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- -1 EPIDEMIOLOGIA ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA Katheri Maris Zamprogna - -2 Olá! Você está na unidade Conheça aqui a definição dosAspectos epidemiológicos e o processo saúde-doença. conceitos de saúde ao longo da história. Compreenda os modelos: biomédico e de determinação social do processo saúde-doença, bem como a história natural da doença. Além dos conceitos de saúde aplicados pela OMS (organização mundial da saúde) e o conceito ampliado de saúde utilizado pelo SUS (sistema único de saúde) para nortear as ações de saúde no Brasil. Entenda o contexto histórico das bases epidemiológicas e seus precursores. E veja ainda a aplicabilidade da epidemiologia na tomada de decisão política e de gestão em saúde. Bons estudos! - -3 1 Contexto histórico da epidemiologia A fim de compreender a utilização da epidemiologia, faz-se pertinente conhecer seu contexto histórico e as bases que fundamentaram a sua criação. Posteriormente, reconhecem-se os autores implicados neste processo e suas contribuições ao tema, para que se possa chegar na definição atual sobre o que de fato é epidemiologia e em quais especificidades ela pode ser utilizada. - -4 1.1 Dos primeiros passos da epidemiologia até a sua definição conceitual A epidemiologia tem suas origens com , na Grécia antiga, o qual passou a afastar o motivo dasHipócrates doenças serem advindas de causas sobrenaturais e justificava na posição social, na sazonalidade, na , dentre outros fatores, os (ROSEN, 2006).importância do ambiente desencadeadores de doenças Período em que as mortes e as curas por inúmeras doenças eram atribuídas a deuses e demônios, o médico grego difundiu uma nova concepção que o responsabilizaria modo como as pessoas viviam, onde moravam, .o que comiam e bebiam, bem como fatos materiais e terrenos como fatores responsáveis pelas doenças Nesse cenário, uma nova ideia sobre o processo saúde-doença começou a ganhar espaço (ROSEN, 2006). Mas, embora Hipócrates tenha contribuído com a origem da epidemiologia, o médico , de origemJohn Snow britânica, é quem ganha o título de “ ” na literatura (FILHO, 1986).pai da epidemiologia Isso ocorreu devido à uma ampla pesquisa realizada por ele, em que relatava aspectos da epidemia de cólera que ocorria em Londres em 1854, que revelavam que o motivo de 500 mortes em dez dias ocorriam devido à ingestão de água direta da bomba de uma rua da cidade, pois, após o fechamento da mesma, o foco teria cessado. Neste sentido, John estabelecia relação direta entre a água contaminada e a doença (ALMEIDA, 2011). Rompendo também com a teoria miasmática, que perdurou por parte do século XIX, em que se acreditava que a causa de doenças ocorreria pela má qualidade do ar (ALMEIDA, 2011), devido à putrefação de corpos (humanos ou de animais) ou pela própria decomposição das plantas. Nessa vertente, o médico deu o pontapé inicial na ideia sobre como ocorreria a transmissão de microorganismos, 30 anos antes de Robert Koch isolar o agente causador da cólera, . Dessa forma, o uso da ciência evibrio cholerae da epidemiologia ampliou a discussão sobre quais seriam, de fato, as causas das doenças. Além dos atores acima, outros também contribuíram no processo histórico epidemiológico, conforme Pereira (1995): John Graune (1620-1674) Pioneiro na quantificação de natalidade e mortalidade. Louis Villermé (1782-1863) Pesquisou o impacto da pobreza e das condições de trabalho na saúde das pessoas. Pierre Louis (1787-1872) Usou o método epidemiológico em investigações clínicas de doenças. Willian Farr (1807-1883) Fundador da estatística médica. Produção de informações epidemiológicas ao planejamento. - -5 Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /2076ad2a9160e1161f91e16dbae0d808 O passa a ser descrito por em um momento histórico determo epidemiologia Juan de Villalba, em 1802, estudo sobre as epidemias locais espanholas (SAMPAIO, 1998). Ao passo que o conhecimento sobre as doenças infectocontagiosas evoluiu durante o século XIX, o conhecimento epidemiológico avançou na perspectiva de identificar os e de mecanismos de transmissão das doenças .controle de epidemias Nesse cenário, Pereira (1995) aponta que a definição do termo epidemiologia surgiu da união de: Quadro 1 - Definição do termo epidemiologia Fonte: PEREIRA, 1995 (Adaptado). #PraCegoVer: A imagem mostra a definição das palavras que compõe o termo epidemiologia. Atualmente, ações de vigilância epidemiológica são definidas como: Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos (BRASIL, 1990, ).on-line - -6 1.2 A epidemiologia aplicada em três âmbitos Abaixo, destacam-se os principais usos da epidemiologia e como ela pode contribuir na saúde pública. Acompanhe. Quadro 2 - Usos da epidemiologia Fonte: ZAMPROGNA, 2020 (Adaptado). #PraCegoVer: A imagem mostra os principais usos da epidemiologia. - nDescrever as condições de saúde da população o século XX, o Brasil passou a apresentar mudanças na estrutura populacional e nas taxas de morbi-mortalidade. O que se percebeu foi uma diminuição no padrão de natalidade e, por outro lado, um certo aumento na expectativa de vida ao nascer. - -7 Nesse sentido, Barreto e Carmo (2007) desenvolveram um estudo que buscou identificar os problemas de e que teriam levado a mudanças nas taxas e indicadores desaúde enfrentados pela população brasileira morbi-mortalidade. Dentre as , os autores perceberam as principais causas de óbito e internações doenças crônico- . Sendo que as causas destes óbitos edegenerativas, os acidentes e as diversas formas de violência internações estariam relacionadas: • aos problemas estruturais e básicos; • à manutenção de condições e modo de vida inadequados; • à insuficiência dos mecanismos que regulam os danos ao meio ambiente e que ocasionam riscos à saúde. Neste sentido, a epidemiologia auxiliou no reconhecimento de condições de saúde populacional que estariam relacionados às causas de mudanças de padrões e taxas de morbi-mortalidade. Identificar quais são os fatores determinantes da situação de - a fim de compreender as principais saúde , entre o período de 1990 e 2015, foi realizado um estudo paracausas de mortalidade na infância no Brasil permitir uma análise das principais causas de morte na infância, que levaria à gestão de saúde a propor ações mais efetivas com vistas a prevenir os fatores de risco. Isso foi possível a partir de estudos como o de França et al (2017), que utilizou as estimativas de óbitos e de nascidos vivos, e agrupou as principais causas de óbitos do período, como: prematuridade, anomalias congênitas, asfixia e trauma no nascimento, septicemia e outras infecções neonatais, infecções do trato respiratório inferior, outras desordens neonatais, doenças diarreicas, desnutrição, aspiração de corpo estranho, acidentes de transporte, afogamento, homicídio (violência interpessoal), desordens endócrinas ou metabólicas ou sanguíneas ou imunes, cardiomiopatia e miocardite, sífilis, coqueluche, doença hemolítica do recém-nascido e icterícia neonatal. Dessa forma, os autores puderam perceber que as estariam principais causas de morte relacionadas ao . Com base nessas informações, tanto os municípioscuidado em saúde na gestação, parto e nascimento quanto os estados e o governo federal conseguem definir ações a serem implementadas de acordo com o perfil epidemiológico da população. Avaliar o impacto das ações e políticas de saúde - preocupado com o aumento de casos de sífilis e HIV na população, o Ministério da Saúde intensificou a realização de testes rápidos nos serviços de saúde, seja em maternidades como em unidades básicas. Este testeavalia a presença de HIV e sífilis na rotina do pré-natal, com vistas a reduzir Posterior aa transmissão vertical dessas infecções e diagnosticar, de forma rápida, as doenças. essa implementação, surge o questionamento se o recurso investido para a disponibilização dos testes, além dos recursos humanos voltados para essa atividade, teria apresentado impacto significativo na população? • • • - -8 Com isso, o estudo de Miranda et al (2009), que realizou entrevista contendo dados sócio-demográficos; clínicos; sexuais; e comportamentais de risco, com mulheres parturientes de uma maternidade brasileira, demonstrou que: Este estudo, que teve como finalidade descrever a prevalência de HIV e sífilis em parturientes atendidas nas maternidades públicas, identificou que o teste rápido foi importante na abordagem das parturientes que não tinham realizado pré-natal, e, portanto, não tinham resultados de exames. O teste rápido diagnosticou um caso de sífilis e dois casos de infecção pelo HIV, possibilitando o tratamento dessas mulheres ainda na maternidade (MIRANDA et al, 2009, p. 389). Dessa forma, o estudo indicou que, a partir de dados epidemiológicos, houve efetividade da implementação . da política voltada ao diagnóstico de Infecção sexualmente transmissível de HIV e sífilis Assim, os gestores têm dados para embasarem as suas decisões em manter ou não as políticas implementadas. Nesse sentido, a .epidemiologia permitiu avaliar o impacto da política de saúde implementada Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /d3d6cf833d7166dd4f16ba97e7eebb4e Fique de olho A epidemiologia também impulsionou políticas de saúde pública brasileiras, que resultaram na Lei Orgânica da Saúde, que contempla ações de vigilância. Quer compreender melhor a influência da epidemiologia na saúde pública? Leia “Uma história da saúde pública” (ROSEN, 2006) e “Bases históricas da epidemiologia” (ALMEIDA FILHO, 1986). - -9 2 Conceito de saúde e de danos à saúde Para compreender as tomadas de decisões no âmbito da saúde pública, faz-se importante reconhecermos o conceito de saúde pelo qual se fundamentam as decisões políticas e que irão nortear o estilo de vida das pessoas, as atitudes dos profissionais e o arranjo e organização do processo de trabalho na área. Outrossim, é importante que você também consiga distingui-lo, quando comparado ao conceito de danos à saúde. - -10 2.1 Evolução do conceito de saúde na história Agora que você já compreendeu os aspectos que determinaram as diferentes visões e atitudes em saúde ao longo da história da humanidade, veja alguns marcos importantes e decisórios na evolução da saúde brasileira. Saúde é parte indissociável da conjuntura social, política, cultural e econômica de uma nação. Seu conceito é multifacetado e complexo, representando diversos significados em distintas épocas da vida humana (SCLIAR, 2007). No Brasil, , formuladopolíticas e programas do SUS encontram-se apoiadas no conceito ampliado de saúde na VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), , e constitucionalizado em 1988, no processo deem 1986 redemocratização do país. Conforme a Constituição Federal, saúde é um direito fundamental ao ser humano, devendo o Estado prover (BRASIL,1988).condições ao seu pleno exercício Mas o que é saúde? A VIII CNS destaca que saúde não é um conceito abstrato, mas resultante das condições e (BRASIL, 1986).determinantes de saúde Ou seja, há toda uma conjuntura que pode gerar desigualdades nos níveis de vida e, consequentemente, de saúde. O significado do conceito de saúde, portanto, não se esgota em sua definição. Para atender ao conceito ampliado de saúde, é necessário transformar não somente a maneira como a saúde é entendida, mas implica, amiúde, na forma como os serviços se organizam (CUNHA; CUNHA, 2001). Atualmente, o foco no adoecimento tornou-se uma constate no âmbito dos serviços, com modelos na lógica e .mecanicista práticas preventivas e curativas A humanidade vive, sobretudo, em um mundo de conceitos. Fatores sociais e históricos propiciam condições para o surgimento de um determinado conceito, sua vitalidade, fecundidade e seu compromisso ou não com ideias dominantes (BORUCHOVITCH; FELIX-SOUZA; SCHALL, 1991). A Lei n. 378, de 13 de janeiro de 1937 (BRASIL, 1937), prefixou a convocação periódica de Conferências Nacionais de Saúde, patrocinada pelo ministério ao qual compete executar a política federal do campo médico sanitário. Tais conferências foram determinantes na definição da política de saúde brasileira, além de expressarem os modelos conceituais de saúde e doença. - -11 - -12 - -13 Tabela 1 - Evolução de algumas conferências nacionais de saúde e do conceito de saúde ao longo dos anos-Brasil, 2020 Fonte: Conferências Nacionais de Saúde (s/d). #PraCegoVer: A imagem mostra uma tabela de três colunas e dezessete linhas mostrando os temas das dezesseis conferências nacionais de saúde. Dentre as conferências nacionais de saúde, a foi um , pois suas8ª edição marco histórico nas conferências propostas compuseram e resultaram na parte do texto da Constituição Federal de 1988 lei orgânica do SUS, . Nessa conferência, o , envolvendo ações de Lei n. 8080/90 conceito ampliado de saúde ganhou espaço (CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE SAÚDE, s/d).promoção, prevenção e recuperação em saúde Mas antes de abordar sobre o conceito ampliado de saúde, destaca-se que a OMS adota como conceito de saúde “ um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade" (WOH, 1946 s/p.) E conforme a OPAS (s/d, p.2): O conceito da OMS está, em certo grau, alinhado ao modelo holístico e reforça a conotação positiva da saúde. Porém, alguns críticos apontam seu caráter utópico e inalcançável como a ideia de bem- estar reflete uma idealização do conceito, não é adequada para ser usada como meta para os serviços de saúde porque elaborar indicadores operacionais de saúde não é suficiente. Outros mencionam que este conceito depende do contexto cultural e não considera as diferentes dimensões. No entanto, existem os que consideram que a definição de saúde da OMS é uma alternativa aceitável e um avanço em relação ao proposto nos modelos biomédicos [...] Convém destacar que este conceito enfatiza que a saúde não é de responsabilidade exclusiva do setor da saúde, mas também de outros setores. Isso é corroborado pelo caráter integrado dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas metas, que pode facilitar a integração de políticas nos diversos setores. - -14 Ao ser constituído, o SUS inova ao utilizar um “conceito ampliado de saúde”, ao relacionar a saúde como resultante das condições de vida. Dessa forma, analisando o contexto histórico dos serviços de saúde brasileiro, foram necessárias mudanças não somente na maneira como a saúde era entendida, mas também na forma como os serviços se organizavam. A Lei n. 8.080/90, conhecida como Lei Orgânica da saúde, regulamenta o SUS e dispõe que o Estado deve assegurar a saúde por meio de políticas tanto econômicas quanto sociais, tendo em vista a redução dos riscos de doenças e garantindo ao usuário o acesso universal e de forma igualitária as ações (BRASIL, 1990). Dessa forma, o SUS tem desenvolvido políticas e programas com o intuito de garantir aos usuários assistência , tal qual as políticas de atenção básica e de promoção da saúde. Ambas estão apoiadas no conceitointegral ampliado de saúde, que aliado aos princípios e diretrizes do SUS, tem norteado os investimentos em saúde nos últimos anos. É nesse contexto que se ressalta a importância de discutir sobre o conceito de saúde, pois o conceito está no núcleo do sistema, e fundamenta a tomada de decisão na área. Essa discussão sobre o conceito de saúde se iniciou na Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, da qual resultou na Carta de Ottawa, em 1986, (BACKES et al, 2009). Na carta, propõe-se quepara se alcançar a saúde, é imprescindível , visto que aextrapolar o setor de saúde mesma é resultante do conjunto formado por ambiente, condições de moradia e alimentação, trabalho, transporte, liberdade dentre outros determinantes, ampliando o conceito proposto pela OMS supracitado. No Brasil, o conceito ampliado de saúde utilizado pelas políticas públicas no SUS, definiu-se como: Em um sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de alimentação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso a posse da terra e acesso aos serviços de saúde. É assim, acima de tudo, o resultado das formas de organização social de produção, as quais podem gerar desigualdades nos níveis de vida (BRASIL, 1986, p. 4). - -15 2.2 Conceito de danos à saúde A resolução RDC n. 36, de julho de 2013 (BRASIL, 2013), na tentativa de instituir ações para a segurança do paciente em serviços de saúde, aponta alguns conceitos de usabilidade dos profissionais de saúde. Esta resolução indica, dentre as definições presentes, os conceitos de: • evento adverso; • garantia de qualidade; • gestão de risco; • incidente; • segurança do paciente; e • danos à saúde, além de outros importantes ao tema de segurança do paciente. Em se tratando da definição de , compreende-se como o “comprometimento da estrutura oudanos à saúde função do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou psicológico” (BRASIL, 2013, .).on-line Mas por que se faz importante conhecer sua definição? O dano à saúde tal qual descrito, pode estar intimamente relacionado ao conceito de e, por vezes,saúde-doença causa confusão entre os profissionais e população. Neste sentido, compreendê-lo é pertinente para que as nomenclaturas em saúde sejam devidamente utilizadas, afinal, você está nesse caminho formativo. • • • • • • - -16 3 O conceito de doença Ao longo da história da humanidade, o conceito de doença tem sido muito discutido. Isso porque a forma como . Nesse sentido, éa enfermidade é compreendida determina ações, políticas e atitudes em saúde importante conhecermos o processo de compreensão do termo ao longo da história e como a definição do processo saúde-doença tem moldado modelos de saúde. - -17 3.1 Doença no conceito de saúde A literatura analisada vem abordando o conceito de saúde, fazendo referência habitual à doença, como processos não excludentes. “Saúde” é descrita como algo que ultrapassa a “ausência da doença”, no entanto, a “ausência de doença” vem sendo direta ou indiretamente expressada como importante condicionante à saúde. Na perspectiva das produções encontradas, há referência da doença na concepção de saúde, pois a consideram parte integrante da saúde, por ser um estado temporário da mesma, além de salientarem que se a doença fosse desconsiderada, o ser saudável não se definiria (CANGUILHEM, 2009). Essa dificuldade de conceituar saúde pode ser resultado de diversos fatores culturais, econômicos e políticos, que colocam a doença como objeto científico, seja pela falta de investimentos em estudos que incluam o enfoque teórico da questão saúde, seja pela preservação cultural da doença. Além disso, a estrutura do trabalho na área da saúde vem ocorrendo por meio de práticas que apresentam uma fragmentação do corpo humano e do conhecimento sobre o mesmo, refletindo, portanto, em um trabalho que apresenta diversas especialidades médicas focadas na patologia clínica (COELHO; FILHO, 2002). Outros autores reforçam a necessidade de ampliar a visão sobre o conceito de saúde, visto que o mesmo não pode ser delimitado claramente. Nesse aspecto, a doença encontra-se dentro do conceito de saúde como .algo inerente ao processo de viver humano Assim, mesmo frente às críticas sobre o , o mesmo deve ser considerado na análise domodelo biologicista conceito de saúde, visto que esse elemento também é parte dos determinantes da condição de saúde que englobam, além dos fatores biológicos, os fatores político, social, cultural, ambiental e o comportamental. Ainda, em outra perspectiva, o mesmo elemento também é incluído no conceito ampliado de saúde fazendo parte de um plano que corresponde a fatores fisiológios, patológicos e biológicos dos determinantes de saúde (BRASIL, 2002; VIANNA, 2012). Diante do que já discutimos neste capítulo, a partir da definição da Organização Mundial da Saúde (1946) que descreve saúde como “um completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”, esse conceito pode estar ultrapassado, visto que se restringe somente a essas três dimensões, quando se refere à saúde de forma fragmentada e almeja um estado que pode ser considerado subjetivo, utópico de caráter ideal em que o indivíduo necessita alcançar para atingir o estado saudável (VAZ; REMOALDO, 2011; SCLIAR, 2007). - -18 3.2 Modelo biologicista Trata-se de um , modelo que nega a saúde pública, a saúde mental e as ciências sociais desconsiderando por exemplo. Neste modelo, outros modelos científicos, como a homeopatia, centraliza-se na figura do (FILHO, 2010).médico o conhecimento e a prática da área da saúde Tem como , a origem no modelo capitalista norte-americano, que, com intenso aparato, marco conceitual lucra à medida que propõe exames, remédios, medicina especializada, passando este modelo a sercom a doença conhecido como modelo flexneriano. Isso porque Flexner, pesquisador e educador norte-americano, no ano de 1910, realizou uma pesquisa nos Estados Unidos da América e concluiu que o modelo de ensino eficaz de medicina deveria seguir o modelo proposto, o qual foi adotado pelo General Education Board da Fundação Rockefeller (FILHO, 2010). Com este relatório, importantes mudanças no ensino médico da américa do norte ocorreram, levando a uma estrutura curricular que, atualmente, predomina nos países industrializados e ecoa no modelo de saúde e no conceito de saúde e doença de muitos lugares. Neste modelo flexneriano, percebe-se uma matriz curricular, que levaria à formação de profissionais de saúde com vistas a uma perspectiva exclusivamente biologicista de doença, a qual negava os determinantes de saúde; induzindo uma formação laboratorial clínica, realizada especialmente em âmbito hospitalar (FILHO, 2010). Nesse sentido, Flexner teria enfocado um modelo de ensino de profissionais de maneira hospitalocêntrica, individualista e que enfocaria nas especialidades clínicas e médicas, fragmentando o indivíduo em partes (FILHO, 2010). Este , sendo induzido pelomodelo foi implementado no Brasil a partir da reforma universitária de 1968 regime militar. No entanto, por minimizar as condições de saúde e os determinantes, não condiz com a formação voltada para o aspecto da saúde pública, que insere tais condicionantes como pertinentes e determinantes na saúde do indivíduo (FILHO, 2010). - -19 3.3 Modelo de determinação social Veja a tabela abaixo e compreenda as diferenças dos modelos de saúde para entender a diferença do modelo .biologicista e do modelo de determinação social Tabela 2 - Comparação do modelo biomédico e modelo de determinação social, Brasil, 2020. Fonte: DA ROS, 2004 (Adaptado). - -20 #PraCegoVer: A imagem mostra uma tabela de duas colunas e 17 linhas fazendo uma comparação entre o modelo biomédico e o modelo de determinação social. - -21 3.4 Conceito de saúde higienista Neste conceito, a saúde é compreendida como resultado do perfeito funcionamento das funções orgânicas do , salientando a corporeidade no conceito de saúde, consequentemente, enfatizando as corpo práticas de higiene . Essa concepção é derivada da compreensão do corpo comocorporal como meio de assegurar a saúde máquina, também advinda da formação biologicista em saúde, onde o funcionamento desta máquina determinará a sua saúde ou sua doença (EPSTEIN, 2008). À essa concepção tem-se duas perspectivas possíveis, a do profissionalda saúde e a do indivíduo. Profissional da saúde Considerará como saudável o indivíduo que apresentar um corpo com funcionamento normal, sem alterações ou desequilíbrios, o corpo físico. Indivíduo Irá considerar-se saudável enquanto seu corpo mantiver o silêncio, ou seja, sem manifestações de qualquer distúrbio que transforme sua rotina de vida, o que envolve sua percepção do próprio corpo, ou seja, a cognição que tem desse (EPSTEIN, 2008). Como você já observou ao longo deste material, a humanidade, no decorrer dos séculos, vem mudando as . Se a saúde está diretamente ligada aos estados do corpo, as alteraçõesformas de pensar a saúde/doença produzidas por desequilíbrios orgânicos tendem a afetar a mesma, visto que as respostas somáticas produzidas - como dor - geram sensações desagradáveis, resultando em uma impressão negativa e sentimento de perda da “saúde” (BRICEÑO-LEÓN, 1996). Neste momento, é que o indivíduo irá se considerar doente, o que pode favorecer para um cuidado de si e modificações no seu modo de viver com vistas à recuperação de sua saúde (BRICEÑO-LEÓN, 1996). Seguimos reduzindo o homem a minúsculas partículas de volta aos genes, para fazermos o caminho inverso, integrando novamente as partes em direção ao ser uno. O objetivo deste trajeto é uma melhor compreensão desta complexidade e possibilidade de desenvolvimento tecnológico e humano que permita diminuir o sofrimento dos homens. Ao mesmo tempo, a manutenção de um é um meio pelo qual uma dimensão da saúde éorganismo saudável garantida, não devendo esta concepção corpórea ser excluída do conceito ampliado de saúde, reafirmando assim, - -22 a concepção de determinantes da saúde que englobam além dos meios sociais, os biológicos. O que se quer apontar é que não existe uma unidade do conceito de saúde, mas formas que o conceito vai assumindo de acordo com os campos que o atravessam (BRICEÑO-LEÓN, 1996). O corpo e a relação que o indivíduo tem com este e seu de sua saúde e de seu processocuidado é indissociável de adoecimento. A relação com o corpo, o que o indivíduo julga ser um fator de adoecimento ou um fator de manutenção de sua saúde, certamente determinará seus hábitos alimentares, prática ou não de atividade física, seguimento ao tratamento proposto por um profissional de saúde ou não, são aspectos que irão indicar essa concepção (BRICEÑO-LEÓN, 1996). - -23 4 História natural da doença Conhecer a história natural da doença permite, em maior ou menor grau, . Neste sentido, controlar as doenças , é tema importanteabordar o processo interativo do agente causador com o ser humano e com a doença para nortear as ações preventivas em saúde. - -24 4.1 Um pouco do contexto da medicina social e da saúde pública Durante o século XIX, na Europa, o movimento de , com , médicomedicina social Rudolf Ludwig Karl Virchow alemão, que, posteriormente, também fora intitulado como patologista, apresentava uma proposta em que as pessoas adoeceriam e morreriam em detrimento da maneira que viviam. Sendo, portanto, uma forma de viver que seria determinada social, cultural e economicamente (UNASUS, 2014). Foi ele que, juntamente do médico Salomon Neumann, deu o pontapé inicial na , a qual Lei da Saúde Pública . Determinando, portanto, a saúde como direito de todosresponsabilizava o Estado sobre a saúde das pessoas e dever do estado, o que, posteriormente, impulsionou a construção do SUS no Brasil. Este movimento social prevaleceu na Europa por 40 anos, entre 1830 e 1870. Quando ascende a teoria (UNASUS, 2014).unicausal, flexneriana No mundo, foi somente a partir de 1940 que as ideias de determinação social da doença foram retomadas. Sendo que, em 1942, Henry Sigerist, professor de medicina em Zurique, na Suíça, afirmou que ao médico caberiam quatro importantes papeis: • reestabelecer o doente; • promover a saúde; • prevenir as doenças; e • reabilitar o doente, momento em que as quatro dimensões passam a tomar destaque nas atividades de saúde (Promoção, prevenção, reabilitação e tratamento). Para alcançar a promoção da saúde, far-se-iam necessárias condições de vida como trabalho, educação e moradia, dentre outros fatores. Neste sentido, o modelo de determinação social do processo saúde-doença seria influenciado pelo contexto que envolveria a relação do indivíduo com o mundo e com outros cidadãos (DEMARZO, 2013). • • • • Fique de olho Quer aprender mais sobre os conceitos de medicina e de saúde na idade média? Veja o filme “O Físico”, baseado no de Noah Gordan. Traz a história do “barbeiro-cirurgião” Rob J.bestseller Cole, que aprende a cuidar de pessoas ao longo de sua vida. Na Europa, começa uma epidemia que se alastra matando todos que adquirem a peste negra. O médico Ibn Sina é chamado para cuidar dos enfermos e Rob o ajuda. Juntos, trabalham e descobrem que o contato com pessoas infectadas transmite a doença e que ratos carregavam pulgas transmissoras. O dom de Rob também ajudou a identificar se a doença era fatal. Após essas descobertas, tomam medidas para conter a transmissão e conseguem diminuir o número de óbitos (O FÍSICO, 2014, on-line). - -25 4.2 Níveis de prevenção de Leavell e Clark (1965) À medida em que a definição de promoção foi tomando espaço, Leavell e Clark, em 1965, no intuito de explicarem a história natural da doença, propuseram um modelo composto de níveis de prevenção da mesma. A , constituindo ações educativas, depromoção da saúde estaria incluída nas definições do nível primário orientação de saúde e bem-estar geral (BRASIL, 2013). Nesse sentido, Clark definiu prevenção no sentido de evitar o desenvolvimento de um estado patológico e que, para isso ocorrer, todas as medidas possíveis, como terapias, dentre outras, que limitam a progressão da doença, seriam necessárias (BRASIL, 2013). Quadro 3 - Níveis de prevenção de Leavell e Clark Fonte: BRASIL, 2013; LEAVELL; CLARK, 1976 (Adaptado). #PraCegoVer: A imagem mostra os três níveis de prevenção de Leavell e Clark. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /9bd2fbcf0d9563e1cdc11170cc889c84 Posteriormente, a foi sugerida por Jamoulle para ser inserida no modelo de Leavell eprevenção quaternária Clark. Sua definição seria estabelecida como ação de detecção dos indivíduos em risco de intervenção excessiva no intuito de proteção de novas intervenções médicas, de iatrogenias, como, por exemplo, a supermedicalização de idosos (BRASIL, 2013; ALMEIDA, 2005). - -26 Para compreender a importância da história natural da doença, agora que você já se aproximou dos níveis de prevenção de Leavell e Clark e das bases da promoção da saúde, veja o texto abaixo, do Ministério da Saúde, para compreender com mais clareza. Quadro 4 - Quer saber por que conhecer a história da doença é útil? Fonte: BRASIL (2013, p.76). #PraCegoVer: A imagem mostra um quadro com informações sobre a importância da história natural das doenças. é isso Aí! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer o contexto histórico da epidemiologia; • compreender os modelos de sáude biologicista e de determinação social da saúde; • entender os níveis de prevenção, contidos na história natural da doença e como aplicá-los; • refletir sobre os conceitos de saúde e como eles norteiam e determinam as políticas e decisões em saúde; • compreender o que se caracteriza como danos à saúde. • • • • • - -27 Referências ALMEIDA, M. A. P. A epidemia de cólera de 1853-1856 na imprensa portuguesa. História, Ciências, Saúde - . v.18, n.4, 2011. Disponível em: Acesso em: 10 abr.Manguinhos http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v18n4/06.pdf. 2020. ALMEIDA, L. M. Da prevenção primordial à prevenção quaternária. ,Revista Portuguesa de Saúde Pública Lisboa, v. 23, 1, p. 91-96, 2005. ALMEIDA FILHO, N. Bases históricas da epidemiologia. . v.2, n.3, 1986. 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