preconizados, procede-se ao somatório dos 
pontos: 
An + Pn + Sn + Cn + Rn + Tn = soma dos pontos 
 
Obtido o somatório dos pontos, localiza-se no gráfico os valores correspondentes à idade fisiológica 



 
MODO E CAUSA DA MORTE

 

 
 
A determinação da causa da morte é relativamente fácil quando o cadáver ainda apresenta toda a 
sua estrutura de tecidos, músculos e carne. Técnicas como raio‐x são de máxima importância nestes 
processos, e neste caso toda uma gama de características de interesse são exaltadas, como lesões 
ósseas, restos de metais, dentes serrados ou fragmentos de balas. 
 
 
 34 
 
DADOS SOMATOSCÓPICOS 
 
COR DA PELE 
 
Melanina 
 
Epiderme (mais espessa, menos espessa) 
Sangue circulante (circulação periférica) 
Influência da luz solar ( qtdade melanina) 
 
DIFERENTES TONALIDADES 
 
DETERMINAÇÃO DA COR DA PELE 
ESCALA DE VON LUSCHMAN (escala cromática) 
Sempre usar duas tonalidades, uma mais clara e outra mais escura. 
Usar área protegida pelas vestes. 
 
DETERMINAÇÃO DA COR DA PELE 
POPULAÇÃO BRASILEIRA 
Brancos ou leucodermas 
Negros ou melanodermas 
Mulatos ou faiodermas 
Mamelucos (branco + índio) 
Cafuzo (negro + índio) 
 
PERÍCIA DE PÊLOS 
IMPORTÂNCIA MÉDICO-LEGAL 
Extrema resistência aos agentes químicos, inclusive ácidos concentrados 
Solubilidade em substâncias alcalinas concentradas (soda, potassa) 
Descorabilidade pelos oxidantes como cloro, acido clórico, bromo, água oxigenada, acido paracético. 
 
PÊLOS 
HOMEM # ANIMAIS 
Cilíndricos, flexíveis, colorido homogêneo 
Histologicamente, cutícula muito fina, córtex preponderante, medula nem sempre visível. 
 
BIOTIPOLOGIA 
Biótipo= tipo morfológico + temperamento 
 
INDIVIDUALIDADE FÍSICA 
INDIVIDUALIDADE PSÍQUICA 
 
BIÓTIPOS CORPORAIS 
NORMOLÍNEO 
BREVILÍNEO 
LONGILÍNEO 
 
O QUE É NORMAL???? 
VÁRIOS MÉTODOS ESTATÍSTICOS DETERMINAM. 
CLASSIFICAÇÃO DE BARBARA 
Determinação do biótipo craniofacial. 
Analisa desvios de medidas entre o crânio cerebral e o crânio visceral e classifica os indivíduos. 
 
ODONTOLEGISTA 
Pesquisa os dentes,

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