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Profa. Dra. Alyne Alexandrino Antunes alyne.antunes@anhembi.br FARMACOGNOSIA FARMACOGNOSIA? https://www.menti.com/ Código 2197 6834 https://www.menti.com/ Do grego: • Pharmacon = droga, medicamento, veneno • Gnosis = conhecimento • Trata da história, produção, armazenamento, conservação, comercialização, uso, identificação, avaliação e isolamento dos compostos ativos de drogas. • Relaciona-se com o uso das drogas, mas também com a Pesquisa Científica, visando o estudo e a obtenção de novas substâncias ativas / medicamentos. FARMACOGNOSIA OBJETIVO: Estudo ou conhecimento das drogas Relaciona-se com Ciências Básicas e Aplicadas. ◦ Básicas: Botânica, Zoologia, Genética, Física, Química ◦ Aplicadas: Química Farmacêutica, Farmacologia, Tecnologia e Controle de Qualidade FARMACOGNOSIA [trocken (alemão) = secar, droog (holandês) = seco] DROGA - Conceito farmacognóstico - Todo vegetal ou animal inteiro ou parte ou órgão destes, ou produtos diretamente derivados destes, que após sofrerem processos de coleta, preparo e conservação, possuam composição e propriedades tais que possibilitem o seu uso como forma bruta de medicamento ou como necessidade farmacêutica [Oliveira et al., 2001]. [trocken (alemão) = secar, droog (holandês) = seco] Conceito ANVISA - RDC 26/2014 [Dispõe sobre o Registro de Medicamentos Fitoterápicos e o registro e notificação de produtos tradicionais fitoterápicos] • Droga vegetal => “Planta medicinal ou suas partes, que contenham as substâncias responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização (quando aplicável) e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.” DROGA Fitoterapia é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças (Ferro, 2008). O uso de plantas medicinais e seus derivados para o tratamento das doenças remonta às origens da humanidade. Há relatos do uso de plantas medicinais, na Babilônia, por volta do ano 3000 a.C. Por volta de 2000 a.C. foi produzida a Matéria Médica Chinesa. Por volta de 500 a.C. viveu Hipócrates (460–377 a.C.). Considerado o “Pai da Medicina,” conhecia profundamente a botânica e o uso medicinal de centenas de espécies de plantas aromáticas. Cita, em suas obras, mais de 400 plantas, entre elas: papoula, alecrim, sálvia e artemísia. Fundamentou a sua prática e a sua forma de compreender o organismo humano, incluindo a personalidade, na teoria dos quatro humores corporais (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra), e afirmava que de acordo com os estados da mente, ou o ser entra em equilíbrio (eucrasia), ou em doença e dor (discrasia). História Galeno, (129–200 d.C.), foi um dos mais famosos médicos gregos. Ele conhecia e estudava as plantas medicinais e seus poderes curativos. Em sua obra De Simplicibus descrevia com detalhes cada planta medicinal. Teofrasto, considerado “pai da botânica moderna” (370–285 a.C.), era grego e estudou com Platão, em Atenas, e depois com Aristóteles. Escreveu Historia Plantarum, a obra de botânica mais antiga que se conhece. A sua influência sobre os estudos das plantas se estendeu por 1800 anos. Historia Plantarum descreve um grande número de plantas, incluindo uma descrição do local onde vegetavam, germinação das sementes e respectivo uso na medicina e na preparação de perfumes. História ◦Quinina “...padres jesuítas da missão espanhola levaram o pó para a Europa para vendê-lo como um medicamento, que depois ficou conhecido como "pó dos jesuítas". Em 1679, o Rei Charles II da Inglaterra foi vitimado por uma forte febre, porém sendo protestante, preferia morrer a tomar um medicamento católico, por melhor que ele fosse. Neste contexto, surge Robert Talbor com um medicamento "protestante" que o rei não hesitou em tomar. Ficou curado e como agradecimento sagrou Talbor, cavaleiro e médico real. Alguns anos depois foi revelado que o remédio protestante de Talbor era na verdade o "pó dos jesuítas" apenas em uma formulação diferente”. https://www.scielo.br/j/qn/a/mWPDYJjzGn9gMkz43JNRFTw/?lang=pt https://www.scielo.br/j/qn/a/mWPDYJjzGn9gMkz43JNRFTw/?lang=pt PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL O Brasil tem a maior biodiversidade do mundo Legislação brasileira atual Em 2011, foi lançada a 5a edição da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2010a, 2010b), que trazia descrição de 52 plantas medicinais, na forma de droga vegetal. No ano seguinte, foi publicado a 1a edição do Formulário Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2011), descrevendo 54 plantas medicinais, na forma de droga vegetal, tintura, gel, pomada, creme, xarope e sabonete. No ano de 2014, com a publicação da RDC Nº 26, de 13 de maio de 2014 (BRASIL, 2014c), e da IN Nº 4, de 18 de junho de 2014 (BRASIL, 2014b), o Brasil passa a ter dois tipos de produtos com finalidade medicinal derivados de plantas: o medicamento fitoterápico (MF) e o produto tradicional fitoterápico (PTF). Medicamentos fitoterápicos (MF) são definidos na legislação brasileira atual como medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais. Eles são obtidos empregando-se exclusivamente derivados de droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco, e outros). São considerados MF os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua qualidade (BRASIL, 2014c) São considerados produtos tradicionais fitoterápicos (PTF) os obtidos com emprego exclusivo de matérias- primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnicocientífica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. Os produtos tradicionais fitoterápicos não podem se referir a doenças, distúrbios, condições ou ações consideradas graves, não podem conter matérias-primas em concentração de risco tóxico conhecido e não devem ser administrados pelas vias injetável e oftálmica (BRASIL, 2014c). De acordo com a RDC nº 13/2013 (BRASIL, 2013), o PTF é “aquele obtido com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cuja segurança seja baseada por meio da tradicionalidade de uso e que seja caracterizado pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade.” Legislação brasileira atual Não se considera MF ou PTF aquele que inclua na sua composição substâncias ativas isoladas ou altamente purificadas Legislação brasileira atual Importância do estudo de Farmacognosia IDENTIFICAÇÃO DA DROGA VEGETAL FITOQUÍMICA / CONTROLE DE QUALIDADE QUALIDADE DO PRODUTO FINAL* SEGURANÇA EFICÁCIA * = droga in natura, forma farmacêutica (pó, cápsula, comprimido), extratos vegetais (extrato fluido, tintura, etc.) “TUDO QUE É NATURAL FAZ BEM?” “Tudo que é natural faz bem?” ◦ Cuidados com a toxicidade ◦ Farmacêutico: Profissional de saúde e sua responsabilidade perante o paciente ◦ Uso com critério, consulta ao médico ◦ Seja o chá medicinal ou os produtos fitoterápicos (industrializados), todos apresentam peculiaridades inerentes às espécies vegetais - Grande número de compostos => Composição complexa ◦ Dose => Diferença entre o medicamento e o “veneno” 🌱 Matéria prima vegetal: Compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o derivado vegetal. 🌱 Derivado vegetal: Produto da extração da planta medicinal fresca ou da droga vegetal, que contenha as substâncias responsáveis pela atividade terapêutica, podendo ocorrer na forma de extrato, óleos fixo e volátil, cera, exsudato, outros. 🌱 Fitoterápico: Produto obtido de matéria-prima ativa vegetal, exceto substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico. 🌱 Fitofármacos: São preparações feitas com as plantas medicinais ou com os princípios ativos delas, retirados, já existem no comércio vários produtos. CONCEITOS ANVISA- RDC 26/2014 NÃO É CONSIDERADO Produto Fitoterápico:Aquele que possui em sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem associações destas com extratos vegetais Etapas do preparo do medicamento fitoterápico (formas farmacêuticas) Planta medicinal Cáscara sagrada Rhamnus purshiana D.C. Cascas de caule Preparo do extrato = Derivado vegetal Incorporação à forma farmacêutica Droga vegetal PARTE USADA =líquido, drágea, cápsula Medicamento Fitoterápico Papaver somniferum L. Planta medicinal Látex contendo alcalóides Droga derivada Isolamento do alcalóide Morfina Planta Medicinal ◦ Espécie medicinal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos (ANVISA, RDC 26/2014) ◦ Fatores que influem na produção dos compostos ativos: seleção da espécie, cultivo (temperature, irradiação, solo, pH, umidade, adubação/nutrients, inseticidas, colheita (teor / órgão / horário / época / limpeza), etc Formas de uso das espécies vegetais para fins medicinais ◦ Drogas Vegetais (“chás medicinais”, matéria prima) (RDC 26/2014) ◦ Fitoterápicos = medicamento fitoterápico, produto tradicional fitoterápico (RDC 26/2014) (produto industrializados sem adição de substâncias ativas isoladas) ◦ Composto ativo/principio ativo = isolado da matéria prima vegetal Droga Vegetal/Produto Fitoterápico Métodos de Análise Identidade Teor Pureza Análises da Droga Vegetal ◦ Caráter quali/quantitativo (determinação de teores, de pureza) ◦ Processos diretos: visão, tato, sabor, olfato ◦ Processos indiretos: ◦ Físicos – microscopia, cromatografia, luz polarizada, fluorescência, densidade, viscosidade... ◦ Químicos – reações de caracterização química... ◦ Biológicos – hemólise (saponinas), hemaglutinação (taninos)... ◦ Comparação dos dados da amostra com aquelas da “droga- padrão”ou da monografia farmacopeica. Marcadores ◦ Compostos ou classes de compostos químicos (alcaloides, flavonoides, ácidos graxos, etc) presentes na matéria-prima vegetal, preferencialmente, tendo correlação com o efeito terapêutico, que é utilizado como referência no controle de qualidade da matéria-prima vegetal e do medicamento fitoterápico (ANVISA, RDC 14/2010). Contribuição das espécies vegetais Compostos do metabolismo primário Uso alimentício, cosmético, excipientes, etc Compostos do metabolismo secundário Uso medicamentoso, preventivo, domi-sanitários, perfumes, etc Fitoterapia Opoterapia Farmacobotânica 🍂 Sistemática Vegetal ◦ Objetivos => Identificação, nomenclatura e classificação das plantas 🍂 Categorias Taxonômicas ◦ Unidade fundamental: espécie ◦ Conjunto de espécies que se assemelham = gênero ◦ Família < Ordem < Classe < Divisão Nomenclatura botânica 🌿Os nomes são dados em latim para que haja mínima variação com o passar do tempo. 🌿Os nomes são compostos pelo nome do gênero (com inicial maiúscula, em itálico), seguido da espécie (em itálico), seguidos pela variedade (se houver), seguidos pelo nome da autoridade classificadora, ou seja, da pessoa que nomeou a espécie. CONTROLE DE QUALIDADE DE DROGAS VEGETAIS 1. Teor de Cinzas: 1. Calcinar previamente cadinho de porcelana em mufla a 450 °C por 30 min; resfriar em dessecador; 2. Tarar o cadinho – anotar o P1; 3. Pesar no cadinho cerca de 3 g da droga – anotar o P2; 4. Distribuir o material uniformemente no cadinho; 5. Colocar o cadinho inclinado sobre um suporte e iniciar a combustão com chama pequena do bordo superior ao fundo do cadinho, aumentando o aquecimento gradativamente; 6. Após completa combustão (ausência de fumaça), calcinar em mufla a 450 °C por 2 h (eliminação total do carvão); 7. Resfriar o cadinho em dessecador e pesar – anotar o P3; P1 → cadinho vazio P2 → cadinho + droga P3 → cadinho + cinzas Exemplo: P1 = 45,3654 g P2 = 48,8702 g P3 = 45,7683 g (P2 – P1) = 3,5048 g (tomada de amostra da droga) (P3 – P1) = 0,4029 g (total de cinzas) Cálculo do percentual 3,5048 g de droga - 0,4029 g de cinzas 100 g de droga - x x = 11,49 g% de cinzas 2. Material estranho: - Pesar 10,0g da amostra. - Depois, espalhar sobre a superfície e iniciar a retirada de material estranho a olho nu. - Pesar o material estranho e calcular sua percentagem. - Realizar o cálculo de porcentagem 3. Teor de umidade: - Peso do vidro de relógio ou capsula de porcelana = - Peso da amostra = - Peso inicial (vidro de relógio ou capsula + amostra) = - Colocar na estufa por 1h a 105ºC 1ª Pesagem (conjunto) = 2ª Pesagem (conjunto) = 3ª Pesagem (conjunto) = Peso final (média) = Assim, Umidade= (100 x N) / P Onde, N = Peso inicial (conjunto) – peso final (conjunto) [peso em g de umidade] P = Peso em g da amostra PERGUNTA… Qual é a melhor opção? A B ◦ OLIVEIRA, S.C.M.; PAULO, S.E.; DE, M.J.C.P.; LILIAN, M. Farmacognosia – do produto natural ao medicamento. Grupo A, 2017. ◦ https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014 /rdc0026_13_05_2014.pdf ◦ http://crfce.org.br/wp-content/uploads/2018/09/RDC- 14-2010-de-31-de-mar%C3%A7o-de-2010.pdf ◦ Prof. Me. Rodrigo V. Gonzaga (material de aula) Obrigada! https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014/rdc0026_13_05_2014.pdf http://crfce.org.br/wp-content/uploads/2018/09/RDC-14-2010-de-31-de-mar%C3%A7o-de-2010.pdf
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